The Stripper (rabia version)

By sunshinecabell

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

Capítulo 1 - Duas Vidas
Capítulo 2 - Voltando ao Brasil
Capítulo 3 - The Stripper
Capítulo 4 - Nova Presidência
Capítulo 5 - Primeiro Dia
Capítulo 6 - Conversa e mais tempo juntas
Capítulo 7 - A dança
Capítulo 8 - O beijo
Capítulo 9 - Perdendo o controle
Capítulo 10 - Le Café
Capítulo 11 - Devaneios
Capítulo 12 - Confusão
Capítulo 13 - Presente, carona e conversa
Capítulo 14 - Jogo perverso
Capítulo 15 - Chegada inesperada
Capítulo 16 - Reencontro
Capítulo 17 - Conhecendo a família
Capítulo 18 - Um dia diferente
Capítulo 19 - O jantar
Capítulo 20 - Dura realidade
Capítulo 21 - O troco
Capítulo 22 - Perdidas
Capítulo 23 - Arrisque-se
Capítulo 24 - Toda hora
Capítulo 25 - Caminhos cruzados
Capítulo 26 - Desentendimentos e Desculpas
Capítulo 27 part 1 - Uma nova aliança
Capítulo 27 part 2 - Uma nova aliança
Capítulo 28 - Um dia especial
Capítulo 29 part 1 - Momentos
Capítulo 29 part 2 - Vitória do Inimigo?
Capítulo 30 - A descoberta
Capítulo 31 - Confronto
Capítulo 32 - Turbilhão de sentimentos
Capítulo 33 - Caindo em tentação
Capítulo 35 - Coisas do passado
Capítulo 37 - Pedidos
Capítulo 38 - Erros e arrependimentos
Capítulo 39 - Presente especial
Capítulo 41 - Mentir, sim ou não?
Capítulo 42 - O Prêmio
Capítulo 43 - Noite de descobertas
Capítulo 44 - O inimigo comemora.
Capítulo 45 - Sair, sim ou não?
Capítulo 46 - Decisão
Capítulo 47 - The Lap Dance
Capítulo 48 - Xeque-mate
Capítulo 49 - Estratégia
Capítulo 50 - Nova Era
Nova Fanfic
Capítulo 51 - Acerto de contas
Capítulo 52 - A perda

Capítulo 40 - Vai dar tudo certo?

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By sunshinecabell

oq sera que vem ai

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Point Of View Amber

Fiquei por mais alguns instantes apenas observando toda a movimentação na boate, hoje era mais um dia lotado. Graças a Deus, ou melhor, graças a Jennyfer. Neguei mentalmente pensando que a mesma não viria essa noite, e a tamanha irresponsabilidade me enchia de fúria. Bianca sempre foi uma profissional impecável na Imperium, até conhecer Rafaella é claro. Não queria nem pensar nisso agora, o horário do show dela já havia passado e nem se quer um sinal, uma misera ligação. Thelma assumiu seu lugar aquela noite, a morena era a segunda melhor dançarina de todo o lugar, seu corpo e a facilidade com que o mesmo tinha para seduzir cobria a falta de Jennyfer. Mas nem tanto, a intocável tinha clientes que só estavam ali por ela, e mais ninguém. Clientes importantes, magnatas do Rio de Janeiro.

- Fiquei sabendo que Jennyfer não vem.

Eu respirei fundo, ficando para no mesmo lugar onde estava. Levei o cigarro até os lábios dando uma tragada forte, para depois me virar em direção à Ivy. A mulher estava linda, e sorria como quem dissesse "Eu te avisei."

- Não adianta ficar com essa cara de quem morreu alguém, Amber. Nós sabíamos que isso iria acontecer hora ou outra.  Faltas, e descasos. – A mulher falou paciente, enquanto caminhava até a bancada de bebidas, servindo-se de um copo de Martini.

- Ela não devia fazer isso comigo, eu fui à pessoa que mais a ajudei.

- Ela já esqueceu disso, ela tem Rafaella agora.

Rafaella...esse nome apenas me fazia sentir uma repulsa enorme. Maldita hora que entrou em minha boate. Apertei a taça com força, sentindo que a qualquer momento a mesma quebraria entre meus dedos. Até sentir os finos dedos de Ivy deslizarem por meus braços em um carinho.

- Eu disse a você, Amber, mas você ainda tem pena dela. – Suas palavras eram sussurradas friamente em minha nuca, provocando um arrepio por todo meu corpo. – Jennyfer não merece sua compaixão.

- A culpa não é dela, a culpa é de Rafaella! – Falei furiosa.

Eu senti Ivy sorrir em minhas costas. Sua mão subiu até meus ombros onde apertou devagar, em uma massagem lenta e relaxante.

- Não importa de quem é a culpa. Nós não podemos deixar que nosso plano morra agora. Não podemos deixar que Rafella consiga tirar Jennyfer da Imperium, certo?

Ivy falou baixinho, enquanto deixava seus lábios molhados deslizarem por toda extensão do meu pescoço. E eu apenas assenti. Nós nunca havíamos nos envolvido de forma carnal, mas naquela noite, ela parecia querer algo mais.

- Certo.

- Perfeito. Agora eu quero que você desça até o centro da boate. Sabemos que a srta. Labres está lá. E a convença que ela não vai se arrepender de conhecer nossa pobre dançarina.

Disse pertinho do meu ouvido, dando uma pequena mordida na cartilagem ao terminar de falar. Eu fechei os olhos e suspirei, olhando pela enorme vidraça da janela. Bárbara Labres se divertindo à custa de uma de minhas dançarinas. Se ela seria a solução para o meu problema com toda certeza eu o faria.

- Deixe comigo, eu farei isso.

Ivy sorriu maliciosa, soltando uma pequena piscada.

- Vou te esperar aqui para comemorar, Amber. – Disse sentando-se em minha cadeira.

