HOPE [Rabia]

By gonestew

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Elas teriam que viajar pelo mundo por um mês para estrelar uma campanha publicitária. Esse tempo poderia muda... More

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A Internet e a Esperança

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By gonestew


<Música do Capítulo - "Coldplay - Us Against the World">

Capítulo 30 - A Internet e a Esperança

— Quando a portaria avisou que vocês tavam aqui eu fiquei: uaiiii. — Bianca cumprimentou Mari e Manu.

— Então... — Mari olhou para Manu desconcertada.

— Onde a Rafa tá? — Manu perguntou ao espremer uma mão na outra.

— Tá lá em cima, na cama com os bebês... — Bianca respondeu desconfiada.

       Manu subiu como um relâmpado e bastou um olhar de Bianca para Mari entender que seria interrogada.

— Da última vez que eu estive aqui tinha muita cachaça espalhada, agora tem um monte de mamadeiras, haha! — constatou alegremente ao olhar ao redor.

— O que eu tenho lavado de mamadeiras por dia só Deus sabe... Mas aí, que "coincidência" foi essa?

— Então amiga, vamo sentar? — convidou já o fazendo. — No dia que você viajou pro Sul com a Rafa, a Manu apareceu aqui procurando por ela porque ela não tava atendendo o celular... — se auto interrompia nervosamente. — E a última notícia que ela tinha tido dela era que ela tava aqui.

— Quê mais? — Bianca prontamente deu um sorrisinho maléfico.

— Tava eu, Miguel e B2 bebendo, aí ela chegou e conversa vai conversa vem, bebida vai bebida vem... A gente se beijou na brincadeira. — soltou.

— Hahahaha, essa casa é o próprio armário que dá acesso à Nárnia, não to crendo!

— Nem eu to crendo mulher.E quando você avisou que ia voltar com os bebês? Eu ia ficar num hotel até achar um apartamento legal, mas ela pediu pra eu ficar no apê dela até achar o meu... E... Errr... Eu fiquei.

— Eu to MORRENDO! — Bianca caiu na risada. — Num dou seis meses pros meus gostosinhos ganharem priminhos.

— Sai daí. Tá louca? Hahaha!

A ameaça de Léo Dias foi momentaneamente contornada pela assessoria de Rafaella, pois o furo dele envolvia servidores públicos, incluindo a assistente social que havia ido buscar João. As informações deveriam ser sigilosas e algo assim (completamente antiético), poderia custar os cargos dos envolvidos.

— Own, ela é fofinha demais. — Mari acariciava a cabeça da bebê que estava nos braços de Manu.

— Gente, qual o nome? — a baixinha perguntou.

— Hope. Que a gente não fez curso de inglês à toa. — Bianca sentou no colo de Rafaella que sorriu largamente e lhe deu um selinho.

— Amei a justificativa do nome que por sinal é lindo.— Manu se aproximou do sofá e com cuidado, colocou a criança no colo de Bianca. — O bom é isso, dizer que é lindo, mimar e entregar pra mãe cinco minutos depois.

— Ô amiga... E nas vezes que a Rafa tá dormindo e eu quero entregar pra mãe? Me desespero REAL quando lembro que a mãe também sou eu. — Bianca disse em tom divertido ao pegar a bebê.

— Ai ai... Só não te chuto do meu colo porque você tá segurando ela. — fingiu estar brava com o comentário da esposa.

— Não me chuta porque "minha sentada é a mais gostosa". — cantou no tom da música.

— Eu morro com a Bia velho!!!!! — Mari riu.

— Desse MESMO jeito ela faz na frente no João. To a dois passos de pedir a guarda unilateral. — tentou parecer séria.

— Gente, o João é um radar de palavrão. Eu nunca falo e quando escapole o garoto surge DO NADA! E claro, a Rafaella coloca a culpa em mim. — soou ofendida.

