Alma Fragmentada

By Luflita

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Harry coloca as mãos no medalhão da Sonserina, mas o ouro e as pedras preciosas não é tudo o que ele encontra... More

Capítulo 1 - O Medalhão
Capítulo 2 - Visitando Hogwarts
Capítulo 3 - Maldições Imperdoáveis
Capítulo 4 - A Taça de Hufflepuff
Capítulo 5 - Mudança e Casamento
Capítulo 7 - O Diadema da Corvinal e o Primeiro Assassinato
Capítulo 8 - O Começo do Fim
Capítulo 9 - Tirando Férias

Capítulo 6 - Perdendo os Amigos

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By Luflita

Harry estava no meio da Rua dos Alfeneiros e observava as chamas corroendo a casa dos Dursleys, a Marca Negra brilhando verde no céu acima. A chuva caía, mas as chamas continuavam subindo e subindo

- Acorde. Alguém está vindo.

Abrindo os olhos, Harry viu Tom olhando para ele. Eles estavam no sótão, enrolados na cama.

- Harry, você tem que sair agora. Alguém está em sua casa.

Isso estimulou Harry a entrar em ação. Ele saiu correndo da cama e entrou em sua cama no Largo Grimmauld. Passos subiram correndo as escadas, e Harry só teve tempo de virar o estômago para esconder o medalhão antes que a porta do seu quarto se abrisse e Rony e Hermione corressem para dentro.

- Harry. - disse Hermione, sem fôlego. - Houve...

- Por Merlim! - Harry estalou, enrolando-se em uma bola para que eles não pudessem ver o medalhão em volta do pescoço. - Eu estava no meio de uma punheta!

Sem comentários, Rony agarrou o cotovelo de Hermione e conduziu-a para fora do quarto. 

- Vamos vê-lo na cozinha, companheiro. - ele falou do meio da escada.

- Boa desculpa. - disse Tom uma vez que Harry se sentou.

- Obrigado. Eu preciso te esconder agora. Vou ver o que eles querem. - Ele não esperou pela resposta de Tom certo de que Tom entendeu, e fechou o medalhão. Ele enfiou debaixo do travesseiro e foi em busca de suas roupas.

Quando se sentou para puxar os tênis, percebeu que as solas estavam cobertas de lama. Harry franziu a testa. Ele não conseguia se lembrar de ter pisado em lama ontem à noite. Talvez nos Weasley? Ele não tinha certeza.

Ele deu de ombros e puxou-os. Ele tinha coisas mais importantes para pensar. Por que Ron e Hermione estavam lá de repente?

Ele obteve sua resposta quando entrou na cozinha.

- Harry, os Dursleys foram atacados ontem à noite. - disse Hermione. - A casa deles foi incendiada.

O corpo de Harry ficou frouxo e por um minuto ele não conseguiu se mexer. 

- O que?

- A imprensa trouxa diz que é um vazamento de gás, mas a Marca Negra pairava sobre a casa quando os Aurores chegaram lá. Era Voldemort.

Harry afundou em uma cadeira, de repente frio. 

- Eu sonhei isso. - disse ele, esfregando as mãos sobre o rosto. - Eu não tive um sonho de Voldemort em anos, mas ontem à noite eu sonhei com a casa dos Dursleys pegando fogo. Eles estão...

- Eles estão mortos. - disse Ron, com os ombros curvados. - Todos eles. Desculpe.

Harry não disse nada por um tempo. Ele nunca gostou deles, mas ele também não desejou que eles morressem. 

- Como Voldemort achou esse lugar? Eu pensei que ele não poderia ir lá?

- Bem. - disse Hermione, inclinando-se para a frente em sua cadeira. - Eu acho que é porque você saiu, Harry. A magia protegeu você enquanto você estava morando lá. Mas há dois dias, você saiu oficialmente para morar aqui. A magia é estranha assim.

- Então Voldemort estava atrás de mim, e ele poderia finalmente se aproximar daquela casa, mas desde que eu não estava lá, ele acabou de matar toda a minha família?

- Algo assim. Sinto muito, Harry.