Eu a olhei pela última vez antes de sair da sala. Desci as escadas ouvindo o som sensual da música ficar cada vez mais forte, passei entre algumas pessoas importantes no qual falei, até caminhar para o centro onde meu alvo estava. Bárbara sorria maliciosa, com os olhos que transbordavam luxúria em cima da dançarina que rebolava seminua a sua frente. Ela estava gostando do pequeno show, hora ou outra colocava alguns dólares no elástico da calcinha da mulher. Me aproximei devagar, e sentei ao seu lado no sofá de couro marrom. Bárbara soltou uma forte lufada de ar para o alto, deixando que a fumaça de seu cigarro se espalhasse pelo ambiente.

- Gostando do show?

Ela me fitou com um sorriso surpreso, dando dois toques no cigarro para que as cinzas caísse no recipiente da mesa.

- Estou fascinada.

- Hum, mesmo?

- Sim, está cada vez melhor, Amber, veja. – Apontou para a loira que rebolava sensualmente a sua frente.

- Que bom que está gostando,srta. Labres, você é uma das clientes de peso da Imperium.

Ela sorriu com um ar arrogante, tomando um gole de sua bebida de cor avermelhada.

- Sou?

- Claro, sei que viaja muito e que não tem tempo para frequentar muito minha boate. Mas tenho coisas bem melhores a te apresentar.

Bárbara me fitou curiosa, arqueando uma das sobrancelhas com um sorriso no rosto.

- Melhores? Se já estou fascinada com essa, imagina com o melhor.

- Muito melhor,srta. Labres.

- Estou aberta a novas propostas. – Falou ela tom de brincadeira.

Bárbara já estava bem animada, com toda certeza já havia bebido mais do que deveria. Mas ela nunca perdia a pose arrogante e o sorriso malicioso. A mulher tinha uma enorme fama de cafajeste e pegadora, seu nome sempre estava estampado nas capas de revista de fofoca. Sempre muito bem acompanhada por belas mulheres, modelos e prostitutas. Mas Bárbara não se importava afinal quem se importaria com a opinião alheia com a quantidade de dinheiro que tinha?

- Ótimo, como você sabe reconhecer boas dançarinas. Lhe apresentarei a melhor de toda minha boate.

- Melhor do que todas essas?

- Todas, de todo Rio . – Falei confiante.

- Está me deixando realmente curiosa para conhecer essa tal mulher.

- Isso é maravilhoso, daqui a três dias ela irá se apresentar aqui. Se quiser, pode comparecer, apenas para dar uma rápida olhada em minha pedra preciosa. Se for de seu interesse, podemos fazer bons negócios.

- Como ela se chama?

- Jennyfer. Devo lhe adiantar que ela nunca sai com nenhum de seus clientes, não é prostituta, apenas dançarina. Mas eu garanto, ela é melhor do que todas essas juntas.

Bárbara soltou uma pequena risada, enquanto tomava um gole da bebida.

- Nunca saiu com nenhum dos clientes?

- Não, como estou lhe dizendo. Jennyfer é apenas dançarina, não aceita qualquer tipo de proximidade.

- Para tudo nessa vida há uma exceção,Candece.

Desafiar Bárbara a conquistar Jennyfer era o melhor caminho, ela era o tipo de mulher que adorava desafios, mas além disso ela amava muito mais ganhar eles.

- Não sei se consegue, Jennyfer só deu chance a uma mulher nessa boate durante todos esses anos.

Eu pude ver ela franzi o cenho, me dando um olhar curioso.

- Quem seria a premiada?

Sorri cínica.

- Não consegue imaginar?

- Odeio adivinhar, me diga. Ela tem que ser muito poderosa, não é?

- E é!

- Diga-me!

- Rafaella Kalimann.

No mesmo instante que ela ouviu o nome de Rafaella, um sorriso apareceu em seus lábios. Bingo!

- A única?

Eu assenti paciente.

- Rafaella foi à única que conseguiu uma aproximação com Jennyfer, ela sempre vem assistir os shows dela aqui.

- Cliente fixa, então?

- Digamos que sim, Rafaella não perde uma.

- Rafaella e eu sempre nos encontrando por essa vida.

Bárbara falou fitando a dançarina à sua frente, ela parecia pensar em tudo que estávamos conversando, sua expressão denunciava isso.

- Acho que agora eu gostei mais dessa Jennyfer. Vou lhe mostrar que se a Kalimann conseguiu, eu também conseguirei.

- Então você vem?

- Claro, eu preciso apreciar sua pedra preciosa, Amber.

- Ótimo, você não vai se arrepender eu garanto. Bom, aproveite a noite qualquer coisa que precisar é só me chamar,srta. Labres.

Ela levantou a taça em minha direção com um sorriso, e eu me retirei. As coisas começaram melhor do que eu imaginava. Caminhei em passos lentos até meu escritório, e pela janela eu podia ver Ivy me fitar, eu apenas fiz um sinal positivo. E ela sorriu. Rafaella não tiraria Bianca de mim, não mesmo.

[...]

Point Of View Rafaella Kalimann

Não teve acordo, por sorte ou obra do destino, ficamos presas naquela sala até o horário do show dela terminar. E confesso que, aquilo havia me deixado feliz demais, afinal não me agradava em nada ter minha namorada dançando naquela boate para uma multidão. Bianca no inicio não acreditou que a porta realmente estava emperrada, mas depois aceitou, e com um pedido carregado de manha ela resolveu ficar aquela noite comigo.

Pedi que ela tomasse um banho comigo, mas ela negou, afirmando que eu não estava merecendo aquela noite. E não teve reza que a fizesse mudar de opinião. Eu simplesmente tratei de tomar um banho demorado, para depois sair e entregar um de meus moletons para que ela usasse para dormir, afinal a mesma não se preparou para dormir comigo aquela noite.  Enquanto Bia estava em seu demorado banho, cuidei de preparar algo para comer, passei a tarde inteira enfiada dentro daquela concessionária escolhendo o melhor carro para Bianca. Obviamente que eu tinha vontade de dar um carro muito melhor a ela, mas conhecia bem a morena. Se seria difícil fazê-la aceitar este, imagine se eu lhe comprasse um carro tão caro quanto os meus. Ela ia surtar.

