✓ Fix You¹ • Bucky Barnes

By sarahverso

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𝑭𝑰𝑿 𝒀𝑶𝑼. 𝐃𝐔𝐎𝐋𝐎𝐆𝐈𝐀 '𝐀𝐋𝐖𝐀𝐘𝐒' ● 𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐔𝐌 ⸻ Após dois anos no Missouri, aproveitando... More

fix you
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epígrafe
prólogo
parte um
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08
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flashback: o começo
parte dois
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23.1
23.2
flashback: a hydra
parte três
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27.2
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flashback: fazenda barton
parte quatro
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flashback: james
parte cinco
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epílogo
agradecimentos
extra #1: a festa
extra #2: melhores amigos
extra #3: o porquinho
extra #4: preparativos
samtasha #1
samtasha #2
dear amelia - especial de 100K
SEGUNDA TEMPORADA

27.1

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By sarahverso

Era um dia frio. Não sabia dizer que dia da semana era ou se estava claro ou escuro lá fora. Porém, o frio naquele quarto era fazia sua pele arrepiar e seu corpo tremer. A menina estava sentada ao chão, as costas contra a parede e os olhos fixos na escuridão debaixo da cama.

Os cabelos cor de fogo que uma vez foram cheio de brilho, estava embaraçado e sem vida. As olheiras debaixo de seus olhos ficavam mais fundas a cada dia que se passava e as feridas continuavam sem se cicatrizarem.

Na maior parte do tempo, Amelia estava alucinando pelos cantos do quarto ou estirada sobre a cama como um cadáver gelado. Naquele dia, por algum milagre, ela estava sóbria. Os olhos atentos as sombras que passavam pela fresta embaixo da porta e os ouvidos apurados para ouvir qualquer coisa.

Não aguentava mais ficar presa. Precisava sentir o vento batendo em seus cabelos ou o sol queimando sua pele pálida. Estava enjoada dos cheiros de produtos de limpeza e sangue. Queria o cheiro de terra, de chuva, de flores. O cheiro dele.

Darling so it goes... — cantarolou, encostando a cabeça na parede e encarando o teto. A saudade que sentia de Bucky era tanta que seu corpo inteiro doía. — Some things are meant to be... — Um sorriso fraco surgiu em seus lábios rachados e uma lágrima solitária escorreu por seu rosto.

Será que ele já tinha recebido o gatinho? Quanto tempo já se fazia que ela estava ali? Ou melhor... Será que eles estavam a procurando? Se sim, por que estavam demorando tanto para a salvarem? Um suspiro sôfrego saiu pela boca dela e ela bateu com os punhos no chão.

Take my hand, take my whole life too...

Se fechasse os olhos podia sentir os toques dele por sua pele arrepiada. A voz rouca sussurrando em seu ouvido as coisas mais românticas e obscenas, causando com que ela gargalhasse e retribuísse o beijo com avidez.

Amelia abriu os olhos, não sabendo naquele momento se relembrar de Bucky era confortante ou doloroso. Não aguentava viver naquele vazio, tanto o do quarto quando o de seu coração.

A bandeja de comida ainda estava sobre a cômoda, as moscas rodeando o alimento e, provavelmente, deveria ter formigas roubando alguns farelos.

Angelina — a enfermeira ou carrasca — passou no quarto para checar Amelia três vezes em menos de cinco minutos. Seja pra trazer comida ou para trazer medicamentos — onde diversas das cápsulas estavam escondidas debaixo da cômoda, já que as vezes Amy apenas fingia que os tomava —, ou aplicar o maldito tranquilizante em sua veia.

Rumlow também havia vindo visitar Amelia, o que causou uma certa ansiedade nela ao se encontrar sozinha com ele no quarto trancado. Porém, sentia satisfação ao lembrar do chute que havia dado bem no meio das pernas dele. Sua risada se misturando com os gemidos de dor dele, eram como música para seus ouvidos. Foi um bom dia aquele.

Zemo era o único que não vinha checar como ela estava, na verdade ele parecia nem se importar que ela estava ali. Sentia-se um pouco frustrada, até porque ele fez todo um drama pra conseguir capturar Amelia e agora ele não dava a mínima para a presença dela. Que tipo de jogo doentio era essa?

For I can't help falling... — Ela cessou a cantoria ao escutar os passos apressados do lado de fora e os murmúrios abafados dos agentes.