- Sim eu também. - Harry se levantou da cadeira, sem saber o que fazer. Ele caminhou em direção ao balcão, notou a chaleira e voltou para seus amigos. - Chá?

- Claro. - disse Ron.

Harry colocou a chaleira no fogo e encontrou alguns saquinhos de chá secos em uma lata na despensa. Ele lavou um par de xícaras lascadas e serviu a todos uma xícara de chá.

- Você estava certo, Harry. - Hermione disse, tomando seu copo. - Parece que Voldemort colocou você de volta ao topo de sua lista de alvos.

Harry assentiu. Isso não era novidade para ele.

- Mas agora que Voldemort está mais uma vez ativamente caçando você, pode não ser inteligente para você ir atrás de suas Horcruxes imediatamente. - Hermione deu-lhe um olhar suplicante.

- Eu vou ficar bem. - Harry disse, suspirando. Ele sabia que seus amigos estavam preocupados com ele, e ele apreciou isso, mas pela primeira vez ele desejou que eles tivessem um pouco de fé nele também.

- Basta levar alguém com você. - disse Hermione. - Um de nós, ou Fred ou George, ou o Sr. Weasley, ou mesmo Kingsley. Estamos todos dispostos a ajudá-lo.

- Eu tenho fontes. - Harry beliscou a ponte do nariz, só agora percebendo que não estava usando os óculos e não tinha colocado as lentes de contatos. - Fontes muito boas que não posso contar porque é muito arriscado. - Hermione queria se opor novamente, Harry poderia dizer, mas Harry puxou sua varinha, apontou para a porta e pensou Accio taça de Hufflepuff .

Não havia mal nenhum em seus amigos sabendo que ele tinha essa Horcrux. Eles eram os únicos na casa, afinal.

A taça veio voando pela porta e Harry pegou com uma mão. Ele colocou-o na mesa na frente de Ron e Hermione e guardou a varinha e recostou-se na cadeira, de braços cruzados.

A boca de Hermione se abriu. 

- Essa é...

- Sim. - Harry disse, sorrindo.

- Então esse é um pedaço da alma de Voldemort? - Ron se inclinou um pouco mais e estendeu a mão para tocá-lo. - Não parece grande coisa não é?

A mão de Hermione disparou. 

- Ron, não...

Uma explosão de puro poder seguiu, jogando Harry para trás com cadeira e tudo. Fumaça amarela encheu a cozinha, tornando difícil respirar. Harry estava atordoado nos restos quebrados da cadeira e levou alguns minutos para lembrar onde estava e o que havia acontecido.

Ron havia tocado a Horcrux.

Ron tinha... Ron? Ron!

Harry se ajoelhou, cortando as palmas das mãos enquanto passava os cacos de vidro e porcelana em busca de seus dois melhores amigos. A fumaça dificultou a visão, e Harry se sentiu em volta até encontrar o braço de Hermione.

- Hermione? - Sua voz estava crua e ele tossiu para limpar a garganta. - Acorde.

Hermione ficou imóvel, seu rosto fantasmagórico pálido. Harry verificou seu peito e viu movimento, embora sua respiração fosse superficial.

- Ron? - Harry chamou. A fumaça estava clareando lentamente, e Harry viu uma mecha de cabelo vermelho chamuscado saindo debaixo do tampo da mesa. As pernas da mesa haviam se quebrado como pequenos galhos. Harry empurrou a laje de madeira de Ron e ofegou.

O rosto de Ron estava preto e empolado, muito parecido com a mão de Dumbledore. Harry colocou a mão no peito de Ron, espalhando sangue por toda a sua camiseta. Ele não podia sentir subindo ou descendo.

- Ron? - Ele sacudiu o corpo de Ron, mas não obteve resposta.

O que ele deveria fazer? Consiga ajuda, mas ele não sabia que maldição havia naquela xícara. E por que não o amaldiçoou? Ele havia tocado cem vezes na semana passada.

Claro. Tom sabia que era amaldiçoado. Ele lançou isto. Harry verificou seu bolso, aliviado que sua varinha ainda estava lá. Ele apontou na direção onde ele achava que a porta estava e gritou com toda a sua força

- Medalhão Slytherin Accio!

