Cinco Dias (RABIA)

By bark2020

882K 37.4K 127K

Quando o isolamento não deixa outra alternativa a não ser dar vida ao que se tentou evitar e mascarar, mas qu... More

Lockdown
Tombo
Oferta
Início
Desconforto
Realização
Porre
Dia 5, Pt. 1
Dia 5, Pt. 2
Brisa
Perspectivas/Bixinho
Rotina/V, Pt. 1
V, Pt. 2
Dezembro
Sente, Pt. 1
Sente, Pt. 2
Madrugada
Madrugada, Pt. 2
[MIMO]
Recomeço
Todo Carinho
Contraponto
Peônia
Inquietação
Desorientação
Elucidação
[MIMO 2]
Descontrole
Calmô
Verde
Difícil
Oposição
Aliança
Sábado
Pressão
Distância
Colisão
Back to Bad
[MIMO 3]
Refazer
Natural
[MIMO 4]
Chuva
Hipotético
Roma
Junho
Chega
Ventura
[AGRADECIMENTO]
[BÔNUS]
[MIMO BÔNUS]
[BÔNUS 2]
[BÔNUS 3]
[AVISO]
[BÔNUS 4: BAHIA]
[BÔNUS 4: NUVEM]
[BÔNUS 4: ROSA]
[BÔNUS 4: CINCO DIAS DE SOL]
[BÔNUS 4: GELO]
[PARÊNTESIS]

Esconderijo

18.6K 739 1.9K
By bark2020




Sabadou pra quem cumpre a quarentena e vai ficar em casa lendo fic!

Voltei!

Bom, ultimamente temos fechado aí em 2x por semana, mas ao menos os capítulos estão vindo maiores e eu tenho me permitido trabalhar melhor as ideias, porque tenho visto que vcs têm recebido bem.

Aliás, vcs não sabem como é do caralho ver que vcs gostam de uma fic que é mais diálogo do que ação, digamos assim. Até os textões da Marcela vcs elogiam e eu fico...🥺

Enfim, só queria dizer isso mesmo aqui em cima e preparar vcs pra esse de hoje!

Respirem e sigam (sem medo)!





-----


Rod: Eu acabei perdendo a noção mesmo, desculpa! – disse olhando para o celular – Mas por que você não me ligou? Eu teria acordado e ido lá te encontrar.

R: Não liguei porque queria te encontrar aqui mesmo, longe de lá. – cruzou a perna e ajeitou-se na poltrona.

Rod: Por que?

R: Porque chegou a hora de a gente ter aquela conversa que eu te disse ontem que nós teríamos.

Rod: Que conversa, Rafaella? – levantou da cama – Você mesma insinuou que eu já deveria estar no hospital, não é? Melhor eu me apressar. – tentou sair pela tangente.

R: Já enrolou até agora... –  levantou, bloqueou a passagem assim que o cantor tentou dar a volta na cama para entrar no caminho do banheiro, e concluiu firme:

– Vai fazer pouca diferença e nós vamos conversar, sim.

Rod: Eita, mas que insistência, hein? – deu um passo para trás – Eu espero, sinceramente, que você não venha pesar um clima que já não está bom com a minha mãe no hospital, não é?

R:Ah, cê tá tirando uma com a minha cara, né? – cruzou os braços e fixou a expressão mais incrédula possível no rosto – Mas que climão pesado que deve tá mesmo... – incrementou no tom de deboche – Meu Deus, que preocupação imensa a sua aqui nesse apartamento, dormindo até agora enquanto eu passei a minha tarde inteira enfurnada naquele hospital. – o olhar  veio cheio de ira.

Rod: Ah, você tá brava comigo por isso? – pareceu aliviado – Desculpa, minha riqueza, eu perdi mesmo a noção, mas eu juro que vou compensar! – tentou chegar mais perto, mas Rafa se esquivou.

R: Eu não tô brava com você, não, Rodolffo... Eu tô furiosa, mas é comigo mesma – o homem ouviu sem entender e Rafa foi mais transparente ainda – Não tem um só dia dos últimos meses em que eu não esteja enfurecida comigo mesma por ter voltado a essa página da minha vida junto com você.

A ficha finalmente pareceu cair no cantor de que era mais sério do que isso.

Rod: Rafaella, não vamos nos precipitar... – coçou a testa, nitidamente tentando assumir uma postura mais calma – Final de ano é assim mesmo, muito desgastante e a gente começa a querer jogar tudo para o alto.

R: Eu não comecei a querer, Rodolffo, eu já joguei. – sem meias palavras, ela seguiu – Eu vim aqui hoje só te comunicar o que você sabe – enfatizou – que eu venho ensaiando fazer há muitas semanas.

Rod: Eu sei, meu bem... – tentou chegar perto novamente, levou a mão ao braço dela, mas Rafa puxou e se afastou. Sem repetir a aproximação, o homem insistiu no discurso conciliador – Eu sei que as coisas não andam muito em paz entre a gente, mas você disse que ia me dar uma chance de melhorar.

R: Eu disse semanas atrás e não melhorou.

Rod: Como não melhorou, Rafaella? – começou a sair do tom e gesticular mais – Você tá aqui em São Paulo há quase vinte dias e eu não reclamei, nem vim aqui te perturbar. Acabei vindo só por um motivo de força maior.

R: Pois é, mas continuou me cercando, me entupindo de mensagens, reclamando comigo todos os dias se eu demorava a responder ou se não dava uma resposta à altura das suas expectativas e eu cansei de viver essa vida, Rodolffo. – respirou fundo – Já era cansativo quando éramos casados, piora agora que você me trata como, pela lógica, eu deveria te tratar considerando o seu histórico comigo, não é mesmo?

Rod: Lá vem você trazer esse assunto de novo! – acionou ainda mais o modo defensivo – Não é um pouco natural que eu possa ficar inseguro com a distância que a gente tava?

R: Não, Rodolffo, não é natural, não é saudável e você precisa entender isso pra sua vida mesmo... – encarou ele diretamente nos olhos – Comigo a coisa já desandou, mas você faria muito bem pra você se entendesse e corrigisse isso para seus próprios relacionamentos.

Rod: Não desandou nada, meu amor... – aventurou-se a chegar perto de novo e puxou ela pela cintura, levando a mão ao rosto dela – A gente se dá tão bem juntos, se conecta tanto, não deixa esse período ruim e carregado interferir no seu julgamento, não. Por que essa teimosia toda?

R: Não tem teimosia, Rodolffo! – empurrou ele pelos ombros e se soltou – Tem entendimento, tem cansaço, saco cheio, vontade de retomar as rédeas da minha vida, de ter um minuto de sossego, enfim... Eu poderia ficar aqui te listando a noite inteira os meus motivos, mas nada disso vai mudar uma conclusão que já está formada e que eu só demorei a colocar em prática.

Rod: Se demorou, o que mudou agora? – apertou os olhos – Tem outro cabra na jogada?

Rafaella não aguentou e soltou uma risada sarcástica.

R: Vocês homens nunca acham que a gente pode simplesmente ter chegado à conclusão de que vocês não servem pra gente, né?

Rod: Tá evitando de responder, por quê?

R: Eu não estou evitando de responder nada, Rodolffo. – desafiou o olhar dele – Ter ou não outra pessoa é uma questão que não mudaria os últimos meses PÉSSIMOS – não poupou a exaltação – que nós passamos juntos, e é por isso que eu estou terminando com você, tá entendido? – fez questão de olhar dentro dos olhos dele.