Seus olhos estreitaram para a porta de ferro, curiosidade tomando conta de todo o seu ser. Dois deles pararam em frente a sua porta e começaram a discutir em uma língua que ela não reconheceu. E Amelia se viu desejando que eles começassem a brigar entre si e se matassem. Ela riu com o pensamento.

De repente, o alarme começou a soar alto dentro do quarto, o que a fez levar as mãos até os ouvidos e franzir os olhos apertado. A luz vermelha logo começou a piscar lá fora, e ela mais uma vez desejou que os agentes estivessem se rebelando e derramando sangue lá fora. Não custa sonhar, né?

Ao longe, ela escutou o som de explosão e mais agentes passaram correndo pelo corredor. A ruiva arregalou os olhos e levou as mãos até o peito assustada.

— Mas que merda? — questionou engatinhando pelo quarto e deitando no chão, a cabeça presa a fresta da porta em uma tentativa de ver qualquer coisa. Uma outra explosão soou bem perto dali, fazendo a porta e todos os móveis do quarto tremerem. Amelia se afastou da porta e voltou a encolher o corpo no canto da parede, o coração batendo disparado no peito.

Medo. Ela sentia medo. Pois, se não fossem os próprios agentes se rebelando — o que, infelizmente, ela duvidava muito —, alguém estava atacando a Hydra. E se as explosões continuassem, ninguém daria a mínima para a menina presa no fim do corredor. Ela iria ser deixada pra trás. Deixada para morrer.

Um arrepio subiu pela sua espinha ao se recordar da última vez que estava presa, em que explosões ameaçavam derrubar o prédio e que ela podia jurar que morreria soterrada, até que Steve e Sam surgiram.

— De novo não... — murmurou abraçando as pernas e encarando a porta de ferro.

As luzes se apagaram e acenderam três vezes, e tiros richocheteavam nas paredes dos corredores, gritos podiam ser escutados. Quando a luz se apagou e acendeu uma quarta vez, o cheiro de queimado penetrou suas narinas e ela olhou ao redor. Que merda estava acontecendo lá fora?

Um som de metal ecoou pelo corredor na frente da sua porta e Amy prendeu a respiração. Parecia o som do escudo de Steve.

— É só mais uma alucinação — disse tentando convencer a si mesma.

Amelia fechou os olhos com força e encostou a cabeça na parede. Tentando controlar a respiração e pensando em qualquer coisa que não fosse o que estivesse acontecendo atrás da porta de ferro.

— Não posso morrer... — murmurou com lágrimas escorrendo pelo rosto. — Eu preciso voltar pra eles... — Uma granada explodiu perto da porta de ferro e Amelia pulou no lugar, mordendo o lábio inferior e encarando a porta assustada.

Já não ouvia os soldados discutindo lá fora e muito menos os tiros. Morreram todos? Ela esticou as pernas no chão e colocou o cabelo atrás da orelha, examinado a porta e a pequena fresta embaixo da mesma. Passos ecoavam pelo corredor em frente ao seu quarto.

— Zemo — murmurou pra si mesma. Da última vez em que estava presa, e explosões e tiros aconteciam pela base de Sokovia, ele havia a deixado para morrer. Será que daquela vez ele iria a ajudar?

Pela fresta da porta, ela viu a sombra de uma pessoa parada ali. E ela franziu o cenho, ficando de joelhos e ajeitando as mangas da blusa.

— Zemo? — chamou hesitante.

Se não fosse Zemo, ela estava ferrada, pois a pessoa podia ser um inimigo e poderia tentar algo contra ela, e isso a aterrorizou pois ela estava sem poderes, e talvez sem imortalidade. Ou seja, poderia morrer e talvez, não voltaria a vida. Quis dar um tapa na própria testa pela burrice que havia feito.

— Amy? — A voz soou abafada pelo quarto e Amelia sentiu o estômago gelar. Sentiu como se o seu coração parasse de bater por um milésimo de segundo e depois disparar em seu peito. Não podia ser real. Seus olhos encheram de lágrimas e ela levou a mão ao peito.

— B-bucky? — perguntou engatinhando um pouco para frente. Estava alucinado de novo, só podia ser isso.

A pessoa começou a bater contra a porta de ferro repetidas vezes, fazendo Amy encolher os ombros e agarrar o travesseiro sobre a cama. Era uma alucinação?

