Interlude (Suga)

By Ve_Andreadis

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[CONCLUÍDA] Greta vive com sua filha em Daegu. Não tem tempo para quase nada além de trabalhar, estudar e cui... More

Introdução
It doesn't matter
2 Cool 4 Skool
Adult Child
Dope
HipHop Lover
ON
Friends
Base line
Burning up (fire)
Good Day
Agust D
Interlude: Dream, Reality
Outro: Wings
Idol (feat. Nicki Minaj)
All Night (feat. Juice World)
Trivia: Seesaw
Perfect Man
So Far Away
Dead Leaves
Cypher 1
First Love
Hug Me
Jamais Vu
Boy meets evil
Interlude: Shadow
Best of me
Other: love is not over
Interlude: set me free
Moonlight
Spring Day
Stay Gold
Magic Shop
Promise
대취타 (Daechwitta)
땡 (DDAENG)
Intro: Dt sugA (feat. DJ Friz)
Burn it
Cypher pt. 4
28 (feat. NiiHWA)
Eight (Prod. Feat. Suga of BTS)
Honsool
As I told you (ou epílogo)
Agradecimentos

Seoul town road remix

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By Ve_Andreadis

Quando saíram do prédio de Greta, depois de conferirem muitas vezes se havia alguém além dos vizinhos dela pelo lugar, já havia um carro com três seguranças a paisana esperando por Yoongi. O fato de que ele sequer havia pedido isso fez com que os pelos da nuca da brasileira se arrepiassem de medo. Era assustador ver o quão famoso e protegido ele era e ela estava se enfiando junto com Micha em meio a tudo isso. Todo o clima carinhoso que tiveram assim que acordaram tinha dado lugar a olhares por cima do ombro, medo de se tocarem fora do apartamento, insegurança com relação ao que sentia. Ao que Greta sentia.

— Vem, eu te dou uma carona até a noona. — ofereceu Yoongi.

Ele estava com um blusão de Greta por cima da roupa do show, mais justo do que estava acostumado a usar, uma máscara preta com flores amarelas que ela usava quando ficava doente e havia recebido da mãe pelos correios, e seu boné infalível. A moça também ia toda encapuzada – pela primeira vez em sua vida – para esconder a pele, os olhos, o rosto. Usava a maior jaqueta que tinha – e mais quente também – com o gorro bem posicionado de modo que escondesse as tranças, uma máscara preta e óculos de sol que quase nunca se lembrava de usar.

— Melhor não. — respondeu sem olhar para ele, com medo de como isso teria repercussão caso alguém visse. Estava a pelo menos dois metros dele, com as mãos enfiadas nos bolsos, tateando o próprio celular nervosamente. — Vou de ônibus. Tchau. — falou saindo sem sequer olhar para ele.

Yoongi ficou observando-a se afastar e sentiu o coração ficar pequeno, ansioso. Imaginou que tivesse sido rastreado depois do impacto que havia sido a surpresa da rap line inteira num evento comum da cidade, mas não suspeitou que o jornalista que o perseguia pela cidade saberia que ele ficou para trás depois dos outros membros terem ido embora com sua equipe. Esperava que Hoseok também estivesse com eles quando isso aconteceu, porque um escândalo já era suficiente para destruir o grupo. Um escândalo duplo teria proporções que ele não conseguia mensurar.

Assim que entrou no carro, seu celular começou a tocar. Ignorou as cinco primeiras ligações, todas de jornalistas. As ligações depois vinham da empresa. Resolveu ignorar também. A viagem seria longa até Seul e não precisava – nem queria – ficar se lamentando o caminho todo até lá ao telefone. Já tinha muito o que pensar por si mesmo. Sentia a ansiedade familiar querendo assumir seu lugar ao seu lado, mas tentou se concentrar nas coisas boas que tinham acontecido na noite anterior e antes da ligação naquela manhã.

Abaixou o boné o máximo que conseguia e cruzou os braços para tentar dormir, mas bastou fechar os olhos para que Greta aparecesse em sua mente. Podia ver o sorriso dela, os olhos fechados gemendo de prazer, as risadas por conta da afobação dele para tirar a própria roupa. Reviu sua apresentação na noite anterior e o momento em que cantaram Cypher juntos. Sorriu triste. Não devia ter baixado a guarda. Devia ter previsto o jornalista porque ele o perseguia desde o primeiro dia em que pisara em Daegu e visitara a lojinha de conveniência 24 horas. E agora tudo ficava por um fio por causa de uma maldita foto onde não se conseguia ver nada além de duas pessoas aleatórias saindo de um carro. O carro da empresa, mas isso não dava para saber por uma foto.