Rod: Se tiver outra pessoa, Rafaella... – bufou já nitidamente descontrolando – Só isso que eu te digo, se eu descobrir quem é, você e esse maluco que me aguardem.

Ela até tentou, pois tinha vindo preparada sabendo que algo assim aconteceria, mas não conseguiu não se afetar com o tom de ameaça. Se por um momento ela havia pensado em ser clara e dizer toda a verdade, naquele instante ela só sentiu vontade de proteger seu relacionamento com Bianca.

Até porque, diga-se de passagem, só tinha outra pessoa concretamente em sua vida há menos de três dias, então não permitiria jamais que aquele resultado fosse reduzido a isso.

R: Você é mesmo muito cara de pau de se dar essa moral toda de me cobrar isso, Rodolffo... – não se intimidou – Não só cobrar, como também me ameaçar diante de tudo que você já me fez, e sendo que você está completamente ciente de tudo que não deu certo entre nós nessa volta.

Rod: Começou a Dona Rafaella sem defeitos a discursar... – ironizou – A que não erra e que não peca, né? A que não tem nada na vida que possa ser usado contra ela. – e aumentou o tom de ironia.

R: Você não vai me atingir com isso, Rodolffo.

Rod: Só você mesmo acha que não tem nada que possa ser usado contra você. – não fez nenhum sentido, mas a mineira também não fez questão de tentar entender e ele prosseguiu – O tanto que eu te ajudei, Rafaella, o tanto que eu fiz pra você quando éramos casados e mesmo depois que você me expôs pra esse país inteiro... Mesmo assim, o trouxão aqui fez de um tudo enquanto você tava na merda daquele programa de tv.

R: Eu já agradeci tudo que você fez por mim, Rodolffo. No nosso casamento, durante o BBB, em qualquer momento... Eu SEMPRE agradeci.

Rod: Você não sabe da missa é a metade. – gargalhou, cada vez fazendo menos sentido.

R: E acho que nem quero saber, seja lá o que for. – fechou os olhos e tentou encontrar um pouco de paciência para concluir – Porque nada mais interessa, Rodolffo, acabou e pronto. Não tem por que a gente estender muito essa situação desagradável aqui.

Rod: É isso que me dá mais ódio em você, Rafaella... – descontrolou e falou bem perto do rosto dela – Essa sua pose de quem não tem nada a temer, de quem não faz nada de errado, de quem tá sempre no controle... Quando sua vida não é lá esse mar de verdade toda, não. – seguia exaltado e Rafa apenas afastou o rosto – Você não tem o controle nem do que te fez ficar até o fim naquela maldita casa, despreza o quanto você foi ajudada.

R: Oi? – finalmente algo lhe afetou – Cê vai mesmo querer o crédito da minha trajetória no programa? – gargalhou e recuperou toda a distância possível dele.

Rod: Todo o crédito, não, mas um bom crédito eu e sua equipe temos, sim. – disse irônico e conquistou de vez a atenção de Rafaella.

R: Do que você tá falando, Rodolffo?

Rod: Nada... – levantou as duas mãos, cheio de deboche – Não pode falar pra princesa perfeita, não, senão ela surta.

R: Você tá falando da estratégia que a assessoria que nós contratamos esse ano acabou adotando sem eu saber? – mandou sem rodeios.

Rod: Olha, já falaram pra ela, gente! – continuou debochando – E você não surtou, não? Tô chocado!

R: Como você sabe ou o que você tem a ver com isso, Rodolffo? – ignorou completamente a provocação.

Rod: Eu tenho tudo, né? Não fui eu que te indiquei a equipe? – Rafa assentiu – Indiquei e ajudei eles a dobrar teu irmão enquanto você tava lá. Deu certo, né?

R: Claro que você tinha que estar metido com essa sujeirada... – pronunciou irônica, mas completamente abalada – Meu Deus do céu, que cruz e que castigo! – sentou na cama e agarrou os cabelos em desespero.

Rod: Deixa de ser ingrata!

R: Ingrata? – levantou furiosa – Você tá louco? Você ajudou a fazer uma coisa que vai me envergonhar para o resto da vida, mesmo eu não tendo NADA a ver com isso, e você vem falar que eu sou ingrata? Qual o nível da sua falta de noção?

Rod: Na hora de intermediar sua negociação com essa equipe nova eu era útil, né? – alfinetou.

R: Por que razão você fez isso, Rodolffo? Que obsessão é essa de estar sempre em volta de tudo que me diz respeito? A gente não tinha mais nada e nem abertura eu te dava! – não se conformava.

Rod: Não me dava, mas eu queria, né? – foi sincero e, em seguida, presunçoso – Tanto queria que investi, investi e você cedeu.

R: Cedi porque sou uma desmiolada que não tem amor próprio de voltar pra um traste que nem você! – perdeu a paciência de vez.

Rod: Sou traste mesmo, mas agora você sabe que tem seu telhadinho de vidro também, não é? Imagina que lindo que ia ficar isso confirmado na imprensa sobre a nova global. – soltou com desdém e ativou o descontrole de Rafaella.

R: EU ODEIO VOCÊ, RODOLFFO! – pegou as roupas espalhadas pelo quarto e começou a jogar na mala dele – E quero você fora da minha vida o mais rápido possível e nunca mais ter que olhar pra sua cara!

Rod: Não adianta você fazer isso... – segurou as mãos dela – Eu não vou sair daqui e a gente vai se acertar.

R: Em nome de Jesus, você só pode ter algum problema cognitivo. – retirou as mãos do aperto das dele e se afastou mais – Você faz o que você bem quiser, fica aí, explode... Mas só não esquece de uma coisa: – ia saindo, mas voltou para pronunciar bem perto do rosto dele – A-C-A-B-0-U, Rodolffo! NÃO tem volta, e você pode insistir o quanto você quiser, me ameaçar do que for, porque eu NÃO SOU sua refém, tá me entendendo?

Rod: Ih, mas ficou brava mesmo... – pegou distância e provocou.

R: Fica aí, resolve tudo com a tua mãe, leva ela de volta em segurança e esquece que eu existo!

Rod: Você não vai voltar com a gente?

Rafaella gargalhou e encostou na parede mais próxima, não estava mesmo acreditando.

R: Você ouviu alguma coisa do que eu falei ou você tá se fazendo de imbecil? – voltou a olhar pra ele – Acabou, Rodolffo, eu não volto com você pra canto nenhum, e não quero mais saber de você por perto. Com a sua mãe eu já conversei, já me expliquei e, inclusive, já disse a ela que eu não voltaria e que minha mãe se dispôs a te ajudar lá em Goiânia se for preciso alguém acompanhar no hospital. – fez uma pausa e, enfim, encerrou – Quanto a mim, ela vai continuar tendo as minhas orações, meu carinho e preocupação, mas eu não vou participar de nada que te envolver.

Rod: Rafa... – tentou, mas ela já foi andando.

R: Acabou, Rodolffo, acabou. – continuou andando de costas para a porta e finalizando – Resolva suas pendências pra levar tua mãe de volta, recolhe suas coisas e quando você for embora, me avisa que eu volto pra minha casa.

Rod: Não precisa disso, Rafa, vamos... – tentou chegar mais perto dela, mas foi interrompido.

R: NÃO VEM ATRÁS DE MIM. NÃO me procura. E NÃO insiste mais. – foi incisiva, deixou evidente no olhar o quanto era inegociável e saiu pela porta.

Trêmula e esgotada emocionalmente, mas com o que era essencial dito em alto e bom som.


-----


Depois de sair de seu apartamento, é claro que só tinha um lugar no mundo onde Rafaella realmente queria estar e ela não perdeu um único segundo.