Ele passou direto em sua mão alguns momentos depois, e Harry abriu-a.

- Harry? - Tom franziu a testa, aparentemente vendo a aparência desgrenhada de Harry. - O que está errado?

- Que maldição tem na taça? Alguém tocou, e ele não está respirando.

- Isso era de se esperar. - disse Tom. - Eu criei essa maldição eu mesmo. É projetado para matar, Harry. É a mesma maldição que eu usei no anel de Marvolo.

Os olhos de Harry se fecharam e custou-lhe abri-los novamente. 

- Contra-maldição?

- Não há.

- Não. - Harry ofegou, e seus ombros tremiam. - Mas eu toquei.

- Claro que você tocou. Estamos conectados, Harry. Essa maldição não vai machucar nenhum de nós.

- Oh Deus. - Harry não conseguia respirar.

- Acalme-se, Harry.

- Me acalmar? - Harry gritou, o ar se derramando de volta em seu corpo junto com tal raiva que ele queria esmagar o medalhão em seu punho. - Ron ele esta... - Ele não podia dizer. Ele precisava de ajuda. Fechando o medalhão, Harry olhou em volta. A cozinha inteira estava em ruínas. Onde estava aquela taça maldita? Ele precisava esconder ela. Ele não podia deixar ninguém saber, Dumbledore tinha dito isso.

- Taça de Hufflepuff Accio. - ele sussurrou. Ela veio voando de um canto, e parecia a única coisa na sala que não havia sido danificada. Segurando a taça e o medalhão no peito, Harry se aparatou em seu quarto. Deixou cair os itens em seu baú e lançou o feitiço de travamento mais forte que conhecia.

Então, com o último pedaço de energia que ele havia deixado, ele aparatou para a toca. Ele caiu na cozinha em suas mãos e joelhos. Ele viu muitas pernas reunidas debaixo da mesa da cozinha e ouviu vozes chamando seu nome de uma grande distância.

- Acidente. - ele engasgou. - Uma maldição. Cozinha. Largo Grimmauld.

Tudo ficou preto e ele não sabia de mais nada.

♠ • • • ♣ • • • ♠ • • • ♣

A mão de Harry coçou. Ele tentou puxá-lo para longe do que estava provocando coceira.

- Sr. Potter, por favor, não se mova. Estamos apenas curando o último de seus cortes.

Piscando os olhos abertos, Harry tentou se concentrar na pessoa ao lado dele. Sua visão estava embaçada e tudo o que ele viu foi uma mancha verde-clara.

- Harry? Você está acordado?

Ele conhecia aquela voz. Foi Tonks. Ele virou a cabeça e viu o rosto sorridente de Tonks pairando sobre o dele.

- Você está no St Mungo's, Harry. Eles estão quase terminando de curar você. Apenas aguente firme. - disse Tonks, e com essas palavras tudo o que aconteceu voltou para Harry.

- Ron? - ele sussurrou. - Hermione?

- Sr. Potter, você está em choque. Eu preciso que você tome essas poções. - Uma mão em concha na parte de trás do seu pescoço e um copo pressionado contra seus lábios. Algo pegajoso, com um leve gosto de mirtilos, desceu por sua garganta. Harry engoliu, e instantaneamente ele começou a sentir-se mais quente e sua cabeça clareou. Sua visão ficou embaçada, no entanto.

- Harry?

Ele conhecia aquela voz também. Foi o Kingsley. Harry conseguiu se sentar o suficiente para inspecionar o quarto. Dois curandeiros que ele não conhecia estavam ao lado da cama. Tonks ainda estava do outro lado e, ao pé de sua cama, viu Kingsley olhando para ele com uma careta.

Kingsley sacudiu sua varinha e colocou dentro de suas vestes. Harry imaginou que ele tivesse lançado um feitiço de silenciamento. 

- O que aconteceu? - Kingsley perguntou. - Que maldição foi usada?

- Ron? - Harry perguntou, porque tudo o que ele se importava era a condição de seu melhor amigo.

Kingsley sacudiu a cabeça. 

- Ele não conseguiu. Sinto muito, Harry.