Neguei com a cabeça, enquanto cortava algumas frutas em uma tigela. Já estava bem tarde, e não faria algo demorado e pesado para comer. Uma salada de frutas seria o suficiente para nos manter satisfeitas até o começo do dia seguinte, esforço não faríamos. Infelizmente.  Cortei tudo em pedacinhos, desde morangos, banana, kiwi,maçã, uvas e etc. Misturando com um iogurte natural delicioso.

- É... até que da pro gasto. – Falei para mim mesma após ver a taça recheada e colorida.

Caminhei em direção ao quarto colocando a bandeja sobre o criado mudo, esperaria Bianca para poder comer. Ela demorou em cerca de mais uns cincos minutos, até a porta se abrir. A carioca saiu vestindo somente o meu moletom acinzentado, que cobria até um pouquinho acima do meio de suas coxas. Ela retirava o excesso de água dos cabelos distraidamente. Enquanto eu suspirava feito uma idiota."Oh, Céus".

Eu fiquei a fitando por sei lá quantos minutos, notando o quão linda ela ficava vestindo minhas roupas. É claro que eu preferia que Bianca estivesse usando o que eu mais gostava, que seria nada. Mas o moletom estava ótimo, ela terminou de secar os cabelos molhados e então colocou os olhos sobre mim.

- O que foi? – Perguntou com um sorriso.

- Gosto de você usando minhas roupas.

Bianca deu uma rápida olhada em seu corpo, e depois me fitou.

- Gosto de usar suas roupas, apesar deste moletom estar bem grande. – Comentou ela enquanto virava em direção ao banheiro.

Ele estava um pouco grande, mas nem tanto. O mesmo deixava as pernas e uma parte do bumbum da morena de fora quando ela levantava os braços. Bianca colocou uma das pernas apoiada na beira da cama, onde devagar despejou um pouquinho do creme corporal em sua pele, onde deslizou devagar suas mãos. Era um tanto tentador aquilo tudo. Imagine você deitada em sua cama vendo Bianca vestindo somente um moletom grosso, com os cabelos molhados virados apenas para um lado, enquanto a mesma deslizava as mãos por suas grossas pernas. Ela sabia o que me causava e fazia isso de propósito.

- Rafaella?! – Ouvi sua voz e a fitei.

Bianca me encarava com um sorriso de canto, cínico. Eu neguei com a cabeça, e peguei a taça de salada de frutas.

- Fiz para a gente comer.

A mulher fez uma cara animada e engatinhou sobre a cama até se aproximar de mim. Bia ficou próxima demais, a ponto de sentar em meu colo.

- Isso me parece ótimo. – Ela disse como se tudo fosse natural demais.

- E está, fiz algo bem leve.

Pousei as duas mãos sobre as coxas de Bianca e fiz um carinho devagar, a morena através da máscara de cílios me fitou. E, lentamente, pegou a pequena colher para capturar um pouco da salada de fruta. Eu nada fiz, apenas deslizei minhas mãos de baixo até em cima. Dos seus joelhos até sua bunda, onde apertei.

- Epa, nada disso,srta. – Bianca fez um sinal negativo com o dedo enquanto deslizava a língua sobre os lábios para limpar o resíduo de iogurte.

- Não tem como eu não te tocar se está sentada em meu colo assim.

- Então eu saio.

Quando ela fez menção de que iria sair, eu segurei em sua cintura. Fazendo seus olhos procurarem os meus automaticamente.

- Não quero te pressionar, mas...  Por que não quer transar comigo?

Bianca comeu mais um pouco, e depois colocou um pouco em minha boca, aquilo estava realmente bom.

- Você está de castigo, Rafaella.

- Posso saber o motivo?

Ela semicerrou os olhos em minha direção. Como quem dissesse "Pare de ser cínica".

- Tudo isso pelo carro?

- Óbvio! Isso não pode acontecer. Se você me visse saindo do jatinho daquela mulher, ia comprar um pra mim também?

Eu soltei uma risada divertida, falando daquela maneira até parecia exagero. Mas eu só havia comprado um carro. Que mal tem nisso?

- Não ria, estou falando muito sério, Kalimann. Você não pode agir como se fosse minha dona.

Eu suspirei, e Bianca me deu mais um pouco da salada de frutas.

- Eu sinto muito, Bia, foi impulso,ok? Eu sei que agi mal, e estou pedindo desculpas.

- Agiu muito mal.

- Eu sei, mas eu realmente quero que fique com o carro.

Bianca me olhou um tanto áspera.

- Amor, vamos pensar que esse carro vai ajudar tanto você como as meninas. O carro de Mariana quebrou, e agora vocês têm um novo.

- Rafaella, quando um carro quebra, nós mandamos a um mecânico e não compramos outro. Pelo menos as pessoas normais fazem isso.

Eu sorri e puxei seu rosto para um beijo calmo, e Bianca correspondeu mesmo estando aparentemente brava.

- Isso não vai fazer a greve acabar.

Dessa vez quem semicerrou os olhos na direção dela fui eu.

- Greve?

- Sim, tenho que arranjar uma boa forma de te punir. E uma greve de sexo resolve o problema.

Bianca falou calmamente, pegando o último pedaço de morango da tigela no qual mordeu devagar, em uma provocação maldita.

- Isso não tem graça. – Coloquei a tigela sobre o criado mudo.

- Eu não estou brincando, sem sexo pra você.

- Bianca! –Falei exaltada, empurrando seu corpo contra o colchão macio.

Bia deu um gritinho, quando eu sentei sobre seu quadril prendendo seus pulsos acima da cabeça.

- Tem certeza que quer ficar sem? – Sussurrei em seu ouvido roucamente.

Eu pude ver a morena engolir em seco, e então continuei. Deslizei os lábios pela cartilagem de sua orelha, deixando que pequenas lufadas de ar escapassem entre meus lábios.

- Te-tenho. –Sussurrou.

- O que posso fazer para te fazer mudar de ideia? – Perguntei descendo com os beijos até o pescoço de Bianca.