Abriu os olhos frustrado. Nem se quisesse ia conseguir dormir. Ao invés disso desbloqueou a tela do celular e abriu o twitter. A primeira hashtag era sua. A segunda e a terceira também. A quarta era "estrangeira misteriosa". Não ia demorar muito para os fãs transformarem aquilo numa bola de neve contra Greta. Abriu a foto de novo, tentando ver se tinha como reconhecê-la, mas a qualidade era muito baixa e o rosto dela não aparecia. Por enquanto estavam seguros. Mas a que custo?

****

Nari andava de um lado ao outro na sala ampla do apartamento em que vivia, no centro. Já tinha roído todas as unhas das mãos depois de se despedir de Hoseok na entrada do prédio. Apesar dele ter saído pelos fundos, protegido pelos seguranças dele – e dela – ela ainda temia que alguém o reconhecesse por conta da foto em frente ao prédio. Nunca se imaginou no noticiário. Bem, já tinha sim, mas não daquele jeito.

O celular tocou de novo na mesa da cozinha, onde Micha a observava em silêncio, e ela parou finalmente sua caminhada pelo cômodo. Encarou Micha, que olhava o visor do aparelho apenas para ajudá-la. Sem perceber, já estava com a mão na boca de novo, tentando roer o toco de unha que havia restado no dedão.

— É ela. — respondeu a menina ao ler o nome da mãe de Nari.

— Pode desligar, querida? — pediu Nari, voltando a andar de um lado ao outro. — Já sei o que ela vai dizer, não sei porque perde tempo tentando me ligar. Vai dizer que eu estraguei o nome da empresa, que eu envergonho a família, que eu deveria me preservar ao invés de ficar saindo com gente famosa. Conheço o discurso. — falou mais para si mesma do que para a menina.

Parou imediatamente sua ladainha ao ouvir a senha da porta. Greta entrou como um furação, batendo a porta atrás de si e arrancando a blusa pesada, a máscara e o boné. Como ela odiava ter que se cobrir toda assim. Fazia com que se sentisse uma criminosa. Jogou tudo no sofá e sentiu mais do que viu, o aperto do abraço de Nari de um lado e o olhar indagador da filha do outro.

— Nari, eu sinto muito... — falou ao ouvir o suspiro sentido de Nari.

— Pelo que? — perguntou a moça, confusa.

— Por tudo isso... é o seu nome e o da loja que estão na notícia sobre o evento.

— Ah, isso na verdade ajudou. Vendemos todas as peças desenhadas por Lola depois da notícia. Não é isso que é urgente. Já viu a que vem depois!? — perguntou arregalando os olhos.

— Já... mas mal dá para saber que sou eu e...

— Do que você está falando?

— Não é da foto do Yoongi?

— NÃO! TEM UMA MINHA COM O HOPE! — gritou. Correu pegar o celular da mesa e desligou mais uma ligação da mãe antes de abrir a notícia.

Logo depois da foto de Greta, vinha a foto dela na entrada do prédio. Enquanto a foto da brasileira com o rapper não mostrava praticamente nada além de duas pessoas desfocadas no escuro, a de Hoseok mostrava o perfil de Nari com perfeição. Qualquer um que tivesse passado os olhos pelas colunas sociais mais do que duas vezes saberia que se tratava da filha mais velha da família Kang, dona do conglomerado de mesmo nome em Seul e de uma das maiores grifes de moda do país. A foto não mostrava Hoseok com clareza, mas Greta percebeu que era ele mesmo por baixo da jaqueta, do gorro e da máscara. Era meio impossível não reconhecer J-Hope depois de conhecê-lo pessoalmente.


— Puta que pariu. — xingou baixinho. Abriu para ler os comentários e se arrependeu imediatamente. Sentiu-se enjoada ao ler os insultos feitos a ela e Nari por ousarem macular a imagem da "melhor dupla" do BTS.

— O que é "Sope"? — perguntou para Micha.

