ROWENNA

By JolziRosa

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Rowenna e sua avó são as melhores confeiteiras de sua região, porém numa noite chuvosa, a matriarca desaparec... More

PRÓLOGO
Cap. 1 - Procura-se uma Avó
Cap. 2 - Pistas
Cap. 3 - Uma Mão Lava a Outra
Cap. 5 - Lambida Lupi
Cap. 6 - Fogo no Bordel
Cap. 7 - Ciúmes e Desconfianças
Cap. 8 - O Noivo da Ruiva
Cap. 9 - Salvamento e Prisão
Cap. 10 - Inocente Cativo
Cap. 11 - Casal em Fuga
Cap. 12 - Cavalo Solitário
Cap. 13 - Lago do Amor e Cobra Sucuri
Cap. 14 - A Caçada Continua
Cap. 15 - A Fera que Habita em Nós
Cap. 16 - Armadilhas Mortais e uma Descoberta

Cap. 4 - Pesadelo, Pancadaria e Tiro

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By JolziRosa

Já era tarde da noite, e a lua brilhava iluminando o cômodo. Uma fraca luz advinda do corredor, adentrava através das frestas da porta de madeira.

- Ele vai te pegar. - Rowenna ouve uma voz feminina que ecoa pelo quarto, e lembrou-se rapidamente de quem estava com ela ali e olhando para a cama ao lado, notou que a mesma se encontrava vazia. Nem sinal de Karlayo, nem mesmo de Gael.

A janela estava escancarada, e um vento soprava frio, balançando as cortinas floridas.

- Onde ele está? - Ela questiona tentando se levantar, mas percebe que está paralisada. Sentia cada músculo de seu corpo rígido, se afundando no colchão. Algo gelado começava a pingar em seu rosto, e ao olhar para o teto, Rowenna avistou o corpo sem vida da recepcionista dependurado e totalmente dilacerado.

- Eu avisei pra não confiar no lobisomem. - A garota disse abrindo os olhos subitamente, com sangue escorrendo da boca e da garganta aberta.

Após o que pareciam horas naquela situação, Rowenna consegue se libertar rolando da cama e caindo no chão. E debaixo da mesma, devorando o que parecia ser um coração, estava Karlayo totalmente transmutado, com seus olhos alaranjados brilhantes. Ele parte em sua direção e agarrando-lhe pela perna, a puxa para debaixo da cama. E a única coisa que dava pra se ouvir neste momento era sua carne sendo rasgada e devorada pelo garoto lobisomem.

...

- AHHH! - Rowenna acorda assustada, ensopada de suor, sendo sacudida por Karlayo que tentava libertá-la daquele pesadelo.

Instantaneamente ela pega uma de suas facas que estava debaixo do travesseiro e apunhá-la quem a estava agarrando.

- Ai! Rowenna, sou eu! - O rapaz exclama segurando o pulso que havia sido cortado, deixando o lampião cair ao lado da cama.

- O quê aconteceu? - Ela diz se levantando afobada, percebendo que havia machucado seu colega de quarto.

- Você estava tendo algum tipo de pesadelo, sei lá. Estava gemendo e suando frio. Tentei te acordar e você me golpeou.

- Me desculpe Karlayo. Foi sem querer. - Ela diz tentando se aproximar dele. - O corte foi muito profundo? Como posso ajudar?

- Já ajudou o bastante. - Ele esbraveja se afastando e voltando pra sua cama. - É louca?

Após alguns instantes de silêncio, enquanto Karlayo apertava o pulso para estancar o sangue, Gael deu um piado enquanto estava pousado próximo da janela.

- O quê foi Gael? - Ele questiona o pássaro que direciona a cabeça para a rua. - A mesma mulher?

- O quê ele está falando?

- Gael disse que tem uma mulher sendo agredida na rua. Veja, é a prostituta que havia nos dado as informações. - Ele pede pra ela ir até a janela.

Rowenna olha a situação da moça que estava sendo praticamente arrastada pelos cabelos, aos berros. Dava pra perceber pela fraca iluminação oriunda dos candeeiros de rua.

