Cinco Dias (RABIA)

By bark2020

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Quando o isolamento não deixa outra alternativa a não ser dar vida ao que se tentou evitar e mascarar, mas qu... More

Lockdown
Tombo
Oferta
Início
Desconforto
Realização
Porre
Dia 5, Pt. 1
Dia 5, Pt. 2
Brisa
Perspectivas/Bixinho
Rotina/V, Pt. 1
V, Pt. 2
Dezembro
Sente, Pt. 1
Sente, Pt. 2
Madrugada
Madrugada, Pt. 2
[MIMO]
Recomeço
Todo Carinho
Contraponto
Esconderijo
Inquietação
Desorientação
Elucidação
[MIMO 2]
Descontrole
Calmô
Verde
Difícil
Oposição
Aliança
Sábado
Pressão
Distância
Colisão
Back to Bad
[MIMO 3]
Refazer
Natural
[MIMO 4]
Chuva
Hipotético
Roma
Junho
Chega
Ventura
[AGRADECIMENTO]
[BÔNUS]
[MIMO BÔNUS]
[BÔNUS 2]
[BÔNUS 3]
[AVISO]
[BÔNUS 4: BAHIA]
[BÔNUS 4: NUVEM]
[BÔNUS 4: ROSA]
[BÔNUS 4: CINCO DIAS DE SOL]
[BÔNUS 4: GELO]
[PARÊNTESIS]

Peônia

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By bark2020




Oi, Oi, gente amada!

Voltei e tô cheia dos avisos e esclarecimentos.

Aqui em cima são dois:

1) Como vocês perceberam, finalmente trocamos a capa feia que a autora colocou de qualquer jeito quando postou a fic. Essa nova e maravilhosa, que representa a primeira fase da história, foi feita pela querida Annie, minha colega autora que tem uma Au linda no tt ("a da ilha", no perfil dela: kccrabia). 

Muito obrigada pelo carinho, Annie!

A capa ficará aí por um tempo e depois será trocada, porque uma outra @ linda também me mandou uma e eu quero retribuir aqui todo o carinho de vcs.

2) [IMPORTANTÍSSIMO]: NÃO, A RAFA NÃO ESTÁ GRÁVIDA, GENTE!

Mas obrigada pelos trinta e tantos comentários de puro desespero sobre o tema!

(E melhorem, porque eu não bebo água de piscina, não!)

Dito isso, sigam e leiam!


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No final da noite ainda daquele dia que elas tinham passado juntas e de folga, tinham escolhido um filme para ver e, ao final dele, Rafaella, que estava deitada dentro do abraço de Bia, com a cabeça no peito dela, olhou para cima e sorriu quando percebeu que a carioca continuava dormindo, como nos últimos muitos minutos do filme.

Com cuidado, ela se mexeu no sofá e subiu o corpo para tentar inverter as posições. Claro que Bia acordou, mas ela não desistiu.

B: Acabou o filme? – coçou o olho e não resistiu ao movimento de Rafa, aninhando-se no peito dela.

R: Acabou! – beijou a cabeça de Bianca – E a Senhorita dormiu mais da metade dele.

B: Que mentira! – apertou a cintura de Rafaella – Eu vi muita coisa.

R: Viu, sim, entre dormir e acordar umas trinta vezes, até que deu pra salvar bastante coisa. – debochou.

B: Ai, tá bom, desculpa! – escondeu o rosto no peito de Rafa e concluiu com a voz abafada – Eu que dei a ideia e servi esse mico.

R: Tá tudo bem... – apertou ela – Eu sabia que você tava cansada, sei que dormiu pouco.

B: Até que não dormi, não – ergueu o corpo e sentou para enxergar Rafaella melhor – Não acordei tão antes assim do que você.

R: Mas tivemos uma noite puxada ontem e eu acabei dormindo bem mais, então tá justo! – sorriu pra ela.

B: Me conta o final do filme depois então. – bocejou, cruzou as pernas em cima do sofá, alcançou os celulares que tinha deixado na mesa de apoio ao lado do sofá e estendeu o de Rafa para ela – Quer checar suas coisas agora?

R: Não sei... – franziu o cenho – Tá tão gostoso aqui na minha bolha de amor com você! – Agarrou-se a Bianca de novo.

B: Vai no seu tempo! – sorriu e abraçou ela – Mas também não pode fugir da realidade.

R: Uai, não era você que não queria nem me deixar mexer no celular? – revirou os olhos.

B: Era, mas já passou o dia inteiro, tô te sentindo bem melhor e é hora de começar a te reinserir na sociedade. Infelizmente eu não posso te ter pra sempre aqui, só pra mim. – apertou mais ainda Rafaella, antes de ela ir se distanciando novamente.

R: Ai, tá bom, vai! – bufou, endireitou-se no sofá e esticou a mão para pegar o aparelho das mãos de Bia – Se eu surtar de novo, a culpa é sua!

B: Se tu surtar de novo, eu tô aqui! – sorriu e apertou a mão dela.

Sem interferir mais, Bia também grudou no próprio celular e trilhava carinhos na coxa de Rafaella enquanto ela checava suas mensagens.

Vez ou outra, claro, a carioca espiava suas reações. E foi em uma dessas espiadas, quando percebeu Rafa percorrer a mão pelo cabelo em um gesto nervoso, que ela resolveu interferir.

B: Que foi, amor? – apertou suavemente a coxa dela.

R: Tô lendo a janela dele, deixei por último... – continuava com os olhos fixados na tela do celular.

B: Muito surto?

R: Só daquele tantão de sempre... – levou a mão à boca, e Bia reparou outros gestos nervosos nela como morder o lábio e a unha – Mas ao menos parece que tá dando tudo certo lá no hospital e amanhã eles já voltam pra Goiânia.

B: Aí, boa notícia então! – soltou o próprio celular e virou-se de lado no sofá, questionando quando percebeu Rafa mudar de janela no aplicativo – Terminou?

R: Acho que sim! – respirou fundo, mais de uma vez.

B: Agora vem cá então... – puxou ela, recostou no braço do sofá, acomodando Rafaella entre suas pernas e com as costas em seu peito. Quando se ajeitaram, quis saber – E o resto de tudo? Trabalho, família...

R: Tudo bem, aparentemente. Amanhã vai ser dia de muita correria, mas conseguiram empurrar tudo que ficou pendente hoje. – abraçou os braços de Bia que lhe envolveram.

B: Viu como deu tudo certo e nem doeu passar um dia off?

R: Verdade, não tinha doído nada até voltar a ficar on. – suspirou.

B: Te incomodou tanto assim?

R: Acho que ainda vai incomodar por um tempo, mas mais porque me irrita ter que sair da sintonia que eu tô com você e encarar essa loucura de novo. – respirou fundo outra vez e Bia apertou ela entre os braços.

B: Calma, você vai ter que aprender a deixar esse assunto ir serenando dentro de você, senão vai voltar tudo de novo. – beijou o rosto dela – Já acabou, ele não fez mais nenhuma loucura, tá indo embora amanhã e pronto.

R: Sim, mas ele ainda continua me mandando essas mensagens, me pressionando, insistindo, ameaçando, tudo igual. – foi mais clara sobre o conteúdo do que leu.

B: Tu já disse o que tinha que dizer pra ele, já terminou o namoro, insistir nisso é uma escolha solitária dele. Uma hora ele desiste e, se te incomodar muito, tem outros recursos, né... – fez uma pausa – sempre pode trocar de número, ainda que seja um grande perrengue isso.

R: Nem me daria a esse trabalho, porque em dois tempos ele conseguiria de novo. – revirou os olhos.

B: Como foi quando vocês terminaram o casamento? O mesmo perrengue?

R: Mais suave pelas circunstâncias da culpa dele, né? As traições todas que foram expostas e tal... Ele ficou acuado e me acuou menos! Só quando eu baixei a guarda, quando tudo já estava bem entre nós dois, é que ele resolveu se soltar de novo.