Quando chegou na casa de Bianca, teve a entrada liberada pelo segurança que já a conhecia e tinha a autorização para liberá-la, e foi entrando.

Sem ser notada, por alguns segundos ela ficou observando com um quase sorriso no rosto Bianca se divertindo com Miguel na sala, fazendo uma bagunça imensa cantando em cima do sofá com seu famoso microfone.

Tentou não interromper, mas logo o olhar de Bia foi atraído por sua presença, como não poderia deixar de ser.

B: Alô, Alô, parou tudo nesse carái, porque meu amor chegou! – falou ao microfone, conseguindo a proeza de expandir o sorriso contido de Rafa, e pulou do sofá para ir correndo em direção à mineira.

R: Que alegria, meu Deus! – abraçou ela apertado, feliz de receber o abraço caloroso que ela precisava tanto.

B: Coisa boa tu não ter avisado! – beijou os lábios de Rafa várias vezes – Amei demais ser surpreendida!

R: Eu sei que você gosta mesmo. – sorriu e deixou um carinho no rosto de Bia, que encarou os olhos verdes com uma pontinha de dúvida.

M: Ainda bem que você chegou, Rafa, eu não aguentava mais gastar a energia da sua bebezona, não. – disse exausto, sentando no sofá.

R: Tava te dando muito trabalho, Miguel? – passou o braço pelos ombros de Bia, beijando sua cabeça.

B: Nem vem vocês dois se juntarem contra mim, não, porque eu tava só me divertindo. – revirou os olhos.

R: Pode continuar se divertindo, tava lindo de ver. – soltou Bia e empurrou ela suavemente, sugerindo que voltasse.

B: Miguel já arriou... – olhou para o amigo com cara de desdém e voltou o olhar para Rafa – E eu tenho que conversar com você.

R: Comigo? – juntou as sobrancelhas, bastante em dúvida e até mesmo indisposta de tentar imaginar o quê.

B: É, com tu mesmo. – pegou ela pela mão e caminharam juntas até Miguel – Toma, amigo, guarda pra mim meu microfone junto com o seu?

M: Claro, né? Vou me retirar também. – levantou e foi caminhando com elas.

Bia seguiu de mãos dadas com Rafa, só trocaram um "boa noite" com Miguel quando chegaram no quarto dele, e continuaram para o quarto da carioca.

R: Pronto... – soltou a mão de Bia e sentou na cama para tirar o tênis que usava – Já pode falar o que você quer falar.

Bianca observou por mais uns segundos e chegou mais perto, parando em frente a ela ainda em silêncio.

R: Que foi? Aconteceu alguma coisa? – ergueu o olhar.

B: É o que eu tô tentando descobrir. – desenhou a ponta dos dedos pelo rosto de Rafa – Desde que eu te abracei que eu te senti diferente.

R: Você anda muito observadora. – abriu um sorriso, pegou a mão de Bia que deslizava em seu rosto e beijou.

B: Fala pra mim o que aconteceu então. – agachou e cruzou os braços no colo de Rafa, procurando o olhar dela.

R: É coisa boa pra gente.

B: Coisa boa pra gente e tu tá com essa carinha? – fixou uma expressão de dúvida no rosto.

R: Eu terminei com o Rodolffo. – aumentou o sorriso e afastou uma mecha de cabelo do rosto de Bia.

B: Você o quê? – não conseguiu corresponder o sorriso – Eu achei que você ia... Quer dizer, a gente falou de esperar o melhor momento. Por essa eu não esperava... – demonstrou todo o desnorteamento nas frases que quase se atropelaram.

R: O melhor momento já tinha passado há muito tempo, Bi... – Bianca levantou e sentou na cama com ela – Eu não tinha que ter esperado esse tempo todo... Por mim, e principalmente por você.

B: Eu tô em paz, Rafa, feliz de ter de novo na minha vida, não tinha pressa. – tentou eliminar de vez qualquer dúvida – O que eu não queria era que tu se atropelasse e fizesse as coisas pra ficar assim, tristinha como você tá agora.

R: Eu não tô triste, meu amor. – puxou Bia e abraçou ela apertado, continuando a dizer o que queria aconchegada no ombro da carioca – Eu nunca estive mais feliz no que me importa, não duvida disso, não. Eu acho que eu só estou um pouquinho esgotada, porque não foi a coisa mais suave do mundo de fazer.

B: Ele te agrediu de alguma forma? – apertou ela, morta de medo da resposta.

R: Emocionalmente, como ele sempre faz.

B: Não aceitou bem, né? – tentou ir afrouxando o abraço para voltar a ter o olhar de Rafa.

R: Não aceitou bem, e acho que vai demorar a aceitar. – pegou na mão de Bianca, esforçando-se para demonstrar segurança – Mas ele não tem escolha, tá acabado e não importa mais o quanto ele vai espernear.

B: Eu queria agora só estar feliz com essa notícia, mas eu tô odiando demais te ver assim. – franziu o nariz, insistindo em demonstrar o incômodo com o jeito de Rafa.

R: O Rodolffo tem esse talento imenso de acabar com os meus dias, mas tenta ignorar e ficar só com a parte boa de tudo... – levou as duas mãos ao rosto de Bia e deixou um beijo demorado em seus lábios – Por favor!

B: Eu já tenho a parte boa de tudo... – pronunciou assim que se soltaram e com um olhar travesso, completou – bem boazuda, por sinal.

R: Só você mesmo! – riu dela e puxou-a para deitar com ela na cama.

B: E como é que foi essa agressão emocional? – perguntou com cuidado, fazendo um carinho nos cabelos castanhos.

R: O de sempre, né? – suspirou – Chantagem emocional, ameaça, mais chantagem, essas coisas.

B: Ameaça? – franziu a expressão.

R: Sim, falou que vai me infernizar, especialmente se descobrir que eu tô com algum "cabra"... – repetiu a palavra dele e revirou os olhos.

B: Essa é a parte em que eu me preocupo? – pronunciou divertida.

R: Rodolffo mais late do que faz, não se preocupe.

B: E foi só isso? – não se convenceu.

R: Não... – baixou o olhar no colchão – Descobri que ele teve participação naquela história lá da época do BBB, jogou na minha cara que... – desenhou as aspas – "me ajudou" com isso.

B: Ah, mentira! – espantou-se.

R: Juro! – respirou fundo.

B: Tá explicado então porque tu voltou tão mexida. – levou o carinho para o rosto dela – Esse assunto tá te pegando de jeito, né?

R: Tá. Ele me enfurece, me entristece, me envergonha, tudo ao mesmo tempo! – fechou os olhos.

B: Tu não teve culpa.

R: Culpa por omissão não deixa de ser culpa. – desafiou o olhar doce de Bia.

B: Fica de aprendizado e tenho certeza que isso vai te mostrar como agir melhor de agora em diante! – encorajou e abraçou o corpo dela de novo.

R: Meu ânimo de voltar pra Goiânia foi a zero agora, preciso deixar baixar essa vontade louca de matar meu irmão que eu tô!

B: Verdade, né? Um crime de ódio não vai combinar contigo, não! – tentou descontrair, mas retomou na sequência – Mas seu irmão também deve ter sido induzido a erro, eu sei bem como funcionam essas assessorias que entram para o tudo ou nada... Eu já sofri com isso uma época da minha carreira, e foi difícil sair desse ciclo. – fez uma pausa para organizar o raciocínio – E nem esse pessoal dá pra culpar direito, porque eles também meio que estão fazendo o corre deles.

Rafa sorriu.

