APM || JJK+PJM

By JiKook_S36

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JIMIN¡BOTTOM| JIMIN¡UKE Lorde Park Jimin é muito diferente dos debutantes de sua idade. Enquanto a maioria de... More

Cast 📷
Prologue
Chapter One
Chapter Two
Chapter Three
Chapter Four
Chapter Five
Chapter Six
Chapter Seven
Chapter Eight
Chapter Ten
Chapter Eleven
Chapter Twelve
Chapter Thirteen
Chapter Fourteen
Chapter Fifteen
Chapter Sixteen
Chapter Seventeen
Chapter Eighteen
Chapter Nineteen
Chapter Twenty
Chapter Twenty-one
Chapter Twenty-Three
Chapter Twenty-four
Chapter Twenty-Five
Chapter Twenty-Six
Chapter Twenty-Seven
Chapter Twenty-Eight
Epilogue

Chapter Nine

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By JiKook_S36

[🍑]

Ao longo de todo o dia seguinte, e no outro também, lorde Jeon – Jeongguk – não fez mais qualquer tentativa de beijar Jimin. Foi um perfeito cavalheiro, respeitoso e atencioso, certificando-se o tempo todo de os dois estarem acompanhados, ou à vista de alguém.

Jimin ficou muito feliz com isso.

Bastante feliz.

Mais ou menos feliz.

Fato #34 Beijar é como um daqueles experimentos elétricos nos quais a pessoa faz uma nova descoberta fascinante, mas termina frita como uma costeleta de carneiro.

Ainda assim, ele não conseguiu evitar se perguntar por que Jeongguk não tentara de novo desde aquele primeiro dia. 

Era bem verdade que Jimin não deveria ter permitido. Lady Manoban certa vez lhe dissera que um cavalheiro às vezes testava um jovem fazendo avanços impróprios e julgando-o severamente se ele não resistisse. 

Embora parecesse muito cruel fazer uma coisa dessas, Jimin não conhecia os homens o suficiente para descartar tal possibilidade. Mas a razão mais provável para Jeongguk não ter tentado beijá-lo de novo era que ele não beijava bem. Não tinha ideia de como beijar, do que fazer com os lábios ou com a língua. Mas as sensações que o beijo provocara haviam sido tão extraordinárias que a natureza excitável dele assumira o comando e ele praticamente atacara. Então, Jeongguk fizera aquele comentário sobre ele beijar como um pirata, que continuava a confundi-lo. Ele falara aquilo de forma depreciativa? Não havia soado exatamente como uma reclamação, mas seria possível encarar como um elogio?

Fato #35 Nenhuma lista de qualidades juvenis ideais jamais incluiu a frase “você beija como um pirata”.

Embora Jimin se sentisse mortificado e na defensiva cada vez que pensava no beijo-catástrofe, Jeongguk fora tão encantador nos últimos dois dias que ele não conseguia evitar apreciar a companhia dele. 

Eles haviam passado uma grande quantidade de tempo juntos, conversando, caminhando, andando a cavalo, jogando tênis, croqué e outros esportes ao ar livre, sempre na companhia de membros da família de um ou de outro. De certo modo, Jeongguk lhe lembrava Hoseok, com quem, aliás, ele parecia ter estabelecido rapidamente uma amizade. Os dois eram homens irreverentes e de raciocínio rápido, que tendiam a ver o mundo com um misto de ironia e pragmatismo perspicaz. Mas enquanto a natureza de Hoseok era espontânea e às vezes volátil, Jeongguk era mais cuidadoso e ponderado, seu caráter temperado com uma maturidade rara para um homem ainda relativamente jovem.

Como primogênito do duque, Jeongguk era o futuro dos Jeon's, o filho a quem caberia a propriedade, o título e os investimentos da família. Era bem-educado, compreendia finanças e comércio e tinha uma ampla noção de como gerir a propriedade. Nos dias que corriam, com o desenvolvimento industrial e tecnológico, a nobreza já não podia mais se dar ao luxo de depender apenas dos rendimentos das terras de seus ancestrais. Ouvia-se falar com cada vez mais frequência de nobres empobrecidos, que haviam sido incapazes de adaptar sua maneira retrógrada de pensar e que, agora, viam-se forçados a abandonar suas terras e vender seus bens.