B: Hum... – ouvia atentamente, mas com a cabeça também trabalhando em todas as dúvidas que tinha – E ele voltou a te procurar só depois do programa mesmo?

R: Antes um pouco, mas mais de leve. Depois do programa a coisa aumentou muito... – deu uma risada sarcástica – Aparentemente enquanto eu estive confinada ele voltou a achar que tinha algum domínio sobre a minha vida, já que palpitou tanto que deu no que deu, né?

B: Engraçado que eu sempre tive essa pulga atrás da orelha com ele. – soltou uma risadinha.

R: Obsessão, cê quer dizer, né? – debochou – Desde os nossos primeiros dias de flerte, tava lá você batendo e insistindo na tecla Rodolffo. Cê tinha por ele a obsessão que ele tem por mim.

B: Me respeita! – mordeu a bochecha e fez Rafa gargalhar em seus braços – Era sexto sentido, isso sim. Já tinha previsto o tombo! – suspirou.

R: Coisas do destino que não se explicam, né? – trilhou os dedos no braço de Bia – Eu nunca imaginei que um dia eu voltaria com ele, e naquele momento em que eu estava com você seis meses atrás então... Eu tava tão entorpecida pelo que eu estava começando a sentir, que toda vez que você falava no assunto eu achava um absurdo tão grande que eu só sabia rir.

B: Eu lembro bem... – revirou os olhos, mas seguiu matando sua curiosidade – E como foi essa transição do absurdo para o possível?

R: Ah... – mordeu o lábio, incerta sobre a resposta a ser dada – Nem eu sei direito, Bia, teve um momento do nosso afastamento que parece que eu apaguei, sabe? Me desliguei de mim mesma, porque eu não aguentava mais me questionar se eu errei com você, se eu deveria vir até você, se um dia você iria até mim... Enfim, essas pirações todas. E nesse apagão, eu abri a guarda e deu no que deu.

B: Conheço tão bem esse sentimento... – fechou os olhos e se agarrou mais ainda em Rafa – Teve uma fase em que eu não conseguia ouvir o seu nome, ver nada que te dissesse respeito, foto, vídeo então... Era como se eu preferisse torcer os dois tornozelos ao mesmo tempo, todos os dias, e ainda assim eu acho que sentiria menos dor do que ver uma foto sua.

R: Ai, amor... – incomodou-se com o tom dela, porque era tão próximo do que ela também sentiu – Eu nem tentava muito lutar com isso de foto, porque era uma guerra perdida com rede social, tomava só os cuidados básicos. E até mesmo via as nossas fotos juntas, quando eu me sentia bem pra isso.

B: Ah, pois eu fiz de tudo... Dei unfollow em instagram de fofoca, te silenciei... – sorriu com o tapão que recebeu e rebateu – Tu fez o mesmo que eu sei!

R: Fiz, mas odiei ouvir isso. – falou emburrada e ganhou um beijo de Bia.

B: Então, voltando... minha maior dor de cabeça era mesmo as Rabias, né? Porque era eu tuitar qualquer merdinha e lá vinha as torre tudo infernizar minha vida... – Rafaella gargalhou e Bia seguiu sendo dolorosamente sincera – Teve uma época em que eu via torre e já dava mute!

R: Coitadas, amor... – continuava rindo – Eu não fiz nada, não, só lamentava mesmo a cada raba sua que passava na minha timeline.

B: Qualquer dia preciso lembrar de tirar o mute das bichinhas... – acabou rindo também – mas é sério, eu não dava conta, não.

R: Cada um surta do jeito que pode, né? Você deu mute nas Rabias e eu voltei para o ex que mais chifre me botou na vida, veja bem... – incrementou no tom do deboche – E quem poderia dizer que eu seria a mais perturbada?

B: Achei ofensivo esse deboche aí, porém prioridades e vou repreender porque não é pra tu se autodepreciar assim, não!

R: Realidade, só isso. Eu que sempre me vangloriei de não perdoar traição, passei mais três meses da minha vida com quem me traiu.

B: E no final desses três meses, traiu ele por três dias, tá justo! – soltou uma risada travessa.

R: Ainda tem isso, né?

O tom indecifrável de Rafa fez Bia se preocupar.

B: Por mim, eu teria esperado esses três dias ou até mais pra você não se arrepender, e eu já te disse isso.

R: E eu já te disse também que não me arrependi... – girou o corpo para ficar de barriga pra baixo e enxergar o rosto de Bianca para ser ainda mais assertiva – Eu teria traído ele todos os dias desses três meses se alguém me dissesse que esse era o único jeito de eu te ter de volta, e digo isso com tranquilidade.

B: Uai, mas que amor louco é esse que cê tá sentindo, missionária? – debochou, mas achou adorável – Nunca que eu ia imaginar te ouvir falando assim.

R: É um amor louco mesmo, mas é tão bom! – sorriu e deitou a cabeça no peito de Bia de novo.

B: Isso que importa... – acariciou os cabelos dela e resolveu aproveitar o momento descontraído para ir ainda mais adiante nos questionamentos – Posso te fazer uma pergunta?

R: Ihhh... A última vez que eu ouvi isso de você veio a pergunta se eu já tinha ficado com mulheres! – sorriu e beijou o corpo de Bia antes de voltar o rosto na direção do olhar dela.

B: Curiosamente é algo relacionado, digamos assim.

R: Uai, ainda tem dúvida se eu pegava mulher antes de você, amor? – fez uma careta incrédula pra ela.

Bianca gargalhou.

B: Mas isso é nunquinha na vida! Profissional do jeito que tu é, eu é que fiquei com vergonha, porque acho que sou novata perto de você. – provocou.

R: Ih, lá vem... – revirou os olhos – Esse papo de experiência é melhor a gente nem ter, né? Ou vamos abordar os seus últimos seis meses e a imensa experiência que você adquiriu nesse tempo? – repreendeu ela com o olhar.

B: Nunca nem pensei em abordar isso, tá doida? – disse cínica e saindo pela tangente – Papo mais desnecessário esse de experiência...

R: Nossa, que ódio de olhar pra essa sua cara de pau agora, Bianca! – deu um soquinho no ombro dela, divertindo a carioca – Eu nem queria, mas do nada me deu uma vontade imensa de ter essa conversa.

B: Deixa isso pra lá, vai! – puxou ela e lhe roubou um selinho – A pergunta que eu tinha era séria.

R: Hum... Isso também é sério, mas vou ignorar! – disse ainda emburrada – Prossiga então!

B: Era sobre isso de você ficar com mulheres de certa forma, porque... – deu mais uma vacilada, mas queria muito saber – Aquele dia na sua casa você falou que teu ex não desconfiaria da gente, e eu fiquei me perguntando se alguém da sua vida pessoal sabe que você fica com mulheres também.

R: Eu te devo esse esclarecimento mesmo, né? – sorriu de canto.

B: É uma curiosidade que eu tenho, mas você não me deve nada e só fala quando tiver vontade. – tentou não impor.

R: Claro que eu te devo, e devo cada vez mais... – sorriu tranquila e tentou organizar seus pensamentos – Quando você me perguntou isso de ficar com mulheres eu lembro de ter te dito que era natural que a nossa geração fosse mais livre com isso, né? – Bia assentiu – E confirmei também que eu era, sim, de uma família mais tradicional.

B: Eu sei, Rafa, eu só... – tentou falar, mas a mineira a interrompeu.

R: Fica tranquila e deixa eu terminar... – fez um carinho nela – É uma besteira minha, talvez, mas eu nunca cheguei a comentar mesmo em casa. Talvez também, porque, como eu te disse, eu nunca antes tinha me apaixonado mesmo por uma mulher. Então acho que não senti essa necessidade e preferi não mexer nesse vespeiro, como dizemos por lá... E claro, a mesma coisa com meu ex, que sabemos bem, é uma mula ainda mais tradicional.

B: Eu entendo. – sorriu de lado, sem saber muito bem o que pensar.