Em um ato rápido, a morena me virou na cama, se posicionando da mesma forma que eu estava antes. Eu sorri, teria ela se rendido?

- Implore por mim – Disse lambendo o dedo indicador e o polegar lentamente. – E aceite ser passiva.

Eu ri, mas ri alto. Eu não ia implorar pra ser passiva, não mesmo! Já basta as vezes que me rendi, aquilo estava destruindo meu ego.

- Amor, sério. Para. – disse subindo as mãos por dentro do moletom de Bianca.

- Nem pense! É pegar ou largar.

Eu fiquei alguns minutos fitando a mulher que sorria de forma provocante, ela estava fazendo de propósito. Confesso que a maldita sabia muito bem como me castigar.

- Bianca...

- Vai aceitar?

- Não, vou respeitar esse tempo sem sexo. Eu não sou ninfomaníaca, ok?

Bianca deu uma risada alta e eu ri junto.

- Ok então!

Minha namorada falou saindo.

Point Of View Bianca Andrade

Dei um casto beijo nos lábios de Rafaella que ainda dormia serenamente, a noite foi bem tranquila. A mesma aceitou prontamente seu castigo, e apenas dormiu agarrada junto a mim. Estava cedo demais, e eu já estava arrumada para voltar para casa. Eu precisava de roupas para trabalhar, então apenas escrevi um bilhete:

"Saí mais cedo para pegar minhas roupas, você estava linda dormindo e não quis acordá-la. Nos vemos na Kalimann Industry.  Eu te amo – Bianca"

Dei um pequeno beijinho no papel e o deixei sobre o criado mudo. Dando uma última olhada em Rafa que ainda dormia, para depois sair.

A contra gosto entrei em "meu" carro. Rafa não aceitou de forma alguma que eu recusasse o mesmo. Eu precisava de um, e morria de vontade de comprar. Mas ganhar um de minha namorada não estava sendo levado em consideração. O carro era lindo, luxuoso e caro. Tudo que eu não podia ter, mas agora tinha, não é mesmo?

Corri pelas ruas do Rio de Janeiro que estavam até calmas, não demorando muito para entrar em meu prédio.

[...]

- Vamos meninas, temos que pegar um táxi!  Ficar sem minha lata velha está me dando uma dor no coração. – Mari falou pegando as chaves de casa.

- Você já mandou alguém buscar ele?

Manu perguntou arrumando sua bolsa.

- Não, eu preciso ligar para alguém rebocá-lo. Aquilo não sai do lugar nem com reza de mãe de santo.

Soltei uma risada baixa e apenas as acompanhei. Descemos pelo elevador em meio as gracinhas e seguimos a garagem. Manu e Mari me olharam confusas quando parei ao lado de meu carro.

- Boca rosa, eu sei que a Mari está sem carro, mas roubar um não é a melhor saída.

- Jesus disse claramente que não podemos roubar!

- Não posso roubar o que é meu, Mari. – Falei apertando no pequeno controle que destravou o carro.

Ambas me olharam com os olhos arregalados.

- De quem você roubou isso? – Mariana perguntou assustada.

- Querida, se for o que eu estou imaginando. Vamos casar Bianca o mais rápido possível.

- Maria... – Repreendi a mulher.

- Vocês podem me atualizar?

Manu soltou uma risada alta, entrando pelo lado do passageiro. E Mari seguiu para o banco de trás.

- Pelo que imagino, acho que isso foi um presentinho de Rafaella, estou certa?

Mari ficou boquiaberta me fitando.

- Isso é serio?

Eu fitei ambas que esperavam por uma resposta rápida.

- Foi mais um capricho que um presente.

- Como assim?

- Rafella me deu o carro porque nos viu saindo do carro de Bárbara ontem.

- Misericórdia! – Exclamou Mari.

- Bi, será que se a gente for no apartamento de Bárbara, ela dá um novo pra você?

- Manu para de palhaçada,tá? Ela agiu muito mal.

- É muito ciúmes pra uma pessoa só. – Mariana falou concordando comigo.

- Eu só tenho a dizer que amei o carro. Olha isso gente, tudo digital e sofisticado – Manoela falou mexendo no painel do carro.

- Eu vou devolver ainda.

- Não vai mesmo! Agora cala essa boca e dirija.

- Vou sim, não quero que ela fique me sustentando. – Falei ligando o carro e dando partida.

- Bia, você precisa entender uma coisa. Mesmo que Rafaella não te sustente, um dia vocês vão juntar as coisas e você vai ter que aprender a viver com as mordomias que ela pode te dar.

- Mari tem razão, você pode deixar seu orgulho de lado. Vemos que Rafaella só quer o melhor para você.

- Eu sei, mas não quero ser a pessoa que suga ela.

- Pensei que gostasse! – Manu soltou com segundas intenções.

- Manoela!

Mari e eu falamos em um coro.

- Misericórdia, se preserve, Gavassi. Eu quero te encontrar se eu for para o céu um dia.

- Mari, amor, todas transamos, ok? Eu, Bianca e você. Sexo é bom, e nos deixa mais jovens. Se eu for para o inferno por isso, vou transar mais pra valer a pena.

- Isso eu tenho que concordar com ela.

- Jesus há de perdoar vocês por essa multidão de pecados.

Soltamos uma risada uma para outra enquanto seguíamos caminho para a empresa.

Point Of View Rafaella Kalimann

Caminhei em passos apressados pela entrada da Kalimann Industry, recebendo um cumprimento tímido do porteiro. E alguns olhares curiosos e atentos dos outros funcionários. Eu tinha quase certeza que minha fama era de má para eles, e particularmente não me importava com isso. Continuei meu caminho em direção ao elevador sem nem se quer olhar para os lados, apertei no botão iluminado que indicava o andar de minha sala e antes da porta de metal se fechar pude ver Minha mulher entrar juntos das amigas. E porra, ela estava incrivelmente linda.

Os olhos castanhos de Bianca automaticamente se conectaram aos meus, e rapidamente um sorriso apareceu em seus lábios. Que foi retribuído com muito gosto.

- Bom dia, meninas. – Eu disse com os olhos sobre Bianca.

