Apreciados A Ascendência do T...

By autormatheusramos

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Morrer não é uma alternativa. Em um futuro distópico seis pessoas completamente distintas e desconhecidas aco... More

NOTA
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
SEM SURPRESAS
SOB NENHUM FINAL
TODAS AS LUZES
HISTÓRIAS DE TERROR
AS NOSSAS DECISÕES
A HUMANIDADE QUE NOS RESTA
A BRISA DA ESPERANÇA
O COMEÇO DOS JOGOS
A ASCENDÊNCIA DO TRAIDOR
O DIA DE AMANHÃ
OS NOSSOS MEDOS
QUEM NÓS SOMOS
A VERDADE
BARRINHA DE CEREAL
DEPOIS DA MANSÃO
TODOS NÓS TEMOS QUE ESTAR MORTOS
A COBRA DO ADÃO E EVA
NÃO VEREMOS O SOL NASCER DE NOVO
MARIANA
OS OUTROS
SER HUMANO
AGRADECIMENTO

ELE

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By autormatheusramos

TODOS ACORDAM CEDO, O sol acaba de nascer e é estranho para os cinco esse fenômeno. Comem maças e laranjas no café da manhã e continuam tomando água da torneira. E cada um segue seu próprio rumo. Thaís leva uma das mochilas com suas roupas antigas dentro, toalha e comida para o rio. Katarina saí minutos depois para explorar o lugar que se encontram, ela ama gastar o tempo fazendo essas coisas, José fica sentado na pedra do lado de fora tomando um sol enquanto Mariana e Davi continuam na cama.

¨¨

Thaís coloca as coisas na beira do rio e tira completamente a roupa, se espreguiça colocando os braços para cima e depois adentra a água gelada. Vai para área mais funda, até onde não consegue tocar os pés na areia e começa a nadar e se banhar. Ela faz isso com maestria e passa bastante tempo dentro da imensidão doce, apenas ela e seus pensamentos, suas dúvidas e seus monstros. Seus olhos brilham quando os raios solares batem na água e reflete na cor marrom da sua íris e deixa visível uma gota de lagrima que escorre por ele e se mistura com o rio.

Ela joga o corpo para trás com delicadeza e começa a boiar, seu corpo acima das águas, sendo carregada como uma rainha. Ela encara a parte mais azul do céu e controla seu corpo para que fique nessa posição até anoitecer. Dentro da sua cabeça vozes gritam por decisões e culpa, mas a calmaria da água limpa toda essa impureza do seu corpo. Ela sorri ao sentir o calor solar em cada centímetro da sua pele, e agradece mentalmente por conseguir senti-lo mais uma vez. Lagrimas pesadas começam a escorrer pelo seu rosto molhado e sua respiração fica ofegante. Seu corpo é carregado pela força aquática ao seu redor, assim como seus pensamentos.

Ela volta para terra firme apenas horas depois, se enxuga com uma toalha velha e coloca novamente sua roupa. Penteia o cabelo, e ama fazer essa ação, passa um pouco do perfume que acharam e coloca a mochila nas costas para voltar para a cabana. Entretanto, antes de começar a tomar seu caminho de volta é surpreendida com Katarina que saí sorrateiramente de dentro da floresta com a pistola em punho, ela caminha devagar na direção de Thaís até ficarem cara a cara.

–Joga sua arma no chão com cuidado! – Katarina ordena.

Thaís obedece. Retira o objeto do coldre e joga na grama bem longe dos seus pés sem entender nada.

–Coloca as mãos para cima. – ela continua. –Rápido! – grita.

–Katarina o que você está fazendo? – Thaís pergunta.

–Vamos voltar para a cabana e você vai confessar para todos que é o traidor. – ela acusa.

–Do que você está falando? Isso não faz sentido algum.

–Davi pode até não acreditar, mas será ele contra mim, José e Mariana. – Katarina continua sem dar ouvidos ao que foi dito por Thaís.

–Você continua sem poder provar essa acusação!

–Então é você mesmo?! – ela responde com ar de vencedora.

–É claro que não. Você não tem provas justamente porque não sou eu, eu nunca faria isso! – os olhos de Thaís se enchem de lagrimas de novo.

–Você matou Nícolas na cara dura, quer mais provas do que isso?

–Eu já expliquei que foi autodefesa, meu intuito era ajudar ele.

–No momento todos achávamos que ele fosse o traidor e você como uma boa moça que é foi ajudar o cara que poderia acabar com a gente, isso não faz sentido nenhum. – ela continua gritando. –Além de que você comentou que se escondeu na cozinha quando as luzes se apagaram na mansão da última vez, sendo que, eu estava lá e não vi você.

–Lógico que você não me viu, estava completamente escuro, não dava para ver nada. Você escutou a cadeira caindo no chão? – Thaís guarda as lagrimas e libera fúria.