R: Acho que eu quis evitar a fadiga mesmo e, como todo mundo, mantive uma parte da minha vida privada distante da minha família, mas eu lidei com as circunstâncias de cada época... – fez questão de atar os olhares – As circunstâncias agora são outras e é claro que eu não tenho intenção nenhuma de te esconder deles.

B: Isso é um assunto tão seu, Rafa, dentro da sua realidade e da sua família... – percebeu que Rafaella estava tão preocupada em lhe dar uma satisfação e segurança que se sentiu mal – É claro que ele me desperta curiosidade pra eu saber exatamente com o quê eu tô lidando, mas o tempo de se abrir com eles é seu, e eu jamais te apressaria nisso.

R: Que droga eu tava usando que eu não percebi que você era tão perfeita assim muito antes, hein? – sentiu vontade de esmagar ela e fez, agarrando Bianca e enchendo ela de beijos e risadas.

B: Esse é o problema das pessoas que não me levam a sério, e ele é muito comum, infelizmente. – arqueou as sobrancelhas.

R: E eu acho ótimo que seja mesmo, porque quanto mais as pessoas não te enxergarem, mais fica tudinho só pra mim.

B: E eu que lute com os cancelamentos, né, tá certo! – repreendeu ela com o olhar.

R: Mas voltando... – ajeitou-se de novo em cima de Bianca – Eu fico feliz de ouvir isso de você, mas eu falei de coração mesmo, porque é o que eu tenho vontade mesmo de fazer. Eu quero ter você na minha vida e compartilhar isso com quem eu amo.

B: Eu fico feliz. – abriu um sorriso largo.

R: Eu tenho aí muito assunto doido pra resolver ainda, mas na hora certa eu quero muito falar pra minha mãe, meu pai, minhas primas, até pro mala do meu irmão... – revirou os olhos.

B: E tu acha que eles vão levar numa boa?

R: Minha mãe acho que sim, meu pai não sei e o resto todo também vai se acostumar rápido... – ficou pensativa – Eu acho que ninguém vai ser empecilho nunca, o que pode rolar é um estranhamento, né, mas acho que é natural neste caso.

B: Claro que sim... – deslizou os dedos pelas ondas do cabelo de Rafaella, e desdobrou o assunto ainda mais – Com as nossas famílias e ciclo mais íntimo eu até acho que é algo mais imediato, mas é só também, não é?

R: Como assim?

B: A gente ainda vai ter que manter isso guardadinho um bom tempo, não?

R: Infelizmente, né? – torceu os lábios.

B: Até por causa do seu ex, acho que se ele soubesse logo, ia ter certeza que você estava comigo amorosamente aquele dia e aí já viu...

R: Mas acho que quando ele souber, vai lembrar imediatamente, não importa quando ele souber. – rebateu.

B: Ah, mas quanto mais distante a memória, melhor. Não quero nunca que ele tenha mais isso pra usar contra você. – falou séria.

R: Mais uma coisa, menos uma coisa... – inspirou fundo e deitou no peito de Bianca, deixando claro outra vez o quanto aquilo mexia com ela – Tanto faz...

B: Tanto faz nada, todo tanto que a gente conseguir te proteger dele é lucro, porque eu não quero nunca mais te ver daquele jeito de ontem. – acariciou os cabelos dela.

R: Não vai mais acontecer, porque acabou e ele não vai ter mais o poder de jogar tanta coisa assim sobre mim. Quando e se um dia isso acontecer, eu vou estar melhor do que eu estava ontem, não se preocupa, não. – discursou sem conseguir tirar o rosto do conforto onde se colocou.

B: Me preocupo, mas confio sempre que vai dar tudo certo! – percebeu que era hora de parar de forçar – Até porque, agora nós estamos juntas e nada nunca vai se comparar com os meses em que nós estivemos brigadas.

R: Pois é... – abriu um sorriso e ganhou forças para novamente erguer a cabeça – Não tem nada que vai tirar a minha alegria agora e eu espero que você sinta da mesma forma.

B: Claro que eu sinto. – sorriu apaixonada e puxou o corpo de Rafa para alcançar seus lábios e retomar a noite leve e cheia de amorzinho que elas estavam vivendo antes de caírem de novo naqueles assuntos.


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DOIS DIAS DEPOIS:

No final da tarde de trabalho, Bianca terminava algumas reuniões virtuais, quando foi interrompida por uma pessoa de sua equipe para ser informada de que sua visita tinha chegado.

Apressou-se em encerrar os últimos ajustes do ano em relação às suas marcas, desejou boas festas a todos, agradeceu muito pelo sucesso imenso que tinha sido aquele ano e encerrou.

Ainda bastante acelerada, desceu correndo as escadas.

B: Amooorrr! – gritou quando chegou no topo do último lance das escadas e desceu saltitando, mas já emendando a bronca – Achei que não vinha era nunca mais, Dona Mariana!

M: Meu amor, que saudade! – recebeu o abraço apertado de Bia e o beijo estalado em seu rosto – Desculpa, me enrolei toda mesmo lá com Jota e os preparativos de viagem.

B: Vão para o Sul passar as festas com a família dele, não? – puxou ela para sentarem no sofá.

M: Vamos! É a vez de passarmos com os pais dele. – sorriu tranquila.

B: Amo esses truquinhos de casal que reveza, acho muito civilizado! – debochou.

M: Sua hora ainda vai chegar! – piscou pra ela e emendou – Ainda mais se evoluir aí nesse relacionamento que ninguém entendeu foi nada ainda de onde surgiu.

Bianca gargalhou.

B: Eu já expliquei pra vocês muitas e muitas vezes naquele grupo nos últimos dias, se não entendem é porque estão se fazendo de sonsas. – alterou o tom de humor para o de bronca – Inclusive, já podem parar de fazer perguntas e usarem isso de tema no grupo senão a Flay não volta lá é nunca mais, e capaz até de sair do grupo.

M: Oxi, mas a gente faz justamente pra provocar ela! – deu risada.

B: Tu fala assim, mas não sabe o dobrado que eu tô cortando pra fazer aquela garota voltar a me tratar normal depois que ela soube da minha história com a Rafa!

M: A Flay tá precisando se situar e parar de meter o bedelho no que não é da conta dela, ela que aceite, não tem que dar corda pra ela, não! – indignou-se.

B: Como se fosse fácil assim! – revirou os olhos – Mas e essa sacola aí? – falou com os olhos brilhando, e apontou para o que já chamava a atenção dela desde que Mari tinha entrado.

M: É pra isso que eu vim, né? Tava faltando eu te dar o meu presente de natal! – estendeu a sacola pra ela – Tô fazendo questão de presentear todo mundo que foi importante pra mim esse ano.

B: Ô, meu amor, mas você é uma preciosidade mesmo! – abraçou ela apertado – Eu fico feliz de ser lembrada.

M: Imagina se eu esqueceria da minha namoradinha de 2020, né? Ainda que agora eu tenha que te dividir, paciência! – debochou e deu de ombros.

B: Tu sempre me dividiu com ela e sabe disso! – repreendeu, mas já abrindo o presente – Ai, eu amei! – soltou assim que enxergou a bolsa que Mari tinha escolhido pra ela.

M: Gostou mesmo? Pode trocar se quiser, ou se já tiver uma igual!

B: Imagina, amiga, eu amei mesmo, mesmo! E desculpa porque o meu presente vai chegar pelo correio, mas vocês conhecem a minha enrolação. – estalou um beijo na bochecha dela – Eu tô terminando esse ano muito feliz, sabe? – parou e ficou reflexiva – Muito dele foi perrengue, é claro, e os últimos seis meses então... – respirou fundo – mas o tanto de amiga do caralho que eu arrumei não tá escrito, não!

M: E um amor novo, né?

B: Ah, isso também. – corou instantaneamente, mas não teve nem a pretensão de negar.

M: A gente brinca muito desde que você falou a verdade lá no grupo, mas eu tô feliz real por vocês, tá? – pegou na mão de Bia – nós duas nos desentendemos com a Rafa na casa, mas o resultado final tá sendo muito melhor do que o esperado.