A porta rangia a cada investida que a pessoa dava, as dobradiças se soltando da parede e os parafusos voando pelo quarto.

— Não seja uma alucinação... — pediu olhando para o teto e abraçando o próprio corpo.

Com uma última investida violenta da pessoa, a porta finalmente se soltou do batente. E em câmera lenta, Amelia a viu cair ao chão em um baque alto, que ecoou pelo quarto frio. Ela apoiou as mãos no chão e ergueu os olhos para ver a pessoa parada do lado de fora.

— Amelia! — Bucky disse em um suspiro, seus olhos franzidos enquanto observava a garota encolhida no chão. Suas mãos tremiam quando ele deu passos hesitantes para dentro do quarto, sem acreditar que ela estava bem ali na sua frente. Amy soltou um soluço e o travesseiro caiu sobre seus joelhos, os olhos fixos em Bucky, ainda achando que ele era apenas fruto de sua imaginação.

O homem correu para dentro do quarto e parou de frente para Amy, logo caindo de joelhos e agarrando as mãos das meninas nas suas, observando cada detalhe do corpo magro e pálido dela. Era ela. Era sua Amelia ali, viva. Bucky soluçou e abaixou a cabeça, enchendo as mãos dela de beijos.

— É você mesmo? — perguntou Amy, com a voz rouca. Bucky ergueu a cabeça para encarar os olhos castanhos que tanto sentiu falta e aproximou-se dela, as mãos trêmulas segurando o rosto gelado e úmido.

— Sou eu, meu amor — sussurrou colando sua testa a dela. Amelia soltou um suspiro pesado e engasgou com o próprio choro, as lágrimas rolando livremente por suas bochechas. Não era uma alucinação. Era real e Bucky estava na sua frente.

O homem a puxou para um abraço apertado, deslizando as mãos pelos cabelos sem brilho dela. Os dois choravam alto, sentindo o alívio tomar conta de seus corpos e o peso sair dos ombros.

Bucky deu um beijo no topo da cabeça dela e sorriu em meio às lágrimas, apertando Amelia cada vez mais contra seu corpo. Os pedacinhos quebrados de seu coração, se unindo um a um à medida que apertava a menina contra seu corpo.

— Deixa eu te olhar — pediu Amelia se afastando dele e com as mãos apoiadas nos ombros largos. — Não é uma alucinação... — murmurou tocando o rosto dele com as mãos e brincando com os cabelos castanhos.

— Eu senti tanto sua falta — Ele disse beijando a palma da mão de Amelia, que sorriu e se jogou contra Bucky, o abraçando pelo pescoço, sentindo seu cheiro viciante e os toques em sua pele.

E estavam completos novamente. Estavam juntos. E tudo o que queriam eram ficar pra sempre em meio a aquele abraço apertado e cheio de significados. Ao se afastarem, Bucky levou as mãos até o ouvido e abriu um sorriso largo, que fez o coração de Amelia esquentar.

— Eu estou com ela — disse, seu polegar limpando uma lágrima perdida embaixo dos olhos dela. Pelo comunicador, Amy imaginou que fosse Clint, e só de pensar nele ela suspirou com saudade. — Ei, o que houve com seus dedos? — perguntou após escutar os amigos comemorarem o fato de Amelia estar bem e franziu as sobrancelhas, pegando as mãos da ruiva com cuidado. Não tinha reparado nos machucados mais cedo. — Por que as feridas estão abertas?

— Ah... Um antídoto que eles criaram — disse dando de ombros e escondendo as mãos de Bucky. — Pra que eu não me curasse...

— Amy... — sussurrou sacudindo a cabeça em negação e puxando as mãos dela novamente, examinando as unhas quebradas e as pontas dos dedos cobertas de feridas. — O que mais eles fizeram com você?

Ela suspirou e deslizou as mãos pelo braço de metal de Bucky, que abaixou a cabeça.

— Eu estou bem — sussurrou, colocando uma mecha do cabelo dele atrás da orelha. — Eles não me machucaram... — sorriu fraco e sentiu a cabeça dele se apoiar em seu ombro. — Me desculpa, Bucky, desculpa... — As palavras saíram por seus lábios em uma súplica. No mesmo instante, o homem ergueu a cabeça e franziu o cenho confuso.

— Por que está pedindo desculpa?