- A gente tem que fazer alguma coisa. - A ruiva fala calçando suas botas e vestindo sua capa.

- Espere aí, confeiteira. O quê pensa que está fazendo?

- Eu não posso ficar aqui parada ouvindo ela gritar de dor enquanto batem nela.

- Você não pode, é perigoso. - Karlayo se põe na frente dela. - Eu não posso te deixar sair.

- Você não vai me impedir, nem se quisesse. - Ela esconde algumas facas nos bolsos estratégicos da calça, lançando um olhar furioso para o rapaz ao se lembrar da maneira de como ele agiu quando se conheceram. - Eu devo ser bem asquerosa pra você nem querer pegar na minha mão, não é mesmo? E olha que eu nem sei o quê fiz pra você ter tanto nojo assim de mim.

- Do que está falando? Quem disse que tenho nojo de você?

- A sua cara de repulsa quando apertou minha mão disse tudo, querido.

- Porque está pensando nisso agora? Que mau humor repentino é esse? Está naqueles dias? - Ele questiona sem entender a situação.

- Esquece. É coisa da minha cabeça. - Ela diz saindo e fechando a porta.

Rowenna desce as escadas correndo, enquanto a recepcionista observa a confusão através da janela.

- Moça, onde vai? - A mulher questiona aflita, mas a ruiva ignora a pergunta da mesma enquanto sai batendo a porta da hospedaria.

- Hey, seus palermas. Parem com isso. - Ela esbraveja com as pessoas que cessam os socos e pontapés na moça caída no chão.

- Isso não é da sua conta, sua meretriz insubordinada. - Ela percebe se tratar do mesmo homem que conversou com a moça mais cedo.

- Você deveria lavar sua boca suja com sabão, seu cretino. - A ruiva vocifera enquanto Karlayo chega por trás dela a segurando.

- Rowenna, agora chega. Isso não é da nossa conta.

- Me solta, Karlayo.

- Isso, faz o que o cachorrinho está mandando. Porque é só pra isso que mulher serve, ser mandada por homem.

- Eu poderia deixar isso quieto. Só que não. - Ela diz se soltando.

- E o quê a prostituta de capa vermelha e seu cachorrinho vão fazer? - Ele fala mostrando uma arma na cintura. - Eu não tenho medo de você cachorro, muito menos dessa vagabun... - Antes dele poder terminar a frase, Rowenna dá-lhe um chute na boca, fazendo-o cambalear para trás. O solado da bota da moça havia quebrado vários dentes do homem.

- Senhor! - O seu capanga deixa a outra mulher no chão e vai até seu chefe.

- Atira nessa vagabunda, seu idiota. - O homem diz cuspindo alguns dentes enquanto o sangue escorria de sua boca por toda sua pança.

Antes do capanga pensar em pegar a arma, Rowenna o golpeia também com vários chutes e pancadas, desarmando-o e deixando-o desacordado.

- Não deveria ter mexido conosco, meretriz. - O homem diz empunhando sua arma na direção dela, porém ela desvia de dois tiros e o estado de embriaguez do sujeito ajuda a desarmá-lo rapidamente.

- Da próxima vez que tratar uma mulher feito lixo, espero não estar por perto, pra sua própria segurança. - Ela diz segurando o homem pelo colarinho e dando-lhe um soco no estômago. - Seu verme imundo.

Rowenna deixa ele caído no chão, e chuta a arma para longe. Ela vai até a pobre mulher, que estava toda machucada.

- Você está bem?

- Agora estou. - A loira diz se levantando espantada. - C-como a senhorita fez isso?

- Com o tempo a gente vai aprendendo umas coisinhas. Venha.

- O quê foi isso? - Karlayo questiona boquiaberto indo atrás delas que voltavam pra hospedaria. - Puxa vida, eu jurava que iria levar um tiro por causa de sua teimosia, mas estava enganado. Você não era só uma confeiteira?

- As aparências podem enganar, senhor Karlayo. - Ela diz dando uma piscadela. - Moça, me traga um pano limpo e uma bacia de água morna com sal grosso, por favor.