B: O seu motivo para as tretas eu não sei, agora o meu claramente foi implicância gerada pelo tesão enrustido, né? – deu risada da própria sinceridade – Só faltou identificar antes.

M: Ah, no meu caso eu tive meus problemas com a Rafa de outros carnavais e que também foram parar dentro da casa. – sorriu de canto.

B: Vocês também têm o rolê sem sentido de vocês, tipo o meu e dela no Paris 6, né? Onde foi mesmo o de vocês? – tentou puxar pela memória.

M: Foi na Webhouse, em Salvador! E tinha outras coisas também, mas independente de qualquer coisa, eu entrei na casa de coração aberto, de verdade.

B: Outras coisas o quê? – franziu o cenho, estranhando a expressão que Mariana fixou no rosto depois que falou.

M: Nada demais, Bianca, coisa que nem minha é, mas por amizade a gente carrega aquele rançozinho! Até contigo você sabe que eu entrei com o pé um pouco atrás, por causa de Mari. – tentou desconversar.

B: Sei... – apertou os olhos – Meu sexto sentido tá apitando, e ele só apita desse jeito com Rafaella quando tem ex dela no rolo.

M: Oxi, Bianca, vai bancar a adivinha agora, é? – levantou do sofá e pegou a sacola do presente jogada, nitidamente desviando o olhar.

B: Mariaaaana... – o tom ameaçador só desesperou mais ainda a blogueira – Tu não sabe mentir! Anda, vai!

M: Ai, Bia, até parece que eu vou ficar falando de Rafa pra você justo agora, né? Já não falava antes, vou falar agora que vocês estão se curtindo? – revirou os olhos – A Rafa é uma menina massa e é só isso que te interessa saber!

B: Porra, Mariana, mas que sacanagem, hein? – exaltou-se com uma pitada muito leve de humor – Começou, agora termina, garota, vai me deixar aqui na curiosidade? Já tô com certeza de que isso é coisa de ex mesmo!

M: Ai, Bia... – sentou toda atrapalhada de volta no sofá, arrependidíssima de ter dado aquela abertura – Não é nada que me diga respeito, mas é só porque eu sou amiga de alguém com quem Rafa se relacionou e as coisas não foram muito amenas. E eu, como amiga, comprei as dores dela, só isso.

B: É o que??? – deu um pulo no sofá ao final da explicação – Eu ouvi direito? "Dela"? – chegou mais perto de Mariana – Tu conhece uma mulher que ficou com a Rafa??

M: Conheço, por quê? – realmente não acompanhou a histeria de Bianca.

B: Todo mundo sabia que a Rafa ficava com menina menos eu? Por que isso, gente? – indignou-se – Minha vida teria sido bem mais fácil se eu tivesse essa informação antes.

M: Acho que não é assim muuuuita gente que sabe, não, mas eu como conheço essa pessoa, sei!

B: Tá, e quem é? – endireitou-se no sofá.

M: Não vou falar, Bianca, você que pergunte pra Rafa! – disse séria.

B: Meu Deus, Mariana, o que eu fiz pra merecer ser tu a detentora dessa informação? – agarrou os cabelos – A mais certinha e espiritualmente elevada do rolê! – bufou.

M: Se ela não te falou, não sou eu que vou falar. – insistiu.

B: Já entendi, garota, já entendi! – fuzilou ela com o olhar – Mas vai, como minha amiga agora então, vai... – tentou barganhar – Se você entrou na casa com um rançozinho assim da Rafa, é porque tem algum motivo com o qual talvez eu deva me preocupar, não?

M: Não necessariamente, porque todo relacionamento é diferente um do outro, né, Bianca. – tentou refletir para não se complicar mais ainda – Digamos que eu comprei as dores da minha amiga, mas só porque eu vi ela sofrendo. A Rafa não fez nada demais, acho que só não chegou a sentir o mesmo pela minha amiga.

B: Saquei... – fez uma cara pensativa, tentando juntar as peças – Tua amiga se apaixonou e a Rafa não, é isso?

M: É isso, Bianca, agora chega!

B: Só me diz se eu conheço, por favorzinho! – fez o gesto de prece.

M: De jeito nenhum, chega! E se continuar insistindo, eu vou embora daqui é agora!

B: Chantagista pra carái você, minha nossa! – revirou os olhos.

– Oi, Oi! – o amigo de Bianca entrou na sala.

M: Eu te amo, Miguel! – a influencer levantou e foi abraçar ele, aliviada pela interrupção e sob o olhar ainda mais frustrado de Bianca – Tudo bem?

Miguel: Tudo, sim, Mari! Coisa boa você aqui!

Mari: Pois é, vim fazer uma última visita esse ano pra minha namoradinha! – disse fofa, tentando alterar de vez a vibe da sala.

Miguel: Fez bem! – voltou-se para a empresária – Bia, trouxe o que você me pediu, tá? Rodei a cidade inteira, mas achei! – revirou os olhos.

B: Ai, obrigada, migo! – finalmente saiu da frequência de frustração e levantou saltitando para ir conferir – Deixa eu ver!

Miguel: Era isso mesmo?

B: Era! – bateu palminhas empolgadas.

Mari: Que isso? – tentou enxergar, mas não conseguiu.

B: É só uma coisinha que eu pedi o Miguel pra trazer da rua pra mim, nada demais! – deu de ombros e colocou o pacote em cima da mesa.

Miguel: Nada demais pra ela que não foi atrás, Mari, você pode imaginar! – ironizou.

Mari: Não sei como você aguenta essa aí, Miguel! Sua passagem para o céu está garantida! – embarcou na zoeira contra a carioca.

B: Todo mundo me ama aqui e só resta admitir! – abraçou Miguel e arrastou ele mais perto de onde Mari estava – Vem, migo, fica aqui pra gente fofocar juntos. Quem sabe tu não me ajuda a tirar umas coisas aqui da Mari!

Mari: Bianca, eu já disse que não vai rolar! – espanou – Conversa com a Rafa, caramba!

Miguel: Ihhhhh, não! – tentou tirar o pescoço do aperto de Bia, que o abraçava já no sofá – Se é B.O. Rabia, tô fora!

B: Não tem B.O., eu só queria que a Mari me contasse sobre uma mina aí, amiga dela, que parece que a Rafa pegou, mas ela tá regulando! – a influencer apenas revirou os olhos com a insistência de Bianca.

Miguel: Mas bicha, você tá ficando insuportável desde que a Rafa entrou na sua vida! – olhou indignado para a empresária – Surtada e ciumenta em tempo integral!

B: Como eu vou ter ciúmes de quem eu não sei quem é, gente? É curiosidade mesmo! – fez uma cara indisposta – Mas não tá mais aqui quem falou então, vamos mudar de assunto!

Mari: Melhor mesmo! – apertou os olhos pra ela.

Miguel riu das duas e ficou por ali com elas, conversando e fofocando sobre muitos assuntos, mas nenhum deles perto de matar a curiosidade de Bianca.


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No início da noite, Bia estava em seu quarto trabalhando e organizando sua agenda no pequeno sofá de apoio que existia ali, quando a visita mais esperada do dia chegou.

Chegou e se encantou com a imagem de Bianca tão compenetrada.

R: Tem coisa melhor do que começar minha noite assim? – soltou a fala e encostou a lateral do corpo em uma pilastra.

Bia ergueu o olhar já com um sorriso imenso no rosto.

B: Assim como, garota? – soltou caneta, soltou agenda e esticou os braços, fazendo o gesto com as mãos para que Rafa chegasse mais perto.

R: Assim... – ajoelhou no sofá e se jogou nos braços de Bianca – Assistindo você tão linda brincando de ser gente grande!

B: Mas eu sou, né? – beijou com carinho os lábios dela antes de completar – Infelizmente na maior parte do dia!

R: Seu império construído fala por você! – sorriu e beijou ela de novo – E que frio é esse nesse quarto, fia?