- Bom dia,sra. Kalimann. – Manoela e Mariana falaram ao mesmo instante.

- Não vai me dar bom dia,srta. Andrade? – Perguntei com um sorriso cínico.

Bianca estava usando aquela manhã um vestido vermelho, um tanto justo, que ficava um pouco abaixo do meio de sua coxa. Que realçava nitidamente suas curvas tão maravilhosas, suas pernas estavam cobertas por uma meia calça preta, e seus pés estavam calçados com um scarpin negro. A morena virou de frente para mim, deixando-me notar seu decote chamativo e delicioso. Seus cabelos estavam amarrados em um coque bem feito.

- Bom dia,sra. Kalimann.

A maldita soltou cada palavra arrastadamente. Fazendo todo meu corpo arrepiar. Minha vontade de repetir nosso episodio no elevador estava me corroendo por dentro.

- Agora sim,srta. Andrade. Fizeram uma boa viagem de lá até aqui, meninas?

Bianca arqueou uma sobrancelha.

- Ótima, o carro é muito bom,senhora. – Srta. Gonzalez falou educadamente.

- Divino você quis dizer, nunca mais vou querer entrar no carro de Mariana, depois de ter o carro luxuoso da Bia. – Manoela falou rindo.

- Manu... - Bianca a cutucou, o que me fez sorrir.

Deslizei a mão de leve pela coluna de Bianca, que ficou ereta.

- Vamos? – Disse assim que o bipe soou, fazendo as portas se abrirem.

Eu não iria cair nas provocações de Bianca, ela queria por todas as forças me fazer implorar por ela. Mas meu orgulho era bem mais forte que isso.

[...]

Não estava sendo fácil, eu admito. Resistir à Bianca (e jennyfer) era uma prova de fogo pela qual eu não estava preparada passar. A maldita mulher resolveu testar meus limites durante os dois dias desde o anuncio da greve, sem o menor pudor. Mas eu não iria desistir. Estávamos agora em minha sala, eu juntamente do setor financeiro da empresa em uma reunião importante no qual eu não conseguia me concentrar. Pois Bianca estava ao fundo, sentada no sofá fazendo algumas anotações de forma distraída, ela estava linda como sempre. Hoje ela usava uma blusa de seda com botões na frente, uma saia preta justa que se modelava perfeitamente em seu quadril. Ela estava de postura totalmente ereta, e com as pernas cruzadas. Dando-me total visão de que aquela manhã Bianca usava uma cinta-liga preta. Porra, porque diabos ela tinha que está usando isso? Tamborilei os dedos sobre o copo de chá em cima de minha mesa, deixando que os dois homens falassem. Hora ou outra eu assentia fingindo escutar tudo, quando na verdade eu estava perdida com a carioca a minha frente.

Agora eu entendia o motivo de meu pai sempre dizer "Não misture trabalho com os relacionamentos pessoais".

Bianca ajeitou os pequenos óculos no rosto, ajeitando a pequena mecha de cabelo que teimava em cair em seu rosto. Ela anotava os assuntos mais importantes do que falávamos, por isso não me importava de não ouvir o que os homens chatos falavam. Eu ouvi um deles pigarrear, tirando-me de meus devaneios.

- Sra. Kalimann? – O mais novo chamou.

Eu o fitei e o mesmo me encarava.

- Então, gostou desse novo método? – Perguntou ele.

Eu pisquei algumas vezes, dando uma olhada para Bianca que me fitou com um sorriso.

- Eu vou pensar nisso, ok? Analisar tudo, e chamo vocês depois. Agora me deem licença.

Os homens se entreolharam e assentiram, para logo se levantar e se retirar de minha sala. Eu neguei com a cabeça, tomando um gole do chá gelado. Bianca se levantou de onde estava com um largo sorriso, ela sabia que era o motivo de eu estar assim.

- Anda distraída demais, Sra. Kalimann. – Falou fechando a agenda e caminhando até mim.

A morena rodeou minha cadeira, e se sentou em minha mesa, bem ao meu lado. Meus olhos automaticamente foram de seus pés que agora estavam apoiados na cômoda que ficava atrás de mim. Deixando nitidamente suas pernas expostas com a cinta-liga. Até suas coxas grossas.

- Como não ficar? Porque diabos está usando isso,srta. Andrade? – Exclamei pousando minha mão sobre a coxa dela.

- Não gostou? Comprei pra você.

Bianca falou fingindo inocência, enquanto cruzou as pernas novamente.

- Bia...

- Você precisa ver o restante da lingerie, é linda. – Ela sussurrou provocante e então se levantou.

Em um estalo eu me levantei atrás dela e juntei meu corpo ao seu, fazendo a morena se apoiar na estante a sua frente. Bianca soltou um suspiro e sorriu cínica.

- Posso ver agora, se quiser. – Sussurrei em seu ouvido, dando uma mordida no lóbulo da sua orelha.

Eu pude ver os pelos do corpo de Bianca se arrepiar, minhas mãos apertaram a bunda da morena.

- Você está louca...

- Você está me deixando louca. – Deslizei os lábios sobre sua nunca, enquanto minhas mãos apertavam seu corpo contra o meu – Completamente louca.

- Oh Deus, Rafaella...vão acabar nos vendo! – Seu tom de voz nervoso, só me dava ainda mais vontade de...

- Está com medo? Ninguém mandou me provocar tanto, Jennyfer.

Sussurrei pausadamente, deixando que minhas mãos que estava em suas coxas subissem pelo seu quadril, até descer novamente, mas agora em direção ao seu sexo. Bianca estava nervosa, o medo de ser pega estava a deixando excitada. Eu deslizei os finos dedos sobre o fino tecido que cobria seu sexo, fazendo ela suspirar forte.

- Medo? Eu não tenho medo, Rafaella.

A morena falou de forma sensual, virando-se de frente para mim.

- Mas não vai ter nada, até aceitar minhas condições. – Disse tentando sair de meus braços.

Eu a segurei, prendendo seu corpo.

- Quando essa greve acabar, meu amor, esteja preparada, vou compensar esse tempo todo.

