Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 3

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By alexia-macedo

Conversamos por quase cinco horas. E acho que essa foi a coisa mais estranha que eu já fiz na vida: Conversar por horas com um estranho. Há essa hora já tínhamos conversado de tudo, desde as trivialidades até coisas mais importantes. Não contei meus segredos mais profundos, meus medos e coisas do tipo. Eu tenho consciência de que ele, mesmo depois de tanta conversa, ainda é um estranho.

Talvez agora ele seja um conhecido.

Juro que a Babi vai enlouquecer quando eu contar essa história pra ela! Eu sempre fui certinha demais, careta demais. Babi é meu lado negro. Se eu fiz algo de errado, com certeza eu estava com ela. E assim como ela é meu lado escuro, ela também é meu lado divertido.  Eu nunca faço nada diferente, sou bem acomodada, por assim dizer. E talvez por isso que ela tenha ficado tão surpresa quando eu falei que ia me mudar.

Ela estava pintando a unha sentada na beirada da cama e quando falei que ia embora o esmalte preto caiu da sua mão e sujou todo o chão. Ela ficou em silencio por alguns segundos, como sempre, e logo após veio a explosão:

- Você está louca? Como assim passar um ano com seu pai? Você não consegue nem falar dele direito! Becky, você se esqueceu de todos os nossos planos pro último ano? Da formatura? De todas as loucuras que iriamos fazer?

- Podemos fazer quando eu voltar.

- PELO AMOR DE DEUS! VOCÊ SÓ VOLTA EM 2016!

A Babi era muito conhecida por suas crises de dramas. Mas naquele momento eu estava exatamente como ela, só que por dentro. Foi bem difícil ter que dizer adeus a todos os planos que nós duas traçamos desde a quinta série.

Eu e ela nos tornamos amigas por causa de uma briga. Na verdade não era uma briga de verdade, porque eu nunca soube me defender e sempre apanhava, fisicamente e verbalmente. Nesse caso a agressão ainda tava sendo pelas palavras. Lembro dos meus lábios tremendo e da minha tentativa, fracassada, de não demonstrar como aquelas palavras me feriam.

A Babi entrou no meio e começou a xingar. Acho que aquela foi a primeira vez que eu ouvi um palavrão. Lembro das garotinhas populares terem começado a gaguejar e os olhos arregalados de todos por causa da boca suja da Babi.

- Você tem que aprender a se defender menina, e eu não vou ser sua babá. Aliás, odeio gente que apenas se encolhe e escuta todas essas merdas enquanto chora.

Lembro de ter ficado com os olhos arregalados e com medo. Mas logo depois ela mudou de expressão e começamos a ficar amigas.

Agora estamos há quilômetros de distancia e a cada minuto ficamos mais longe. Podem dizer que verdadeiras amizades não morrem por causa de distancia, e tudo bem. Mas a verdade é que nunca é a mesma coisa. O contato fica mais difícil e cansativo. E é esse o meu medo. Nunca nos preocupamos em manter a amizade. Era algo simples e fácil, nos víamos todos os dias na escola e íamos dormir de madrugada nos fins de semana conversando no telefone. Nunca enjoamos dessa proximidade e nunca brigamos nem sequer nos afastamos. E agora tudo parece por um fio. É como se nossa amizade fosse um prato de porcelana na mão de um malabarista que está em uma corda bamba. A 30 metros do chão.

- O que foi? – Olho pro lado e vejo os olhos curiosos do Guilherme. – Acho que na estrada não tem sinal, tá esperando algum telefonema?

- Não, não é isso – Volto a jogar o celular no colo. – Só estava relendo uma mensagem.

- Ah... Namorado?

- O que? – Falo rindo. Até parece que eu tenho namorado! – Nãaaao. Sem namorado. É apenas uma mensagem da minha melhor amiga.

- Ah sim, entendi. Legal.