— Por tudo. Por não ter lutado, por ter me entregado... Por te fazer sofrer... D-desculpa.

Bucky suspirou e jogou o cabelo dela para trás, olhando ao redor e examinado o quarto precário em que ela estava. A menina ainda o encarava, os olhos inchados e com olheiras fundas.

— Você não teve escolha... — murmurou, deslizando o polegar pela bochecha dela. — Nós não tivemos escolha...

— Mas...

— Você salvou a gente, doll — falou em um suspiro. — Eles iam nos matar se você tentasse alguma coisa. Então, não peça desculpas por querer fazer o certo. — Beijou a testa dela. Ele que quis pedir desculpa por ter demorado tanto a vir resgatá-la. — Está tudo bem agora — sorriu, e finalmente colou seus lábios aos dela.

Quantas vezes ele sonhou com aquele momento. Em a ter de volta em seus braços, sentir o calor da pele dela, os toques... O beijo.

Amelia suspirou em meio ao beijo, sentindo as borboletas fazerem uma festa em seu estômago. Ele estava ali. O amor da sua vida tinha vindo a salvar.

— Precisamos ir... — Bucky disse ao cessar o beijo, ela soltou um muxoxo e sorriu pra ele. — Sam e Clint estão lá fora nos esperando e Steve está em algum lugar com o Tony.

Ela sentiu a cabeça girar. Todos eles vieram. Vieram por ela. Tinha dito a Zemo que eles viriam. Ela sabia que não iam desistir de a encontrar.

Bucky ergueu as mãos para ajudar Amy a se levantar, ela agarrou o bíceps dele com força ao ficar de pé, sentindo as vistas escurecerem por alguns segundos. Estava cansada, com fome e com sono. Ela sentiu os olhos de Bucky percorrerem por seu corpo, observando cada detalhe. Suas bochechas coraram e lentamente ela se afastou dele envergonhada.

Não era mais a garota que havia chegado ali, não tinha mais os cabelos bonitos e macios. Estava magra demais e havia alguns hematomas espalhadas pela pele branca e ainda tinha aquelas feridas horríveis nos dedos.

— Amy?  — chamou Bucky buscando as mãos dela, que sacudiu a cabeça sem graça e caminhou até a porta de ferro ao chão.

Ela ponderou se conseguiria usar seus poderes ao sair do quarto. Não sabia em quais locais foram instalados o dispositivo que restringia os seus poderes, mas desejava que não fosse em muitos.

Bucky aproximou-se dela e apoiou a mão de metal nas costas de Amy, que sorriu pra ele e subiu na porta de ferro.

— Você está linda — murmurou, seus dedos enrolando uma mecha do cabelo dela. A menina corou e sorriu abertamente, sentindo Bucky depositar um beijo em seu ombro.

— Me tira desse lugar... — pediu com a voz embargada. O homem acenou com a cabeça e entrelaçou seus dedos aos dela, a guiando pelo corredor escuro.

Os dois caminhavam com passos lentos, os olhos atentos no caminho e os ouvidos apurados para ouvir qualquer som suspeito.

Havia um misto de sentimentos dentro de Amelia, porém a felicidade e o alívio de estar indo para casa e de estar de volta com Bucky, era o que mais prevalecia em si.

— Estamos chegando! — disse Bucky em resposta ao que seja lá quem havia o perguntado pelo comunicador. A mão dele apertou a de Amy um pouco mais e a olhou sobre os ombros, um sorriso reconfortante em seus lábios.

Amelia retribuiu o sorriso e olhou ao redor, seus olhos curiosos reconhecendo aquele corredor e aquela porta de madeira a sua esquerda. Havia uma última coisa que ela precisava fazer antes de irem e parando de repente, ela puxou a mão de Bucky, o que o fez cessar os passos e a encarar com um olhar carregado de preocupação.

— O que foi? Você está bem? — perguntou levando as mãos até os ombros de Amelia, que concordou com a cabeça e encarou a porta de madeira.

— Tem uma coisa... — suspirou olhando nos olhos azuis brilhantes de Bucky, que tinha a expressão confusa. — Preciso pegar uma coisa.

Antes que o homem pudesse responder, ela passou por ele e abriu a porta de madeira hesitante. Não havia ninguém. Zemo já deveria ter fugido a muito tempo e sua sala estava vazia em meio a escuridão.