B: Ar condicionado, né? – estalou um beijo na bochecha de Rafa e soltou ela.

R: Só você mesmo pra ligar o ar e ficar empacotada dentro do quarto em pleno dezembro! – revirou os olhos.

B: Eu amo, me deixa! – franziu o nariz e mudou o assunto – Tava com tanta saudade já, demorou demais!

R: Vim assim que deu! – puxou ela e a abraçou lateralmente.

B: E o dia, como foi?

R: Corrido, puxado, estressado, infernal! – despejou em uma cadência rápida e crescente no tom irritado.

B: Eita! – apertou ela no abraço, mas foi se afastando para entender melhor a declaração – Aconteceu alguma coisa fora do esperado?

R: Não, rotina de trabalho mesmo! – respirou fundo.

B: E as mensagens? – investigou pela primeira vez no dia.

R: Algumas ainda, mas tá diminuindo.

B: Que bom! – abriu um pequeno sorriso, deu um selinho em Rafaella e levantou puxando-a pela mão – Mas vem, vamos eliminar esse stress!

R: Como assim? – juntou as sobrancelhas, sem entender a movimentação de Bia.

B: Eu tava só te esperando pra gente tomar um banho gostoso e relaxante juntas! – abriu um sorriso.

R: Gostoso e relaxante, né? Sei... – seguiu maliciando as intenções de Bianca – Eu mal cheguei e cê já tá nessa!

B: Deixa de me difamar, garota, e vem logo! – revirou os olhos e puxou a mineira mais forte, fazendo-a se levantar sorrindo, enfim.

Com Rafaella grudada em suas costas e enchendo seu pescoço de beijos, Bia as conduziu até o banheiro.

R: Nossa, que cheiro bom! – cheirou o pescoço de Bianca.

B: Não sou eu, não! – arrepiou-se com o nariz de Rafa passando suavemente ali – São as velinhas que eu já acendi pra ir deixando o clima delicinha.

R: Hum... – finalmente percebeu as velas ali – Então é tipo super produção mesmo?

B: Suuuuper, super, não, né? – descolou-se de Rafa e caminhou até a banheira para soltar a água – Mas pensado com carinho, com toda certeza!

R: E precisa de mais do que isso? – sorriu encantada, observando Bia reunir tudo para o banho delas.

Quando terminou, a carioca voltou perto de Rafa e enlaçou sua cintura.

B: Agora é só esperar a banheira encher, já achei a melhor temperatura! – fez um carinho no rosto de Rafaella, admirando-o longamente, como sempre que tinha aquela paz e tranquilidade gostava de fazer.

R: Você continua craque em achar a temperatura! – beijou a mão que tinha em seu rosto.

B: E você preguiçosa demais pra isso! – revidou, mas sem perder o olhar apaixonado.

R: Tenho outras qualidades! – pronunciou travessa e apertou Bianca em um abraço confortável.

Ficaram uns segundos assim, mas logo a hiperatividade de Bia falou mais alto.

B: Vamos logo, antes que transborde e a água esfrie! – deu um beijo no pescoço de Rafa e se soltaram.

A carioca levou a mão à barra do moletom que usava, mas Rafaella a impediu e, com um sorriso, começou ela mesma a tirar a peça.

Entendendo a intenção, Bianca passou a fazer o mesmo com a blusa que a mineira usava. Sem a parte de cima, as duas se abraçaram e, simultaneamente, desataram o sutiã uma da outra, sem esquecer de distribuírem beijos carinhosos nos ombros já expostos.

Quando se afastaram, Rafa levou a mão direita ao maxilar de Bia e puxou-a para um beijo, que elas trocaram sem pressa e enquanto desabotoavam e desciam as peças de baixo uma da outra.

Com um sorriso sacana que ela jamais conseguiria evitar, em contexto fofo nenhum, Bia foi a primeira a levar as mãos à bunda de Rafa, por dentro da calcinha, e antes de descer ela também. A mineira fez o mesmo com a última peça que cobria o corpo de Bianca.

Completamente nuas, elas se beijaram de novo, agora mais intensamente.

Com muito custo pela excitação óbvia vinda da pequeno joguinho de sedução que ela não previu, a carioca se afastou e entrou primeiro na banheira.

B: Vem! – chamou Rafaella com o olhar sedutor.

A mineira obedeceu e elas se encaixaram juntas, com Bianca atrás e Rafa entre as pernas dela.

R: Se eu soubesse que era isso que estava me esperando, não tinha ficado lá passando raiva, não!

B: Ah, é assim, é? – levou as mãos aos cabelos de Rafa, para prendê-lo em um coque – Então quer dizer que o banho vale a pena, mas euzinha aqui sou insuficiente! – mordeu leve o pescoço de Rafa, que sorriu com o jeitinho de Bianca.

R: Você entendeu o que eu quis dizer e deixa de ser manhosa! – acomodou-se junto ao corpo de Bia assim que ela terminou de prender seu cabelo.

B: Tu não sabe se expressar e eu tenho que reagir, né? – sorriu travessa, enlaçando a cintura de Rafa.

R: Nem vem que cê me acha articulada que eu sei. – alfinetou.

B: Jura que vai trazer esses papos de BBB pra dentro dessa banheira com a gente? – indignou-se.

R: Tô brincando! – deu risada e virou o rosto para pedir um beijo, que Bia não negou.

B: Se situa! – insistiu na bronca e logo redirecionou a conversa – Mas eu preparei esse momento pra gente porque eu tenho um assunto muito sério pra tratar contigo! – deixou um beijo carinhoso no pescoço de Rafaella.

R: Assunto sério com esses estímulos vai ficar muito difícil! – reflexamente levantou o ombro, sentindo o arrepio depois do beijo de Bia.

B: Deixa de ser assanhada e se controla um pouco, vai!

R: Vou tentar! – respondeu cínica, mas reagiu de novo quando sentiu a mão de Bianca deslizando em sua barriga para se acomodar melhor – Mas então fala logo, vai, porque não prometo nada.

B: Meu Pai, vou precisar falar com as mãos suspensas, é isso? – exagerou na cena e realmente ergueu as mãos.

R: Fala, vai! – deu risada e puxou os braços dela para voltarem para os devidos lugares – Eu tô ouvindo.

B: Então... – tentou retomar o prumo e levou a boca bem pertinho do ouvido de Rafa para pronunciar o que queria, em tom suave e sussurrado:

– Vai me contar qual amiguinha da Mari tu comeu?

Rafaella olhou de lado, completamente vendida na cena.

Não era nem de longe o que ela poderia supor que ouviria se ao menos tivesse tentado.

R: Endoidou foi? – girou o pescoço ainda mais para enxergar o olhar desafiador que Bianca lhe endereçava naquele momento.

B: Resposta errada, Rafa Kalimann. Continuo aguardando! – apertou a cintura dela.

R: Contexto primeiro, Bianca Andrade! – não se dobrou.

B: A Mari veio aqui e, maravilhosa de tão atrapalhada como ela sempre é, soltou que é amiga de uma mina que tu já pegou. Não quis dizer quem, pois é a Mari, né? Jamais faria o serviço completo... – revirou os olhos – E agora eu estou te questionando. Pode responder, por favor? – finalizou no mesmo tom (mais hilário do que ameaçador).

R: A Mari também, hein? – soltou o ar.

B: Eu conheço? – não segurou a ansiedade.

R: E eu sei lá? Provavelmente já ouviu falar, mas não sei se conhece pessoalmente.

B: Diz o nome e eu analiso.

Rafaella começou a precisar se controlar para não rir, porque passado o susto, tinha ficado só hilário mesmo.

R: É uma influencer do universo fitness da Mari.

B: Ah, pronto! Só melhora... – interrompeu – Se for a Pugliesi, eu te afogo nessa banheira!

Rafa gargalhou finalmente, não dava mais.

B: Não tem graça, Rafaella! – apertou ela – Não é ela, não, né?

R: Claro que não, trem! – deu um tapinha no braço dela – É Gabriela também, mas não a Pugli!

