HOPE [Rabia]

By gonestew

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Elas teriam que viajar pelo mundo por um mês para estrelar uma campanha publicitária. Esse tempo poderia muda... More

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Destino

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By gonestew

<Música do Capítulo - "FINNEAS - Break My Heart Again">

Capítulo 25 - Destino

        Rafaella era a prova de que os nossos olhos nos pregam peças. Uma visão atrelada a traumas passados e ciúmes pode gerar catástrofes. Além de tristeza, ela sentia raiva e um punhado de rancor por toda a situação. Ela não acreditou nas mensagens de Luísa e nem sequer a respondeu. Por um bom tempo ela só acreditou no que os seus olhos tinham visto: Bianca semi nua numa cama com uma garota que ela sabia que ela sempre tinha tido vontade de pegar.

       Bia não conseguiu se comunicar com Rafaella, então mandou flores durante os cinco dias da semana. Todos os buquês ficaram na portaria, ela não deixou que o porteiro deixasse subir. Porém, Cláudio guardou todos os bilhetes que vinham junto das flores, ele adorava Bianca e viu que esse nome estava assinado em todos os rodapés.

       Rafaella chegou do trabalho ao anoitecer como sempre fazia e passou na portaria para verificar se encomendas que estava esperando para fazer publi haviam chegado. A mulher estava tão abatida que Cláudio sentiu que deveria dar um jeito de entregar os bilhetes, então ele colocou tudo em cima da caixa que ela estava esperando, junto com os envelopes de cobranças.

         Ao subir, foi direto pro quarto e mal cumprimentou os pais que estavam na sala. Colocou a caixa em cima da cama e passou a abrir os envelopes. Os pequenos pedaços de papel que ficaram no fundo a chamaram a atenção e quando ela abriu o primeiro, sentiu um choque na espinha.

1. "Eu errei e imagino que o que você viu tenha sido horrível. Mas acredite em mim, não passou de um beijo. Eu não conseguiria ir além disso bêbada ou não. E com você ou não, sigo sendo sua." - Bia

       No segundo bilhete, Rafaella já chorava sem parar.

2. "Hoje eu acordei e não acreditei que tudo isso tá acontecendo. Sinto falta de tudo, da sua voz, dos nossos planos, de existir sabendo que tenho sorte por ter te encontrado no meio das eras. Com você ou não, sigo sendo sua." - Bia

3. "Sinto a sua falta. Por favor, a gente precisa conversar. Com você ou não, sigo sendo sua." - Bia

4. "Hoje eu descobri que a saudade consegue
reproduzir seu cheiro em todos os lugares. Com você ou não, sigo sendo sua." - Bia

5. "Eu te amo." - Bia

        Bianca devia ser Coach em amolecer corações, Rafaella tinha certeza disso, pois sua raiva foi sugada e mais uma vez ela se sentia sem escapatória quanto a amar Bianca Andrade. Ela precisava espairecer, tomar um ar e falar com Bia. É, ela precisava falar com ela, pois doeu ainda mais imaginar que ela estava sofrendo. Ao passar pela sala, sua mãe perguntou pra onde ela iria com o mesmo ar desconfiado de sempre quando chegavam as sextas feiras.

— Mãe, a senhora tá vendo isso aqui? — apontou pras próprias olheiras. — Eu não durmo há uma semana. — foi enfática. — Eu não como direito há dias. Mas é claro que você não percebeu porque sua obsessão em vigiar se eu to com a Bianca ou não é tão grande que você esqueceu das coisas simples. Pois bem, eu não estou mais com a Bia, e sim, esse é o motivo do meu choro. Mas parabéns, vocês venceram. — saiu batendo a porta deixando os pais boquiabertos.

        Rafaella pegou um táxi e foi até a praia, sentou-se na areia e sentiu que podia confiar na brisa leve que a deixava ouvir seu coração com clareza. Não demorou para que ela pegasse o celular e discasse o número do contato que ela havia apagado num momento de fúria. E então, se sentiu derrotada por saber o número de cor.

"Oi..." — Rafaella disse baixinho.

"Rafa...?" — Bianca temeu que seu coração parasse naquele instante.

"Como você tá?" — não conseguia esconder a tristeza na voz.

"Você sabe..."

"Eu li o seus bilhetes... Eu acredito em você." — disse sem delongas.

"Se acredita em mim porque você não tá comigo agora?"

"Porque eu percebi que preciso curar algumas coisas dentro de mim. Não foi normal o jeito agressivo que eu reagi e nem o jeito que eu tratei toda a situação depois de presumir que você tinha transando com ela."

