Escolhida para lutar

By gabsalgayer

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A ameaça está próxima. O rei feiticeiro de Thails pretende comandar todos os reinos do continente de Loxigan... More

Prólogo
Capítulo 1 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒖𝒎
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒐𝒊𝒔
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7 - 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒕𝒓𝒆𝒔
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Epílogo

Capítulo 13

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By gabsalgayer

Quando acordei Ash não estava na cama. Cruzei o dedos rezando para que tivesse apenas dormido na sala.

Depois de vestir uma calça jeans preta, um suéter azul marinho e uma jaqueta de couro preta, saio do quarto só de meia indo até a cozinha encontrando ambos os irmãos tomando café. Rapidamente estranhei pois ainda nem havia amanhecido.

-O que fazem acordados tão cedo? - pergunto colocando café em uma xícara azul.

-O mesmo que você - Nick responde ficando de pé, Ash faz o mesmo.

-Não - respondo me sentando e ambos riem.

-Você sabe que desse vez não tem outra escolha, vamos com você querendo ou não - Ash volta a sentar-se.

-Mas sabemos que quer, você não vive sem a gente - Nicholas diz e ao passar por mim me dá um beijo estalado na bochecha. Faço careta e ele ri.

-Eu disse que não os impediria. Mas e como ficam suas faculdades? - pergunto.

-Trancamos, ainda ontem - Ash responde e dá um gole em seu café.

-Não precisavam fazer isso por mim - começo mas Nicholas me interrompe.

-Ash achou justo depois de saber sobre o parque... - ele diz e eu encaro Ash que sorria fraca e inocentemente.

-Eu devo a vida do meu irmão a você, bom, na verdade devo minha sanidade, eu ficaria louca se não tivesse meu irmão - ela diz e eu sorrio fraco concordando.

-E que tipo de cavalheiro eu seria se deixasse duas damas irem em uma missão sozinhas no Brasil? - ele se pergunta dramaticamente.

Eu e Ash reviramos os olhos e rimos. Levanto para ir até o quarto novamente e Ash me chama.

-Sim? - pergunto. 

-O Tony também vai... - ela espera minha reação.

-O que? - eu e Nick perguntamos juntos

-Ele disse que vão precisar de magia, e que não gosta da ideia do único feiticeiro entre nós estar "fora de controle" - ela faz aspas com as mãos e eu reviro os olhos. - Eu disse à ele que você não é nossa maior ameaça mas ele não escuta...

-Tudo bem, Ash. De certa forma ele também só quer proteger você - a tranquilizo e volto a caminhar até o quarto.

Coloco as mesmas botas longas de ontem e prendo meu cabelo na minha trança habitual. Pego minha mochila e quando volto para a cozinha vejo os irmãos já prontos.

Saímos em um silêncio confortável, o mesmo que diversas vezes presenciei com meu pai...

Quando saímos do prédio eu percebi o quão cedo saímos. O céu ainda era escuro como as lâminas de Thails, mas ainda sim, mais acolhedor que minha cama um pouco antes de levantar. 

Chegamos na ponte principal do central park e logo a imagem dos corpos ensanguentados preencheu minha mente, Tony havia limpado a mesma na hora que chegou, mas a cena não fora apagada da minha mente.

As palavras de Tony no apartamento haviam sido claras: ele não gostava nada da ideia de matar seu próprio povo. E além disso, ele tinha razão, aqueles soldados só seguiam ordens, e eu só estava tentando sobreviver...

Carli não fala comigo desde o momento em que liberou magia, ela mostra incômodo por certas coisas, mas não fala diretamente comigo. Não sei qual o problema e ela não parece querer que eu saiba já que me ignora.

Ash corre ao ver Tony. Ele vestia calça jeans escura e moletom cinza, um coturno preto e tinha uma mochila simples pendurada em um dos ombros.

Ash estava com uma saia rodada azul marinho e meias calças pretas, um suéter branco com uma jaqueta azul, ela só carregava o telefone.

Eu e Nick ficamos para trás ainda andando no mesmo ritmo, Ash abraça o namorado e nos espera com suas mãos dadas. 

-Bom dia para vocês também - ele diz sorrindo.