A menina entrou e começou a mexer nos armários e gavetas, jogando os papéis e objetos no chão. Bucky vigiava a porta, ainda sem entender o que de fato sua namorada procurava.

Abrindo uma gaveta que estava emperrada, Amelia viu a capa vermelha familiar ao fundo. Ela pegou o caderno em que continha não só as malditas palavras de ativação para o Soldado Invernal, mas várias outras informações pertinentes e enfiou embaixo do braço, olhando ao redor e sorrindo para Bucky.

— O que é isso? — perguntou se aproximando dela. Amelia estendeu o caderno para ele, que ergueu as sobrancelhas e a encarou surpreso.

— Acho que vai estar mais seguro com a gente... — sorriu fraco para ele, que deslizou o dedo pela estrela preta na capa e suspirou fundo. Amelia tocou a bochecha dele com a mão livre e beijou os lábios rosados com adoração. Desde que havia chegado naquela base, ela tentava achar um jeito de colocar as mãos naquele caderno. Sabia que caindo nas mãos erradas, seria um perigo e ela não queria nunca mais que Bucky se sentisse culpado ou assustado.

— Eu te amo. — Ele sussurrou contra os lábios da menina, que alargou o sorriso e passou o caderno por debaixo da blusa, o prendendo dentro da calça. E foi naquele momento que ela reparou em sua mãos, nas feridas sobre os dedos que lentamente se cicatrizavam.

— Olha! — disse exasperada erguendo as mãos em frente aos olhos de Bucky, que sorriu da expressão animada no rosto da ruiva e beijou as pontas dos dedos dela. — Meus poderes... — Soltou um suspiro aliviado e encarou as palmas das mãos, vendo a aura avermelhada surgir timidamente.

— Precisamos ir, meu amor. — Bucky disse apoiando a mão na cintura dela e apertando de leve, Amy concordou com a cabeça e deixou o homem a arrastar pelos corredores, não conseguindo tirar os olhos das próprias mãos. Estava tudo voltando a normal... Já tinha Bucky e seus poderes de volta, agora só faltava reencontrar seu pai e amigos para se sentir cem por cento completa.

Amy e Bucky caminharam com cautela por corredores e salões escuros por longos minutos, o silêncio os acompanhando a cada passo em que davam. Ao virarem em um corredor, Steve e Tony estavam parado em frente a uma enorme porta de ferro.

— Steve! — Amelia gritou correndo até o Capitão e o abraçando por trás, as mãos pequenas envolvendo a cintura do rapaz, que arregalou os olhos e segurou os braços dela.

— Olha só pra você... — Tony comentou a olhando de cima a baixo, Amelia soltou-se de Steve e encarou o bilionário, esperando que ele fizesse algum comentário sobre sua aparência deplorável, mas não foi o que ele fez. — Menina, esse modelito tá bem ultrapassado.

A ruiva piscou os olhos algumas vezes antes de soltar uma gargalhada gostosa e se jogar nos braços de Tony, que a abraçou apertado.

— Sentimos sua falta, Amy. — Foi Steve quem disse, uma mão sobre o ombro de Bucky.

— Uns mais do que os outros, né? — Tony comentou erguendo uma sobrancelha pra Barnes, que abaixou a cabeça sem graça e sorriu de leve. — Tá muito emocionante nosso reencontro, mas devemos ir. Os outros estão ficando impacientes lá fora.

Os outros três concordaram com um acenar de cabeça e seguiram pela porta de ferro, que rangeu alto quando fora aberta. O local era uma vasta câmara  circular, as luzes estavam apagadas e podiam ver as sombras de diversos aparelhos esquisitos espalhados pelos cantos.

Quando chegaram ao centro da câmara, as luzes foram acesas. Uma fumaça amarelada surgiu dentro dos aparelhos esquisitos, que agora Amelia podia reconhecer como enormes cápsulas de vidro. Dentro destas, continha seis pessoas adormecidas.

— Que lugar é esse? — murmurou Amy observando ao redor perplexa com o que seus olhos viam.

— Se servir de algum consolo, eles morreram enquanto dormiam. — Uma voz surgiu em um alto falante. Amelia franziu o cenho para uma das cápsulas e prendeu a respiração ao ver a marca de tiro na testa de um homem, Bucky surgiu ao lado dela e soltou um suspiro pesado.

— Que merda? — Ele murmurou.