B: A Fonseca??

(N.A. fictício, gente, não precisa abrir o google!)

R: Essa.

B: Puta que pariu, Rafaella! – ameaçou levantar da banheira.

R: Tá doida? – suspendeu o tronco e olhou pra trás.

B: Tu tinha, né... – deu dois tapas leves nas costas dela.

R: Tinha o que? – não sabia se ria ou se indignava, porque já tinha desistido de acompanhar mesmo.

B: Tinha que pegar E... – ressaltou bem – fazer cair de quatro por você essa mina gata pra caralho, né?

R: Deixa de ser exagerada, Bianca! – balançou a cabeça negativamente e forçou que retornassem para as mesmas posições.

B: Exagero nada! Pega Mari, pega Pugliesi, coloca eu junto, e não dá o tanto que essa mina é gata!

R: Aí cê foi longe demais... – não aguentou e afastou o corpo, girando na banheira para ficar de frente pra ela. O momento exigia. – Coloca você junto?? Mas nem em um imenso sonho! – soltou uma risada e puxou Bianca para enlaçar as pernas em sua cintura – Você é muito mais linda do que todas essas, juntas... – passou a distribuir beijos no pescoço e colo brancos enquanto continuava – Somadas e multiplicadas por 30!

B: Não acredito, não adianta! – tentou não se desestabilizar – Eu tenho olhos e enxergo, né? E pode parar de me beijar porque eu tô bolada contigo!

R: Cê não tá falando sério, não, né? – parou mesmo os beijos, apoiou ela pela cintura e procurou o olhar castanho – É passado, Bia!

Bianca entortou os lábios, ainda contrariada, mas recuou.

B: Eu sei, tô fazendo um pouquinho de cena. – franziu o nariz e deu um selinho em Rafa, que respirou aliviada – Tava curiosa mesmo, não gostei de ser uma mina tão gata assim, mas paciência. – deu de ombros – Tenho meus encantos também.

R: Confeteira! – apertou ela e voltou ao ataque de beijos – Sabe que não tem ninguém que me faça cadelar mais do que você, então deixa de besteira.

Bia se afastou e voltou para a posição anterior, obrigando Rafaella a fazer o mesmo.

B: Também detestei saber que ela se apaixonou por você, mas não tenho como julgá-la! – suspirou, recebendo Rafa em seus braços de novo.

R: Isso aí já é exagero da Mari, talvez, sei lá... – tentou desconversar.

B: Vou acreditar no que você me disse sobre nunca ter se apaixonado antes por uma mulher, e essa é a parte que importa. – beijou o rosto dela.

R: E é mesmo verdade! – fechou os olhos com o beijo – E mesmo que eu tivesse me apaixonado, seria passado, né?

B: Eu sei, amor, não pensa que eu sou surtada, não. Só tava fazendo uma ceninha mesmo pra saber um troço que eu passei muitas horas curiosa! – sorriu travessa.

R: Cê gosta de flertar com coisa séria, né? Uma hora desanda e aí quero ver!

B: Se fosse só eu que sou assim, né? – descansou o queixo no ombro de Rafa e se preparou para alterar a frequência – Já tô morrendo de saudade só de imaginar que amanhã tu vai embora!

R: Você fala assim e parece que eu vou ficar meses longe de novo! – repreendeu ela.

B: Nem brinca! – apertou ela possessivamente – Não dá mesmo pra esticar mais um ou dois dias?

R: Não dá, amor, tenho os eventos beneficentes de Natal! O primeiro deles já é amanhã à noite, mas ainda dá pra eu passar o dia aqui com você! – respondeu no mesmo tom triste.

B: Pelo menos isso, né?

R: E a gente vai tentar se ver entre o Natal e o Ano Novo, já tá combinado! Só vamos ver direitinho o melhor dia e onde! Quando você vai para o Rio?

B: Acho que dia 21, se não me engano.

R: Depois de amanhã já então! – fez um carinho no rosto dela, que continuava em seu ombro – E você tem alguma coisa em São Paulo na semana entre natal e ano novo?

B: Acho que tenho, preciso checar direitinho.

R: Vamos ver isso, eu tento sincronizar e te encontro aqui. – olhou de lado, buscando o olhar de Bianca, que lhe deixou um beijo carinhoso nos lábios.

Depois do beijo, Bia voltou as costas e a cabeça para o apoio da banheira, Rafa se acomodou em seu peito e fechou os olhos sentindo o conforto do momento. Percebendo a calmaria e imobilidade que se instalaran, a carioca liberou um dos braços que estavam na cintura de Rafa, esticou-o atrás de sua cabeça e pegou o que tinha guardado escondidinho ali.

Antes que a mineira pudesse reagir, Bia trouxe de volta o braço no mesmo instante em que Rafaella abriu os olhos de novo.

R: Que isso? – abriu um sorriso quando enxergou Bianca segurando uma flor bem próxima de seu rosto.

E o esclarecimento veio em seu ouvido, em tom sussurrado:

– Feliz sexto dia, namorada!

E com o esclarecimento o desnorteamento inevitável.

Rafaella não soube nem por onde começar e só conseguiu tentar depois de longos segundos nos quais Bianca continuou segurando a flor e sustentando um sorriso ansioso no rosto.

R: Hoje é nosso sexto dia? – pareceu contar mentalmente e finalmente pegou a flor.

B: É... – beijou o ombro dela – Achei que valia a comemoração o fato de a gente ter conseguido passar dessa marca dessa vez.

R: Claro... – ficou encarando a flor e, ainda insegura, questionou – E você me chamou de quê mesmo?

B: Se tu concordou com o que eu sei que ouviu, eu repito; se não concordou, a gente esquece agora mesmo o meu mico.

Rafa abriu um sorriso enorme e, ainda desacreditada, cheirou a flor.

B: Não vale tentar ganhar tempo pra pensar! – apertou com carinho os braços na cintura dela.

R: Não tem o que pensar... – virou levemente o rosto de lado antes de concluir:

– Pode repetir!

Bem pertinho do rosto de Rafaella, Bianca também expandiu o sorriso e seguiu o comando, com a voz rouca e doce:

– Feliz sexto dia, namorada!

Rafa fechou os olhos, mordeu o lábio e quando abriu novamente, deu também sua resposta:

– Feliz sexto dia, minha namorada!

Encarando-se nos olhos, o momento só poderia ser complementado pelo beijo, que veio inundado de todos os sentimentos combinados que elas vinham se permitindo sentir cada vez com mais intensidade.

Quando o beijo foi cedendo, Bia ainda deixou alguns selinhos carinhosos em Rafa e pediu com carinho:

– Vem cá, vira de frente pra mim! – a mineira sorriu e fez o que foi pedido.

Bianca puxou as pernas dela e, com cuidado, encaixou-a em seu colo.

R: Ela é muito linda! – ainda encantada, Rafaella cheirou novamente a flor.

B: É uma flor rara e eu pedi para o Miguel ir atrás pra mim hoje. É uma peônia, como as que eu tenho tatuada aqui... – estendeu o antebraço direito e Rafa olhou na direção indicada – Elas têm uma simbologia muito forte pra mim e eu queria estender isso pra nossa relação.

R: É mesmo? – não conseguiu desfazer o pequeno sorriso encantado do rosto.

B: Sim... – Bia pegou a flor de cor vermelha da mão dela – Elas são conhecidas como "as rosas sem espinhos"... – cheirou-a também e continuou – Representam beleza e fragilidade, mas também servem pra nos lembrar que a vida passa muito rápido e que as grandes recompensas só vêm através de grandes riscos.

R: Adorei! – disse baixo, encarando os olhos castanhos.

B: É assim que eu levo tudo na minha vida e é como eu vejo a gente... – colocou a flor na borda livre da banheira e voltou novamente o olhar para Rafaella antes de concluir – Eu sei que a gente é um grande risco por todas as nossas diferenças e todas as dificuldades que a gente já passou, mas desde que a gente se reencontrou depois do programa que isso parece não importar, e eu sinto como se a vida estivesse andando mais rápido do que eu consigo acompanhar e, depois de tanto tempo sofrendo, eu só quero estar com você agora, o máximo que eu puder.