Legal? Como assim legal? Será que ele tava com ciúmes ou... Não! Ele não estava com ciúmes, apenas é curioso.

- O que você está ouvindo agora? – Ele pergunta enquanto pega de leve o outro fone que está pendurado.

- Lorde. Acho que você não gosta. – Sorrio de leve e levanto as sobrancelhas. Não sei por que estou agindo assim, mas são reações completamente incontroláveis, é como se meu corpo estivesse tentando seduzir ele e por mais que eu tente impedir, os impulsos são mais fortes.

- Você só escuta indie?

- Claro que não! Eu gosto de tudo um pouco, na verdade. Mas tenho uma quedinha pelo indie. Depende muito do meu humor, quando estou mais pensativa, eu escuto indie. Quando estou feliz é pop. E assim vai.

- E você está pensando sobre o que agora? – Ele pergunta e percebo que os cantos de sua boca estão se erguendo levemente como se um sorriso tentasse escapulir de sua boca. Seus olhos estão fixos nos meus e é como se ele pudesse ler meus pensamentos, mas por mais que meus instintos gritem “DESVIA ESSE OLHAR” eu, novamente, não consigo obedecer.

Também não consigo responder. Não tem resposta. Parece que meu cérebro congelou no momento em que aquele olhar caiu sobre o meu. E é como se o ar fosse ficando cada vez mais escasso conforme ele vai se aproximando. São movimentos tão sutis que não dá para perceber se você não estiver olhando fixamente. Mordo o lábio de leve, e esse é apenas mais um dos meus movimentos incontroláveis.

E então escuto um choro.

Não, não sou eu que estou chorando. E também não é ele. Não é o choro de um adulto. É uma criança. Que maravilha! Tem um bebê sentado na poltrona que fica na nossa frente e aparentemente ele resolveu chorar na melhor hora. Só porque, pela primeira vez na vida, um garoto bonito parecia estar interessado em mim.

Olho pra lado e vejo que ele voltou a sua posição normal e infelizmente essa posição não é da sua boca na minha.

Eu não sou atirada! Juro! Muito pelo contrario. Meu primeiro beijo foi há dois anos, quando eu tinha 14 anos, na verdade foi na semana em que eu estava fazendo 15 anos. Foi horrível. Desengonçado. Cheio de saliva. Foi bem típico de primeiro beijo. Até hoje não consigo me lembrar sem ficar vermelha e sem me dar vontade de cavar um buraco no chão e entrar.

Claro que eu melhorei bastante. E já não acho beijo algo tão nojento. Eu até cheguei a namorar. O nome dele é Vitor. Era um ano mais velho e namoramos por apenas três meses. Ele era divertido e, ao contrario dos garotos do terceiro ano, não era um babaca. Terminei há um mês quando soube que ia me mudar. Não chorei nem nada do tipo. Era um namoro apenas por diversão, conversar, rir e beijar.

Olho pela janela e vejo o sol se pondo. Eu quis viajar de tarde para que quando chegasse já fosse a hora de dormir e eu não tivesse que ouvir muitas perguntas e nem falar muito. Pelo menos não logo no dia em que eu chegasse. Provavelmente agora só falta meia hora pra eu finalmente pisar em solo carioca e pelo que posso ver vou chegar lá embaixo de chuva. Menos mal, penso.

- Já estamos chegando...

- Você está animado? – pergunto

- Um pouco. Não gosto de ficar parado por muito tempo, queria ate vir de avião, mas meus pais não acham a viagem tão longa assim para se pagar a mais por apenas algumas horas a menos. Mas sua companhia não é das piores... – ele fala enquanto um sorriso zombeteiro toma conta do seu rosto.

Balanço a cabeça e solto uma risada sem graça. Incrível como cada sorriso dele consegue fazer meu coração dar um pulo a mais. Sei que isso não é nada demais, e que é apenas aquela paixonite de um dia, como diz Babi, e também sei que, provavelmente, quando eu acordar amanhã esse sentimentozinho já vai ter sumido.