— No entanto, sou grato a eles. — Duas pessoas apareceram em uma sala de controle. Amelia soltou um grunhido ao reconhecer Carl Zemo. — Eles os trouxeram até aqui.

— Solis! Acredito que não se recorde de meu irmão. — Zemo diz com um sorriso preso aos lábios. — Helmut Zemo.

A menina ergueu as sobrancelhas para os irmãos, tentando buscar em sua memória a imagem do outro Zemo, porém não se lembrava de o ver em lugar algum. O que estava acontecendo ali?

Steve lançou seu escudo contra a sala de controles, mas ele ricocheteou no vidro e voltou para trás.

— Por favor, Capitão. — Helmut disse rindo fraco. — Os soviéticos construíram está câmera para suportar a explosão de foguetes UR-100.

— Aposto que posso bater isso! — Tony respondeu erguendo as mãos no ar.

— Ah, temos certeza disso, Senhor Stark. — Carl disse. — Mas então, você nunca saberia o porquê veio.

— Não estou entendendo — murmurou Steve, olhando Helmut e Carl através de uma janela. — Isso tudo foi um plano só pra nos reunir aqui? — questionou apontando para Amy e os outros.

A menina deu um passo à frente e tombou a cabeça para o lado confusa. Se de fato fosse um plano dos irmãos desde o começo, por que esperaram exatos dois meses para o colocar em prática? Por que a esconderam em um lugar em que os Vingadores custaram a encontrar?

— Eu não pensei em mais nada por mais de um ano. Eu estudei você. Segui você — suspirou. — Mas agora que você está aqui, eu acabei de perceber... Há um pouco de verde no azul dos seus olhos. É bom encontrar uma falha, Capitão.

Steve franziu o cenho e concordou com a cabeça levemente, sua mão apertando a tira de couro do escudo com força. As coisas começando a se encaixar em sua mente, mas ao mesmo tempo uma interrogação surgindo bem no meio de sua testa.

— Você é sokoviano. — Ele concluiu, olhando sobre os ombros para Amy que os observava confusa. — É disso que se trata?

— Sokovia era um estado falido muito antes de você explodir no inferno. — Helmut disse negando com a cabeça. — Não. Estou aqui porque fiz uma promessa.

Amelia queria entender o que estava acontecendo ali. Carl apenas a observava com um sorriso aberto nos lábios e o outro Helmut encarava a todos com os olhos carregados de ódio.

— Vocês perderam alguém?

Carl e Helmut trocam olhares brevemente, o segundo acenando com a cabeça para o irmão mais novo, que morde o lábio inferior.

— Nós perdemos todo mundo. — Ele estalou a língua e reproduziu um vídeo com imagens de vigilância datadas de 16 de dezembro de 1991. — Um império derrubado por inimigos pode subir novamente. Mas um que amassa por dentro? Isso está morto... Para sempre.

Tony desviou o olhar para a tela em frente a Steve e observa a estrada isolada que apareceria na imagem com o cenho franzido.

— Eu conheço essa estrada. O que é isso?

O vídeo é reproduzido e um carro que o Soldado Invernal empurrou da estrada, colidiu bruscamente contra uma árvore. Tony ergueu as sobrancelhas confuso, assistindo atentamente o Soldado Invernal descer da moto e caminhar até o carro.

Amy ao ver Bucky na imagem, encarou o namorado com os olhos levemente arregalados. O homem apenas abaixou a cabeça e encarou os próprios pés, envergonhado e arrependido demais para estar ali.

No vídeo, Howard Stark está caído no chão de pedra e implorando para ajudassem sua esposa ferida no carro. Ele ergue a cabeça e encara o Soldado Invernal surpreso.

Sargento Barnes? — Howard questiona. Tony por outro lado encara Bucky espantado quando o Soldado Invernal acerta seu punho de metal repetidas vezes contra o rosto do Stark mais velho.

Howard!

Tony fecha os olho por um momento, lágrimas escorrendo por seu rosto. Na tela, seu pai caí morto e o Soldado Invernal o coloca de volta no banco do motorista, dando a volta no carro e envolvendo o pescoço de Maria Stark com a mão. Sem expressão, ele a estrangula até a morte.

Quando o vídeo chega ao fim, tanto Amy quanto Steve, desviam o olhar para um atordoado Tony, que mordendo o lábio inferior e negando com a cabeça, ameaçou se jogar contra Bucky. Steve o segura pelo ombro ao mesmo tempo em que Amelia cria um escudo de proteção ao redor do namorado, que tinha a metralhadora mirada para Tony e os olhos brilhando em lágrimas.