R: É o que eu sinto também! – enlaçou o pescoço de Bianca e encostou uma testa na outra, sentindo as mãos da carioca lhe apoiando na cintura.

Um silêncio gostoso e confortável se instaurou entre elas, e foi quebrado por Bianca que, com muitos segundos de mente livre, claro que começou a se questionar.

B: Muito rápido? – soou um tantinho insegura, abrindo um sorriso carinhoso em Rafaella, que afastou os rostos novamente.

R: Isso tá mais de seis meses atrasado, amor... – levou a mão ao rosto dela – É o que eu queria que já estivesse acontecendo pra gente há todo esse tempo e o destino não permitiu... – beijou os lábios de Bianca e finalizou – Mas Ele sempre honra, e chegou a hora de a gente viver isso como a gente merece.

Bianca expandiu o sorriso e deu início a outro beijo que começou sem pressa e foi aprofundando conforme elas iam desligando completamente dos estímulos em volta

E aumentando o ritmo em urgência e desejo, as mãos de Bia passaram a descer da cintura para a bunda de Rafaella, assim como seus lábios passaram a descer afoitos para os seios da mineira, que deslizavam em seu corpo e lhe faziam enlouquecer.

Sentindo o quadril de Rafa cada vez mais se soltando e movimentando em seu colo, e sua mão já querendo explorar mais o corpo da namorada, a carioca ainda tentou negociar antes de sair do controle:

– Não quer ir pra cama?

Rafa mordeu e soltou o lábio inferior de Bia e sorriu maliciosa.

R: Não dá mais... – buscou o olhar castanho antes de sentir a mão de Bianca finalmente encontrar sua intimidade e completar sem rodeios:

– Eu quero aqui mesmo!

A carioca correspondeu a malícia no sorriso e deslizou os dedos vagarosa e torturantemente pelo sexo de Rafaella, descendo de novo sua boca para os seios dela e levando-a ao limite da excitação.

R: Mete gostoso, vai! – sussurrou, já desesperada e puxou o rosto de Bia para continuarem se beijando.

Sem demora, a carioca obedeceu e deslizou seus dedos devagar, mas parou os beijos para não perder o olhar de Rafa enquanto a torturava com o ritmo crescente e delicioso, seguido pelo movimento do corpo da mineira, que subia e descia buscando intensificar o prazer e a excitação ao máximo.

E à medida em que os gemidos também descontrolavam, o movimento da mão de Bianca ia no mesmo embalo, enquanto a outra apertava a bunda da mineira, na combinação irresistível que não demorou muito a trazer o gemido mais alto que veio junto com o prazer da namorada.

Elas se abraçaram apertado por longos segundos e, quando se afastaram, o olhar de Bianca ainda maliciava.

B: Gostosa! – sussurrou.

Rafaella sorriu sem conseguir desviar os olhos da boca de Bianca que não parava de lhe atiçar, investiu nos lábios dela, mas só mordiscou e recuou na sequência para despejar na intimidade do ouvido da carioca:

– Você eu quero lá na cama!

Bia intensificou a malícia e a excitação que lhe dominavam naquele momento e, sem demora, elas seguiram a vontade de Rafaella e deram sequência na última noite antes do afastamento forçado.


------


No dia seguinte, depois de acordarem e tomarem o café que Rafa preparou e levou pra elas no quarto, as duas curtiam o restinho de manhã preguiçosa que ainda lhes restava, deitadas na cama e conversando aleatoriamente enquanto mexiam nos celulares.

Quando uma lembrança cruzou sua mente, Bia levantou e foi até o sofá pegar a agenda que tinha soltado ali no dia anterior.

R: Que foi, amor? – tirou os olhos da tela do celular.

B: Lembrei de ver aqui certinho o dia que eu venho pra São Paulo depois do natal. – com a agenda na mão, voltou pra cama e sentou ao lado do corpo de Rafaella, com as pernas cruzadas.

R: Verdade!

B: Eu tenho um compromisso aqui no dia 27 à noite, já tenho até vôo marcado para o final da tarde! – passou as páginas – Eu voltaria para o Rio já no dia 28, mas dependendo, se tu puder vir e o quanto puder ficar, eu remarco.

R: Eu não tenho compromisso depois do natal, graças a Deus! Então eu posso vir dia 27 mesmo e te espero chegar desse evento!

B: Afff, eu vou morrer nesse compromisso pensando que você já tá tão pertinho! – soltou a agenda e grudou em Rafaella.

R: Então eu venho dia 28, porque tem que trabalhar direitinho! – repreendeu ela.

B: Tá louca? De jeito nenhum! Vem dia 27 mesmo! – reagiu sem dar nenhuma margem de negociação e Rafa apenas sorriu, chacoalhando a cabeça negativamente e continuando a ouvir – Mas já que tu não tem nada depois do natal, a gente podia ficar pelo menos até dia 30 aqui, não? – fez uma carinha pidona, mas levemente envergonhada.

R: Você vai perder um tantão de tempo que ficaria com a sua família no Rio, não é? – censurou ela com o olhar.

B: Ah... – torceu os lábios, contrariada – Só se você não quiser, porque por mim não teria problema, já tô indo amanhã mesmo. É tempo suficiente.

R: E eu lá não vou querer ficar com você, trem? – apertou ela no abraço – Deixa de drama! Eu só não quero que você prejudique esse tempinho com eles, porque esse ano já ficou bastante sem a família por causa da quarentena, o que não é o meu caso.

B: Tudo bem, eu já passei 26 anos da minha vida estando mais com eles do que com você! – deu uma risada travessa.

R: Cê é muito manipuladora, sabia? Quem aguenta essa carinha?

B: Eu apenas luto pelo que eu quero com todas as minhas armas! – disse cínica.

R: Tô ferrada mesmo com você! – sorriu pra ela e trocaram um beijo antes da conclusão – Se é assim, tá fechado então! Eu fico com você até dia 30 e depois vou pra Minas!

B: Minas? – estranhou – Não vai passar em Goiânia?

R: O ano novo, não, só o natal!

B: Ai, graças a Deus! – nem tentou disfarçar.

R: Como assim? – riu do jeito dela.

B: Não tô gostando, não, de você muito tempo lá em Goiânia com aquela vizinhança. Qual a surpresa?

R: Ai, Bi... – ainda não tinha se atentado a esse pequeno grande detalhe – Eu vou continuar sem dar moral pra ele, fica tranquila.

B: Eu tô preocupada com você... – afastou o corpo para encarar ela melhor e esclarecer – Com ele chegando perto e te desestabilizando, justo agora que tu parece estar cada dia melhor!

R: Isso não vai acontecer! – sorriu de canto – Agora eu tenho toda força do mundo pra encarar o que vier dele, porque eu tenho uma namorada linda me apoiando e me esperando.

B: Acho bom lembrar disso sempre mesmo! – disse ainda levemente emburrada e voltou a se agarrar a ela.

Rafa continuou sorrindo com o pequeno drama de Bia, beijou a cabeça dela e logo teve a atenção desviada para o toque de videochamada de seu celular.

R: Ih, olha quem é! – mostrou para Bianca.

B: Vai atender? – arregalou os olhos.

R: Ah, vou... – Bianca foi deslizando para o lado e Rafa puxou ela de volta – De jeito nenhum, tá doida?

B: Ela nem sabe ainda, amor.

R: Por isso mesmo...

B: Mas melhor não saber assim, né?

R: Deixa de besteira! – com pressa para não perder a chamada, juntou Bia ainda mais e completou travessa:

– É hoje que ela paga!

Posicionando o celular, Rafa clicou para atender logo e, em seguida, tascou um beijo em Bianca que a carioca definitivamente não estava esperando, com língua e tudo.

– Sangue de Jesus, o que é isso, Rafaella?