Não havia dúvida, na mente de Jimin, de que Jeongguk estaria à altura dos desafios de um mundo em rápida transformação. Era astuto, inteligente, calmo, um líder nato. Ainda assim, pensou ele, devia ser difícil para qualquer homem viver sob o peso de tamanhas expectativas e responsabilidades. Será que ele tinha medo de cometer erros, de parecer tolo, ou fracassar em alguma coisa?

No terceiro dia, eles passaram a tarde praticando arco e flecha no terreno da propriedade, com Kihyun, Joomin e Sooyong. 

Quando perceberam que estava na hora de entrar e se trocar para jantar, o grupo foi recolher as flechas e a fileira de alvos apoiados em montes cobertos de grama.

– Não esqueçam – alertou Sooyong –, vamos nos vestir um pouco mais formalmente do que o normal para o jantar desta noite. Convidamos duas famílias locais para se juntarem a nós.

– Que grau de formalidade? – perguntou Kihyun, logo preocupado. – O que você vai usar?

– Bem – começou Joomin, pensativo, como se a pergunta tivesse sido dirigida a ele –, pensei em usar minha calça de veludilho preta, meu colete com os botões elegantes...

– Joomin! – exclamou Sooyong, com uma solenidade zombeteira. – Não é hora de deboche. Moda é um assunto sério.

– Não sei por que os jovens mudam de guarda-roupa a cada poucos meses e fazem tanto alarde a esse respeito – comentou Joomin. – Nós, tivemos uma reunião muito tempo atrás e todos decidimos: “Vamos usar calças.” E é isso que usamos desde então.

– E quanto aos escoceses? – perguntou Sooyong, com esperteza.

– Eles não conseguiram abrir mão dos kilts – respondeu Joomin, em um tom sensato – porque acabaram se acostumando a ter o ar circulando ao redor dos…

– Dos joelhos – interrompeu Jeongguk, com um sorriso, e desalinhou os cabelos loiros e brilhantes do irmão. – Pode deixar que eu recolho suas flechas, rapazinho. Vá para casa e se enfie na sua calça de veludilho.

Joomin sorriu para o irmão mais velho e saiu correndo.

– Venha comigo – disse Sooyong a Kihyun –, e teremos o tempo exato para eu lhe mostrar meu vestido.

Kihyun lançou um olhar preocupado para o alvo que usara, ainda cheio de flechas para serem recolhidas.

– Eu guardo – ofereceu-se Jimin. – Nunca preciso de mais do que uns poucos minutos para me arrumar para um jantar.

Kihyun sorriu, soprou um beijo para o irmão e correu na direção da casa com Sooyong. 

Jimin sorriu ao ver a pressa do irmão, levou as mãos em concha à boca e gritou para os dois que se afastavam, em sua melhor imitação de Lady Manoban: – Jovens não galopam como cavalos de corrida!

A resposta de Kihyun chegou trazida pelo vento: – Jovens não gritam como abutres!

Jimin se virou, rindo, e encontrou o olhar atento de Jeongguk sobre ele. Parecia fascinado por… alguma coisa... embora o jovem não conseguisse imaginar o que ele poderia achar assim tão interessante nele. Envergonhado, Jimin passou os dedos pelo rosto, para ver se estava sujo. Jeongguk deu um sorriso distraído e balançou brevemente a cabeça.

– Estou encarando-o? Perdoe-me. Mas é que adoro o jeito como você ri.

Jimin ficou ruborizado até a raiz dos cabelos. Ele foi até o alvo mais próximo e começou a arrancar as flechas. – Por favor, não me elogie.

Jeongguk se dirigiu ao alvo seguinte.

– Não gosta de elogios?

– Não, fico constrangido. Nunca parecem verdadeiros.

– Talvez não pareçam verdadeiros para você, mas isso não significa que não sejam.

Jeongguk enfiou as flechas que recolhera em um coldre de couro especial e passou a ajudar Jimin no outro alvo.

– No meu caso – disse Jimin –, com certeza não são verdadeiros. Minha risada parece o coaxar de um sapo se balançando em um portão enferrujado.

Jeongguk sorriu. 

– Na minha opinião, está mais para um conjunto de sinos de vento prateados oscilando à brisa de verão.

– Impossível que meu riso soe assim – zombou Jimin.

