As mil melodias que cantei po...

By Lilly_gi

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Ayla Souza finalmente chegou ao seu último ano no colegial. Será a última "nova escola" e ela sabe que não es... More

𝑁𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑎𝑢𝑡𝑜𝑟𝑎 + 𝐸𝑙𝑒𝑛𝑐𝑜 + 𝐸𝑝𝑖𝑔𝑟𝑎𝑓𝑒
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By Lilly_gi

NOITE DE FESTA E RISCOS

AYLA

Sozinha no carro, aumento o som e assisto a estrada correr sob o céu de fim de tarde. As janelas abertas, o vento correndo em meus cabelos e cortando minha voz tão alta quanto os auto-falantes. Aonde estou indo é um novo passo, um no qual eu tenho tentado não pensar muito. Sempre estive tão focada na minha aparência que mudar esteve fora de questão. Sair do padrão nunca é a opção segura. Mas agora, por que não? Tudo tem sido diferente esse ano para mim, e sou tão avassaladoramente grata a aquelas duas garotas por isso. Vou ser o que eu quiser e, essa noite, juro a mim mesma que nada irá me segurar. Eu tenho quase dezoito e quero agir por impulso mais uma vez.

Chegando ao atual cabeleireiro de minha mãe, que tem ótimas recomendações, ele já está à minha espera e já sabe o quero, pois temos discutido sobre a semanas. Nada clássico ou tradicional, mas quero estar mais linda que puder ser, e sei que saberá me dar isso. Caramba, confio nele com uma tesoura na mão e meus olhos fechados.

Ficamos mais de uma hora conversando sobre coisas banais, novos filmes, minha mãe e seu Yôga, marcamos jantares e muito mais. Quando ele termina, meus olhos não parecem acreditar no espelho. Sei que sou eu, mas... diferente. Linda e uma leve inclinação para o fora do padrão. Eu me sinto uma garota que adorarei conhecer a partir de hoje, com meus longos cabelos na sua cor natural de castanho, mas agora com mechas verde limão e cachos, o que resultou em um par perfeito com meus olhos e autoestima elevada. Eu me sinto tão bem comigo!

- Obrigada! OBRIGADA!! - Grito eufórica para o cabeleireiro, Lucca, que sorri comigo espalhando meu cabelo sobre os ombros.

Hora do look e eu estou andando-correndo pelo shopping tentando não ficar mais ansiosa. O tempo não está a meu favor, mas preciso da roupa perfeita em quinze minutos. Olho vitrine por vitrine. Não é só uma roupa, nunca é só isso. Cada detalhe, tudo vale. É como todos te vêm, e eu preciso pelo menos de uma boa embalagem. Para algumas pessoas isso seria o cúmulo da futilidade. Encontrar o que você quer ser em vitrines e cabides? Que absurdo! Como eu disse, nunca é só isso. Me ver bem por fora faz com que eu acredite que está tudo bem por dentro, ou que pode ficar.

Paro em meus passos, encantada na vitrine a minha frente. Tempo recorde: 10 minutos.

-Hey, mãe! - cuprimento minha mãe assim que entro com as sacolas de compras na mão, batendo o pé na porta para fechar. Estou feliz por ela ter sido a primeira pessoa a me ver com o novo cabelo, pois é visivel sua felicidade ao me ver sorrir. Eu a amo tanto! Meu celular vibra no bolso, alertando que já são sete e quarenta da noite. Dou um abraço em minha mãe e me preparo para falar as palavras, sendo sincera. Preciso falar, mesmo que só agora. Rápido, só falar e subir, Ayla!

- Eu te amo, mamãe.

- Por que só a mamãe? - Meu irmão mais novo fala, me parando nas escadas. - Não me leve a mal, eu também te amo - declara Raul para nossa mãe. Mas e eu, Ayla?

- Está carente, garoto?

- Ah, para de ser chata!

- Eu te amo, garotinho - assumo e me derreto ao ver seu sorriso, o que eu considero o mais fofo do universo.

- Eu sei. Também amo você.

Eu não resisto e corro até ele, o abraço apertado por trás do sofá e sinto seus dedos na minha costela, fazendo
cosquinhas e então, somos nós dois rolando do sofá para o tapete no chão.

- Sai, Ayla! Eu já sou um rapaz. - Resmunga me empurrando, mas ambos ainda estamos rindo.

- Claro que ele é! - diz minha mãe, nos olhando com ternura e um sorriso bobo. Eu me orgulho de ser sua filha, afinal, ela não precisa ser perfeita para ser incrivel.

Saio da sala quando Raul volta para seu jogo de dominó que jogava antes com a mamãe e vou ao banheiro para tomar uns dos melhores banhos da minha!

Banho tomado, pele hidrata, roupa e cabelos perfeitos, botas sem salto para dançar sem medo e maquiagem impecável. Não olho muito, não quero pensar demais no reflexo, apenas guardo a imagem do meu sorriso na memória e saio do quarto quando o alarme desperta às 20:20. Estou atrasada. Mas elegantemente atrasada, espero.

Me despeço da minha mãe e do meu irmão que estão jantando na cozinha, pego a chave do carro de Will mais uma vez e o pego na garagem.