— Na verdade eu to a um passo de pedir a guarda unilateral meninas... — mordeu o ombro de Bianca, arrancando o riso das outras garotas.

— Amor, eu acho que ela tá mais quente que o normal? — afastava a manta.

— Quente? — se assustou fazendo menção para que Bianca a deixasse levantar. — Meu Deus, onde tá o termômetro do sapo? — perguntou após colocar a mão na criança.

       Após acharem o termômetro com a ajuda das amigas e Hope ter marcado 37 graus, correram pro hospital. Como Mônica estava dormindo, elas pediriam para que Mari e Manu ficassem de olho em João que dormia no quarto delas.

        Rafaella havia ficado mais nervosa que Bianca. Elas não saíam de casa juntas desde que chegaram com as crianças, estavam fazendo de tudo para proteger os pequenos dos holofotes, pelo menos por ora. Apesar de febril, Hope seguia com olhos espertos e membros interagindo normalmente.

— Era o que a gente pensava mesmo mamães. Reação à vacina que ela tomou hoje, é normal. — o Dr. sorriu

— Amém! Quase tive um treco vindo pra cá. — Rafaella atestou aliviada.

— Não liga pra gente não doutor, mães de primeira viagem. Passou tudo pela cabeça, menos o óbvio. — Bianca disse aliviada enquanto abotoava o macacão de Hope.

— Mas foi bom que tenham a trazido! — Dr. Ramos assinava a receita. — E como sua mãe está Rafa? Foi o meu irmão que fez a cirurgia dela lá no Rio.

— Nossa, que coincidência. Ela tá bem melhor doutor, obrigada por perguntar. — sorriu educadamente.

— A pediatria sempre foi a minha paixão, mas depois de 'velho' eu resolvi me especializar em oncologia, visando tratamentos alternativos menos agressivos que a químio e a radioterapia, sabe? Quando ele me mostrou o caso da sua mãe eu fiquei muito feliz que o tumor tivesse sido benigno. É uma grande mulher, cheia de vida.

— Benigno? — Rafaella achou que havia entendido errado.

— Sim, benigno. — reafirmou sem entender a surpresa da mulher.

A feição de Rafaella mudou no mesmo instante e Bianca logo identificou. Saindo da clínica, ao colocar Hope no bebê conforto, a morena percebeu que a esposa chorava no banco da frente.

— Eu não acredito que ela fez isso. — Rafa fechava os olhos em negação, percebendo a mão da esposa em contato com a sua.

— Sinto muito amor. — tentou demonstrar apoio apesar de estar querendo bater na sogra.

— O quanto eu sofri Bia... O quanto a gente sofreu... Ela viu tudo, tudo! E fingia que ia pra químio, meu Deus???? Isso foi cruel!

— Shhhh... Vem cá. — abraçou Rafaella e a fez carinho. — Olha pra trás. — ela obedeceu, a visão era Hope no meio do banco de passageiro. — Não vou mentir, fiquei com ódio na sala do doutor, ugh! Mas talvez tudo isso tenha sido necessário pra firmar ainda mais o que a gente sentia e nos levar até eles...

         A constatação de Bianca acalmou o coração de Rafaella instantaneamente. Em noites como essa, ela agradecia ainda mais por Bianca e pelos rumos que sua vida havia tomado. Era nítido que aquela mulher estaria com ela pra tudo. Dormir não foi tão difícil quanto ela havia imaginado, as três pessoas que estavam com ela no quarto a transmitiam paz, muita paz.

        Paz essa, que Léo Dias tentou acabar quando logo na manhã seguinte soltou o prometido dossiê sobre elas, usando nomes fantasia para as "testemunhas".  Alguém havia tirado uma foto das duas saindo do hospital, e mesmo que em má qualidade, era tudo o que ele precisava para não levantar dúvidas.

