DARK JEANS

Bởi Niallerismybatman

3.7M 204K 92.2K

Uma história em que um rapaz que vê sons e ouve toques conhece a rapariga que o ensina a viver com as suas di... Xem Thêm

Informações
Prefácio
01. news
02|school
03|friends
04|boys
05|bore
06|basketball
07|strange
08|synesthesia
09|propose
10|talk
11|feel
12|goal
13|touch
14|fight
15|anger
16|explanation
17|dream
18|jealous
19|invite
20|desperate
21|difficult
22|trepidation
23|outburst
24|skeptical
25|promise
26|mirror
27|scars
28|nonsensical
29|ambush
30|spontaneous
31|cigarette
32|frighten
33|bedridden
34|delusional
35|flashback
36|cognizance
37|rebuke
38|stentorian
39|submerge
40|suicide
41|uncanny
42|beseech
43|breath
44|verboten
46|relationship
47|sense
48|anxiety
49|moon
50|ominous
51|examinee
52|tipsy
53|love
54|abrupt
55|hide
56|aghast
57|torment
58|save
59|induratize
Epílogo
Muito obrigada & FAQ
Playlist
SEQUELA

45|inappropriate

47.5K 3K 1.6K
Bởi Niallerismybatman

inappropriate(adjective): not appropriate; not proper or suitable:

/CAPÍTULO 45 - HARRY POV/

"Merda, merda, merda." eu engoli em seco.

A minha atenção foi roubada por um grito vindo da minha direita. Blue. Ela estava sentada no chão - provavelmente havia caído com o susto. Não conseguia ver quase nada com o vapor sufocante do nebulizador, mas percebi que ela escondeu o cigarro atrás das costas o mais rápido que conseguiu. As minhas veias ficaram congeladas e o meu coração parecer parar de bater por um milionésimo de segundo. Não estava assustado por mim, estava assustado por ela. Quem quer que nos tenha apanhado nestes preparos vai com certeza chatear-se severamente com a Blue.

Mas foi aí que ouvi o som distante e arrastado de um riso bem característico. Demasiado característico para não o identificar.

Abanei as minhas mãos para a frente e para trás, fazendo a névoa branca desaparecer aos poucos. Quando garanti que o fumo do cigarro tinha espairecido o suficiente para não restar vestígios do crime, puxei toda a cortina para trás tendo agora uma visão clara sobre toda a enfermaria. O que vira no momento seguinte fez-me grunhir em frustração e raiva: Louis.

"Vocês deviam ver as vossas caras!" ele exclamou por entre risadas.

Reparei que a Morganna começava a levantar a cabeça pelo canto dos meus olhos e agradeci por ela não o ter feito mais cedo. É sinal que não deu por nada do que se passara à minutos atrás. Relaxei e encostei novamente a minha cabeça à maca quando percebi que tudo isto não passou de um falso alarme. Blue levantou-se do chão com uma expressão aliviada, ainda que ligeiramente zangada. Soltei um risinho ao ver a sua tentativa falhada de parecer chateada; ela simplesmente não era assim.

Sentou-se na cadeira ao lado da cama e mergulhou o resto do cigarro no copo de água junto da mesa-de-cabeceira. Desviei o olhar ao pensar que ela estava a desperdiçar uma grande quantidade de nicotina - quando esta, infelizmente, se tornava cada vez mais cara. Mas ela fizera mais do que devia, arriscou tudo para me oferecer aquele pedaço de fumo. Sentia-me ligeiramente culpado pelo sucedido. Obviamente que eu não me queria tornar um betinho por ela, mas também não queria que ela se tornasse uma rebelde por mim. O que tornava a nossa relação, um tanto complicada de gerir.

"És estúpido, meu?!" eu abanei a cabeça para ele.

Ele parou de rir por um segundo, tentando falar:

"Quando entrei aqui e vi as cortinas fechadas, até pensei que iria ver uma daquelas sessões de sexo escaldante no hospital. Ou nos piores dos casos, ver os lábios da Blue enrolados no teu bonito pênis." ele soltou outra gargalhada "Mas parece que estou errado. O que é que vocês estavam mesmo a fazer?"

Não consegui evitar soltar um riso alto ao ouvir o comentário inapropriado de Louis. Aquele rapaz não tem papas na língua, nem vergonha de falar, seja onde estiver. E talvez seja isso que eu mais gosto nele; não tem nenhum tabu e fala de tudo aquilo que quiser, quando quiser. Mas obviamente, a conversa afetou a Blue. A sua mente demasiado inocente e puritana para aceitar uma pequena brincadeira dele, que dalguma forma, pretendia suavizar o ambiente.