– Mas é como me faz sentir.

O tom íntimo na voz dele pareceu vibrar ao longo das terminações nervosas de todo o corpo de Jimin.

Ele se recusou a olhar para Jeongguk e se esforçou para arrancar um punhado de flechas do alvo de lona. Os arremessos haviam sido tão fortes e tão próximos que algumas das pontas haviam se prendido nas outras e se emaranhado nas fibras do tecido. Aquele era o alvo de Jeongguk, claro. Ele disparava as flechas com uma tranquilidade quase descuidada e acertava bem no centro toda vez.

Jimin girou as flechas com cuidado para soltá-las sem quebrar as pontas, feitas de madeira de álamo. Depois de arrancar a última flecha e entregá-la a Jeongguk, ele começou a descalçar a luva especial, que consistia em encaixes de couro para os dedos presos a tiras lisas, que, por sua vez, eram presas a uma faixa que dava a volta no pulso. – Você é um excelente atirador – comentou Jimin, forçando a pequena fivela rígida da luva.

– Anos de prática.

Jeongguk soltou a fivela da luva para ele.

– E habilidade natural – falou Jimin, recusando-se a permitir que ele fosse modesto. – Na verdade, você parece fazer tudo com perfeição. – Ele permaneceu imóvel enquanto Jeongguk soltava a luva protetora de couro marroquino do seu outro braço. Mas inseguro, acrescentou: – Suponho que as pessoas esperem isso de você.

– Não a minha família. Mas o mundo fora daqui… – Jeongguk hesitou. – As pessoas costumam reparar nos meus erros, e a se lembrar deles.

– Sente-se obrigado a corresponder a um alto padrão? – aventurou-se a perguntar Jimin. – Por causa da sua posição e do seu nome?

Jeongguk o encarou com uma expressão esquiva, e Jimin percebeu que ele estava relutante em dizer algo que pudesse soar como reclamação.

– Descobri que é melhor ser cuidadoso no que se refere a revelar minhas fraquezas.

– Você tem fraquezas? – perguntou Jimin, fingindo surpresa, mas só brincando em parte.

– Muitas – respondeu Jeongguk em um tom ao mesmo tempo enfático e melancólico.

Ele tirou com cuidado a luva protetora do braço dele e a jogou em um bolso lateral do coldre com as flechas.

Eles estavam tão próximos um do outro que Jimin via as linhas prateadas finas que estriavam as profundezas negras dos olhos dele. 

– Conte-me a pior coisa sobre si mesmo – pediu ele em um impulso. Uma expressão peculiar atravessou o rosto de Jeongguk. Uma expressão de desconforto e quase... vergonha?

– Vou contar – disse ele, baixinho. – Mas prefiro falar sobre isso mais tarde, em particular.

– Tem alguma coisa a ver com... amantes? – Jimin forçou-se a perguntar, a pulsação em disparada no pescoço e no punho.

Ele o encarou com um olhar oblíquo. 

– Sim.

Ah, Deus, não, não. Chateado demais para segurar a língua, Jimin disse em um rompante:

– Eu sabia. Você tem sífilis.

Jeongguk o encarou estupefato. O coldre com as flechas caiu no chão com um estrondo. 

– O quê?

– Eu sabia que, a esta altura, você já teria pegado a doença – falou Jimin em um tom distraído, enquanto Jeongguk contornava com ele o alvo mais próximo até chegarem atrás de um dos montes de terra, onde ficariam escondidos da vista da casa. – Só Deus sabe quantos tipos há, mal inglês, mal francês, mal bávaro, turco...

– Jimin, espere.

Ele o sacudiu de leve para chamar sua atenção, mas as palavras continuaram a cascatear. – ... mal espanhol, mal alemão, mal australiano...

– Nunca tive esse mal – interrompeu Jeongguk.

– Qual deles?

– Todos.

Jimin arregalou os olhos.

– Teve todos os males?

– Não, maldição...

Jeongguk se interrompeu e virou parcialmente o corpo. Ele começou a tossir, os ombros tremendo, e cobriu os olhos com uma das mãos. Com uma pontada de horror, Jimin achou que o homem a sua frente estivesse chorando. Mas, no momento seguinte, ele percebeu que Jeongguk estava rindo. Toda vez que olhava de relance para o rosto indignado dele, começava uma nova rodada de risadas reprimidas. Jimin foi forçado a esperar, irritado por se ver objeto de tamanha hilaridade, enquanto Jeongguk se esforçava para se controlar.