R: Eu tenho mesmo muita coisa pra aprender com você. – puxou a cintura dela, juntando ainda mais os corpos – Não tem nada e nem ninguém que não mereça a sua defesa.

B: Eu tenho meu paninho rosa pra tudo mesmo, é mais forte do que eu. – deu de ombros e sorriu travessa.

R: Por isso que eu te amo! – beijou os lábios dela.

B: Jura? Pensei que fosse por causa da minha raba ou da Luete! – insistiu em continuar no tom bem-humorado.

R: Tem razão... – fez uma expressão pensativa – Agora fiquei mesmo em dúvida, porque a Luete é uma concorrência muito difícil de bater!

B: Palhaça... – deu um soquinho no ombro dela e se afastou – Não tem mais raba pra tu então!

R: Ah, tem... – deslizou a mão pela bunda de Bianca, puxou ela de volta e abriu um sorriso lindo.

B: Safada! – ficou encarando o sorriso de Rafa – Mas fico feliz porque ao menos tu me devolveu as minhas covinhas!

R: Linda! – deu um selinho nela e perguntou cínica depois – Viu, você me acolhe aqui na sua residência ou tenho que procurar outra hospedagem?

B: Como assim? – olhou confusa.

R: Deixei Rodolffo lá em casa, mandei ele se virar, cuidar de tudo pra transferir a mãe dele em segurança e só me avisar quando já tiver desocupado o apartamento.

B: Jura? – arregalou os olhos que, em seguida, brilharam vivos – Não vai me abandonar então?

R: Não hoje, nem amanhã, talvez nem depois, e depois... – foi distribuindo beijos – Temos um tempinho ainda!

B: Melhor notícia do meu dia todinho! – empolgou ainda mais Rafaella com o jeito cheio de vida dela.

R: Mas não respondeu.

B: O que?

R: Vai me acolher aqui na sua casa, ou não?

B: Meu amor, te acolho na minha cama e daqui tu não sai é nunca mais! – com a expressão mais maliciosa no rosto, apertou ela de novo entre os braços.

R: Eu que lute pra dar conta disso tudo, meu Pai! – gargalhou com os beijos que recebia, mas insistiu em parar o ataque de Bia e fazê-la encarar de novo seus olhos.

B: Que foi? – estranhou.

R: Eu só queria te pedir desculpas por não ter feito isso antes, assim que eu saí daqui da sua casa aquele dia, depois que a gente se entendeu. Era o mínimo que você merecia de mim. – disse com sinceridade.

B: Deixa de besteira, eu que te impedi de ir adiante aquele dia na tua casa. – indignou-se.

R: Pois é, e eu tinha todos os motivos do mundo para lembrar que você... – tocou a pontinha do nariz dela – Só faz merdinha! Não tinha nada que ter te ouvido.

B: Ah, pronto, agora eu erro até quando acho que tô arrasando na maturidade! – puxou para o humor, mas acabou se entregando.

R: Você me pediu hoje de manhã pra eu ser sincera com você, não pediu? – não embarcou no tom de humor dela e resolveu aproveitar o gancho. Bianca assentiu – Então, eu quero que você faça o mesmo comigo, mesmo que você pense que seja imaturidade, eu quero muito que diga exatamente o que tá passando na sua cabecinha desgovernada! – sorriu e foi a vez dela de tentar não pesar o momento – Eu vou sempre preferir ter todas as informações pra eu não te machucar em nada que eu puder evitar.

B: E quem te disse que tu me machucou, garota? Eu, hein! – revirou os olhos.

R: Talvez não muito, mas um pouquinho, bem pouquinho, com os selinhos que ele me deu na sua frente, ou não? – perguntou divertida.

B: Foi nada, não... – disse displicente, complementando na sequência – eu só tremi mesmo, de ódio e vontade de esfolar a cara dele no asfalto quente.

Rafaella gargalhou.

R: Eu vivi pra ver Bianca Andrade ciumenta! Só nunca pensei que seria por minha causa... – disse encarando os olhos castanhos, e manteve o humor – Rodolffo e Érica a 80 km por hora, quem correu mais risco de vida nos últimos dias?

B: Eu sei que tu deve tá achando que foi a Érica, mas eu queria só te pedir pra não me subestimar, não, viu? – arqueou a sobrancelha pra ela.

R: Ô, eu sei... – gargalhou apertando a cintura de Bia – Eu lembro bem de ver o vídeo da guerra do feijão, ou aquele outro bem delicinha, sabe? – empostou a voz para imitar:

– "Me tira daqui, me tira daqui! Eu não quero tá aqui... Essa PORRA DESSA RAFAELLA EXCROTA! Eu tava tentando conversar com ela"...

B: Ai... – escondeu o rosto, morrendo de vergonha – Vou fingir que eu não ouvi isso e não tive a certeza de que tu viu e até decorou a fala.

R: Eu amo... – disparou a rir, tentando tirar Bianca do esconderijo e sendo ridiculamente sincera – Eu juro que eu até cogitei em colocar de toque do meu celular o "essa porra dessa Rafaella excrota". – a carioca finalmente levantou o olhar para se indignar ainda mais e piorou:

– Sotaque, palavrão e meu nome com essa voz, tudo no mesmo áudio, é gatilho demais pra mim!

B: Tu é uma bicha muito é da ridícula mesmo! – não aguentou e gargalhou, emendando em seguida – Eu vou gravar um só pra tu, pode deixar!

R: Eu vou amar! – abriu ainda mais o sorriso e alcançou os lábios de Bia, dando início a um beijo que não demorou muito para ser aprofundado pela língua de Rafa, que sem muita cerimônia fez questão de explorar a boca de Bianca, que correspondeu replicando o mesmo ímpeto com sua língua e lábios.

Ficaram se beijando e se curtindo sem pressa, esquentando cada vez mais o clima, até serem resgatadas do momento delas pelo telefone de Rafa que tocou.

B: Meu Pai amado! – deitou as costas no colchão e exagerou na cena – Se for ele, eu juro que não respondo por mim e quem comete um crime de ódio sou eu!

R: Calma! – deu um selinho nela e levantou para pegar o celular na bolsa – Se for ele, claro que eu não vou atender.

B: Atende, pode atender! E passa pra mim que eu vou dizer pra ele parar de empatar meu sexo com a ex-esposa-barra-namorada dele. – bufou.

R: Para de falar besteira, trem! – caiu na risada e pegou finalmente o celular – Ih, é a Manu.

B: Menos mal! – revirou os olhos e levantou da cama para ir ao banheiro e dar privacidade para Rafaella falar com a amiga.

A carioca demorou lá por um tempo e, quando voltou, encontrou Rafaella sentada na beirada da cama com o corpo curvado e a cabeça quase enterrada entre os joelhos.

B: Falou com ela? – chegou mais perto e levou a mão à cabeça de Rafa.

R: Falei. – respondeu sem se mexer, mas em seguida levantou o rosto e Bia pôde ver as lágrimas que inundavam seus olhos.

B: O que foi?? – desesperou-se e sentou ao lado dela.

R: O Rodolffo... – engasgou na descrença e no imenso cansaço que naquele momento lhe abateram.

B: O que tem ele? – limpou umas lágrimas que escorreram.

R: Foi bater lá na Manu, fez uma cena horrível com ela. – não conseguiu continuar.

B: Como assim? Por que?

R: Ele esperava que eu estivesse lá, entrou transtornado me procurando... – fixou uma expressão de raiva no rosto antes de continuar – Fez a Manoela mostrar pra ele todo o andar superior pra confirmar que eu não estava lá.