Soluçando Harry olhou para Tonks. 

- Hermione?

- Ela ainda está viva, mas está em coma. - disse Tonks. Só agora Harry notou que seus olhos estavam vermelhos. - É por isso que precisamos saber o que aconteceu.

- Eu... - Pela primeira vez, Harry ficou tentado a contar sobre as Horcruxes. Então ele se lembrou dos dois curandeiros. Ele não conhecia essas pessoas. E eles estavam em St Mungo's. Qualquer um poderia estar ouvindo, não importando o feitiço de silenciamento que Kingsley usasse. Muito estava em jogo aqui, ele sabia disso. - Eu não me lembro. - ele sussurrou, e as lágrimas escorriam por suas bochechas.

Naquele momento, Harry odiava a si mesmo, mais do que odiava Snape, mais do que odiava Voldemort.

- Tente se lembrar, Harry. - Tonks segurou o braço de Harry.

- Foi Voldemort. - Harry sussurrou. Um dos curandeiros ofegou. - Ele não estava lá nem nada, mas ele enviou essa maldição, eu acho. Talvez houvesse uma coruja. Eu não tenho certeza. Dumbledore se machucou no ano passado, lembra? Eu acho que foi a mesma maldição.

E isso deu a eles todos os detalhes que Harry tinha sem lhes dizer a fonte. Porque Harry sabia que tinha que proteger a fonte a todo custo.

Algo ocorreu a ele. Snape! Aquele bastardo havia curado Dumbledore no ano passado, não tinha? Ele poderia curar Hermione!

- Que dia é hoje? Que horas são? - Harry perguntou.

- É meio-dia. - Tonks respondeu, soltando o braço de Harry e compartilhando um olhar com Kingsley. - Você ficou fora a manhã toda.

Apenas meio dia. Ele poderia entrar em contato com Snape. E lhe pedir a cura. 

- Eu tenho que ir. - disse Harry, e começou a se levantar.

Um dos curandeiros colocou a mão no ombro de Harry. 

- Sr. Potter, você precisa passar a noite para podermos monitorar você.

- Não. - Harry empurrou o curador para fora do caminho e ficou de pé. Ele balançou um pouco.

- Harry você não vai a lugar nenhum. - disse Kingsley aproximando-se.

Alcançando dentro de seu bolso, Harry sorriu quando sentiu sua varinha. 

- Tente e me parar.

Kingsley hesitou, a mão avançando para o bolso de suas vestes.

- Harry, onde você vai? - Tonks perguntou, boca aberta em estado de choque.

- Eu preciso de uma coruja. - disse Harry. - Posso aparatar daqui?

Um dos curandeiros balançou a cabeça. 

- Da área de recepção.

Kingsley puxou sua varinha, mas desta vez Harry foi mais rápido que seu oponente. Estupefato  ele pensou, e um clarão vermelho atingiu Kingsley no peito. Ele caiu como uma tonelada de tijolos.

- Harry! - Tonks gritou horrorizada.

Com a varinha na mão, Harry saiu correndo da sala e desceu o corredor. Ele passou pelo Sr. Weasley que abraçava a Sra. Weasley.

- Harry? - O Sr. Weasley chamou, mas Harry o ignorou, e os chamados dos outros por quem ele passou. Ele viu Fred e Jorge, Bill e Fleur, e McGonagall e Gina.

Descendo as escadas, Harry tentou pensar em um plano. Ele precisava entrar em contato com Snape, e para isso ele precisava de uma coruja. Ele não podia usar Hedwigis, Snape tinha dito isso a ele. Além disso, ele não tinha certeza se Hedwigis já estava na casa.

Onde ele iria encontrar uma coruja? Ele pensou em Hogwarts as corujas da escola, mas Voldemort pode estar monitorando os portões principais.

Ele precisava de uma porra de coruja!

Quando ele invadiu a porta e dentro da área de recepção, Harry sabia a resposta. Onde todo mundo tem suas corujas, é claro. Sem pensar duas vezes, Harry aparatou direto para o Beco Diagonal.