— É a combinação dos nomes do Suga e do J-Hope... tem gente que acha que eles namoram. — explicou a menina ainda sentada a mesa da cozinha. Parte dela estava muito feliz por descobrir que a mãe e Suga haviam se entendido. Outra parte ainda duvidava da notícia a ponto de fazê-la engolir muitas das perguntas que queria fazer à mãe. Não entendia muito bem o que estava acontecendo, sabia apenas que era uma questão de tempo até as duas ficarem famosas. E de um jeito bem ruim. Nari e Greta se entreolharam diante daquela informação nova. Yoongi e Hoseok namorados? Sope?

— O que acontece agora? — perguntou Greta. Não tinha ideia do que fazer dali em diante. Tinha a impressão de que tinha pulado uma fase na vida e caído de cabeça num buraco sem fundo chamado tabloide.

— A gente procura ajuda legal.

— É ela de novo, tia Nari. — Micha interrompeu ao ver o telefone tocando de novo.

— Quem? — perguntou Greta.

— Quem? Minha mãe. Ela está me ligando desde antes do Hobi ir embora. — resmungou Nari. — Posso morar com vocês? Certeza que ela já me deserdou. — o telefone parou de tocar antes dos dedinhos de Micha alcançarem a tela do celular. Imediatamente uma batida forte na porta da frente fez com que as três pulassem no mesmo lugar.

— KANG NARI, ABRA ESSA PORTA. POR QUE DIABOS FICA MUDANDO A SENHA? EU SOU SUA MÃE!

***

Micha ficou espiando da porta do quarto enquanto tentava ouvir o que a mãe de Nari dizia para ela e Greta. Assim que a mulher entrou, a menina correu para o quarto. Apesar dela ter assistido ao show com ela no dia anterior, ainda tinha medo da mulher. Ela tinha aquele jeito duro que só as vilãs dos dramas conseguiam ter, apesar de não ser má como as personagens eram.

Kang Na Young encarava a filha do outro lado da mesa da cozinha, em frente a uma xícara fumegante de chá de jasmim. Estava em silêncio esperando que a filha contasse sua versão da história por trás da foto que havia saído nos tabloides, mas a moça continuava quieta, os olhos presos na mesa, sem realmente encará-la. A matriarca então virou os olhos para Greta que, diferente da filha, a olhava de frente, como se fossem iguais. Não parecia assustada ou intimidada com sua presença, o que contava muitos pontos a seu favor nas decisões que a senhora já havia tomado.

— E então? — perguntou finalmente.

— O que? — respondeu Greta no lugar da amiga. Tinha uma tendência a querer protegê-la de dona Na Young, ao mesmo tempo que sonhava em ser tão forte e decidida quanto a mulher. Sozinha, ela tinha transformado a pequena loja de tecidos do pai na maior franquia do ramo na Coreia. Já tinha idade para aposentar-se ha muito tempo, mas a brasileira sabia que ela tinha adiado isso por escolha própria, apenas para que a filha pudesse fazer o que quisesse com o dinheiro que tinham. E agora que Nari finalmente tinha assumido os negócios, um escândalo caía em seu colo. E a culpa era de Greta.

— O que pretendem fazer? Já falaram com o senhor Lee? — dessa vez ela se dirigiu a Nari.

— O senhor Lee...? Por que?

— Vai precisar de um advogado de agora em diante. Ela — apontou para Greta. — ainda está protegida por lei por ser estrangeira e comum. Mas você, não. Muito menos a empresa.

Apesar de o tom dela não ser duro, Nari encolheu na cadeira como se tivesse apanhado. Greta segurou a mão da amiga por de baixo da mesa e a apertou, tentando passar força para ela.

— "Comum"?

— Não quis te ofender, querida. É a realidade. Você é uma mulher simples, desconhecida... Anônima, entende? — explicou. Mas o tom dela deixou Greta mais na defensiva ainda.

— E isso me ajuda como? Minha foto continua em todos os sites. — perguntou.

— Tudo o que eles tem são especulações.

— Mas e quanto ao show? Questão de tempo até descobrirem que eu apresentei. Isso ainda me deixa anônima?— perguntou Greta.

— E quanto a mim? — Nari finalmente se manifestou.

— A mesma resposta vale para as duas. Vão comigo para Seul. 


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NOTA DA AUTORA: as imagens do Dispatch são ilustrativas, peguei no Google e adaptei, ok? 

beijos

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