Katarina para e parece pensar um pouco, buscando nas suas lembranças.

–Talvez eu tenha ouvido sim! – ela responde por fim.

–Eu derrubei quando entrei para me esconder, como eu saberia disso se eu não estivesse lá? – Katarina processa aquela hipótese devagar. –E em relação a Nícolas, eu fui uma burra, ingênua, tola, que agiu por impulso e que talvez tivesse matado todos..., mas eu falei a verdade sobre o que aconteceu, eu tentei ajudar ele, as coisas que usei para retirar a bala do braço dele estava jogadas no chão da dispensa, você mesma viu.

–Eu ainda não acredito em você.

–O que me garante que não seja você e que esteja querendo tirar o seu da reta? Porque eu provei que estava na cozinha naquele dia, já você só está me acusando. E agora me aborda de surpresa longe de todos, não é meio suspeito isso, Katarina?! – Thaís respira rápido e pesado, o medo corrói seu sangue. Ela pode me matar a qualquer momento, eu tenho que fugir daqui.

–O que? Como você ousa? Thaís, todos me viram saindo da cozinha quando as luzes se acenderam, está louca?!

–Você poderia muito bem ter entrado lá para me culpar por ter saído antes e para não virar suspeita!

–Eu estava lá sim, logo depois que a cadeira caiu no chão eu me assustei e com a reação espontânea do meu corpo bati com a cabeça no armário. – um filme passa pela cabeça da Thaís daquele momento e tudo o que aconteceu. Ela se esforça para lembrar de cada segundo e de cada ruído ouvido.

E sim, ela ouviu a pancada.

–Então você estava realmente lá... – Thaís descansa os braços e desce o olhar para a grama aos seus pés pensativa e horrorizada. Katarina quando percebe o que está acontecendo abaixa a arma e toma a mesma postura. –Onde você estava escondida?

–Perto da mesa, dentro de um armário comprido. E você?

–Embaixo da pia, porto balcão! Então...

–Se você estava lá assim como eu, e Mariana e Davi estavam presos no corredor então quer dizer que...

As luzes mudam. O cenário se transforma. O terror chega.

O céu que antes radiava um azul extremo, muda em questão de segundos para um vermelho como chamas de uma fogueira. O sol e as nuvens desaparecem e a iluminação do ambiente fica mais escuro e amarelado. As plantas perdem a vida e o ar fica mais denso. Em seguida uma sirene, infelizmente familiar, retorna a soar e logo depois de sua pausa uma frase em negrito brota no céu, como uma miragem, uma alucinação. A única certeza delas é que onde quer que estejam os outros, eles também podem ler essa informação.


FUJA! ELE ESTÁ CHEGANDO.


–Então não é você mesmo... – Katarina fala se tremendo, olhando fixamente para a frase como se estivesse enfeitiçada.

–Você acredita em mim agora?

–Eu tenho uma teoria! Eu acho que o traidor se transforma em algum ser animalesco monstruoso, por isso os sons que escutamos e as peles que encontramos... – Katarina continua obcecada pelas letras. –E ele está vindo para cá agora, assim como aconteceu na mansão. – ela reage, corre, pega de volta pistola de Thaís e entrega a ela. –E se você está na minha frente nesse momento quer dizer que não é você! – lagrimas enchem seus olhos e Thaís escuta tudo aquilo confusa, sem entender nada. –Da última vez Mariana e Davi estavam juntos, então não tem como ser eles também, então só resta... – as lagrimas caem dos seus olhos, seu corpo todo começa a formigar e ela sente uma dor interna enorme por causa de sua descoberta.

–José! – as duas repetem ao mesmo tempo e são abraçadas por um forte frio na espinha.

–Mas ele estava desacordado quando isso aconteceu da última vez, não faz sentido. – Thaís diz.

–Ou ele queria que nós pensássemos isso! Levar um tiro propositalmente perto de Nícolas foi uma ótima jogada. José sabia que todos estavam desconfiados de Nícolas e que provavelmente iríamos matá-lo.

Um raio avermelhado explode do céu em uma árvore próxima dali fazendo-a pegar fogo. As duas se jogam no chão para não receber o impacto.

–Eu não entendo, eu não entendo... – Thaís se levanta também chorando e confusa.

–Você confia cegamente em Davi? – Katarina ajuda-a a se levantar. E recebe um "sim" como resposta. –E eu confio cegamente em Mariana, sabemos que não é nem eu, nem você, então só pode ser ele!

Outro raio atinge o chão e um incêndio imenso começa. Não demora muito para um rugido vazar da floresta, logo depois de um grito fino de animal ferido misturado com um rosnar.

–Precisamos sair daqui! – Katarina olha para a floresta de onde saiu o barulho. –AGORA!

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