Ele pousou perto da entrada a varinha ainda na mão, ele correu em direção ao zoológico mágico. As pessoas ao redor dele ofegaram e saltaram para fora do caminho, e Harry não sabia por que até que ele olhou para baixo. Sua camiseta branca estava manchada de sangue seco e coberta de sujeira. Assim como o jeans dele. Harry não teve tempo de se preocupar com isso porém, abriu a porta e finalmente parou na loja.

Ele pegou a primeira coruja enjaulada que viu, uma pequena coruja de celeiro de aparência frisada que soltou um guincho surpreso quando Harry quase bateu a gaiola no balcão. Atrás estava uma jovem bruxa, apenas alguns anos mais velha que o próprio Harry. Ela deu alguns passos para trás, os olhos arregalados quando olhou para Harry.

- Eu preciso dessa coruja. - Harry disse, tentando recuperar o fôlego. Só agora ele se lembrava de que sua bolsa de dinheiro ainda estava em seu baú em casa. - Eu sou Harry Potter. Eu tenho a porra de uma fortuna no meu cofre na Gringott, mas eu não tenho nenhum dinheiro comigo. Eu preciso dessa coruja. Agora! Eu vou te pagar. Eu juro.

A garota olhou para ele por alguns instantes, limpou a garganta e aproximou-se do balcão, mantendo um olho cauteloso em Harry. 

- Na verdade senhor, se você assinar um formulario de Gringott, podemos pegar o dinheiro direto do seu cofre. - A mão dela desapareceu debaixo do balcão por um segundo, e ela deslizou um pedaço de pergaminho em direção a Harry. - Essa coruja é trinta galeões.

- Claro. - disse Harry. - Pena? - A garota entregou-lhe uma e Harry rapidamente assinou o pergaminho. - Você tem um pedaço de pergaminho em branco para mim?

- Você precisa nomeá-la antes que você possa usá-la, senhor. - disse a garota, alcançando o balcão novamente.

Harry aceitou o pedaço de pergaminho com um aceno de cabeça e inspirou profundamente.

Encontre-me em minha casa em Londres o mais rápido possível. Por favor!

Isso deve servir. 

- Obrigado. - Harry disse colocando a pena no balcão. Ele pegou a gaiola e saiu correndo da loja.

- Tchau. - a garota disse esticando o pescoço para vê-lo sair.

Harry ficou no meio do Beco Diagonal e segurou a gaiola até o rosto. 

- Você precisa de um nome. - ele disse baixinho, e a coruja olhou para ele com os olhos arregalados. Jesus, onde encontrar um nome? Harry olhou ao redor e viu Ollivander, ainda fechado.

- Tudo bem, Ollie. Esse é o seu nome. Eu sou Harry. Eu preciso que você entregue este bilhete para Severus Snape. Você entendeu?

A coruja Ollie grunhiu baixinho.

- É perigoso. Tenha muito cuidado e ninguém pode te vê. Você está pronto para isso?

Ollie estufou o peito, as penas ondulando.

- Bom. Quando você terminar, venha para minha casa. - Harry abriu a gaiola e ofereceu o bilhete para Ollie, que o segurou no bico e subiu ao céu. Harry o assistiu voar e só quando Ollie não era nada mais que um ponto no horizonte ele percebeu onde ele estava.

As pessoas ficavam a certa distância, olhando para ele. Harry os ignorou e aparatou no Largo Grimmauld. Ele garantiu que não aterrissasse na cozinha, e optou pela sala de estar.

O lugar estava tão sujo quanto o resto da casa, mas Harry não se importou e afundou no sofá, a gaiola vazia a seus pés. Poeira voou ao redor dele, fazendo seus olhos lacrimejarem. Harry enxugou-os mas era fútil, logo mais e mais lágrimas escorriam por suas bochechas.

Ele estava colocando sua fé no homem que assassinou Dumbledore para salvar a vida de Hermione.

Harry enterrou o rosto nas mãos e os cotovelos nos joelhos.