"A gente se magoou mas a gente se cura." — tentou contornar os rumos da conversa.

"O tempo que eu te pedi eu reconsidero agora. Eu to magoada, você tá magoada. Não quero voltar e ficar jogando coisas na sua cara ou viver em desconfiança por deficiências minhas."

"Jogar o quê na minha cara Rafa? A gente ajeita as coisas cara..."

"Eu vou começar a terapia na segunda. Quero resolver isso com a minha família e todo o resto. Só me dê o tempo de resolver as coisas..."

"Tudo bem." — concordou com pesar, imaginando que duraria no máximo mais uma semana. — "Eu realmente amo você e eu realmente só me vejo com você."

"Eu também Bia. Eu te procuro quando tudo estiver melhor. Mas não me espere. Fique bem."

        As últimas palavras de Rafaella foram como uma lança no peito de Bianca que já sangrava. Mas independentemente dos corações machucados, a vida nunca para.

        E o tempo passou...

2 meses depois...

       Após a última conversa com Rafaella, Bianca passou por algumas fases. No primeiro mês, ela fez o que a Bia de até um ano atrás faria para tirar alguém da cabeça: foi para milhões de festas e baladas e popularmente falando: "passou o rodo". No segundo mês ela sentiu como se estivesse dando murro em ponta de faca pois percebeu que aquilo já não fazia parte dela e odiou um pouco ter se sentido tão preenchida e realizada com alguém a ponto de sentir que os buracos que estava tentando tapar vivendo dessa maneira, eram parecidos com buracos de perfurações de petróleo, fundos demais. Então ela focou em outras coisas...

         Ela se reaproximou de B2, evitou sair com Flayslane e planejou novos projetos. Sempre desviando das curvas de saudade que a tentavam a "desrespeitar" o tempo que Rafaella havia pedido pra se reorganizar. Ela e B2 estavam esperando a equipe da Globo chegar em seu jardim para gravar um depoimento de Bianca para o Fantástico sobre o que havia acontecido em Nova Iorque. Seria a primeira vez que Bianca tocaria no assunto desde o ocorrido e ela estava nervosa:

— Como você tá se sentindo. — Bianca Venturotti perguntou para Bia.

— To bem... Eu nunca tinha falado sobre isso mas se é pra fortalecer outras pessoas acho que é necessário tocar na ferida.

— Você vai conseguir. — B2 sorriu. — Mas aí, mudando de assunto, você não vai mesmo não pra Farofa da Gkay?

— Depois de mais de um mês enchendo a cara e acordando com uma mina diferente na minha cama a cada dia pra todas as vezes me sentir o lixo do lixo, posso dizer com convicção que entrei na era clean.

O namorado do Miguel fazendo escola, haha.

— Amou? Inclusive seis da manhã na segunda feira to partindo com eles pra um monte aí, cinco dias de meditação profunda... Pelo menos é o que tem no folheto do negócio lá. E no fim de semana da Farofa, eu vou partir pro Sul...

— Fazer o quê no Sul meu Deus do céu?

— Missão. Em abril eu virei embaixadora de um projeto social, aí um grupo de embaixadores do Brasil vai nessa região visitar algumas famílias assistidas e tal.

— Projeto esse que a Rafaella também é embaixadora? — B2 estreitou os olhos.

— Eu não sei se ela ainda é, mas de todo modo ela vai pra Farofa. — deu de ombros. — E como dizem que ela tá de fato pegando o compositorzinho, acho que eu sou trouxa nível cair dura se eu vejo uma cena dessas na minha frente... — suspirou triste.

— E haja meditação no monte né minha filha?

— Sim? Dois meses mano, mas dói igual. — atestou. — A luta é diária fia...

       O quadro foi ao ar no domingo e Rafaella estava em casa, dividindo a sala com o irmão, a cunhada e as suas primas. Quando o rosto de Bianca apareceu em sua televisão, ela gelou, assim como ninguém se moveu para mudar de canal, só ficaram em silêncio.

       Bia falou sobre o medo que sentiu e os impactos que isso causou em seu psicológico, em meio a isso, ela começou a falar de Rafaella. A sala entrou em tensão...

"Rafaella, a Rafa Kalimann?" — o entrevistador perguntou.

"Sim, ela." — sorriu de canto.

"Já íamos tocar no nome dela, pois na época saiu na mídia que vocês estavam bem próximas..."

"Sim." — tentou controlar o nervosismo.

"Pode falar..." — o entrevistador a lembrou quando a morena ficou aérea.