-Bom dia - eu respondo e Nick acena levemente com a cabeça.

-Brasil, am? - ele pergunta e eu assinto. - Alguma localização específica em mente?

-Eu só tenho palavras chaves...- digo pegando o pergaminho que Malvon havia me explicado que teria a localização dos meus irmãos, e ela mudaria quando eles se movessem.

-Isso não é muito útil, pega o telefone e pesquisa elas - ele manda Ash que caminha até mim com o telefone pronto para digitar no Google.

-Direção sul, capital do chimarrão e... como pronuncia isso? - pergunto e eles riem.

Tony para do outro lado de Ash vendo as palavras. 

-Isso é alemão. Nick, pesquisa com o seu telefone as palavras riograndenser hunsrückisch - ele diz com facilidade.

-Credo - Nick comenta rindo. - Como que escreve? - ele pergunta ficando na frente de Ash para ver as palavras.

 Depois de digitar e esperar alguns segundos, o google mostrou o significado:

-É uma língua germânica, derivada do dialeto hunsriqueano, falado no estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ele é usado em várias cidades e é idioma cooficial de algumas - Nick explica.

-São péssimas dicas, Malvon não muda nunca - Tony comenta rindo.   

-Mas existe - Ash diz e eu encaro seu telefone que falava sobre uma cidade que continha as características que eu descrevera. - Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul - ela diz mostrando a cidade no mapa.

-Parece fazer mais sentido já que é o que eles chamam de a capital nacional do chimarrão e eles tem esse dialeto como cooficial - digo revirando os olhos e eles riem novamente. 

Tony abre um portal e passa primeiro, Ash passa logo depois ainda segurando sua mão, Nick passa e eu fico por último, dou uma olhada ao redor e passo sem hesitar. 

Senti a magia como se fosse algo que eu pudesse pegar, ou segurar, estava tocando meu rosto e roçava em minhas roupas, a magia era dourada, era a cor da magia de Tony. 

Algo está errado... 

Me assusto ao ouvir Carli. 

Volte! Volte agora!

Antes que eu pudesse cogitar voltar caímos os quatro em um piso de mármore escuro.

-Bom trabalho, Abb - ouço uma voz intimidadora soar próxima, ele falava em Norgano, a língua dos feiticeiros.

Nick estava caído ao meu lado, ele mexia os olhos provavelmente procurando uma saída, mas não havia nenhuma, pelo menos nenhuma que não estivesse guardada por guardas extremamente armados.

Sinto minha magia aflorar, ela estava de volta... Estamos em Makai.

Ash estava caída do meu outro lado, ela estava mais próxima de Tony que estava de pé.

Me levanto e os irmãos me encaram como se eu fosse louca.

-Você trouxe mais do que eu pedi, mas gosto de ter prisioneiros... -  finalmente encaro o dono da voz intimidadora.

Era um homem alto e levemente musculoso, de alguma forma me lembrava Malvon, ele também tinha os olhos claros, seu cabelo era escuro, e sua pele mais clara que a de Malvon. O seu rosto não era simétrico, ele tinha o que pareciam ser rachaduras na lateral direita do rosto, algumas tão feias que jurava poder ver seu crânio.

Ele me encarava de uma forma terrivelmente indescritível. Era ódio, mas tinha mais alguma coisa. Apenas devolvo o olhar e ele ri.

-Isso vai ser divertido - ele ri com escárnio e faz um gesto com a mão direita. - Eu quero os prisioneiros em seu devido lugar.

Quatro guardas se aproximam de Nick e Ash. Não faço a mínima ideia de onde estamos, mas posso imaginar pelas roupas e lâminas pretas...

Thails.

Me coloco no caminho dos guardas ficando entre eles e os irmãos. O homens param bruscamente e encaram quem eu julgaria ser o rei.

-Eu mandei levarem os prisioneiros para seu devido lugar - ele diz e começa a avaliar a unhas pontudas.

Os guardas avançam sem hesitar. Assim que uma lâmina vem em minha direção eu explodo. O escudo que eu havia construído em nossa volta se amplifica e ao tocar na lâmina, ele joga todos os homens longe, e antes que levantassem jogo as armas em sua direção os matando com as próprias.  