B: Meu Deus, que louco! – puxou Rafaella para confortá-la em um abraço – Mas acabou tudo bem? Ele já saiu de lá?

R: Saiu, mas ficou a vergonha imensa que eu tô sentindo disso tudo. – soluçou o choro que ela não aguentava mais controlar.

B: Você não tem culpa se ele é desequilibrado, meu amor! – buscou o olhar esverdeado de novo – E eu tenho certeza que a Manu contornou super bem, porque não tem ninguém mais fina do que ela para essa missão. – tentou aliviar a angústia de Rafa com um sorriso – Aliás, o que ela falou pra ele sobre você?

R: Diz ela que tentou improvisar, porque eu nem tinha contado nada pra ela ainda, coitada... – foi a vez dela mesma limpar as próprias lágrimas – Disse pra ele que nem estava sabendo, mas que na certa eu tinha escolhido outra amiga pra me hospedar porque lá seria o primeiro lugar que ele me procuraria.

B: Que loucura!

R: E claro, ele saiu insinuando que eu estava na casa de outro!

B: De outra, né? Só errou o gênero. – pronunciou levemente divertida, tentando bravamente arrancar um sorriso de Rafa, mas ainda sem sucesso.

R: Eu acho melhor eu ir pra minha casa, Bi! – levantou rápido.

B: Oi? – ficou desnorteada – Ir pra sua casa por quê, Rafaella?

R: Porque... – levou as mãos aos cabelos, tentando raciocinar – Ele me viu com você ontem, pode pensar que eu tô com você e vir bater aqui!

B: Tu mesma disse que ele não desconfiaria da gente.

R: Talvez não amorosamente, mas pode achar que você é a amiga que me recebeu e bater aqui e eu não quero isso. – desesperou-se.

B: E como ele vai bater aqui, amor? – levantou também, tentando chegar perto dela – Ele não sabe onde eu moro.

Rafa soltou uma risada irônica.

R: Nós estamos falando do sujeito que eu acabei de te contar que ajudou a me ferrar em um esquema imundo, Bia, você acha mesmo que ele não tem meios de levantar seu endereço? – fechou os olhos, ainda lutando para não descarrilhar.

B: Mas ir pra tua casa só vai piorar, eu não te quero lá com ele! – mandou a real.

R: Tenho medo dele não parar de me procurar e acabar batendo aqui e complicando tudo mais ainda. – insistiu.

B: Complicar mais ainda é tu fazer o que ele quer, que é voltar pra lá. Pode parar que eu não vou deixar isso acontecer, não! – falou muito sério com ela.

R: Eu tô até com o estômago completamente revirado – respirou fundo, não conseguindo mais participar do diálogo.

B: Ei, calma, por favor... – fechou de novo a distância e fez ela voltar a se sentar – Ele não vai bater aqui e mesmo que venha a bater, ele não vai entrar. Eu vou lá no quarto do Miguel avisar ele, e avisar também o segurança lá fora, não tem o menor perigo, fica tranquila.

R: Eu tô morrendo de vergonha. – deixou as lágrimas cobrirem seu rosto novamente – Como é que eu fui me meter com ele de novo, meu Deus?

B: Não se culpa, não! – alisou as costas dela.

Rafa desviou o olhar para o celular que não parava de receber notificações e, por mais que estivesse ignorando, naquele momento não aguentou não abrí-las.

Bianca pensou em impedir, mas ainda um tanto perdida na cena, julgou que talvez fosse melhor Rafaella ditar o ritmo e ela estaria ali para o suporte. Sendo assim, aguardou aflita a mineira dedicar alguns minutos a ler o que parecia ser a janela dele no aplicativo de mensagens.

R: Eu ODEIO ELE! – quando terminou, jogou o celular longe que, por sorte, quicou na cama antes de cair no chão e, com isso, amorteceu a queda.

B: Calma! – abraçou ela de novo – O que foi que ele disse?

R: As imundícies dele de novo, ameaças, chantagens emocionais, declarações de amor doentias.

B: Tudo bem, agora vamos ignorar isso, tá? – soltou Rafa, caminhou até o celular e recolheu o aparelho do chão – Eu vou silenciar a janela dele e amanhã, quando você estiver melhor, a gente lida com isso. – Terminou de dizer o que faria e fez.

Enquanto ela mexia nas configurações do celular, Rafaella levantou rápido da cama e correu até o banheiro, sob o olhar aflito de Bia que, embora quisesse ir atrás, achou melhor aguardar um pouco.

Depois de um tempo sem que a mineira retornasse, Bianca não aguentou mais esperar e, aí sim, foi atrás de Rafa.

Bateu na porta suavemente e não obteve resposta, mas percebendo ela apenas encostada, empurrou devagar. Quando conseguiu enxergar o interior do cômodo, seu coração partiu quando percebeu Rafaella sentada no chão, com as costas e a cabeça apoiadas no azulejo frio e de olhos fechados.

Em silêncio, ela terminou de entrar no banheiro e sentou perto de Rafa, também no chão, ao lado dela.

B: Tá se sentindo mal? – perguntou suave, segurando a mão direita dela entre as suas.

R: Me subiu uma coisa, achei até que ia vomitar, mas não veio nada.

B: Eu posso ver um remédio pra você... – tentou ajudar.

R: Não precisa. Não tem remédio pra isso, não... Quando eu fico muito nervosa assim, muitas vezes meu corpo inteiro reage. – abriu os olhos finalmente e olhou de lado – Desculpa se eu estiver te assustando. – apertou a mão de Bia.

B: Assustando, não... – ergueu a mão de Rafa e beijou – mas eu queria saber o que fazer.

R: Vai passar, acho que eu só tô no meu limite mesmo com isso tudo... – o verde do olhar de Rafa brilhou ainda mais intenso quando as lágrimas represaram de novo – E eu tava aqui me perguntando como isso é possível.

B: O que?

R: Eu sentir duas coisas tão opostas ao mesmo tempo... – abriu um pequeno sorriso antes de esclarecer – Essa vontade de que o mundo acabe pra eu não ter que viver mais essa história e, ao mesmo tempo, uma vontade imensa de viver muito pra te amar mais e mais.

B: Então fica só com a vontade de viver muito, pode ser? – abriu um sorriso e passou seu braço esquerdo pelos ombros dela para trazê-la para dentro de seu abraço, e com a mão livre manteve o contato com a mão direita de Rafa – E sobre a outra vontade, dá tempo ao tempo, não se cobra muito, vai vivendo um dia de cada vez, porque como eu te disse essa manhã, não tem absolutamente nada que vá cair no seu colo que você não consiga suportar.

Rafa escondeu o rosto no ombro de Bia e a carioca concluiu:

– E você sabe tão bem disso que até tatuou isso aqui, ó... – deslizou seu polegar nas costas da mão direita de Rafa, atraindo o olhar da mineira para a tatuagem dela com a inscrição "Oh yes, I can" – Então não se atrapalha e não esquece disso nunca, tá bom?

R: Eu te amo tanto! – beijou o ombro de Bia com carinho.

B: Eu também te amo!


-----


Sem forçar nada, Bia continuou com Rafa ali por alguns minutos e em silêncio, até finalmente conseguir voltar com ela para o quarto.

Insistiu e conseguiu também que ela comesse uma coisinha, tomasse um calmante natural, e deitou de conchinha com ela, até senti-la adormecida.

Quando isso aconteceu, a carioca deixou a cama devagar, esforçando-se bastante para não acordá-la e sentou por perto mais uns minutos, velando o sono dela e se certificando de que não acordaria.