♠ • • • ♣ • • • ♠ • • • ♣

Uma única batida na porta da frente tirou Harry de seu estado quase catatônico. Ele não tinha certeza de quanto tempo tinha passado desde que voltou do Beco Diagonal. Minutos, horas, dias? Ele deu um pulo e correu para a porta com a varinha pronta. No momento em que ele abriu a fenda, a figura do outro lado vestida com um manto negro que cobria cada centímetro de seu corpo, abriu caminho para dentro. Harry tropeçou para trás, mas soltou um suspiro profundo quando o homem fechou a porta e afastou o capuz de sua capa do rosto.

- Potter você está sozinho? - Snape perguntou, e então pareceu entender a aparência de Harry. Seus olhos se arregalaram.

- Estamos sozinhos. - disse Harry. Sua voz soava sombria e ele tentou limpar a garganta algumas vezes. - Você precisa ajudar Hermione.

- O que aconteceu?

- Ron está morto. - Harry disse, um soluço escapando dele. Ele virou as costas para Snape, mesmo que uma pequena voz dentro dele o avisasse de que não era uma boa ideia, e ele se arrastou de volta para a sala de estar. Snape o seguiu. - Ele tocou uma Horcrux. A taça de Lufa-Lufa. Ela foi amaldiçoada. A mesma maldição que do anel. Você curou Dumbledore. Hermione está em coma. Você precisa salvá-la.

Snape soltou um suspiro profundo. 

- Não há uma cura para essa maldição Potter.

- Claro que existe! - Harry se virou, olhando para Snape. - Você curou Dumbledore. Ele me disse isso!

- Eu não o curei seu imbecil! - rosnou Snape. - Eu adiei o inevitável por alguns meses.

Harry ficou boquiaberto.

- Onde está a Sra. Granger? Quando ela foi amaldiçoada?

- Por volta das nove da manhã, eu acho. Ela está em coma. No St Mungo's.

Snape abaixou a cabeça, o rosto escondido atrás de seu cabelo preto. 

- Então é tarde demais. A única razão pela qual eu fui capaz de atrasar a maldição do Diretor foi por causa de suas próprias ações rápidas e minha interferência oportuna.

- Mas... - Harry abriu e fechou a boca algumas vezes. - Você o curou.

- Potter, eu passei o ano todo procurando por uma cura para essa maldição maldita e não a encotrei.

- Mas...

- Pense, seu idiota. O Diretor passou o ano todo morrendo. Essa maldição estava lentamente matando-o. - O rosto de Snape se distorceu de raiva, e Harry deu um passo involuntário para trás. - Já faz oito horas desde que a Sra. Granger foi amaldiçoada e se ela já entrou em coma, não há nada que eu possa fazer, Potter. Tente entender através do seu crânio grosso!

Os joelhos de Harry desmoronaram e ele caiu no sofá. 

- Hermione está morrendo?

Snape assentiu. 

- Eu dou a ela uma semana no máximo.

Os olhos se enchendo de novo, Harry desviou o olhar de Snape e olhou para a parede com determinação. Ele ouviu Snape abrindo e fechando alguns armários, seguido pelo som de vidro tinindo.

- Eu sabia que seu padrinho mestiço tinha uma garrafa escondida aqui. - Snape murmurou. O sofá afundou ao lado de Harry, e um copo cheio até a borda com algo de cor âmbar apareceu na frente de Harry. Aceitou sem questionar e bebeu, bebeu e bebeu até ficar vazio. Ele se inclinou para frente, a cabeça entre os joelhos e tossiu tão violentamente que achou que seus pulmões poderiam explodir.

- Pronto pronto. - Snape deu um tapinha nas costas dele em uma zombaria de preocupação.

Quando Harry se sentou novamente, a sala estava girando. Ele agarrou o braço do sofá até parar.

- Potter, eu não posso te dizer mais nada. No entanto, você vai encontrar um retrato do diretor em seu escritório que pode responder a todas as suas perguntas - disse Snape, e acrescentou em desgosto - E pelo amor de Merlin, pratique Oclumência.

Harry engoliu em seco e observou Snape encher seu copo. Harry bebeu apenas metade desta vez e conseguiu não tossir. 

- Mas Hogwarts está trancada. Eu não posso entrar lá. - Sua voz arrastou um pouco, e isso fez Harry rir.