-Garota insolente! - o rei esbraveja. - Eu mandei levarem os prisioneiros para o seu devido lugar - ele grita e todos os guardas avançam. 

-Não lutem, será melhor para todos - Tony avisa.

Sem pensar duas vezes abro um portal.

-Ash! Nick! - ambos me encaram e correm até o portal. Vi ambos os irmãos passarem, então eu passo. 

Estávamos dentro do portal, minha magia nos rodeava, Nick já devia ter chegado ao destino pois eu não o via, e Ash corria na minha frente...pouco antes de eu vê-la ser puxada para trás esbarrando em mim.

Uma mão segurava seu pulso com força. Ao passar por mim ela segura meu braço.

-Me ajuda! - ela grita.

Segurei sua mão com a mão direita e joguei fogo várias vezes na mão que a segurava. Mas não acontecia nada, na verdade acontecia: o fogo que eu usava para queimar a mão, me queimava.

-Segura, Ash! - grito. A minha magia não aguentava tanto tempo, o portal tinha um vento intenso e a cor lilás, a cor da minha magia, começou a ficar escura. E quando Ash nota isso, ela grita:

-Me deixa ir! Ele não vai me machucar! -ela solta mas eu continuo segurando. 

Agora meu braço latejava, as queimaduras não eram o pior, eram os arranhões que Ash deixou ao se segurar. 

-Não! - digo e agora lançava mais fogo contra a mão usando um feitiço para reverter aquilo que ele poderia estar fazendo para que eu me queimasse. Assim, começo a ver os hematomas no braço que puxava Ash. Mas a força não diminuiu, pelo contrário, só aumentou.

-Me deixa, Vic - ela grita ao ver a mão começando a puxar sua perna - ele vai quebrar minha perna de novo! 

-Mas... 

-Vai! Cuida do meu irmão e só voltem se eu fizer contato! - ela grita e bate no meu braço me forçando a soltá-la. 

A vejo ser arrastada de volta para a entrada do portal, assim que ela passa ele se desfaz e eu caio em um gramado verde vivo.

-Vic... não se mexa - ouço Nick sussurrar ao meu lado. - Cadê a Ash? - ele pergunta devagar e silenciosamente.

Assim que termino de recitar um feitiço de anestesia mentalmente, o respondo:

-Te conto depois -  avalio nossa situação.

Assim que olhei ao redor pude reconhecer o lugar: estávamos na floresta Carmedash, a floresta dos considerados inferiores, a floresta dos elfos, espíritos, fadas e lobos solitários, seres que todos chamam de inferiores. 

E haviam centenas de lanças apontadas para a nossa cabeça.

-Quem são vocês? - um dos guerreiros pergunta em Higuillyan.

Que saudade desse idioma...

-Eu sou Victoria Rebecca, tenho um acordo com o Kai. Chame-o e eu posso provar - digo ficando de joelhos devagar e encarando o elfo que perscrutava não só a mim e a Nick com olhos duvidosos mas meu braço com um olhar confuso e em certo ponto, preocupado.

-Chame - ele berra e dois deles saem da posição de ataque se afastando e indo floresta a dentro.

Nick fica de joelhos, e se aproxima o suficiente para que eu o ouça.

-Ash...

-Puxaram ela de volta. Cuidarei dos meus ferimentos e voltarei em um dia - digo firme e sinto o clima esquentar. 

Ele está perdendo o controle... Segure-o.

-Nick, por favor, não é hora para se transformar - digo e coloco minha mão em seu ombro. Ele havia tirado o casaco grosso que usava, estava apenas com uma camiseta cinza de mangas longas. Isso me fez sentir culpada pois a sujei de sangue.

Mas ele se acalmou, a tensão no ar passou e senti que podia retirar a mão. 

-Obrigado - ele balbucia e segura minha mão ainda respirando com dificuldade.

-Becca? - ouço a voz de Kai ao longe. Ele corre até mim e eu me levanto, Nick faz o mesmo

Ele me dá um  abraço demorado e um beijo estalado na bochecha.

-Pensei que nunca voltaria... - ele diz sorrindo.