Blue olhou para as suas mãos, batalhando com os dedos. Conseguia ver o carmim percorrer-lhe o pescoço até às bochechas, dando-lhe a sua exagerada cor vermelha sempre que sentia a necessidade de corar. Abanei a cabeça sorrindo para ela, talvez seja por isto que goste tanto da Blue. Ela traz bons e inocentes espíritos, quando toda a gente está rodeada de mentes sujas. Pousei a minha mão nas dela, entrelaçando-as.

"Primeiro que tudo," eu respirei. "Porque raio é que querias ver-nos a ter sexo escaldante no hospital? Há uma coisa chama pornografia, onde idiotas excitados como tu podem satisfazer as suas necessidades."

Louis parou de rir e franzi os seus olhos. Ouvi um riso abafado da Blue e acariciei a sua mão.

"Ha. Ha. Ha. Muito engraçado, Harry." ele rolou os olhos. "O que comeste ao pequeno-almoço? Palhaçinhos de chocolate?"

Coloquei-lhe a língua de fora. A minha amizade com o Louis sempre foi a minha âncora, sempre foi a única coisa que me prendia nesta Terra. Pelo menos antes da Blue aparecer. Apesar das nossas desavenças ou confusões ele sempre esteve comigo nos bons e nos maus momentos, sempre esteve comigo para me fazer rir quando estava no meu pior estado. Antes de a conhecer, era Louis que se sentava naquela cadeira e me afagava a mão dizendo que era um irmão para ele e que morreria se eu também o fizesse. Eu adorava-o.

"Na verdade não." eu encolhi os ombros. "Mas a Blue encarregou-se de me trazer fruta para comer."

Louis assentiu e caminhou para o meu lado da cama, sentando-se no fundo dela.

"Ainda não me respondeste à pergunta." ele bateu-me na perna. "O que estavam a fazer?"

"A fumar." Blue sussurrou.

O rapaz arregalou os olhos e olhou severamente para mim.

"Quando te dei os cigarros ontem, era para os usares quando saísses do hospital!" ele meio que sussurrou e gritou ao mesmo tempo. "Não era para criares um quase incêndio e obrigares a tua miúda a alinhar no esquema."

Blue congelou debaixo do meu toque com a alcunha que Louis lhe havia dado. Percorri o meu polegar pelo seu indicador, mostrando-lhe que estava tudo bem e que de facto, ela era a minha miúda.

"E tu," ele apontou para ela. "O que te passou pela cabeça para alinhares em algo desse género? Sabem que poderia não ser eu a entrar no quarto certo? É suposto meteres juízo na cabeça dele e não deixá-lo mais doido do que é."

Ela fez um pequeno beicinho e uma onda de culpa voltou a subir pelo meu corpo. A verdade é que não gostava de a obrigar ou persuadi-la a fazer coisas que ela não se sente confortável. Mas também não me arrependo. Vê-la tão vivida à minha frente, com aquele cigarro na boca e o ar de rebelde deixou-a tão sexy que se Louis não nos tivesse interrompido naquela altura talvez tivesse havida uma sessão de sexo escaldante.

"Mas ele precisava." ela murmurou, desculpando-se.

"Sim, e então?" ele olhou severamente para mim novamente. "Eu também preciso de dinheiro e não é por isso que vês a Olivia assaltar bancos por mim. Não precisas de fazer tudo aquilo que o Harry quer só porque ele te pede. Não quando sabes que é errado e pode causar problemas."

"Wow." eu elevei as duas mãos. "Estás mesmo a dizer à minha namorada como lidar comigo? Bem, vai tratar da tua que eu trato da minha."

Só aí me apercebi da palavra que escapou dos meus lábios. Namorada. Será que ela era minha namorada? Será que ela queria ser minha namorada? A palavra saiu tão naturalmente da minha boca que não consegui pará-la, muito menos quando ela se espalhou pelo ar entrando nos ouvidos de Blue. Ela levantou a cabeça de repente olhando diretamente para os meus olhos; ficamos assim por uns segundos tentando perceber os nossos sentimentos apenas com a expressão e força de um olhar.

Louis tossi fortemente, obviamente uma forma de nos chamar de volta à realidade. Percebi o porque de ele fazer isso. Um médico estava agora no lado da minha maca com uma enfermeira ao lado.