- Hagrid ainda está lá. Ele pode encontrar uma maneira de entrar. Entre em contato com ele.

- Ah. - Harry piscou. - Eu tenho uma nova coruja. O nome dele é Ollie. Ele pode voar para o Hagrid.

Snape deu a Harry um olhar cansado, e Harry devolveu com um sorriso. Ele hesitou quando se lembrou de por que Snape estava lá em primeiro lugar. 

- Eles são meus melhores amigos. - ele sussurrou, a voz embargada. - Eles não podem estar mortos.

- Estamos em guerra. - disse Snape calmo. - As pessoas morrem.

O pesar encheu Harry muito mais rápido que o calor do uísque e ele deixou cair o copo, derramando-o no chão. Ele agarrou o manto de Snape e enterrou o rosto contra o peito de Snape.

- Potter, pare com isso! - Snape tentou tirar as mãos de Harry, mas Harry encontrou força onde ele achava que não tinha nenhuma, e empurrou Snape para trás no sofá, tombando sobre ele.

- Por favor. - Harry disse, rastejando ainda mais em cima de Snape. - Eu preciso disso. - Ele precisava de algo quente, seguro e forte o suficiente para fazê-lo esquecer. Como ele sempre sentiu na grama com Tom, mas Tom não estava lá e Harry odiava Tom porque a maldição de Tom matou Ron e estava matando Hermione.

Mas Snape estava lá e Snape era real. E Snape estava olhando para ele, com os dentes à mostra. 

- Saia de mim, Potter.

- Não. - Harry contorceu a mão entre seus corpos e segurou as partes íntimas de Snape. - Eu preciso disso. Realmente.

- Você está embriagado.

- Hã?

- Você está bêbado seu imbecil!

- Estou? - Harry puxou o tecido da capa e das vestes de Snape, botões estalando para a esquerda e para a direita. Ele esmagou seus lábios em Snape em um beijo desleixado. Snape agarrou o cabelo de Harry e levantou a cabeça.

- Você não destruiu o medalhão, destruiu?

Harry lambeu os lábios e finalmente encontrou o pênis de Snape. Esatva meio duro e Harry o soltou de todo o tecido ao redor. 

- Eu não sabia como, mais eu sei agora. Eu tenho praticado a Maldição da Morte. - Ele sorriu para Snape. - Eu ia usar isso em você, mas talvez agora eu não vá.

Snape soltou o cabelo de Harry e os lábios de Harry pousaram nos dele. Desta vez, Snape devolveu o beijo e suas mãos entraram em ação. Eles fizeram um curto trabalho no botão e no zíper de Harry, deslizando sua calça jeans por cima de sua bunda.

- Sim, isso. - Harry murmurou contra a boca de Snape, empurrando seus quadris para que seu pênis deslizasse contra o de Snape. Ele realmente não se importava com quem estava deitado embaixo dele. Havia um corpo, e tinha um pênis duro, e isso fez Harry se sentir quente o suficiente para esquecer. Isso era tudo o que importava.

Snape passou os braços em torno de Harry, guiando seus quadris, e Harry empurrou e beijou Snape tão profundo e duro quanto ele podia. Foi muito diferente do que ele sempre fez com o Tom. Mais real, de alguma forma, e cheio de dor e malícia, o suficiente para fazer o prazer dentro dele doer.

Ele não sabia quem veio primeiro, só que em algum momento Snape se arqueou sob ele e gemeu, e Harry se derramou por todo o pênis de Snape em ondas de liberação insatisfatória.

Harry deitou ofegante em cima de Snape, o rosto enterrado contra a garganta de Snape. O peito de Snape se erguia sob ele e suas mãos ainda seguravam os quadris de Harry, como se tivesse medo de soltar.

- Isso foi um erro, Potter.

- Se você diz... - Harry murmurou contra a bochecha de Snape. Ele começando a perceber que ele tinha feito isso com Snape , o bastardo que matou Dumbledore.

Espera. Mas Dumbledore já estava morrendo. Harry levantou a cabeça e olhou para Snape confuso.

Um barulho alto veio do corredor. Alguém estava na porta. 

- Harry! Abra!