Ela deslizou a língua sobre os lábios, e quando tomei impulso para beijá-la meu celular tocou estridente. E Bianca aproveitou para sair de meus braços, eu apenas sorri quando a mesma escapou.

- Me aguarde, viu?. – Disse baixinho para mim mesma.

Peguei meu celular que estava vibrando incansavelmente sobre a bancada, e atendi.

- Rafaella Kalimann. – Falei.

"Rafinha?!"

- Íris? – Perguntei confusa, fazendo Bianca parar no meio da caminho.

"Oi, Rafa, a Je está ai?"

Eu sorri ao telefone.

- Sim, princesa, aconteceu alguma coisa?

Bianca franziu o cenho e se aproximou rapidamente.

- O que houve? – A morena perguntou nervosa.

Fiz um sinal que ela ficasse esperasse.

"Não aconteceu nada, é que estou na casa da tia Madalena. E não queria ficar aqui sozinha, é muito chato."

- E onde está sua mãe?

"Foi atrás do meu pai em alguma cidade aí. Mas não lembro não. Rafa, você pode me buscar?"

Eu pensei por alguns instantes.

- Claro, vou sim. Não se preocupe. Nos falamos depois, princesa. Beijos – Falei desligando o telefone.

- Rafaella, me diga o que está acontecendo! Íris? – Bianca exclamou agoniada.

- Pode ficar tranquila? Íris está ótima.

- Como ela liga pra você? Como ela conseguiu seu numero?

Me levantei da cadeira e puxei Bianca devagar com a mão, até fazer a mesma se aproximar. Quando se tratava de Íris, Bianca era bem cuidadosa.

- Amor, olha pra mim.

A morena me fitou um tanto agoniada.

- Íris está ótima, me ligou para pedir que a buscasse. Disse que está muito chato onde ela está.

Bianca semicerrou os olhos, e eu sorri.

- Como assim, essa menina te liga pra pedir uma bobagem dessas?

- Bia, eu disse a ela que poderia me ligar sempre que quisesse. E ela prontamente faz isso.

- Vou ter que falar com ela, isso não pode.

Puxei mais seu corpo para mim, envolvendo sua cintura com os braços.

- Deixe ela, nos vamos buscar ela hoje à tarde, ok?

- O quê? – Perguntou surpresa.

- Isso mesmo, desmarque nossos compromissos. De acordo com Íris, tia Madalena não é legal.

- Onde está Monica?

- Ela disse que foi atrás de seu pai.

Bianca suspirou áspera. E negou com a cabeça.

- Relaxe, está tudo bem.

- Não está, Rafa, minha mãe não pode largar Íris na casa de qualquer um para procurar aquele traste.

- Não é uma tia?

- Sim, mas Madalena nem é tão próxima da família.

- Vamos buscar ela hoje. Fica tranquila.

- Se quiser, eu posso ir sozinha, e deixar ela com a Thelma para voltar e trabalhar.

Eu sorri, e depositei um pequeno beijo nos lábios de Bianca.

- Olha, Íris ligou para mim. Então a srta. é apenas uma convidada de nosso passeio.

A morena abriu a boca, fingindo estar ofendida.

- Então é assim? Um complô?

- Sim, você aceita sair com a gente?

Bianca sorriu e me beijou.

- Ok, amor, eu aceito.

Puxei a mesma para junto de mim, em um beijo lento e demorado. Eu não sei por quanto tempo ficamos naquele carinho, mas só nos largamos quando ouvimos a porta ser aberta.

- Hellou! O que é isso? pegação nessa empresa? – Gizelly exclamou rindo.

Soltei Bianca devagar, rindo de Gi que nos encarava maliciosa. A morena ao meu lado ruborizou violentamente enquanto arrumava a própria blusa.

- Gi...

- Estou mentindo? Venho aqui a procura de resolver assuntos importantes. E encontro a diretora aos beijos com a funcionária.

- Isso é inveja? – Bia perguntou brincalhona.

- Óbvio, estou numa seca sem fim. – Gizelly bufou irritada.

- Rafa também está, aproveitem. – Bianca falou saindo da sala.

- Está na seca?

- Greve de sexo, acredita?

- Pior coisa da vida, quer beber pra essa dor passar?

- Quero. – Falei rindo.

- Ótimo, vamos de whisky. Enquanto isso veja essa pasta, eu encontrei tudo que você pediu. Podemos dar entrada no processo e logo você terá o que quer.

- Logo? – perguntei tirando os papeis.

- Logo, com bastante dinheiro é claro. Mas terá como pediu.

- Dinheiro não é problema, Bicalho.

- Disso eu sei muito bem chefa. – Gizelly falou levantando o copo da bebida.

Point Of View Bianca Andrade

Cheguei até ficar curiosa, depois de minha saída da sala de Rafaella, Gizelly e a mesma trataram de assunto que eu nem se quer fazia ideia, tratei de pergunta se queriam algo, mas a mesma negou e ainda disse que precisava ficar sozinha com a melhor amiga. Ok, aquilo havia me incomodado mais do que deveria, não que eu tivesse ciúmes, mas sempre estava por dentro de todos os assuntos tratados naquela sala, agora, menos este. Fiquei em minha mesa, tratando de resolver todos os deveres quando a mesma saiu.

- Vamos, Bia?

- Onde?

- Como onde? Pegar Íris.

Em um estalo lembrei que Rafaella havia marcado com Íris, eu não sabia que minha irmã ligava para minha namorada, eu nem sequer aprovava isso. Afinal, Rafa era mulher muito ocupada, e fechada para com os outros. E me deixava bem surpresa sua atitude de largar tudo para sairmos juntas.

- Amor, tem certeza?

A mesma olhou para a tela de seu celular, e depois me fitou sorrindo.

- Claro, já até programei o que vamos fazer.

Eu olhei surpresa.

- Já?

- Sim, então vamos logo. Vamos no seu carro.

- Seu, não é? – Disse pegando minha bolsa.

- Ok, fingimos que é meu.

[...]