"Bom dia, Sr. Styles." ele olhou-me de cima a baixo. "Sou o Dr. Harden, o médico que está a acompanhar o teu processo."

Assenti, reconhecendo a sua presença.

"Como se está a sentir hoje?" ele pegou na minha mão observando o meu cateter. "Está ciente que sofreu uma overdose de comprimidos e por consequente uma paragem cardíaca, correto?"

Anui novamente. Apesar de ser a primeira vez que um doutor falava comigo, eu tinha plena consciência do que se tinha passado naquela noite. Depois do Chalk me ter largado no meio da rua - após ter conseguido fazer as suas experiências - tranquei-me no meu dormitório e chorei durante horas a fio. Lembro-me de me sentir sujo e com vontade de rasgar a minha própria pele. Num ato de pura loucura engoli o primeiro frasco de comprimidos que encontrei no móvel e peguei na arma escondida no tampo do autoclismo. Louis entrou no quarto no preciso momento em que eu ia disparar. Felizmente conseguiu conter-me até a Blue chegar; e o resto, foi a melhor prova de amor que alguém me poderia ter feito. Pela primeira vez na vida senti-me realmente amado - e arrependido por ter engolido mais de setenta comprimidos.

"Sinto-me normal." eu respondi verdadeiramente.

A verdade é que me sentia normal. Não tinha nenhumas dores corporais ou noutro sítio qualquer. Talvez eles me tenham anestesiado de tal forma que as dores não entravam no meu corpo, mas para além de uma fome tremenda - que consegui controlar com a fruta - não sentia mais nada.

"Isso é bom." ele apontou no papel. "O teu batimento cardíaco parece-me minimamente normal. Consegues respirar bem?"

Assenti novamente, esperando pela próxima pergunta.

"Li nos teus ficheiros que sofres de Sinestesia, correto?"

"Sim." eu afirmei, cansado de abanar a cabeça.

Olhei para Blue e Louis que trocavam olhares cúmplices, como se soubessem de algo que eu não sabia. Franzi as sobrancelhas e quando me preparava para os questionar, o médico falou.

"Sou bastante curioso sobre esse fenômeno." ele contou. "Por isso decidi investigar um pouco mais sobre isso nos teus exames. E encontrei algo deveras interessante, Sr. Styles. Será que podia falar-nos sobre isso?"

Congelei no lugar. Estaria ele a falar das drogas estranhas que Chalk frequentemente injetava em mim? Quase me insultei quando ouvi o irritante bip da máquina ao meu lado aumentar, indicando que o batimento do meu coração tinha acelerado - mostrando a toda a gente que eu estava consciente do que aparecera nos exames.

"Parece que sabe daquilo que estou a falar." o Dr. Harden pegou na cadeira atrás dele e sentou-se perto de mim.

"Não sei de nada." eu desviei as atenções. "Pode explicar-me."

"Muito bem." ele respirou fundo. "Encontramos uma droga ilícita e não-identificada nos seus exames. Algo que tenho a certeza que consegue afetar com a sua Sinestesia e modifica-la. Estou correto?"

"Não faço ideia." eu encolhi os ombros. "Não sou médico para saber."

O Dr. Harden respirou pesadamente e rolou os olhos, pousando o quadro com o papel em cima da maca atrás dele. Cruzou as pernas e pousou as mãos no seu joelho.

"Não seja esperto comigo, Sr. Styles. Ambos sabemos que esse facto mexe com o seu coração." ele apontou para a máquina. "Sabe que para além de controlar os batimentos cardíacos, é um excelente detetor de mentiras."

Pressionei os meus dentes e fechei por segundos os olhos. Senti a mão da Blue escorregar pelos lençóis, entrelaçando os nossos dedos. Pequenas festas eram feitas nos meus dedos acalmando-me mais depressa do que um cigarro conseguia fazer. Era capaz de me habituar a este tipo de droga.

"Eu não minto." afirmei por entre dentes. "Eu não faço ideia do que o senhor está a falar, a única coisa que tomei antes do sucedido foi cocaína mas tenho a certeza que isso conseguiu identificar."

Eu estava a dizer a verdade, ou pelo menos, parte dela. Eu não sabia que tipo de droga o Chalk injeta em mim, por isso não podia ajudar o Dr, Harden a descobri-la. Também não era capaz de denuncia-lo; tenho demasiadas coisas a perder se o dizer, nomeadamente a Blue e o Louis. Se ela já é uma presa demasiado fácil para o Chalk, se eu expor aquilo que eles me fazem no laboratório quem sofreria na pele seria a Blue. Não era capaz de fazer isso.