       Esse foi o assunto da grande mídia por todo o dia. Haviam divisões, alguns acreditavam que tudo não passava de uma grande mentira. Outra parte do público estava chocado com o fato de Rafaella não ser heterossexual. Outra parte enlouquecia com a ideia de que ela havia escolhido Bianca como mulher.

     Os lgbtfóbicos de plantão focaram em retaliar Bianca de graça, argumentando que ela não tinha perfil de "mãe" como Léo Dias afirmava em sua matéria. Sua dm lotou e ela ficou péssima com algumas mensagens. Já Rafaella, apenas recebia alguns "esperava mais de você" (as pessoas pareciam ter um certo medo dela), medo esse que as fazia maneirar. Além de tudo isso, parte da internet ainda criava teorias malucas sobre Bianca.

       Muitas pessoas ainda acreditavam que tudo era uma grande mentira do colunista e esperavam algum sinal das duas para tirar as conclusões.

— A vontade que dá é de rastrear cada desalmado desses e es-ga-nar.  — Rafa disse tomada pelo ódio ao checar as dm's de Bia, que havia acabado de deitar na cama e olhava pro teto.

— Eu queria não ficar triste, mas no fundo eu acho uma merda sem tamanho. — Bianca suspirou.

— Eu vou dar um jeito nisso. Mas nem que eu tenha que comer o cu de todo mundo! — ela estava realmente brava mas se deitou e abraçou a morena.

— De todo mundo não, que eu tenho ciúmes. — brincou ao se aconchegar no corpo que lhe abraçava por trás.

— Desse jeito aí, só o seu. Vamo? — aproveitou a brincadeira para lançar a proposta, encostando os lábios na nuca de Bianca que era expert em fazê-la esquecer do mundo numa simples aproximação.

— Eu percebo o quanto a gente é aleatória quando a conversa passa de "filhos da puta da internet" pra "você poderia me dar o seu cu, senhora?". — seu humor já havia mudado.

— Quando você falou no BBB que nunca tinha conseguido, na mesma hora eu pensei: "ninguém nunca fez direito nela, será que se eu tentasse...?" Mas repreendi meus pensamentos no mesmo segundo. — riu da própria lembrança.

— Ah foi? E eu achando que nem me beijar você queria, ah lá, já tinha ido além pensando em comer meu cu. — Bianca falou sério fazendo Rafaella gargalhar. — Um dia a gente tenta, quem sabe? Se você merecer... — mantinha o tom de brincadeira.

      O caos da notícia repercutiu também entre os conhecidos. A família de Rafaella estava em choque e sua mãe desmaiou, dessa vez de verdade. Da parte de Bianca, apenas Flayslane havia surtado e mandado várias mensagens falando sobre como se sentiu traída por ter descoberto algo tão sério assim através da internet. Internet essa que foi desligada da casa delas durante o dia inteiro, coisa que fez os ânimos se acalmarem.

      Na serenidade da noite, sem direcionamento da assessoria e sem comunicar à Bianca, Rafaella digitou um texto para tentar findar o assunto e para que pudessem proceder com suas vidas, já que já era inconcebível preservar as crianças como tinham desejado no começo.

Enquanto escrevia, ela olhava pra Bianca que brincava com João junto de sua sogra. A vida era aquilo. Se estressar com os que desejavam o mal já não era uma opção, ela só queria ter coisas boas dentro dela pra dividir com aqueles que amava de todo o coração.

"Há quase um ano atrás eu estava decolando. Na verdade eu estava caindo. Caindo enquanto os meus medos caíam por terra também. E eu só os deixei ir.

Eu caía porque conheci alguém.
Na verdade, eu conheci alguém de novo. Isso! Ou melhor, eu me vi nessa pessoa de novo. Não como vemos imagens em um espelho, mas como almas, que só refletem no que se afinam ou no que já está escrito pra elas.