Alcançou seu próprio celular, checou o horário e, como percebeu que o horário ainda não era tão absurdamente tarde, enviou uma mensagem para Manu perguntando se podiam se falar um pouco.

Com o aparelho nas mãos, saiu do quarto e desceu as escadas com os pratos e copos que tinha levado para Rafaella se alimentar. Quando chegou na cozinha, encontrou Miguel.

B: Ué, migo, achei que já estivesse recolhido mesmo. – passou a mão nas costas dele e seguiu seu caminho.

M: Eu tava, mas me deu uma fominha e vim comer antes de dormir. – observou Bia deixando as louças na pia – Comeram também?

B: Um pouquinho. A Rafa precisava comer.

M: Cadê ela?

B: Teve uma confusão do cacete e eu consegui fazer ela dormir, finalmente. – suspirou e sentou perto do amigo.

M: Que confusão? Vocês brigaram? – estranhou.

B: Não... – sorriu de lado – Ela terminou com o traste lá e ele não tá aceitando bem, tá pressionando e acho que ela chegou no limite e desmoronou.

M: Nossa, justo a Rafa que parece sempre tão centrada?

B: Pois é, eu praticamente desmoronei junto só de assistir. – escondeu o rosto entre as mãos.

M: Que mané esse cara! – bufou.

B: Mané é apelido! – respirou fundo – Eu, inclusive, quando desci pra preparar o lanche, conversei com o segurança pra ficar esperto por lá, porque a Rafa tava morrendo de medo dele bater aqui.

M: Você acha que isso seria possível?

B: Não sei, ele foi bater na Manu, então tudo é possível. – suspendeu os ombros.

M: Que BO horrível! Eu sinto muito por vocês... – percebeu o humor retraído da amiga e nem ousou qualquer bronca ou piada

B: Eu não sinto, porque pelo menos nós estamos juntas, o que já é um avanço muito grande em relação a três dias atrás.

M: Isso é...

B: Mas que eu tenho vontade de socar esse cara... Ah, isso eu tenho! Acho que eu nunca na minha vida senti tanta raiva de alguém, juro! – deu um tapa na coxa – Pra um infeliz conseguir deixar a Rafa, que é sempre tão calma e ponderada, do jeito que eu vi hoje, tem que ser um grande de um... – nem conseguiu terminar e só soltou um som alto de frustração.

M: Se ela não tá calma e ponderada agora, acho que é sua vez de estar, não? – repreendeu ela – Então tenta não se estressar junto.

B: Eu tô fazendo o meu melhor quando eu tô com ela, claro, só tô desabafando contigo mesmo. – respirou fundo e desviou a atenção para o próprio celular – Guel, vou te deixar agora, porque a Manu tá me ligando, tá? – Foi levantando.

M: Claro, vai lá! – Bia passou por ele, deixou-lhe um carinho na cabeça e seguiu seu caminho, já atendendo a ligação.

B: Oi, Manu! Desculpa ter te mandado mensagem tão tarde! – passou pela sala em direção a área da piscina.

M: Imagina, Bia! Eu meio que estava bem longe de dormir, preocupadíssima com a Rafa, então quando eu vi sua mensagem até fiquei mais aliviada de poder trocar uma ideia com você. – já foi mandando a real.

B: Que bom, Manu, porque é justamente isso que eu quero. – sentou na mesa, já na área externa.

M: Como é que ela tá, Bia?

B: Bem mal, não vou mentir. – suspirou – Consegui fazer comer e dormir agora, mas demorei muito a conseguir acalmar ela, sentiu mal até fisicamente.

M: É assim que ela reage mesmo quando estressa muito. Desde o BBB que eu sei disso.

B: Tem sido frequente isso?

M: Talvez não nessa proporção, porque eu imagino que agora ela deva ter atingido o limite dela, que é bem elástico, sabemos bem. – ironizou – Mas volta e meia a vida dela tava esse inferno nos últimos meses.

B: Eu notei ela muito diferente em alguns aspectos mesmo nestes últimos três dias que voltamos a conviver, mais pesada talvez.

M: E notou certo, porque sem meias palavras, Bianca, o que a Rafa vinha vivendo tem todas as feições de um relacionamento abusivo e nós que estávamos mais perto dela vínhamos lutando muito para ela se resolver nisso, mas... – titubeou, tentando encontrar as palavras exatas – Acho que ela andava muito fragilizada com o coração partido dela, tanto que acabou voltando pra ele...

B: Entendi o recado. – suspirou pura tristeza.

M: Sem recados, Bia, não tô julgando nada. Até porque, pelo que eu entendi, você foi mais vítima do que culpada na briga de vocês, então nem teria recado pra te dar. – foi sincera.

B: Independente de culpa, Manu, eu sei o que eu poderia ter feito e não fiz também por orgulho meu, então em boa medida eu me coloco como responsável nesse resultado todo.

M: Isso diz respeito a vocês duas, Bia. A minha intenção de falar com você hoje era pra te deixar mais ciente do que vem acontecendo com a Rafa, porque tenho certeza que ela jamais verbalizaria por vontade própria, até porque, eu não tenho ideia do quanto disso ela admite pra si mesma.

B: Acho que muito, porque ela tá se culpando demais.

M: Deve ser muito doloroso pra ela, mas eu penso que quanto mais clareza ela tiver, mais perto de sair disso ela vai estar.

B: Eu concordo. – não conseguia articular muito mais, tava bem difícil de acompanhar, mas ela seguiu tentando priorizar – E tu acha que ele oferece um risco muito grande, Manu?

M: Rodolffo? – soltou uma risada debochada – Ele é louco, vai pressionar muito ela, mas nunca faz nada concreto. O mal que ele faz é minar a energia dela, dia após dia, fazer ela viver sob tensão, preocupada, dando satisfação, tentando suprir as expectativas dele.

B: O que já é um mal imenso.

M: Pois é... Eu acho que ele vai se comportar de forma muito agressiva nos próximos dias, tentando obrigar ela a falar com ele. E, claro, se ele souber de vocês vai surtar, mas não acho mesmo que ele faria um mal maior.

B: Ele tá ameaçando ela com umas paradas aí da carreira dela. – não quis entrar em detalhes.

M: Sério? Tipo o quê?

B: Eu prefiro que ela te conte, Manu, mas são coisas que magoam muito ela.

M: O que encaixa perfeitamente no perfil do abusador moral. Ele identifica o que desestabiliza a vítima e investe nisso, nenhuma novidade! – soltou o ar do outro lado da linha – Mas em resumo, Bia, o que eu mais queria mesmo falar com você hoje é meio que uma parada de irmã quase três meses mais velha...

B: Pode falar, Manu... – abriu um sorriso com o jeito que Manoela falou.

M: Você já tinha percebido por si só o quanto a Rafa está fragilizada e isso facilita muito o meu trabalho, mas eu queria te pedir, do fundo do meu coração, pra só estar com ela nesse momento se você tiver todo o carinho e segurança que ela precisa agora. – interrompeu para se fazer entender melhor – Não me leva a mal, por favor, eu não tô te acusando de nada, a minha conversa é mais preventiva mesmo, porque eu realmente tô com meu coração aberto com você.

B: Eu entendi, Manu, fica tranquila. – facilitou pra ela – E fico feliz pela Rafa ter uma amiga ou irmã, como tu disse, tão do caralho assim.

M: Eu só faço o mesmo que eu sei que ela faria por mim.

B: E faria mesmo, pode ter certeza disso... – concordou, mas tentou retomar o fio da meada – mas pode ficar bem tranquila porque as minhas intenções são as melhores, e me doeu muito ver ela desse jeito hoje, então eu não pioraria isso de jeito nenhum.