Antes que Harry pudesse fazer qualquer coisa, Snape desapareceu com um estalo, e Harry bateu no sofá com força , o rosto enterrado nas almofadas. A porta da frente se abriu e momentos depois, Kingsley entrou na sala de estar, a varinha erguida. Hedwigis e Ollie voaram atrás dele, aparentemente tendo esperado do lado de fora para entrar.

Kingsley olhou para ele, e Harry percebeu que estava deitado no sofá com o jeans meio das pernas.

Bem isso foi estranho.

Harry levantou a cabeça, mas a sala estava girando novamente.

- Eu acho que é melhor se eu não perguntar sobre o que você tem feito aqui. - disse Kingsley, atravessando a sala em direção ao sofá. - Eu quero saber exatamente o que aconteceu esta manhã, no entanto. Levante-se, Harry.

- Por quê?

- Você atacou um Auror esta tarde. - disse Kingsley. Ele parecia chateado. De repente, Harry se lembrou do que Kingsley estava falando e começou a rir. Ele foi cortado abruptamente quando Kingsley agarrou-o pelo cangote de sua camiseta e o colocou de pé. - Isso não é brincadeira! Seu amigo está morto, Harry

Harry balançou em seus pés e teve que pressionar uma mão contra o peito de Kingsley para se firmar. Com a outra mão, ele ergueu a calça jeans até voltar a ser decente. 

- Eu sei. - ele sussurrou. - E Hermione está morrendo também. Não há cura.

Os olhos de Kingsley se estreitaram. 

- Como você sabe disso?

- Porque a maldição matou Dumbledore também.

Harry quase perdeu o equilíbrio quando Kingsley deu um passo para trás. 

- É melhor você começar a falar agora Harry, antes que eu derrame o Veritaserum na sua garganta.

- Não! - Harry deu a Kingsley seu melhor olhar suplicante. - Eu não posso te dizer. Eu prometi a Dumbledore que não contaria a ninguém.

- Esta é a coruja que você mencionou? - Kingsley apontou para Ollie, que estava sentado em um braço do sofá, e se encolheu com a atenção súbita até que nada permanecesse além de uma bola de penas.

Harry arrancou Ollie do sofá e o abraçou ao peito. 

- Não, esta é a minha coruja. - Ele passou os lábios pela cabeça macia de Ollie. - Sshh. Tudo está bem.

- Harry, solte a maldita coruja. - Kingsley parecia estar muito perto de perder a paciência. - Estamos indo para a sua cozinha agora, e você vai me contar tudo o que aconteceu lá, entendeu?

Assentindo, Harry soltou Ollie, que pulou de novo no apoio de braço, ligeiramente franzido. Kingsley saiu do quarto e Harry o seguiu, sua mente correndo para encontrar um jeito de parar Kingsley. Ele não podia contar a ele. Ele não podia contar a ninguém.

Se ao menos ele soubesse obliviar alguém.

Os passos de Harry vacilaram. Ele sabia como lançar a...

Sua varinha estava em sua mão um segundo depois, e Harry pensou Imperio .

Os ombros largos de Kingsley ficaram frouxos. Um sorriso triunfante enrolou os lábios de Harry. Exceto que os ombros de Kingsley se enrijeceram novamente, e ele se virou parecendo mais bravo do que Harry já o vira.

- Oh não. - disse Kingsley, voz estranhamente calma. - Você não lançou um Imperius em mim companheiro.

Harry olhou para Kingsley até o mundo girar e suas pernas cederem. Seu estômago se revirou e Harry vomitou bem ali aos pés de Kingsley.

Notas Finais:

Eu agradeço por terem lido, espero que tenham gostado e por favor deixem um comentário sobre o que acharam da historia.

Logo logo estarei de volta com mas um capítulo dessa historia.

BJS de chocolate até mas!

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sinopse Harry sempre teve uma queda por fadas, então só faz sentido que ele se apaixone por uma. tradução de A Fairy's Tale do site ao3.
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Eu fui o arqueira, eu fui a presa Gritando, quem poderia me deixar, querido Mas quem poderia ficar? (Eu vejo através de mim, vejo através de mim) Por...