Finalmente, Jeongguk conseguiu dizer em um arquejo: – Não tenho nenhum desses males. Que, na verdade, são um só.

Uma onda de alívio levou embora a irritação dele.

– Por que há tantos nomes diferentes para uma mesma doença, então?

As gargalhadas de Jeongguk finalmente cederam com um último suspiro rouco, e ele secou os olhos.

– Os ingleses começaram a chamar de mal francês quando estavam em guerra contra a França, e, naturalmente, os franceses devolveram o favor chamando de mal inglês. Duvido que já tenham chamado a doença de mal bávaro ou alemão, mas se alguém faria isso seriam os austríacos. A questão é que não tenho sífilis porque sempre usei proteção.

– O que significa isso?

– Profilaxia. Víscera de carneiros. – O tom dele se tornara ligeiramente cáustico. – Cartas francesas, chapéus ingleses, baudruches. Pode escolher.

Jimin se concentrou na palavra em francês, que lhe soava familiar. 

– Baudruche não é o tecido feito das... entranhas dos carneiros... que são usadas na produção de balões de ar quente? O que um balão de ar de vísceras de carneiro tem a ver com evitar a sífilis?

– Não é um balão de ar de vísceras de carneiro – disse Jeongguk. – Explicarei se você se considerar pronto para esse nível de detalhe anatômico.

– Não é necessário – replicou ele rapidamente, pois não tinha o menor desejo de ficar ainda mais constrangido.

Jeongguk balançou lentamente a cabeça e perguntou: – Como diabo lhe ocorreu a ideia de que eu tinha sífilis?

– Porque você é um renomado libertino.

– Não sou, não.

– Lorde Choi disse que era.

– Meu pai era um renomado libertino – retrucou Jeongguk, com exasperação mal-contida –, antes de se casar com minha mãe. Acabei sendo tachado da mesma forma porque, por acaso, sou parecido com ele. E porque herdei seu título. Mas, mesmo se eu quisesse arregimentar legiões de conquistas amorosas, o que não quero, não teria tempo para isso.

– Mas você “conheceu” muitas pessoas, não é mesmo? No sentido bíblico?

Jeongguk estreitou os olhos.

– Qual é a definição de muitas?

– Não tenho um número específico em mente – protestou Jimin. – Eu nem saberia...

– Diga um número.

Jimin revirou os olhos, suspirou e fez a vontade dele: – Vinte e três.

– Conheci menos de 23 pessoas no sentido bíblico – apressou-se a dizer Jeongguk, acreditando que aquilo encerraria a discussão. – Agora, acho que já passamos tempo bastante nos permitindo ter conversas vulgares no campo de arco e flecha. Vamos voltar para a casa.

– Já esteve com 22 pessoas? – perguntou Jimin, recusando-se a sair de onde estava.

Uma rápida sucessão de emoções cruzou o rosto de Jeongguk: irritação, diversão, desejo, alerta. 

– Não.

– Vinte e uma?

Houve um momento de absoluta imobilidade antes que algo em Jeongguk parecesse se romper. 

Ele se aproximou de Jimin com uma espécie de prazer felino e colou a boca à dele. O jovem deixou escapar um gritinho de surpresa, se esquivou, mas os braços dele o envolveram com facilidade, os músculos sólidos como carvalho. Jeongguk o beijou de uma forma possessiva, quase rude a princípio, mas logo se suavizando a um grau mais voluptuoso. O corpo de Jimin se rendeu sem dar ao cérebro chance de objetar, agarrando-se com avidez a cada centímetro dele. O esplêndido calor masculino e a rigidez dele satisfizeram uma voracidade violenta de que Jimin não tivera consciência até então. E também o fizeram experimentar a mesma sensação de “próximo mas não o bastante” de que se lembrava da última vez. Ah, como aquilo era confuso, aquela necessidade enlouquecedora de se enfiar nas roupas dele, praticamente na pele dele! Jimin deixou os dedos correrem pelo rosto de Jeongguk, passando-os pelo contorno elegante das orelhas, pela suavidade firme do pescoço. Ao ver que ele não fazia objeção, enfiou os dedos nos cabelos macios e vibrantes e suspirou de satisfação. Jeongguk encontrou a língua dele, provocando e acariciando sua boca intimamente, até o coração de Jimin disparar em um tumulto de anseio e um vazio doce se espalhar por todo o corpo dele. 