M: Bianca, Bianca... – suspirou – Não me faça me arrepender do que eu vou dizer, mas... – vacilou, mas acabou dizendo mesmo assim – Tem é muito tempo que eu acho que a única pessoa que poderia tirar ela desse ciclo destrutivo é você, então por favor, me dê razão e mantenha a minha fama de fada sensata que nunca errou!

Bianca gargalhou.

B: No que depender de mim, tu vai continuar disputando esse título à tapa com Marcela, Manu. E eu fico honrada, espero corresponder... – finalizou com sinceridade.

Manoela abriu um sorriso do outro lado da linha e elas continuaram conversando, com Bia fazendo muitas perguntas e Manu se esforçando para deixar a carioca o mais ciente possível de tudo para que, assim, pudesse estar apta a ajudar Rafaella o melhor possível.


-----


Na manhã seguinte, antes de abrir os olhos Rafaella sentiu seu corpo abraçado pelo aconchego do edredom macio e de todo o enxoval que tinha o cheiro de Bianca e, pra completar o cenário, quando ela liberou sua visão encontrou Bia com o rosto apoiado na palma da mão e lhe encarando com um sorriso lindo.

B: Minha carinha inchada de sono preferida finalmente despertou! – esticou o corpo e deixou um selinho demorado nos lábios de Rafa.

R: Bom dia! – devolveu um sorriso contido e um carinho no rosto de Bianca – Dormi demais?

B: Bem menos do que eu queria que tu dormisse! – afastou o edredom, deslizou o corpo e grudou em Rafaella.

R: Mas que horas são? – girou o corpo para procurar o celular no móvel de seu lado direito na cama, mas Bia segurou o queixo dela, fazendo-a voltar.

B: Nem tenta! Seu celular tá ali, ó... – apontou para o lado esquerdo dela – E vai ficar lá o máximo que for possível hoje.

R: E o trabalho fica como, trem? – ainda sem expandir muito o sorriso, questionou, mas não resistiu muito e passou seu braço pela cintura de Bia.

B: O trabalho tá sob controle. Pedi pra Manu entrar em contato com sua equipe e família, dizer que tu tá ótima e que, se tiver algo urgente, pra avisar a Manu e ela nos avisa. – pronunciou como se fosse a coisa mais normal do mundo.

R: E já deu tempo de providenciar isso tudo antes de eu acordar? – espantou-se – Deve tá muito tarde mesmo!

B: Combinei isso com a Manu ontem a noite ainda, e até agora não chegou nada. – ajeitou as mechas de cabelo de Rafa que cobriam o rosto dela.

R: Hum... Pelo jeito esperaram eu dormir e tramaram pelas minhas costas! – suspirou.

B: Pelo seu bem! – sorriu e deixou outro selinho nos lábios de Rafa.

R: E eu que fique aqui então, deitada de barriga pra cima com a Lua e te assistindo trabalhar, é isso?

B: Dei um jeitinho na minha agenda também.

R: Ah, não, Bia... – estressou nitidamente e até se afastou – Não precisa disso, não, e eu não quero te dar esse trabalho todo.

B: Ei, volta aqui! – puxou ela de novo – Tu não tá me dando trabalho nenhum, porque tudo que eu quero fazer é passar mais tempo contigo e todo mundo sabe disso. Desde que a gente voltou que nem rendendo direito eu tô de tanto que não consigo pensar em mais nada, então me deixa, garota! – puxou para o humor no final da fala.

R: Eu me sinto mal, Bia. Eu sei que eu te assustei e te dei trabalho essa noite. Quero que hoje seja um novo dia e não quero sentir mais isso. – foi sincera.

B: Já te disse que ter um dia livre com você é uma coisa que eu tô querendo muito antes do que aconteceu ontem, mas sim, é também pelo que tá acontecendo e por eu querer estar perto enquanto isso tá acontecendo. – aproximou de novo os corpos – O que eu disse que eu sinto por tu não seria real se fosse diferente disso, então deixa de ser orgulhosinha e aceita o meu amor, vai!

Rafa finalmente alargou o sorriso naquela manhã.

R: Quem te aguenta? – abraçou ela apertado –  O povo que acha que você mexendo a raba é o auge do tesão que você pode provocar em alguém é porque nunca teve o privilégio de ouvir você se declarando.

B: Mas gente, já tá com tesão? E eu não tô nem precisando fazer mais nada... – provocou.

R: Aí vem o lado convencida e a gente repensa, né? – deu um tapinha na bunda de Bia e se afastou do abraço.

B: Tu ama quando eu banco a convencida e sabe disso! – não se intimidou e seguiu sendo ainda mais convencida.

R: Eu amo tudo em você, então não tá dizendo nenhuma novidade, não... – fez um carinho no rosto de Bia antes de tentar retomar o assunto chato – Aconteceu mais alguma coisa enquanto eu dormia?

B: Não. – beijou a mão dela – E não pensa mais nisso, não. Você tá protegida aqui e não vai chegar mais nenhum surto perto de você!

R: Eu não tô com medo, só cheguei no limite mesmo ontem, mas acordei muito melhor hoje. – tentou esclarecer.

B: Eu fico feliz de ouvir isso, mas nós não vamos mesmo ficar retomando isso hoje. – não se dobrou – Eu organizei o que pude com a Manu e ela se encarregou do resto, já que tem os contatos todos da sua equipe e família que eu não tenho.

R: Ainda não tem. – corrigiu e, agora sim, dobrou Bianca, que abriu um sorriso enorme e encostou uma testa na outra, encantando Rafa – Que foi? Parece que ficou tímida?

B: Tímida, não, mas as vezes fico ainda sem acreditar que isso tá acontecendo... – buscou o olhar dela de novo e foi mais clara ainda – Que a gente tá acontecendo mesmo!

R: E nunca tanto quanto agora, né? – deslizou os dedos pelas mechas curtas do cabelo castanho.

B: Verdade, agora a gente é tão casal que até já dorme junto sem fazer nadinha a noite inteira. – não aguentou e teve que aloprar o momento fofo.

R: Culpa minha, no caso, né? – deu risada, mas não evitou de trazer a culpa para si.

B: O que é uma noite? – não deixou o assunto cair nisso de novo e puxou a cintura de Rafa – A gente tem a vida inteira ainda!

R: Tomara que a gente tenha! – manteve o sorriso e, sem aviso, rendeu-se aos lábios de Bia que lhe atiçavam desde que a manhã havia começado.

O beijo veio no ritmo gostoso e preguiçoso daquela manhã, e foi aprofundando aos poucos, na medida em que as línguas disputavam espaço e se empenhavam em enlouquecer uma a outra somadas às mordidas nos lábios que escapavam, e as mãos afoitas que percorriam os corpos cada vez mais unidos.

Rafa aos poucos foi forçando seu corpo no de Bia que, quando percebeu a perna da mineira querendo se acomodar entre as suas, não permitiu e forçou de volta, obrigando-a a voltar para a mesma posição.

Continuaram se beijando com urgência e a carioca deixou sua mão deslizar pela coxa bronzeada de Rafaella, subindo pela cintura e por baixo da camiseta larga que ela usava. Quando a mão branca encontrou o seio exposto, a mineira sentiu seu corpo acender ainda mais e, outra vez, tentou soltar o peso em cima de Bia que, novamente, protestou:

– Sossega que não vai rolar! – sussurrou no ouvido de Rafaella, mordiscando a orelha dela em seguida e empurrando com força o próprio corpo sobre o da mineira, que foi de costas no colchão.