Bianca começou a gargalhar ainda dentro do beijo mesmo e não conseguiu sustentar, fazendo Rafa voltar o rosto para o celular com o tom mais empolgado que conseguiu.

R: Boooooom DIA, Titchela, amor da minha vida! – apertou Bianca com o braço livre e emendou:

– Surpresaaaa!

B: Gi? – o silêncio da capixaba só fazia Bianca querer rir mais e mais.

R: Tá viva ainda, Titchelinha? – seguiu provocando.

G: Mas que putaria é essa? – reagiu, enfim – Pagaram quanto pra vocês filmarem uma fanfic Rabia? Tão ensaiando?

As duas continuaram gargalhando.

R: Né fanfic, não, Titchela! Não pareceu real o suficiente pra você? A gente pode repetir... – puxou Bia de novo, mas foi interrompida.

G: Ave Maria, não! Pode parar porque eu ainda não me recuperei do primeiro! – levou a mão livre aos olhos.

B: Bom dia, Gi! Desculpa a bagunça! – pronunciou fofa, tentando trazer a conversa de volta à normalidade, mas Rafa não queria deixar barato.

R: Desculpa nada, tava passando da hora dessa aí levar essa surra depois de tanta inconveniência nos últimos tempos.

G: Ah, tá, vocês têm crise precoce de meia-idade, decidem se pegar e eu sou obrigada a adivinhar?

B: A gente é só uns bebês, Gi, que crise de meia-idade o quê? – deu mais um selinho em Rafa.

G: Gente, PAROU! – cansou da psicodelia e tentou organizar – Não é sério isso, é?

R: Claro que é, Gi, olha onde eu tô! – inverteu a câmera para que Gizelly tivesse a visão do quarto de Bianca.

G: Meu Deus, tem até louça de café da manhã ali! – levou a mão à boca, divertindo ainda mais o casal – Quê isso, hein, Boca Rosa? De Pink Mansion a Pink Motel depois de Rafaella, gostei de ver!

A mineira soltou uma risada irônica e debochada.

R: Um grande sonho que isso aqui tivesse se tornado Pink Motel só "depois de Rafaella".

B: Uma vez inconveniente, para sempre inconveniente, né, Gizelly? – fuzilou ela com o olhar.

G: Ih, me errem com esses dramas de sapatão emocionada, porque eu ainda tô chateada. – fez uma pausa e soltou, sem juízo algum – Cê não era piroqueira, Rafaella? O Brasil inteiro tinha certeza disso.

B: Brasil inteiro! – Bianca pronunciou e apontou para a própria cabeça, somando-se ao bullying com Rafaella.

R: Ai, gente! – revirou os olhos e nem conseguiu uma defesa, porque a capixaba seguiu metralhando.

G: Desde quando isso tá rolando?

R: Tem pouco tempo, Gi! – olhou para Bianca, que apoiou o queixo no ombro dela para caber melhor no quadro – Quer dizer, começou tem um certo tempo, mas deu muito ruim e voltou a dar bom de novo.

G: Então o surto lá na Manu já era isso??? – puxou pela memória.

B: Já, Gi! – revirou os olhos – A gente tentou conversar ali e explodiu foi tudo.

R: E depois deu tudo certo! – virou o rosto e beijou Bia de novo.

G: Eu vou desligar na cara de vocês se não pararem com isso! – ameaçou e seguiu se indignando – E eu só soube agora por quê?

R: Ah, Gi... – Bianca deixou Rafa se virar com a amiga que era mais dela – Porque até aquele dia na Manu, acho que tanto eu, quanto a Bia, não falávamos direito sobre isso nem pras nossas consciências.

G: É, mas as nerds da sala de aula, Manu e Marcela, aposto que já sabiam! – bufou.

B: Por mero capricho do destino, Gi, porque tu sabe que eu sou do bonde do fundão! – piscou pra ela.

R: É mesmo, Titchela, elas sabem, sim, mas foi porque tiveram alguma participação na primeira temporada do nosso relacionamento, digamos assim. – não quis se aprofundar e logo tentou atalhar – Mas pra gente se redimir com você, vamos te dar uma notícia em primeira mão... – procurou o olhar de Bianca, que mordeu o lábio, entendendo o que ela queria dizer.

G: A menos que vocês me falem que conseguiram engravidar naturalmente, nada vai me espantar mais do que isso. – não se dobrou.

R: Deixa de ser assim! Meu Deus, pior do que as pirraças da Bianca! – estressou com ela e tomou um tapa justamente da Bianca – Então eu não falo é mais nada também.

G: Fala, vai! É o mínimo que vocês me devem!

Tentando impedir que a pirraça das duas continuasse, a carioca disparou logo:

– A gente tá namorando, Gi!

G: Isso? – fez cara de desdém – Achei fraco!

R: Fraco, Gizelly? – revirou os olhos – Ninguém sabe ainda, tá? Isso aconteceu essa noite, então valoriza!

G: E quem pediu quem em namoro?

B: Eu pedi! – puxou o queixo de Rafa e beijou o rosto dela!

G: Você? – agora, sim, fez cara de espanto de novo, mas logo se recompôs – Eu esperava mais de você, Rafa Kalimann!

R: Eu também esperava mais de mim, Gi! – riu e olhou para Bianca de novo – Mas minha namorada é perfeita, vou fazer o quê? – deu de ombros.

G: Vocês tão um nojo mesmo! – revirou os olhos.

R: E tudo bem que ela não pediu exatamente, né, mas deu pra entender que era isso, sim. – zombou de Bia.

B: Ah, agora as verdades vão saindo, né? – tentou se defender – Foi ruim pra você, minha rosa?

R: Tô brincando, foi lindo! – apertou ela.

Gizelly ainda pensou em reclamar da cena, mas não resistiu e finalmente falou sério:

– Mas eu tô estranhamente feliz de ver vocês duas juntas. Não sabia que combinavam tanto!

B: Tá vendo? A vida pode te surpreender.

G: Sim, agora eu autorizo dar outro beijo, vai? – elas riram, deram um selinho e a capixaba protestou – Beijo mesmo, gente, pro print sair decente!

R: Gizelly! – repreendeu ela – Sem print!

G: Ah, vocês acham mesmo que eu não vou ter o print da chantagem e do suborno, né? – soltou uma risada – O do selinho já tenho... O outro eu ainda vou conseguir! – disse com ar de superioridade.

B: Eu me acabo com tu, Gizelly! – gargalhou.

G: AHHHH... – saltitou do outro lado da chamada.

R: Tá doida, fia?

G: Bia, é até bom você estar nessa chamada, porque eu queria mesmo te contar...

B: Diga!

G: Eu vou passar o natal no Rio com a minha família esse ano, te falei na festa da Manu, né? – Bia assentiu e a capixaba completou em tom histericamente empolgado – E eu fui convidada pra festa de final de ano na casa da Anitta!

B: Jura??? – também pulou na cama – Não acredito que você vai também!!!

Rafaella juntou as sobrancelhas, olhou de lado e questionou:

Você vai?

[CONTINUA]

------


Sim, caras, elas namoram! 💓

A autora segue nauseada, mas amando fazer vocês felizes!

E a Gizelly sempre faz tudo em Cinco Dias, então agora vamos dar uma agitadinha, né? 

Por favor...


˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜

Por fim, vamos ao último anúncio:

3) Agora que vocês já leram o capítulo, dêem uma chegada na fic nova e linda da itsalways1975 : Versões de Nós.

Eu amei a descrição, fiquei curiosa e tenho certeza que vai dar uma super história.

Além disso, a Rê e algumas meninas do grupo dela no tt sempre foram uns amores com Cinco Dias e, portanto, terão pra sempre o meu amor.

Sendo assim, dêem aquela força, passem por lá, leiam, votem, comentem, coloquem na biblioteca, cobrem att e tudo mais que vocês fazem tão lindamente aqui em Cinco Dias, fechado?


˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜˜


Agora, sim, vou-me!

Meu amor e carinho sempre!

Até o próximo!

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