Ensina-me amar

By alinemoretho

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Sarah Rodrigues era uma bela e jovem garota criada sobre a dura disciplina de seu pai e rígida supervisão de... More

Bem-vindo@:
Epígrafe
Prólogo
Um: Desamparada
Dois: Socorro
Três: Amizade
Quatro: Uma Chance
Cinco: Humilhação
Seis: Nova Vida
Sete: Boas-Vindas
Oito: Reencontro
Nove: Ele
Dez: Quebrada
Onze: Perdão?
Doze: Verdade
Treze: Bagunça
Quatorze: Reconciliação
Quinze: Medo
Dezesseis: Adaptação
Dezessete: Covarde
Dezoito: Sentimentos
Dezenove: Ciúmes
Vinte: Viagem
Vinte e Um: Pai
Vinte e Dois: Fé
Vinte e Três: Família
Vinte e Quatro: Sufoco
Vinte e Cinco: Retorno
Vinte e Seis: Confusão
Vinte e Sete: Temores
Vinte e Oito: Tormento
Vinte e Nove: Fuga
Trinta: Confissões
Trinta e Um: O Retorno
Trinta e Dois: Correção
Trinta e Três: Fazer o certo?
Trinta e Quatro: Temor
Trinta e Cinco: Voltar?
Trinta e Seis: Sujeição
Trinta e Sete: Aniversário
Trinta e Oito: Casar?
Trinta e Nove: Mãe
Quarenta: Padrinho
EPÍLOGO:
Agradecimentos

Quarenta e Um: Casamento

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By alinemoretho

Não haviam palavras boas o bastante para descrever a emoção do meu coração ao perceber tantas bênção do Senhor sendo derramadas em minha vida.

Eu não merecia nada, tinha certeza disso. Passei longos e terríveis meses lidando com tudo segundo o meu próprio juízo, como se fosse independente, inabalável e forte, agindo como se a vida estivesse sobre o meu controle. Isso até Deus me mostrar sua misericórdia, revelando o quanto eu era pobre e necessitada de Sua presença santa. Ele também abriu meus olhos, me fazendo enxergar toda a miséria da minha alma e a soberba no agir de modo tão terrível contra meu Salvador. Assim fui encontrada e transformada pelo poder regenerador do evangelho. Cristo não só estava completando sua obra em mim, tornando-me uma cristã mais firme e temente a Ele, como também demonstrava sua graça, restaurando e me concedendo muito mais do que eu merecia.

Com o coração cheio de júbilo, eu não só ganhei uma nova vida, como também uma nova chance de proceder de acordo com os preceitos bíblicos, principalmente no meu relacionamento com Victor.

Foi um privilégio sem tamanho ser a noiva dele, compartilhar momentos de comunhão, sendo acompanhados por meu pai, sem precipitar tudo com os desejos inflamados da carne. Apesar de completamente apaixonados, tomamos o cuidado de sermos muito diligentes até o grande dia, evitando qualquer contato íntimo, mesmo aqueles supostamente inocentes, que pudessem despertar algo em nós antes da hora. Afinal, nosso desejo era agradar ao Senhor.

Quando o casamento chegou, eu fui ainda mais abençoada, ganhando a chance de ter uma cerimônia e festa, ainda que simples, muito especial.

Quem poderia imaginar que mesmo depois de errar tantas vezes, o Senhor me daria a oportunidade de entrar na igreja usando um lindo vestido branco, acompanhada pelo meu pai, a quem tanto feri? Quem diria que depois de tanto me precipitar, eu seria entregue, no tempo certo, ao meu noivo diante do altar de Deus onde nos comprometeríamos a amar, honrar, respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até a morte? E ainda, como se não fosse o bastante, depois do "sim", poderia desfrutar de momentos incomparáveis de comunhão e alegria ao lado de pessoas que nunca deixaram de me amar?

Deus foi absolutamente maravilhoso e surpreendente em todas as suas obras em minha vida! Somente um Senhor soberano sobre todas as coisas é poderia transformar todo mal causado por mim em bem, todo o meu pecado e condenação em perdão e vida abundante! Este era o meu Deus a quem eu serviria para sempre!

— Eu imaginei que te encontraria aqui, meu amor — ouvi aquela voz grave e sonolenta soando da entrada da varanda.