Kai era um garoto não muito forte que amava ler. Ele tinha orelhas pontudas e sua pele era em um tom bem claro. Seus olhos eram azuis escuros e ele tinha um cabelo dourado na altura dos ombros. 

-Demorou bastante, realmente - sorrio abertamente e até Nick pareceu surpreso.

-Eu tenho um acordo com ela, tudo bem - ele avisa aos guerreiros e logo eles se dispersam. Apenas um ficou, o que parecia ser o líder. - Está tudo bem Ravi.

 -Posso conhecer essa bela híbrida? - ele pergunta sorrindo.

-Como? - Nick parecia perdido.

-O meu primeiro abrigo com Malvon fica a alguns metros da entrada da floresta. Conheci Kai logo nos primeiros meses, depois que um desastre aconteceu na vila eu os ajudei na reconstrução de tudo, então ganhei meu próprio cantinho em uma árvore aqui - explico para ele que assente ainda duvidoso.

-Essa é a Victoria Rebecca que eu chamo de Becca - Kai explica para Ravi.

Ravi era muito forte, também tinha orelhas pontudas e pele bem clara. Seu cabelo platinado ficava preso em um rabo de cavalo trançado com uma fita verde dando maior visão às tatuagens em seu rosto. Seus olhos eram bem verdes, como os meus.

-Eu sou Ravi de Carmedash, encantado - ele se apresenta fazendo uma reverência exagerada.

Rio e faço o mesmo.

-Obrigada - sorrio novamente.

-Sou Nicholas Collins - Nick fala e eu espero a reação dos elfos.

-É um prazer, lobo - Ravi diz o encarando sem emoção, mas de certa forma simpático.

-Oi - Kai diz apenas e encara meu braço. - Vamos ver isso? - ele pergunta e faz um gesto para segui-los.

Assim o fizemos, Ravi e Nick andavam ao meu lado e Kai a nossa frente nos guiando.

-Minha esposa vai adorar conhecê-la, ela adora criar teorias do futuro - Ravi diz ainda simpático.

Não sei se fiquei mais surpresa ao saber que ele era casado ou ao ver a aldeia que um dia ajudei a construir estar tão bela. Mas acho que a aldeia ganhou essa batalha...

As casas que eram feitas de palha agora eram com tijolos, eram muito mais luxuosas e havia uma feirinha cheia de frutas.

-A aldeia realmente mudou - comento e os elfos sorriem.

-Graças ao rei de Glaviros - Ravi responde.

-Caste? Ele cobrou quanto por isso? Pelo que eu me lembro ele nunca faz nada sem cobrar um preço... - digo e Ravi sorri.

-Não está errada. Ele cobrou uma aliança e... uma certa erva curativa. Ele queria muito salvar alguém... Veio pessoalmente pedir e mandou seus lacaios para pagarem pela planta e pela aliança - Ravi explica.

-Um vampiro não precisa de ervas curativas... - reflito.

-Ele disse que era uma pessoa importante - Ravi suspira.- Mas não deu mais informações.

-É o Caste, só diz o que acha necessário - murmuro e paro de andar ao ver que Kai também parou.

-Você fica aqui - Kai aponta para o Nick que me encara confuso e desconfiado.

-Me desculpe, mas prefiro que não nos separemos... - ele começa.

-É apenas para banharem-se e trocarem essas roupas horríveis, você será bem cuidado aqui, e Becca na outra casa - Kai explica, mas Nick espera meu veredito.

-Eu confio neles, nos encontraremos logo, eu prometo - digo e solto sua mão. - Eu diferente de certas pessoas não quebro minhas promessas... - mando a indireta e ele sorri lembrando que fez a promessa de não sair sem Ash, mas saímos mesmo assim.

-Tudo bem - ele diz e segue Kai para dentro da casa.

-Papai!  - ouço uma voz  feminina fina berra ao longe. Logo uma figura pequena se aproxima se torna visível. Era uma garotinha linda, ela tinha cabelos platinados e olhos cinzas, e sua pele era bem escura, seus cabelos eram curtos e ela os usava preso em duas marias-chiquinhas, era possível saber que ela era filha de Ravi, mas eles eram mais diferentes que parecidos.  