"A Rafa me salvou de diversas formas naquela viagem. Ela se tornou minha amiga, de verdade. E foi tudo muito rápido, mas não foi uma rapidez sutil, foi muito intenso. Quando eu vi, a gente tava se amando, cê acredita? Se amando tipo sentimento sabe? Pessoa pra pessoa." — se apressou em se explicar. "E foi o amor dela que me salvou naquele quarto de hospital, essa é uma certeza que eu tenho muito forte dentro de mim... É engraçado falar isso aqui agora, porque eu nunca falei isso pra ela..." — sentiu o peito apertar. — "Mas quando eu tava em coma, ela apareceu pra mim, ela me chamou e eu lembro de ter seguido o som da voz dela antes de acordar..."

"Você acredita que foi real?"

"Então... Eu tenho um amigo que namora um cara super espiritualista e ele me ensinou que é possível sim. Meio que meu espírito tava por aí enquanto meu corpo tava apagado e como a Rafa tava dormindo... É normal que os nossos espíritos passeiem quando a gente dorme..." — repassava o Thomás tinha a explicado. "Aí como a gente se amava muito, ela me encontrou e me chamou..."

         O "amava" foi como um chute no estômago de Rafaella. A loira tinha decidido voltar a falar com Bianca duas semanas depois da última conversa. Mas uma foto que circulava de Bianca beijando outra mulher numa balada, e todo o resto que foi vinculado depois, a fez voltar atrás e jogar tudo na conta do destino. Até porque ainda estava com visitas em casa e não queria reviver tudo de novo.

        Após o fim da matéria, ela foi até o quarto e respirou fundo. Rever o rosto da mulher que ela amava a fez querer dar uma mãozinha pro tal do  destino. Ou o corpo todo se fosse preciso. Era quase certo que sua mãe voltaria pra Goiânia no fim de semana, segundo Genilda, o estado crítico da doença havia passado e ela poderia continuar o tratamento em um hospital local.

         Rafaella encomendou um buquê imenso de flores na melhor floricultura de São Paulo, que chegaria na casa de Bianca na segunda de manhã. Junto dele, iria uma carta que ela ditou:

"Você foi muito corajosa falando tudo aquilo pro Brasil, tenho certeza que vai servir pra muitas mulheres que tem que lidar com traumas de violência. Morro de orgulho de você.

E eu me lembro que eu te chamei. Eu te procuraria e te chamaria quantas vezes fosse preciso pra te ter de volta, nesse plano ou em qualquer outro.

Talvez eu esteja cansada de te encontrar só em sonhos...

Eu não sei como a sua vida está, mas eu me sinto pronta pra te ter de volta na minha. Seja como amiga, amante, qualquer coisa. Eu faço um esforço pra te enxergar da maneira que você se sentir mais confortável nesse momento, mesmo que eu só te enxergue como o amor da minha vida.

Me desculpa por tudo Bia, as confusões, o medo, o zelo excessivo que pode ter sido interpretado como indecisão. Eu quero muito recomeçar ou simplesmente continuar, pois mesmo sem você, eu segui sendo sua."

      O buquê e a carta chegaram em horário comercial, às oito da manhã. Bianca havia partido pro monte com Miguel e Thomás às seis.

      Rafaella esperou a resposta de Bianca por três dias. Como não teve sinal, reuniu toda a sua coragem após algumas taças de vinho e ligou para Bianca. Ela não atendeu. Afinal, sequer havia levado o celular pra sua semana voltada à espiritualidade. Rafa via que stories da morena estavam normais, por mais que fossem só posts de publicidade. É que Bia havia deixado tudo pronto antes de viajar...

        A falta de esperança então, tocou o coração da loira.

       Ao provar a roupa que iria para a Farofa da Gkay, Rafaella se sentiu péssima só de pensar em ver Bianca. Tudo a levava a crer que a morena só queria distância dela. E se ela não sabia lidar com a indiferença de Bia com uma carta, ligações e mensagens não respondidas. O que ela faria se Bianca fingisse que não a conhecia ou lhe negasse um abraço que fosse?

'Mudança de planos Rafaella, mudança de planos, pra ir num evento desse você precisa de pelo menos mais dois anos de terapia.'

         Cabisbaixa, ela foi para sala e procurou uma carta entre os envelopes. Encontrou números miúdos que indicavam ser o telefone do seu novo destino do fim de semana e fez uma ligação...

— Oi, aqui quem fala é Rafaella. Rafa Kalimann. Eu queria confirmar a minha presença no voluntariado de embaixadores que vai ocorrer esse fim de semana...

                                                                     [Continua...]

———————————————————————————

A quem sofreu com os últimos capítulos: desculpa 🤍

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