É verdade, eu casei com a Bianca.
Mas antes disso, nós vivemos as melhores coisas juntas. As piores também. Pudemos provar da forma mais intensa o quanto a vida consegue ser boa, difícil e incrível ao mesmo tempo. E nesse meio tempo descobrimos que quando fica bom, difícil ou incrível, tá tudo bem, pois nós temos a nós.

E agora, também temos duas crianças
lindas para amar e cuidar. Agora eu tenho o meu ponto mais forte, que inegavelmente também é o meu ponto fraco, pois eu faria qualquer coisa para proteger os meus amores, então por favor, não me testem como estão fazendo agora ao falar coisas horríveis sobre a minha esposa que por acaso vocês não conhecem e nem tem o prazer de conviver.

Isso era pra ser sobre mim, sobre a mulher que eu amo e sobre os nossos filhos. Mas eu descobri que isso é sobre você também. Você que eu posso até não saber o nome ou a história, mas temos uma coisa em comum: somos forças eternas em busca de um único objetivo aqui na Terra que é aprender a amar. E não se enganem, só há esse caminho.

A quem não entende, ofende e maldiz, desejo melhoras e me consolo por saber que há tempo pra tudo. De todo modo, oraremos por vocês.

Eu e ela.

Pois é com ela que eu tenho conseguido encurtar o caminho."

E o meme sobre passar mal e ir pro hospital finalmente tornou-se real para os fãs que torciam pelo casal desde que tudo era apenas uma suposição. O efeito foi reverso, pois até os corações mais duros e as mentes mais fechadas, se derreteram com as palavras de Rafaella. A repercussão foi tanta, que elas ganhavam milhares de seguidores por minuto, inclusive de fora do Brasil. A quantidade de pessoas defendendo Bianca tornou-se expressivamente superior do que as que criticavam.

     Rafaella tomava banho na banheira quando Bianca entrou no banheiro. Ela finalmente havia ligado o celular e chorou ao ler as publicações da esposa.

—  Aff... — buscou os olhos de Rafaella. — Se até eu que sinto o seu amor todos os dias chorei, imagina quem me odeia? — enxugava as lágrimas.

— Eu te amo. — sorriu. — E é uma delícia saber que agora eu posso gritar pro mundo que eu te amo. Vem cá. — chamou.

      Bianca tirou a roupa e entrou na banheira. Sentou de frente para Rafaella, em seu colo, e passou a ter as costas acariciadas por ela.

— Não me acostumo com o quanto você é linda. — Bianca a beijou profundamente.

—Depois de amanhã é o seu aniversário... Quê que cê quer fazer? — Rafaella perguntou entre os beijos calmos.

— Eu nem lembrava disso? — estava enfraquecida com a esposa que passava a beijar seu busto.

— Quer chamar a Mari, o Miguel, etc, e ir pra alguma festa? Não é todo dia que se faz vinte e sete anos... — quase sussurrou.

      Bianca ainda se surpreendia com a habilidade de Rafaella em manter uma conversa e lhe excitar ao mesmo tempo.

— Aham... Pode ser... — concordou sem entender direito o que estava concordando pois Rafaella passava a língua e sugava seus seios. — Vinte e sete é uma idade perigosa... — sua voz estava pesada e seus olhos fechados. — Acho que vou viver como se não houvesse amanhã e te dar algo mais... — abriu um sorriso largo e riu por não aguentar a piada na própria provocação.

— Diaba. — disse parando o que estava fazendo para a olhar. — Não pode ser com vinte e seis não, tipo agora? — levou as mãos aos seios de Bianca, apertando os mamilos devagar.

— Não, só com vinte e sete. — inclinou-se e voltou a beijar a esposa vorazmente.

                                                                    [Continua...]

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Ai ai ai kkkkk. Gente obrigada pelas sugestões dos nomes, amei muito todos, Vitória, Maria, etc, todos tinham a ver com a história, mas Hope foi bem característico (e eu não tinha pensado nisso), fiquei soft. Beijos e até o próximo capítulo ❤️

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