- Já estou indo. - A recepcionista vai até a cozinha e depois de alguns minutos traz o que lhe foi pedido. - Aqui está.

- Obrigada. - Ela diz molhando o pano na água com sal. - Isso vai doer um pouquinho.

Rowenna coloca o pano na testa de Cassandra que geme de dor. O corpo marcado pela violência sofrida, o olho roxo e o lábio cortado. A ruiva passava cuidadosamente o pano úmido em suas feridas.

- Porquê está me ajudando, senhorita? Eu não sou ninguém. - Cassandra questiona de cabeça baixa.

- Destesto qualquer ato de injustiça. Você parece ser uma boa pessoa e não merece nada do que está passando. E uma coisa que minha avó me ensinou, foi que devemos ter compaixão pelo próximo, sem julgamentos.

- Obrigada. - Ela diz com os olhos merejados. - Eu só queria sair desta situação e voltar pra casa. Sinto falta dos meus pais.

- E porquê não volta? Porquê entrou pra esta vida?

- Ah, senhorita, eu não tenho escolha. E além do mais é uma longa história.

- Temos a noite toda. - Ela dá um meio sorriso enquanto Karlayo se senta em outro banco, as observando.

- Quando eu era mais nova, acho que tinha uns 14 pra 15 anos, fui sequestrada do vilarejo onde morava. Fui trazida pra cá, tiraram minha honra, me humilharam e me obrigaram a vender o meu corpo. Eu sonhava em me casar, ter um bom marido, e filhos. Mas tudo acabou, e agora estou presa aqui, sem chances de escapatória.

- Mas você nunca tentou fugir?

- Sim, uma vez, com outra garota mais velha do que eu. Porém, nos pegaram e como eu era novata, saí impune. Mas ela não. Espancaram-na de tal forma que ela não aguentou os ferimentos e sucumbiu em dois dias. Ela serviu de exemplo pras outras não tentarem fugir também, pois esta seria a consequência.

- Meu Deus. - Rowenna diz colocando as mãos no rosto. - As outras também foram sequestradas? Vocês são quantas nesta situação?

- Sim, todas nós fomos. Éramos oriundas de pequenos povoados, tão distantes que se uma criança ou outra desaparecesse, nem fariam falta. Somos em 13 no total, e eles já têm esquemas de trazer outras meninas, mas desta vez muito mais jovens.

- Que horror. Eu não posso deixar isso acontecer. Nós não podemos.

- Nem olha pra mim. Eu disse que te ajudaria a encontrar sua avó e nada mais. Eu é que não vou me meter em assuntos de tráfico de prostíbulos. - O rapaz responde levantando as mãos.

- Então resolverei isso sozinha. Depois de encontrar minha avó. Não se preocupe Cassandra, eu ajudo vocês.

- Obrigada, senhorita Rowenna.

Ela apenas dá um aceno de cabeça e os três caminham na direção das escadas.

- Senhorita, está brincando com meu estabelecimento? - A recepcionista questiona enquanto os observa com olhar de reprovação. - Primeiro um lobisomem com uma ave, e agora uma rameira? Desculpe, mas não podem ficar, ou terão de pagar mais.

- Olha, eu posso ir embora. Não quero incomodar. - Cassandra fala toda sem graça.

- Não, não. Eu PAGO o que for preciso. É só manter sigilo, estamos aqui para um caso de investigação e não para cometer atos de promiscuidade. - Ela diz batendo no balcão e deixando mais duas moedas. - Tudo certo? Agora vamos.

Após subirem para o quarto, enquanto Rowenna retira sua capa novamente, com um semblante tristonho e frustrado, Karlayo se aproxima da jovem e a analisa de cima em baixo.

- Você está ferida. - Ele fala enquanto seus olhos se tornam mais alaranjados que o normal.

- Não se preocupe. - Ela observa o dorso da mão esfolado por conta dos socos dados. - É só um arranhão e já está melhorand... - Neste momento ela perde o equilíbrio e desaba nos braços do rapaz.

- ROWENNA!



✷✷✷
Um Abração e Até o Próximo Capítulo... 🧡

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