Segunda-Feira, Dezembro 29, 2014
{Harry Styles}
Eu sorrio quando sinto os dedos de Crystal embrenhados no meu cabelo e eu escondo o meu rosto ensonado entre a curva do seu pescoço e a almofada. Eu beijo prolongadamente a pele do seu pescoço. Pedi, com todo o custo, para Crystal ficar esta noite em minha casa a dormir e ela aceitou.
“Bom dia.”
“Bom dia.”
Afasto-me um pouco e pego no meu telemóvel às cegas. Esfrego um olho para ver que horas são e percebo que já passa do meio-dia, Crystal e eu deitamo-nos era precisamente três da manhã. Decidimos fazer uma sessão de filmes de terror, após Lux ir-se embora. Eu viro de barriga para cima e sento-me na cama, puxando os meus cabelos para trás.
“Queres ir almoçar fora?” Questiono.
“Onde?”
“Não sei.” Encolho os ombros. “Qualquer sítio.”
“Pode ser.”
“Mas nós vamos daqui a bocado.” Volto a deitar-me, puxando os cobertores para cima das nossas cabeças. “Eu agora quero dormir mais um bocado.”
Rodo os meus braços à sua volta e puxo-a para mim, metendo a minha perna por cima das suas.
“Não, se vamos almoçar é agora que eu estou a morrer de fome.”
Ela mete os cobertores para baixo, descobrindo as nossas cabeças.
“Não.” Prolongo a palavra. “Só mais cinco minutos.”
“Mas eu quero comer.”
“E eu quero dormir agora.”
“A fome ganha.”
“O Harry é que decide.”
“Ugh, tu és insuportável.” Exclama. “Deixa-me sair daqui.”
“Não.”
“Eu preciso de ir à casa de banho, Harry.”
“Mas tu és a minha almofada.”
Crystal fuzila-me com o olhar e eu sorrio abertamente, tentando parecer inocente.
“Harry, larga-me.”
“Não.”
Ela contorce-se no meu aperto e empurra o meu rosto para longe. Eu lambo a sua mão e Crystal faz uma careta, limpando a mão na minha testa.
“Que nojo, germes teus!” Resmunga, continuando a contorcer-se no meu aperto.
E quando menos espero, o seu joelho dá uma pancada forte no meu membro fazendo-me larga-la e fechar os olhos com força.
“Fodasse, Crystal!”
Oiço-a a rir ao sair da cama. “Eu juro que foi sem querer mas ao menos largaste-me.”
“Vais pagar por isto.”
“Para uma nova operação?”
Fuzilo-a com o olhar puxando os cobertores para baixo.
“Não faças essa cara, Harold, não é como se tivesses algo ai de muito valioso.”
“Olha, olha quem decidiu acordar atrevida hoje.” Sorrio, mordendo o lábio.
“Fui!”
Crystal sai do quarto. Com pouca vontade, eu saio da cama e caminho até à cozinha. Agarro num copo e despejo água no mesmo, bebendo-a de seguida. Quando acabo meto-o no lava-loiça e caminho de novo para o quarto. Eu escolho uma roupa rapidamente uma roupa antes de caminhar para a casa de banho e bater na porta com força.
“Despacha-te!” Eu grito.
“Eu estou a vestir-me, espera um pouco idiota.”
Eu encosto-me à moldura da porta e batuco com os meus dedos na parede, com a minha outra mão a segurar a roupa.
“Tens alguma escova de dentes a mais que me possas emprestar?” Ela questiona.
“Tenho, no primeiro armário do lado direito na segunda prateleira.”
“Okay, obrigada.”
Espero impaciente que ela saia da casa de banho. Oiço a porta a ser destrancada e afasto-me, para não acontecer o mesmo que ontem. Crystal sai da casa de banho com as roupas que ontem tinha vestido, mas já secas.
“Já podes ir.”
“Obrigada.”
Eu entro na casa de banho e fecho a porta atrás de mim. Eu decido tomar um duche rápido e depois de tomado, eu meto uma toalha à volta do meu tronco. Pego no meu aftershave e meto debaixo dos braços, antes de vestir-me eu decido primeiro lavar os dentes. Depois de pronto, eu saio da casa de banho.
Vou novamente até ao meu quarto e vejo Crystal a fazer a cama.
“Não era preciso fazeres, quando chegasse a casa eu fazia.”
“Não me custa nada.” Encolhe os ombros.
Agarro na minha carteira e nas chaves do carro, assim como nas de casa, e meto-as nos bolsos traseiros. Esguicho um pouco do perfume que Crystal me deu.
“Estás pronta?” Questiono.
“Yupe.”
“Então vamos.”
Ela entrega-me o telemóvel e nós saímos do meu apartamento depois de desligar todas as luzes. Desbloqueio as portas do meu carro e abro a do passageiro para Crystal antes de entrar para o meu lugar. Ligo a ignição e meto-me à estrada.
“Onde queres ir, Mademoiselle?” Questiono.
“Não sei, Ambrósio, apetece-me algo… como sushi.”
“Harry Styles, por favor.” Corrijo, levantando o som da rádio.
“Se assim desejas.”
Eu pego na sua mão e entrelaço os seus dedos nos meus, pousando-as sobre a sua perna. Crystal não diz nada e isso deixa-me feliz.