— Tony, se acalme.

— Você sabia? — Ele questiona para Steve.

— Eu não sabia que era ele. — Steve murmurou negando com a cabeça.

— Não minta para mim, Rogers — ralhou irritado. — Você sabia?

— Sim. — Steve respondeu abaixando a cabeça. Tony da um passo para trás e desvia o olhar para Amy, que ainda protegia Bucky.

— Você também sabia? — perguntou em um suspiro derrotado. A menina negou com a cabeça prontamente, mas não deixou de proteger o namorado. — Se afasta, Amelia — ordenou dando um passo à frente. Ela não se moveu. — Eu não vou brigar com você!

— Eu não vou deixar você o machucar! — respondeu de volta alcançando a mão de Bucky atrás de si e apertando levemente.

Tony bufou e colocou o capacete de sua armadura, dando um soco no queixo de Steve. Ele voa em direção a Amelia e antes que ela pudesse fazer qualquer coisa a empurra para longe de Bucky, que a essa altura atirava em sua direção.

Ele agarra Bucky e voa pela câmera, o o jogando no chão e deferindo alguns socos em seu rosto. Steve atinge o escudo em Tony no mesmo segundo que Amy lança uma bola de energia. Porém, Tony se defende e atira algo em direção aos dois, os impedindo de se aproximar.

Quando Bucky se defende de um soco, torcendo o punho de Tony, um foguete dispara do braço do Homem de Ferro e uma bola de fogo explode contra as cápsulas de vidro. Steve, usando seu escudo solta os grilhões em suas pernas e ajuda Amelia a se levantar. Uma estrutura de tubulações começa a ranger sobre a cabeça deles e Steve empurra Amy para longe, vendo Tony e Bucky caírem para o chão ao lado dela.

— Bucky! — Ela corre até ele e volta a colocar o escudo ao redor do homem, que a encarou atordoado. Os olhos dele se desviaram para a sala de controle em que Helmut e Carl estavam e avistou os dois escaparem dali de sorrateiramente.

— Vai embora daqui. — Bucky disse segurando o rosto dela entre as mãos. Amy negou com a cabeça e olhou ao redor, vendo Tony se levantar do chão com dificuldade. — Ele vai fugir!

— Eu não vou te deixar.

— Você precisa estar em outro lugar agora! — retrucou o homem com as sobrancelhas erguidas sugestivamente. Amelia engoliu seco e negou com a cabeça. — Vai!

— James...

— Eu vou ficar bem — disse a dando um beijo rápido e a empurrando levemente para trás.

Amelia franziu o cenho indecisa e desolado. Não sabia o que fazer naquele momento.

Ir atrás de Zemo e colocar um fim ao seu passado ou ficar para proteger Bucky e manter a paz em seu futuro?

Trocando um último olhar com o namorado, ela soltou um suspiro e torceu para que não se arrependesse da sua próxima escolha. Ela sorriu para o homem e sumiu pela porta de ferro, deixando Bucky, Steve e Tony para trás e escutando o som da luta violenta ecoar pelos corredores vazios.


🚨 Aqui SIM temos o Zemo dos filmes e da série! O da Marvel se chama Helmut/Barão Zemo e o meu personagem original se chama Carl Zemo 🚨

❄️

Nota da autora: Olha só quem está de volta... O nosso casal preferido 🥺 Eu amooooooooo esse capítulo! E bem... O Zemo do Bucky foi apresentado a vocês 👀

No próximo capítulo, iremos descobrir onde que a Amy se encaixa no plano do Carl e do Barão. E o próximo também está ÓTIMO, acho que vocês vão gostar demais hehehe

Quero saber o que acham que vai acontecer nos próximos capítulos... Será que as coisas vão se acalmar ou piorar? Me contem!!!

Créditos para os detalhes do scrip de Guerra Civil para: transcripts.fandom.com

Temos um GRUPO NO WHATSAPP agora! Eu vou compartilhar muitas coisas legais (spoilers) sobre a história por lá, além de papear com vocês. Quem quiser entrar, tem um link direto no meu perfil, só clicar lá que você já vai ser redirecionado para o grupo do amor. ♥️

Até o próximo capítulo!

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