Eu sorri e estendi a mão para Victor convidando-o se sentar ao meu lado naquele banco de madeira branco. Sem pensar duas vezes, ele aproximou-se e tomou um lugar, aconchegando-me em seus braços.

— Bom dia, minha linda. — Ele me beijou algumas vezes. — Acordou cedo outra vez.

— Vim orar e agradecer a Deus pelo marido lindo que me deu. — Abri um largo sorriso, sem conter toda a felicidade em meu peito e retribuí seus beijos. — Não sabe o quanto sou grata pela sua vida.

— Eu também não me canso de agradecer pela mulher linda a quem tenho a honra de chamar de minha esposa. — Ele me encarou com graça. — Ainda está certa da sua decisão, não é? Três dias não te fizeram repensar, não é?

— Claro que não, seu bobo. Veja como acordei feliz nessa manhã ensolarada. — Dei uma risadinha, segurei a mão dele e cruzei nossos dedos. — E se quer saber, eu tinha até o "você aceite esse homem como seu legítimo esposo?" para repensar, agora estou ligada com você até morrer — declarei com muita convicção e, com certo drama, deixei meus ombros caírem. — Agora vou precisar aceitar que me casei com metade homem, metade britadeira.

Ele fez uma careta séria, mas logo cedeu e caiu na gargalhada.

— E eu vou precisar aceitar que me casei com metade mulher, metade... — Ele ia terminar de dizer algo de que se arrependeria depois, mas, sabiamente, desistiu ao me ver frazindo os olhos. — Metade perfeição. Você é perfeita, meu amor, mesmo falando dormindo.

Cruzei os braços e abri a boca, indignada com aquela calúnia.

— Como pode dizer isso se você nem me vê dormindo, mocinho? — acusei e cutuquei o abdômen dele.

— Meu sono não é tão pesado quanto parece e eu me lembro bem de ter ouvido algo como "Para, Victor! Você vai deixá-la cair!". Até levei um tapa se quer saber — ele contou e confirmei a veracidade de suas palavras com as lembranças do meu sonho daquela noite. — Isso tudo é saudade da nossa ovelhinha?

Fiz um bico triste e pegando meu celular em mãos admirei a foto do papel de parede onde Mabel aparecia sorrindo vestindo o lindo vestido branco o qual usou quando entrou com Gabi para nos entregar as alianças.

— Estou morrendo de saudades. — Coloquei a mão sobre o coração, sentindo um grande aperto. — Sei que ela está sendo muito mimada e bem cuidada. Papai relatou como todos prestaram assistência a ele nesses dias. Dona Socorro mesmo foi todos os dias com Luana e Arthur e passaram o dia lá em casa com ele e Mabel. A noite meus irmãos e cunhadas estão lá e até Coelho vai vê-la, mas... —Fiz uma pausa e olhei outra foto enviada por Josué da nossa pequena comendo melancia com ele e suspirei. — Olha isso! Ela não esta nem sentindo minha falta. Aposto que vai me rejeitar completamente quando a buscarmos.

Victor entendeu meus temores e me consolou acariciando minhas costas.

— Não fique assim, meu amor. — Suspirou e sorriu. — Sei que você está sofrendo mais do que a Mabel, mas não precisa se afligir. — Ele ergueu meu queixo em direção ao seu rosto. — Se bem me lembro, ela sentiu muito a sua falta inicialmente, a ponto do seu pai ligar de minuto em minuto.

Foi inevitável rir ao recordar da correria do nosso primeiro dia em lua de mel.

— Depois — ele continuou. — Embora eu ame a nossa filha com todo o meu coração e esteja ansioso pela hora de poder apertá-la em meus braços, também estou muito satisfeito de poder desfrutar esses momentos de privacidade com você. — Os lábios dele encostaram-se aos meus suavemente. — Concorda comigo?

— Sim, com certeza. — Retribuí aquele afeto e não foi muito difícil me deixar levar pela paixão entre nós. Uma pena que apenas poucos instantes depois fomos interrompidos por um toque de celular vindo do interior do quarto. — É o seu celular. Vai atender?

Vic relutou um pouco em se afastar, negou com a cabeça e comemorou quando os toques pararam.

— Se for importante liga de novo — declarou com um pouco de descaso e me trouxe pra mais perto, colocando uma mecha dos meus cabelos atrás da orelha. Ele ameaçou me beijar novamente, mas falhou em seu plano quando o toque voltou a nos perturbar.