Conversei com Madalena que me contou que Monica havia saído para procurar Sandro, o mesmo não aparecia a duas semanas. Não que eu me importasse é claro, há muito tempo que ambos que diziam ser meus pais não me provocavam nenhum tipo de sentimento, a única pessoa que realmente me importava estava agora dentro do carro com Rafaella.

- Eu trago ela amanhã de manhã bem cedo. Já que Monica não vai voltar logo.

- Tudo bem, Moni disse que voltaria amanhã a noite. É melhor a menina ficar com você, ela não é acostumada comigo, e fica um tanto deslocada.

- Eu imagino, ela deveria estar com a mãe dela.

- Sabemos que antes de tudo Moni preza por seu casamento. – A senhora falou calmamente.

- O que com toda certeza ela está fazendo errado. Mas enfim, não me interessa saber sobre ela e muito menos sobre ele.

Madalena tocou meus braços em um afago calmo.

- Você não deveria odiar sua mãe Jennyfer.

- Eu não a odeio, só não me importo com o que ela faz de sua vida.

- Mesmo assim, ela continua sendo sua mãe.

- Ela deixou de ser minha mãe quando eu mais precisei e ela não esteve do meu lado.

A mulher se calou assim que terminei a frase, ela sabia de tudo. Mas nunca tratou de se pronunciar sobre o ocorrido.

- Está tendo algo com a dona ali? – Perguntou apontando para Rafa que brincava com Sofi.

- Nada que seja de seu interesse tia, volto amanhã. Boa Tarde.

Caminhei em passos lentos até o carro, ouvindo o alto barulho da musica. Estreitei os olhos vendo Íris dançando no banco de trás e Rafa rindo animadamente. Era bom ver as duas pessoas que mais me importava se divertindo e se dando tão bem. Rafa estava bem mais descontraída, antes de buscarmos Íris trocamos de roupa, agora ela vestia uma calça jeans clara, com uma blusa estampada, e uma jaqueta de couro. Seus cabelos estavam ondulados, e em seu rosto havia um Ray Ban. Eu amava o fato de ela ter essa pose de bad girl quando não estava de mulher toda poderosa. Fazia bem seu estilo.

- Posso saber que bagunça é essa? – Exclamei entrando no carro.

- Ihh! Íris, abaixar o som, Bia vai brigar pela zona do carro dela.

- Je, esse carro é seu?! – A menor quase gritou.

Eu soltei um olhar furioso para Rafaella que deu um sorriso sapeca. Parecia uma criança após fazer besteira.

- Sim, Íris, é meu.

- Uau, você disse que teria um carro legal, mas não me disse que seria tão bonito.

- Hummm então finalmente aceitou o carro? – Rafa perguntou arqueando a sobrancelha.

- Cala a boca, Rafaella, e nem eu sabia, Íris, nem eu.

- Mas agora já sabe, não é? Então vamos logo, conheço um lugar maravilhoso no qual vamos fazer um ótimo piquenique.

- Sério?  Eu amo piquenique, mas nem lembro a última vez que fiz. - Íris falou calmamente.

- Deve ser porque você nunca fez, mana!

Soltamos uma risada divertida.

- Minha mãe nunca quis fazer com a gente né, Je?

Eu suspirei e assenti.

- Não seja por isso, vamos fazer hoje! – Rafa falou animada.

E realmente fizemos, tínhamos a tarde toda pela frente. E Rafaella nos levou em um dos Parques mais bonitos do Rio de Janeiro, nosso piquenique estava maravilhoso. Com direito a pano xadrez branco e vermelho, e todas as guloseimas que gostávamos. Era obvio que Rafa mandou alguém comprar tudo aquilo, mas me deixava feliz em saber que ela se preocupava em nos divertir daquela maneira. Já tínhamos caminhado pela enorme extensão verde, parado para comprar algodão doce e balões para Íris, e até dado de comer ao patos que nadavam no lago central. Agora eu estava sentada enquanto via as duas brincando de fazer bolhas de sabão, eram tantas bolhas que um labrador de cor caramelo começou a pular para "comer" a maioria. Soltei uma risada divertida quando Rafaella soltou varias e Íris  caiu em uma risada quando o cachorro pulou para tentar pegar. O dono envergonhado puxou o mesmo pela guia, mas Rafa fez um sinal que estava tudo bem. A mesma entregou o objeto que fazia as pequenas bolhas de sabão para Íris e se aproximou de mim.

- Íris, não pegue nele.

Falei vendo minha irmã afagar os pelos de um enorme labrador a sua frente. O cachorro abanava o rabo alegre enquanto o seu dono segurava com a guia.

- Deixa ela, Bia, ela está divertindo. – Rafa falou sentando ao meu lado.

Estávamos sentadas perto do lago, Rafella devagar encostou-se à arvore que nos proporcionava uma boa sombra, não que estivesse quente, mas o clima estava bom ali.

- Tenho medo que ele a morda.

Rafaella sorriu e me puxou, fazendo-me juntar meu corpo ao dela.

- Relaxe,tá? Estamos aqui para esquecer todos os problemas.  E o cachorro parece ser muito bem treinado. E um tanto faminto.

Eu suspirei derrotada, vendo Íris falar com o pobre do animal que não entendia absolutamente nada. Eu ri, e Rafa também.

- Ela parece gostar dele. – ouvi sussurrar.

- Ela gosta bastante é de você.

Rafa sorriu largamente, depositando um beijo em minha bochecha.

- Gosto dela também, Bia, e gosto de te ver feliz assim.

Fitei Rafa, que mantinha os olhos atentos sobre mim. Sua Iris estava em um verde clarinho, com um brilho diferente.

- Você vai ser uma boa mãe. – Disse sorrindo.

Rafaella semicerrou os olhos, e desviou o olhar.

- Você acha?

- Claro, você se da tão bem com Íris, parece que a conhece há anos.

- As Andrades têm algo que me fazem amar elas muito rápido. – Ela disse me apertando devagar em seus braços.

- Ah é?

Rafa assentiu.

- Sabe que uma certa Kalimann também?