[…]
Olho para Crystal atentamente enquanto ela tenta pôr um pedaço de sushi na boca mas acaba sempre por cair fazendo-me rir com a carranca que ela faz. Ela olha para mim fuzilando-me com o olhar e eu ergo os braços no ar, na defensiva.
“És mesmo uma croma!”
“E tu és um corno.” Riposta logo de seguida.
“Obrigada!” Digo, sarcasticamente.
Eu sento-me ao seu lado e puxo a minha comida para mim. Agarro nos seus pauzinhos e num pedaço de sushi com os mesmos.
“Abre a boca.”
“Harry, tem pessoas a olhar!” Ela bate na minha mão fazendo o pedaço de sushi voltar a cair no prato.
“O que têm?”
“Não quero chamar mais atenção.”
Eu assinto, compreendendo-a.
“Mas já que eu estou com dificuldades, podes ajudar-me.”
Sorrio e volto a pegar nos pauzinhos e a meter outro pedaço de sushi entre eles, pego na mão direita de Crystal, que é a mão que ela utiliza para comer, e tento que ela segure os pauzinhos sem deixar que o alimento caia. Infelizmente, isso acontece.
“Não, sabes que mais? É mesmo assim!” Espeta o pau no pedaço de comida e leva-o à boca.
Eu rio com a sua expressão e volto a concentrar-me em comer a minha comida. Por vezes, quando Crystal volta a tentar meter o sushi entre os pauzinhos, eu impeço-lhe no braço de propósito para a comida cair. Ela bate no meu braço por isso e faz um biquinho com os lábios.
“Estás a habilitar-te a receber de graça um sushi na cara.” Ela resmunga.
“Agressiva.”
“Eu quero comer e tu não deixas!”
“Não estou a fazer nada.” Provoco.
Ela olha para mim tentando mostrar-se zangada.
“Não, tu estás a fazer isto!” Ela exemplifica, dando com o cotovelo do meu braço e como eu estava a segurar o prato ele cai para o chão, partindo-se.
Crystal arregala os olhos e abre a boca mostrando uma expressão de choque mas não demora muito até ela meter as mãos sobre a boca para conter o riso. Ao contrário de mim, eu começo a rir bastante alto não me importando de chamar a atenção das pessoas.
“Viste o que fizeste, Harry?”
“Eu?!” Exclamo. “Foste tu.”
“Não, não! Foste tu, não vês que o prato é teu?”
Então eu decido fazer algo estúpido: empurro o prato de Crystal para o chão quebrando-o e assustando um homem que passou por nós.
“Bem e aquele era o teu prato!”
“Eu não acredito que tu fizeste isso!” Ela ri.
“E parece que nós vamos ter problemas.” Digo quando vejo um homem com má cara a caminhar na nossa direcção.
Meia hora depois, as coisas com o gerente ficam resolvidas e ambos nós pedimos desculpa pela confusão que criámos e eu fiz questão de entregar-lhe uma quantia para poder pagar o pequeno prejuízo. Eu, assim como Crystal, tivemos que nos controlar para não começarmos a rir então sempre que ela quase não se contem eu belisca o seu quadril para lhe chamar a atenção.
“E eu mal comi!” Resmunga, ao sairmos do restaurante.
“A culpa foi tua.”
“Minha?!” Ela pára de andar, cruzando os braços. “Por acaso foi mas esse não é o ponto, eu estou com fome.”
“Então vamos comer.”
“Eu não vou voltar ali para dentro.”
“Vamos ir ao Mc Donalds.”
Eu descruzo os seus braços e puxo-a em direcção ao Mc Donalds entrelaçando os seus dedos nos meus.
“Harry!”
“O que foi?” Ela desvia o olhar para as nossas mãos por momentos. “Já nos viram antes assim, qual é o problema?”
Ela balança a cabeça negativamente e força um sorriso. “Esquece.”
“Só… ignora os olhares, okay?”
Crystal assente. Eu puxo-a para mais perto de mim e nós entramos no Mc Donalds. Nós esperamos na fila mais pequena, mas ainda assim grande, e eu olho para os menus de relance.
“O que queres comer?”
“O mesmo que tu.”
“Então se eu quiser comer carne de boi, tu também comes?” Brinco.
“Assim estarias a comer-te a ti próprio.”
“Má!”
“Sincera, amigo.”
Algumas pessoas olham para nós e parecem estar atentas à nossa conversa e eu tento ignorar isso. Eu detesto quando sentem a necessidade de meterem-se a ouvir a conversa, é algo deveras desrespeitoso. Quando chega a nossa vez eu peço Nuggets com batatas e duas coca-colas. Desta vez, Crystal não decide refilar comigo sobre quem irá pagar pois existe mais pessoas atrás.
Nós procuramos uma mesa disponível e sentamo-nos.
“Eu esqueci-me de perguntar-te mais cedo.” Eu começo por falar.
“O quê?”
“Oh, eu ainda não tinha acabado.” Crystal manda-me um olhar e eu sorrio. “Quais são os teus planos para o ano novo?”
Crystal encolhe os ombros. “Não tenho nada na mente.”
“Ainda bem, porque eu vou levar-te num encontro nesse dia.”