— Pode ser algo com a Mabel — supus, já começando a ficar um pouquinho preocupada.

Ele soltou o ar com pesar, coçou a cabeça e tomou sua decisão. Levantou-se e saiu correndo para atender a chamada. Eu fui em seu encalço e dei risada quando ele descobriu quem era.

— Oi, mãe — atendeu meio frustrado. — Sim, estamos bem...

Enquanto ele tentava encontrar um modo de fugir da tagarelice de sua progenitora, eu fui me aprontar para as nossas atividades diárias. Sendo sincera, apesar de estarmos em uma praia paradisíaca, com inúmeras opções de passeios e pontos turísticos, preferimos aproveitar aquele tempo mais entre nós e isso foi maravilhoso. Porém, em nosso último dia pensei que não seria má ideia passearmos juntos por aí e, quem sabe, tirar algumas fotos de recordação.

Quando Victor finalmente conseguiu encerrar de uma vez o assunto com a mãe, parecia um pouco irritado. Já aproveitando a oportunidade, o convidei para conversarmos durante uma curta caminhada pela orla da praia. Ele ficou um pouco contrariado, mas concordou.

— Então ela não aceitou que vamos morar longe o bastante dela e seus palpites? — sondei quando já podia sentir a areia em meus pés e o barulho do oceano. Victor suspirou e apertou minha mão, indicando a resposta. — Bem, pelo visto não. E certamente deve estar me odiando por levar o filho dela embora.

Ele soltou o ar preso e me encarou.

— Como você previu, minha mãe ainda está furiosa. Ela quer porque quer alugar a mansão vizinha pra nós e se recusa a aceitar nossa decisão de ir morar do outro lado da cidade — contou pesaroso. — A mulher simplesmente não consegue enxergar que não sou mais como ela.

— Espere só até ver que nossa casa é do tamanho daquela sala de jantar enorme dela. — Imaginei o profundo choque de Raquel e até senti um pouco de pena. — Não quero irritá-la ou provocá-la. Quero apenas paz entre nós.

— Nesse caso, a distância virá à calhar — Victor complementou. — Todos estão de acordo com nossa decisão e não se importam em dirigir alguns quilômetros a mais para nos visitar. Tenho esperança que minha mãe também aceite eventualmente.

— Ela vai. Por você, por Mabel e todos os netos que eu puder dar a ela — meu tom foi um pouco triste. — No que depender de mim, posso aguentar algumas ofensas dela. Dispenso ficar discutindo.

Victor me olhou com certa indignação.

— De modo algum, minha vida! — ele exclamou. —Não vou permitir as ofensas dela, tampouco que ela te demereça ou te faça sofrer em algum grau. Agora mais do que nunca, você é minha prioridade e, mais uma vez, se ela quer conviver com nossa família, vai precisar aprender a te respeitar.

— Ainda assim, eu vou aprender a amá-la como Cristo me amou. Prometo me esforçar para ser sábia em lidar com Raquel. Não vou entrar nos joguinhos dela. Aliás, se desejar, pode nos visitar quando quiser, pois será muito bem recebida — declarei convicta. — Dona Socorro mesmo me alertou que o lar da mulher sábia deve estar fundamentado e edificado em Cristo e não em confusões e egoísmos tolos. Então, assim o farei — continuei séria e perdi um pouco o fio da meada quando notei o sorriso orgulhoso de Victor. — O que foi? Estou errada?

— Não mesmo, meu amor. — Ele acariciou minhas bochechas. — Mas fico surpreso quando vejo todas essas mudanças na sua postura e no modo de lidar com as pessoas.

— Cristo tem gastado algumas horas de trabalho extra em mim — pronunciei com grande alegria. — Ainda assim, estou em obras e falta muito até estar completa.

— Mesmo assim, você me faz pensar aquele versículo que diz... Como é mesmo... "Muitas mulheres são boas esposas, mas você é a melhor de todas" — declarou com amor. — Você é a minha esposa excelente.

— E você me fez pensar naqueles versículos do Salmo 126: "Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres — recitei aqueles versos decorados. — Que o Senhor Jesus seja sempre lembrado e exaltado pelas grandes obras que realizou em nós, Victor.

— Que assim seja, Sarah. — Ele me beijou e sorriu.

___________

E que venha o epílogo...

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