"O senhor parece muito confiante ao falar em drogas. Sabe que isso afeta seriamente a sua Sinestesia e que pode trazer muitos mais problemas na sua saúde - que como podemos ver, não é 100% perfeita."

"Estou ciente disso." eu respondi firmemente.

Farto estava eu de todos os avisos e lembretes que as drogas e o álcool eram prejudiciais à minha saúde. Existem milhões de anúncios na televisão e nos jornais alusivos aos perigos de todas essas substâncias; não preciso que continuem a pregar essa palavra à minha volta.

"E não se preocupa minimamente com as consequências?" ele elevou as sobrancelhas. "Mesmo depois de ter vindo parar ao hospital."

Não era a primeira vez que estava no hospital devido a isto e com toda a certeza não seria a última, tal como este discurso animador.

"Quando faz alguma coisa que o faz sentir bem, não vai parar só porque alguém lhe diz para não o fazer. Certo?" questionei.

"Depende. Se tenho plena consciência que isso afetará a minha saúde, eu irei parar."

Soltei um riso abafado: "E quando parar de o fazer? Vai voltar à depressão e à tristeza que sentia?"

O médico olhou seriamente para mim e eu desviei o olhar para as minhas mãos, ainda agarradas às da Blue. Ela tinha os seus lábios pressionados nelas dando suaves e vagarosos beijos. Senti o quente deles percorrer por tudo o meu corpo descongelando as minhas veias. Louis estava encostado na cadeira com os braços apertados contra o seu peito, provavelmente à espera que o espetáculo continuasse.

"Não. Arranjarei outra droga menos perigosa." ele assentiu.

"Como o quê?" elevei uma sobrancelha.

"Como o amor." ele afirmou. "Mas tenho a certeza que já o encontrou."

A minha respiração ficou presa na garganta. Como o amor. Será o meu amor pela Blue forte o suficiente para deixar para trás qualquer droga ou substâncias tóxica? Será ela suficientemente intoxicante para mim, que não precise de mais nada neste mundo. Lembro-me de um pensamento recente que atravessou pela minha mente vezes sem conta.

Pequenas festas eram feitas nos meus dedos acalmando-me mais depressa do que um cigarro conseguia fazer. Estaria eu a ser sincero? A verdade é que consegui controlar-me e não insultar o Dr. Harden. Talvez se fumasse um cigarro também me acalmaria, mas com certeza não me ia controlar o suficiente para não o insultar. Não sei se estava pronto para deixar as drogas ou o álcool, era algo que estava presente na minha vida à mais anos do que consegui contar pelos dedos. Jamais conseguirei abandonar este vício.

Levei as mãos dela à minha boca e beijei-as com ternura, senti-a a tremer e tenho a certeza que toda esta conversa a deixou minimamente abalada. Beijei-a mais uma vez certificando-me que ele ficava bem.

"Sr. Styles, se continuar a progredir desta maneira, tenho condições de o deixar passar o Natal a casa." ele falou, como se a nossa conversa anterior não tivesse acontecido. "Passe bem e tome conta de si. Pelo bem dessa rapariga."

_________________
Mereço uma bolacha por ter publicado tão rápido nfosjodsjkdhs uh uh amanhã já é dia 1 de Janeiro omg BOM ANO NOVO PARA TODAS MAIS UMA VEZ

GOSTAM DA NOVA CAPA? EU ADOROOOOOOOOO

comentários grandes e bons p'ra mim por favooooooor *_*

beijinhos xoxo

Đọc tiếp

Bạn Cũng Sẽ Thích

236K 35.5K 67
Eu fui o arqueira, eu fui a presa Gritando, quem poderia me deixar, querido Mas quem poderia ficar? (Eu vejo através de mim, vejo através de mim) Por...
403K 22.7K 26
[Editada] ✗ ✗ ✗ ❝Arabella, deixar-me-ia retirar a inocência que predomina no seu corpo?❞ - ele perguntou-me, de forma educada, com um sorriso provoc...
194K 3.2K 3
🏆 Vencedor do Wattys 2021 na categoria Young Adult 🏆 A realeza do Colégio Sagrada Esperança sempre foi comandada pela detentora da beleza e da arro...
65.5K 5.3K 32
+16 | Vick, de 18 anos, namora Guto Martins, um capoeirista adepto aos anéis de castidade que ela conheceu muito por acaso no dia em que prestou o Ex...