Rafa sorriu e selou seus lábios nos meus.

- Mas acho que você a mima demais! – Falei desgrudando minha boca da dela, enquanto tocava com o indicador na ponta de seu nariz.

- Talvez, mas não faz mal vai.

- Óbvio que faz, imagina! Você vai mimar muito seu filho. – Falei saindo de seus braços, ficando de frente para ela.

- Quando tivermos um filho, eu até consigo imaginar viu.

Eu sorri, sentando sobre minhas pernas.

- Consegue?

- Claro, amor, por incrível que pareça. Você será a mãe rabugenta, e mandona. E eu serei a mãe legal.

Eu abri a boca, fingindo estar ofendida.

- Claro que não! Ele vai gostar mais de você assim!

- Ele vai nos amar da mesma maneira, minha vida.

Sorri com o apelido carinhoso.

- Não vai, se você fizer as vontades dele, ele vai gostar mais de você.

Cruzei os braços e fiz um bico.

- Não vai não, desmanche esse bico. Ele vai nos amar igualmente, mesmo eu fazendo tudo que ele quer.

- Te deixo em greve de sexo se fizer nosso filho ficar mal educado. – Ameacei.

Agora foi a vez de Rafaella ficar espantada.

- Você não faria isso..

- Eu faria, você sabe que eu faço. – Falei me levantando. – Você não banque uma de espertinha.

- Eu? Que isso, amor, não vou interferir em nenhuma de suas ordens! O que você disser está dito!  - Rafa se levantou e me puxou pela cintura.

Soltei uma risada alta, e envolvi meus braços em seu pescoço.

- Ótimo! Gosto que me obedeçam, Kalimann.

- Sim, senhora Andrade Silva. – Rafa fingiu continência.

- Eu te amo tanto, sabia? – Falei intensamente.

- Eu também te amo, Bia, te amo muito.

Ela sorriu, e me fitou no fundo dos olhos. Para depois se aproximar lentamente e unir seus lábios com os meus em um beijo carregado de carinho. Eu juro que aquilo poderia me deixar fraca, ela tinha um poder tão grande sobre mim. A cada dia eu me encontrava mais apaixonada por aquela mulher. De pouco em pouco, Rafa mostrava um pedacinho de seu interior, e de como ela poderia ser maravilhosa. De como podíamos fazer tudo dar certo, só bastava à gente querer. E eu queria, queria porque estar com Rafa estava sendo a melhor fase de toda minha vida. Em pouco tempo, eu me sentia amada, cuidava e desejada. Mesmo com todos os problemas e com todo mundo contra nós, no final ela sempre me fazia sentir que tudo ia dar certo. E da, se você se empenhar, e lutar por seus objetivos, não há nada que te derrube, nada ira lhe impedir de conseguir chegar onde você quer. Acredite, estar com alguém que você ama, em momentos como esse é uma sensação inexplicável. Não importa quem seja, namorada, namorado, amigos ou até seus pais. Sinta cada momento maravilhoso como se fosse o ultimo de sua vida. Marque eles com o ponto de sua felicidade, e mesmo com toda tormenta que a vida nos impõe, lembre-se:

No final, tudo vai dar certo.

- Je! – Íris gritou se aproximando.

Me soltei dos braços de Rafa, e fitei a menor que estava guiando o cachorro.

- Íris, o que está fazendo com esse cachorro?

Rafaella riu.

- Cristiano disse que eu podia passear com ele! Ele não é lindo, Je? Eu quero um!

Íris falou se ajoelhando ao lado do cachorro, fazendo um carinho na cabeça do mesmo que apenas lambeu seu nariz.

- Nada disso, nem pense.

- Rafa, você pode me dar um cachorro?!

- Íris Andrade!

- Claro, princesa, podemos marcar um dia, e compramos um filhotinho.

- Não, não. Rafaella!

Rafa e Íris me fitaram como quem dissesse um "Por favor"

- Você não pode chegar com um cachorro em casa. – Falei calmamente.

A menor fez uma cara triste, e fitou Rafaella que coçou a cabeça pensativa.

- Podemos comprar e deixar em meu apartamento.

No mesmo instante que Rafaella falou, Sofi arregalou os olhos animada.

- Rafaella...

- Eu gosto de cachorros! Podemos ver isso.

- Eu juro que se a Je deixar você um dia, eu vou brigar com ela. – Íris falou séria nos fazendo rir.

- Vai, é? Esqueceu que sou a irmã mais velha mocinha? – Falei me aproximando das duas.

- Não importa, eu acho que você e a Rafinha fazem um casal maravilhoso.

- Sabe que eu também acho? pena que sua irmã é um tanto resmungona. Vai reclamar de nosso cachorro.

- Vou mesmo, esse cachorro vai destruir tudo.

- Ele vai ser bonzinho igual o gigante aqui. Não é, amigo?

O cachorro apenas resfolegou e nos fitou.

- Acho que o dono quer ele de volta, melhor entregar.

Íris olhou para o rapaz que nos fitava de longe.

- Dê tchau para elas, gigante. – Íris falou pegando a pata do cachorro movendo em um aceno.

- Tchauzinho, gigante.

Falei antes de Íris sair com o mesmo até Cristiano.

- Bia?

- Sim? Perguntei virando-me em direção à Rafa.

Rafa se aproximou, e me segurou pela cintura de novo.

- O que acha da ideia de morarmos todas juntas depois que conseguir a guarda de Íris?

Eu semicerrei os olhos.

- Está falando sério?

Rafaella sorriu e assentiu.

- Gosto de estar com vocês, eu me sinto bem, me sinto feliz sabe?

Oh, Deus, será que ela poderia ser mais perfeita?

- Isso me parece incrível, amor!

- Podemos começar a pensar nessa hipótese!

- Podemos sim, claro que podemos.

Rafa abriu um largo sorriso e me abraçou forte.

- Vai dar tudo certo pra nós, Bia.

- Eu sei que vai. – Disse beijando seus lábios novamente.

Rafaella era tudo que eu precisava para ser feliz novamente, e eu a tinha.

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Me avisem dos errros

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