Sem dar oportunidade de reação para Rafa, Bia jogou seu corpo sobre o dela e sentou em seu quadril.

R: Você não vale nada! – indignou-se, mas sem conseguir tirar os olhos do movimento da carioca.

B: E tu adora! –  em um movimento rápido tirou o blusão que usava, mordeu o lábio e se inclinou para novamente consumir os lábios de Rafa em um beijo obsceno enquanto também puxava a camiseta que a mineira usava.

Quando conseguiu liberá-la da peça, continuaram se beijando ainda por algum tempo, atritando os corpos e enlouquecendo com o choque dos seios. Bianca começou a descer os beijos e fez a mineira quase não se aguentar quando deixou seus lábios e língua trabalharem em seus mamilos.

Beijando com todo o carinho e tesão que se misturavam perfeitamente naquele momento, a carioca seguiu descendo pelo corpo de Rafa e pouco depois de descer a região do umbigo, subiu de novo, deslizando sua língua devassamente por toda a extensão do tronco dela.

Enlouquecida, Rafaella enlaçou as pernas no corpo de Bia e, por um momento, achou mesmo que conseguiria, mas de fato não conseguiu inverter as posições, pois Bia espalmou as duas mãos no colchão e firmou o corpo, voltando o olhar para as órbitas esverdeadas que, cheias de frustração, naquele momento encheram a carioca ainda mais de tesão.

B: Já disse que não vai rolar! – mordeu o lábio de Rafa.

R: Então para de graça! – apertou a bunda da empresária com as duas mãos.

B: Desaprendeu a fazer um amor gostosinho, meu amor? – provocou agitando seu corpo ainda mais, deslizando seus seios nos da mineira torturantemente e apertando a bunda dela.

Bianca sorriu ao sentir Rafa deslizando o quadril cada vez mais desesperado de encontro ao seu e resolveu levar a mão da bunda da mineira para dentro de sua calcinha.

B: Isso tudo é vontade? – seguiu provocando quando percebeu a excitação dela em seus dedos, e passou a desenhar movimentos com eles do jeito que já tinha aprendido a fazer para alucinar ainda mais Rafaella.

Seguiu o movimento constante e crescente, revezando beijos na boca e pescoço de Rafa, que completamente entregue, teve mais uma quebra de expectativa gigante quando, com um sorriso indecente no rosto, Bianca tirou a mão de sua calcinha e voltou a descer seus beijos pelo corpo bronzeado.

Posicionando metade de seu corpo do lado esquerdo de Rafa, Bia puxou o corpo da mineira meio de lado e passou a tirar sua calcinha, levou a boca na mesma região e enquanto ia deslizando a peça para fora do corpo da amada, deixou beijos e pequenas mordidas na nádega direita dela.

Concluída a tarefa, a carioca se posicionou entre as pernas de Rafaella e, endereçando o olhar cada vez mais indecente, desceu o corpo para continuar estimulando o sexo dela, agora com sua boca e língua.

Investiu seus movimentos no ritmo que sentia o quadril da mineira lhe pedir, deslizando a língua perto da entrada diversas vezes, mas outra vez, recusou-se a deixá-la gozar.

R: Meu Deus, Bianca, se eu sobreviver, eu juro que eu vou matar você! – agarrou os cabelos, apertando as pernas e recebendo novamente os beijos de Bia em sua boca.

B: É? – desceu a mão direita pelo abdômen perfeito de Rafaella e, divertindo-se cada vez mais com o desespero, brincou novamente com o clitóris dela antes de sussurrar em seu ouvido:

– Lembra do vestido vermelho?

Os olhares tornaram a se encontrar, e Rafa ainda tentou reagir.

R: Filha da... – mas antes que pudesse concluir, perdeu tudo quando sentiu finalmente os dedos de Bianca lhe invadindo firmes e precisos.

Sem também se aguentar mais naquele clima de provocação e tesão acumulado, a carioca sorriu e também se posicionou para atritar seu sexo na coxa direita de Rafa, combinando o movimento de seus dedos com o de seu quadril.

E como era o esperado, não demorou muito para que, aos beijos e tentando abafar os gemidos naquela manhã, as duas gozassem intensamente.

Sentindo a respiração completamente disparada, Bia saiu de cima de Rafa e jogou as costas no colchão.

R: Eu odeio tanto você!  – Rafaella pronunciou ofegante e Bianca gargalhou.

B: Odeia nada, me ama forte, muito forte! – um pouco recuperada, ela impulsionou o corpo e ficou de novo com metade dele sobre Rafa, cruzando os braços sobre o peito dela e lhe encarando com o sorriso mais travesso do mundo.

R: Eu tinha tão mais moral na minha vida antes, meu Pai! – levou as duas mãos aos olhos, tentando evitar o sorriso sacana de Bianca.

B: Tu só não fica com esse papinho de moral e dignidade quando consegue ser a diaba, né? – tirou as mãos dela dos olhos à força.

R: Olha a boca! – mordeu o lábio tentando conter a risada.

B: Lá vem tu com papo de inimigo, mas nada no feminino é inimigo, meu amor! É só amor e prazer! – subiu mais no corpo dela para alcançar seus lábios.

R: Como explicar você, hein? – levou a mão ao rosto da carioca depois que se afastaram do beijo.

B: Eu não tenho explicação mesmo... – deu de ombros – mas tu pode ao menos tentar explicar esse momento.

R: É? Como? – não conseguia tirar o sorriso do rosto.

B: Explica por aí que eu tô feliz, alucinadamente feliz, porque finalmente tu é só minha. – encheu ela de beijos, mas Rafa conteve o movimento para dar sua resposta:

– Bem besta você, porque eu me sinto só sua faz tanto tempo...

E com os dois sorrisos na maior configuração possível, elas se agarraram e rolaram felizes pela cama, onde ainda iam se demorar bastante naquele dia que Bia tinha organizado para ser o conforto de Rafaella e só delas.

Procuro esconderijo

Encontro um novo abrigo

Como a arte do seu jeito

E tudo faz sentido

Calma pra contar nos dedos

Beijo pra ficar aqui

Teto para desabar

Você para construir

[MÚSICA DO CAPÍTULO] :

-----


UFA!

Capítulo muito, muito difícil pra autora em especial, mas eu tentei dar uns respiros e mimos pra vcs no meio de tanta loucura, espero que tenha funcionado.

Claro que o fantasminha do ex ainda pode rondar um pouco, mas eu sinto como se mais um ciclo tivesse sido encerrado, então vamos em frente pra alcançar o final.

(Calma, jovem, porque ainda tem algum chão)

Obrigada a quem lê, vota, comenta, marketeia no tt, relê, me cobra, me apoia e está sempre por aqui comigo!

Uma semana de muito amor pra vcs!

PS: Pra turma da releitura, não estranhe pq eu passei mesmo a editar alguns antigos com "música da cena"/"música do capitulo". É mais pra registro meu e da minha experiência do que pra vcs, mas espero q acabem gostando tb.💓

Continue Reading

You'll Also Like

37.1K 3.1K 16
Após o término de um relacionamento de seis anos, misturado entre namoro e noivado, e começar a viver numa imensa tristeza, Rafaella decide mudar-se...
650K 35.7K 62
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
786K 53K 63
Calíope, uma jovem italiana determinada a realizar seu sonho de viver em Nova York, é enviada para um intercâmbio na casa dos Smith, uma das famílias...
75K 6.9K 35
Um escritório grande, imponente e duas advogadas em áreas diferentes, que terão que dar conta de um caso juntas e descobrir assim o tanto que uma com...