A entrada da casa de Emily está impressionante e a músi- ca se ouve a três quarteirões daqui. No portão estão Júlia e Emily, olhando-me e por um tempo elas não falam nada, eu sei que queriam brigar pela demora, mas as abracei antes disso, fazendo-as sorrir.

- Por que tenho a impressão que você vai causar? - Pergunta a loira fabulosa, elevando um lábio e enrugando o espaço entre as sobrancelhas.

- Porque eu vou - brinco.

- Você pintou o cabelo?

Assinto e reparo encantada a seu vestido brilhante no estilo princesa, mas curto. - Nossa, você está tão linda! - Júlia, ao nosso lado, veste uma blusa curta de manga longa e saia de fada, pretos e brilhantes. - Todas vocês! Caramba, essa saia é minha nova obceção!

A ruiva ri de mim. - Obrigada, Ayla. Posso te emprestar, se aceitar trocar por esse vestido pecaminoso que encontrou.

Sim, esse pode ser um bom adjetivo para meu vestido preto justo com decote alto e mangas longas mas não completamente fechado, com muito brilho. O batom vermelho com certeza melhora tudo.

Abraço as duas e entro com Emily, pois Júlia foi se encontrar com uns outros amigos. Hoje eu posso dizer que sei o quanto as amizades são importantes para ela, não só para Júlia, para Emily também e isso mostra que tive sorte. Elas se entregaram de verdade a isso, como eu aprendi a fazer.

Sou imersa em boa música e adrenalina assim que atravesso o portão e encaro uma multidão.

- O que vai querer beber? - Pergunta-me a loira.

Olho para ela e dou um sorriso antes de prosseguir até o balcão improvisado no jardim e peço dois drink de Vodka com Coca ao bartender arranjado, sendo um aluno da sala ao lado da nossa. Ele veste uma camiseta cinza justa, calça cargo e tem um belo par de olhos cinzas sob o cabelo loiro cacheado.

- Eu não disse que queria isso. - Emily reclama ao meu lado.

- Você perguntou o que eu queria, e é isso. - Aponto na direção do cabelinho de anjo que prepara a bebida. - Você escolhe o seu, Emy.

Ela olha para mim com os olhos arregalados, mas com divertimento e diz: - Pode deixar.

Assisto à minha amiga se debruçar sobre o balcão e piscar para o garoto atrás dele. - Talvez eu queira você ao fim da festa. - E então pega a bebida rosa que ele estava preparando para a garota do lado.

Bebo o líquido do meu primeiro copo de uma vez e vou com o segundo para a pista de dança, deixando Emily xavecar o nosso barman.

Está tocando apenas o ritmo eletrônico e as muitas pessoas acompanhando a batida fazem o ambiente aberto se aquecer. Termino meu segundo copo e o coloco na primeira mesa que vejo pela frente e então, meus olhos congelam no cara sentado à minha frente e sinto como se os seus olhos pudessem me queimar se quisesse, mas de um jeito bom. Muito bom.

Hoje, agora, não quero pensar no ontem, ou nas semanas passadas. Quero sentir. E, merda, cada maldita sensação que esse cara me fornece são pequenas doses do paraíso, tanto como são totalmente erradas. Se devo-me confessar, eu busco por isso como uma viciada.

Faço questão de olhar no fundo de seus olhos.

- Resolveu me olhar agora? - pergunta um lindo e atrativo babaca.

- Sim - respondo com um sorriso ladino.

Isak me olha de cima a baixo e vice-versa, neste momento eu sei que tenho sua total atenção e não me sinto desconfortável.

- Por vontade própria ou está bêbada? - Ele cruza os braços e semicerra os olhos.

Eu não vou dizer a verdade de modo algum, sendo assim: - Não sei.

- O que você quer?

- Que você descubra.

- Garota, não brinca assim. Não é legal.

- É confuso?

- É. - Ele está tão sério.

- Você também é. - Jogo de volta, indignada. Ele ri e eu apenas aprecio a arte de observar. Há algo quando ele faz isso, algo perigoso que faz meu sangue ferver e meu estúpido coração bater mais forte.

Seus olhos se movem dos meus para minha boca, repetidamente.

- Para o que você quer, talvez eu tente, Ayla.

Há isso também, a forma como diz meu nome.

- Dança comigo? - convido, empurrando o nó de vergonha garganta abaixo.

- Não.

- O quê? Por que?

- Não é uma boa ideia, Ayla.

Eu tenho uma lista de coisas que não são boas ideias e acabei de rabiscar com vermelho vinte delas. Mas ser negada assim... Eu gostaria de sumir agora, como mágica. Claro que foi um erro, desde o começo.

- Ok, - sorrio. Sempre sorrio para esconder emoções negativas. É um hábito. - Está tudo bem, vou encontrar alguém que queira. - Viro o pingente do seu cordão para o lado certo. - Se cuida.

Quando vou dar o terceiro passo que me levará para o meio da galera dançante, sinto seu corpo atrás do meu, seu braço envolta da minha cintura e seu hálito aquece minha bochecha quando diz: - Você não precisa procurar, querida. Já achou o que estava procurando para sua noite.

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