Enquanto desisto de lutar com meus pequenos impulsos tento afastar também a nuvem negra que sinto em cima da minha cabeça. Estou tentando me distrair, mas mesmo quando eu dou uma risada uma parte do meu cérebro insiste em me lembrar de que não vou estar tão feliz daqui a algumas horas. É como se eu tentasse me sabotar, como se eu estivesse tentando acabar com qualquer vestígio de alegria e me afundar em uma depressão antes do tempo.

Confuso. Muito confuso.

- Me deixa adivinhar... Você está ouvindo... Hum... Indie? – Ele fala enquanto rouba meus fones e coloca em si. Deixo mais um sorriso bobo escapulir e tento pegar os fones dele de novo. – Já posso ganhar a vida como vidente?

- Há há, bem engraçadinho. – Tento pegar os fones dele, mas ele segura meus dois pulsos. E sabe quando o momento congela? Parece que todos os barulhos ao redor param e tudo que você consegue ouvir é seu coração batendo loucamente e sua respiração ficando cada vez mais falha. Pois é. Foi isso que aconteceu quando as mãos dele se fecharam nos meus pulsos e seus olhos caíram sobre os meus.

Não sei nadar. E pra falar a verdade, apesar de achar muito bonito, morro de medo do mar. Aquela imensidão azul tão bela e tão misteriosa. Nunca dá para saber se tem dois metros ou dois mil de profundidade. Quando me deparo com isso sempre fico sem ar, com medo e vontade de pular, explorar, saber como é. Parece que algo me puxa pra perto, mas medrosa que sou nunca vou. É exatamente assim que me senti quando aqueles pequenos oceanos em forma de olhos me fitavam.

Sim, eu senti o meu estomago dar cambalhotas e encher de borboletas. Minha boca ficou seca e juro que minha cabeça pereceu girar.

- Senhores passageiros, chegamos.

A voz do motorista ecoou por todo o ônibus até chegar à última poltrona, onde eu estava. Aquela voz forte me tirou do transe e de leve senti meus braços serem soltos e o fone colocado na palma da mão. Olhei pra minha mão e me forcei a sorri, ainda recobrando o ar perdido nesse único minuto. Incrível o que um par de olhos azuis pode fazer com uma garota, não? Novamente aqueles mini-oceanos me fizeram perder a noção do tempo e fez de um minuto uma eternidade.

- Me passa seu número? – O Guilherme disse de repente, me fazendo despertar totalmente. – Aliás, não.

- Não? – Me assusto com sua repentina mudança e sinto meu coração cair com esse seu não repentino. No mesmo instante me repreendo por deixar um garoto que eu conheço há apenas seis horas despertar tantas emoções em mim.

- Me dá seu celular. – Devo ter feito a cara de quem estava sendo assaltada, pois ele soltou uma leve gargalhada, o que me fez ficar ainda mais confusa. – Pra que eu grave meu número aí.

- Ah. – Sim é só isso que eu consigo falar. Entrego o celular e nossos dedos se tocam levemente. Enquanto ele grava o seu número no meu celular as pessoas vão saindo.

- Aqui. Gostei muito da sua companhia e espero que você entre em contato. – Ele me dá um sorriso largo e eu retribuo o sorriso como uma afirmação.

Saio devagarzinho do ônibus esperando as pessoas da frente ir saindo.

E então sinto uma mão se fechar no meu pulso. E me puxar, levemente, para trás. Viro surpresa e um tanto assustada, mas eu sei de quem é esse toque. 

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Comentem o que vocês estão achando da história, a opinião de vocês é muito importante para mim. Se gostou desse capitulo favorite ele, pois asism você também me mostra se está gostando ou não, além de estar me incentivando a cotinuar publicar. Criticas são sempre bem vindas desde que venham acomponhadas com educação! Beijos!

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