Ravi a ergue e a segura no colo. Ela me encara, seus olhos estavam maravilhados, ela ficou levemente corada quando eu sorri para ela.

-Qual o seu nome? - pergunto e ela sorri mostrando os dentes de leite separadinhos e a parte de baixo faltando dois dentes. 

-Camélia - ela responde tímida.

-Você é tão linda quanto a flor de mesmo nome - sorrio novamente e ela ri.

-Papai, ela conhece a flor ou você já exibiu que mamãe deixou você escolher o meu nome? - ela pergunta baixinho.

-Eu não falei nada! - Ravi se defende. Uma mecha de cabelo se desprende da fita azul de Camélia e seu pai a coloca no lugar novamente me dando um segundo de visão de suas orelhas pontudas. Sorrio e encaro Kai sair da casa.

-Seu amigo é bem desconfiado - ele diz sorrindo. 

-Ele tem vários motivos...- digo e ele assente. 

- Camélinha, quando tempo que você não aparece - ele diz e estala um beijo na bochecha de Camélia que ri.

-Nos vimos ontem, Tio Kai! - ela diz e cutuca o ombro do pai para colocá-la no chão.

-Vá brincar com Alba, mas volte para casa antes de escurecer - Ravi diz e coloca ela no chão. 

Ela assente e corre voltando para o lugar de onde veio. Logo descobri quem era Alba. Assim que ela sentou no banquinho uma menininha aparentemente mais nova se aproximou, ela era albina, com certeza. Seus olhos também eram cinzas, seus cabelos eram platinados e sua pele muito clara. 

Volto novamente minha atenção aos elfos e eles me encaravam com atenção.

-O que foi? - pergunto.

-Como você não está gritando de dor? - Kai pergunta avaliando meu braço.

-Feitiço anestésico...daqui a pouco eu começo - digo e eles assentem.

-Amanhã Camélia vai fazer nove anos, sintam-se convidados para as festa - Ravi avisa antes de me oferecer um sorrisinho e correr para algum outro lugar.

-Você vai ficar com a Treesa e a Ametista - Kai diz ao parar em frente a uma casa verde clarinho. -Treesa é a mãe de Camélia e Ame é minha noiva, acho que serão boas amigas - ele sorri.

-Você está noivo? - pergunto surpresa.

-Estou - ele ri. - Ela não é elfa, mas não queremos filhos, então Thails concebeu bênção... - ele diz baixinho.

-Ela é o que? - pergunto curiosa.

-Fada - ele diz com um brilho nos olhos. Nesse momento eu soube o quão apaixonado meu grande amigo estava. Só cabia a mim ficar feliz por ele. 

Sorrio e ele abre a porta da casa para que eu entre.

-Olá Vic - uma elfa incrivelmente linda se dirige a mim com um sorriso gigante. - Eu sou Treesa, e essa é Ametista - ela aponta para uma garota de cabelos rosa volumosos e olhos escuros.

Meu deus, minha auto estima nunca esteve tão baixa...

Treesa tinha a pele bem escura, muito mais que eu. Ela tinha olhos cinza e o rosto tatuado em galhos de árvores brancos, quero dizer, não só o rosto mas as mãos, pescoço, colo e orelhas. Ela usava um vestido azul turquesa longo de seda, estava de pés descalços e seu cabelo estava preso em duas tranças até a metade, não era muito longo mas batia na metade das costas.

Ametista tinha orelhas élficas de metal, talvez fosse algo que a fazia se sentir parte da floresta já que as fadas raramente vivem com o povo elfo. Sua pele também era um pouco mais escura que a minha e ela tinha quatro bolinhas coloridas bem pequenas na parte inferior do olho esquerdo. Ela sorria timidamente para mim com algumas toalhas em mãos. Seu cabelo era delicadamente jogado para o lado direito e no esquerdo ela tinha um dread que me lembrava o arco-íris.

-É um prazer - digo sorrindo e Kai sai da casa mandando um beijo no ar para Ametista que sorri para ele.

-Vamos começar limpando esses machucados... - Treesa caminha até mim.

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