Ligeiramente consciente de que estava prestes a perder o controle, de que iria acabar desmaiando ou atacando-o de novo, ele conseguiu interromper o beijo e afastar o rosto com um arquejo. – Não – disse em uma voz fraca.

Jeongguk deixou os lábios correrem pelo seu queixo, a respiração entrecortada encontrando a pele de Jimin. – Por quê? Ainda está preocupado com o mal australiano?

Lentamente, Jimin se deu conta de que eles não estavam mais de pé. Jeongguk estava sentado no chão com as costas apoiadas no monte coberto por grama e – que Deus o ajudasse – ele estava no colo de Jeongguk. Jimin olhou ao redor, perplexo. Como aquilo acontecera?

– Não – repetiu ele, ainda estupefato e perturbado –, mas acabei de lembrar que você disse que eu beijo como um pirata.

Jeongguk pareceu confuso por um momento.

– Ah, aquilo. Foi um elogio.

Jimin o encarou com severidade.

– Só seria um elogio se eu tivesse barba e perna de pau.

Jeongguk cerrou a boca para conter o leve tremor de uma risada e acariciou com ternura os cabelos de Jimin. 

– Perdoe-me por minha escolha pobre de palavras. O que quis dizer foi que achei seu entusiasmo encantador.

– Achou? – Jimin ficou muito vermelho. Deixou a cabeça cair no ombro de Jeongguk e disse, a voz abafada: – Passei os últimos três dias temendo ter beijado errado.

– Não, nunca, meu amor. – Jeongguk ergueu um pouco o corpo e aconchegou-o mais contra si. Ele roçou o rosto no pescoço de Jimin e sussurrou: – Não é óbvio que tudo o que você faz me dá prazer?

– Mesmo quando roubo e saqueio como um Viking? – perguntou ele, em um tom sombrio.

– Um pirata. Sim, especialmente quando você faz isso. – Os lábios dele correram suavemente pela borda da orelha esquerda de Jimin. – Meu amor, já há jovens respeitáveis demais no mundo. Faz muito tempo que a oferta excedeu a demanda. Mas há uma ínfima quantidade de piratas atraentes, e você parece ter um dom para saquear e roubar. Acho que encontramos sua verdadeira vocação.

– Você está zombando de mim – concluiu Jimin, resignado, e deu um pulinho quando sentiu o dente dele morder de leve o lóbulo de sua orelha.

Sorrindo, Jeongguk segurou a cabeça de Jimin e olhou bem dentro dos olhos dele.

– Seus beijos me enlouquecem além de qualquer coisa que eu possa imaginar – sussurrou. – Toda noite, pelo resto da minha vida, sonharei com aquela tarde no oco, quando fui emboscado por uma beldade de cabelos escuros que me devastou com o calor de mil estrelas incandescentes e deixou minha alma em cinzas. Mesmo quando eu já for velho e meu cérebro estiver em ruínas, ainda me lembrarei do fogo doce dos seus lábios sob os meus e direi a mim mesmo: “Aquilo, sim, foi um beijo...”

Demônio de fala mansa, pensou Jimin, incapaz de disfarçar um sorrisinho de lado. Ainda na véspera, ele ouvira Jeongguk zombar carinhosamente do pai, que gostava de se expressar com frases elaboradas, tortuosas, quase labirínticas. Claramente, o dom havia sido passado para o filho.

Ele sentiu necessidade de colocar alguma distância entre os dois e arrastou o corpo para longe do colo dele.

– Fico feliz por você não ter sífilis – declarou. Ele se levantou e começou a tentar ajeitar a desordem em que se encontrava suas calças. – E sua futura esposa ou esposo... seja quem for... com certeza também ficará.

O comentário incisivo não escapou a Jeongguk. 

Ele encarou Jimin com um olhar intenso e se colocou de pé em um movimento ágil. 

– Sim – concordou em um tom irônico, limpando a calça e passando a mão pelos cabelos brilhantes. – Graças a Deus pelos balões de ar de vísceras de carneiro.

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