~ Amber ~
Estamos nessa loja há mais de uma hora e eu já provei sete peças de roupas diferentes. Não sei como a vendedora ainda tem paciência de ir buscar mais pra mim porque nem eu estou mais com paciência de vestir outras peças. Dener está rejeitando todas elas sem hesitar, e isso me faz pensar se ele está fazendo de propósito ou se não gostou mesmo de nenhuma até agora. Okay, confesso que elas não são lá ótimas, e meu estômago já está começando a roncar.
Quero ir embora ou só mudar de loja. Essa parece só ter coisas que não condizem nada com o meu estilo, ou com o estilo de qualquer um, né. Dener já me chamou de tanta coisa que estou começando a querer anotar para chamar ele de nomes parecidos mais tarde.
Coloquei a calça verde legging (quase neon) e uma blusa branca, com pequenos detalhes pretos. Essa vai ser a penúltima tentativa, e se nenhuma das duas ficarem boas, eu apenas vou embora. Chega de shopping por hoje, não da mais. Meu corpo está pedindo arrego, e não vou nem falar do meu estômago. Minha cabeça está doendo só de ouvir a voz do loiro com piadinhas e apelidinhos diferentes à cada peça de roupa que eu visto. Chega!
Saí da cabine e me aproximei deles devagar. O garoto está largado na poltrona, com um braço em cima das costas da mesma e outra mão segurando o celular. Pernas abertas e sentado mais a baixo do que quando vim mostrar o outro vestido, que ele fez questão de chamar de pano de prato.
- O que acham? - Falei, chamando atenção de ambos.
Dener tirou os olhos do seu celular e ao me ver, ergueu uma sobrancelha.
- Você está parecendo um semáforo.
Coloquei ambas as mãos na cintura, já considerando jogar meu tênis outra vez na cara dele.
- Semáforo, jura? - O garoto deu de ombros. Suspirei. - Mais uma descartada, meu Deus. Não aguento mais trocar de roupa!
- Aposto que a próxima opção vai ficar ótima em você. - A vendedora sorriu, me assegurando.
- Aquela blusa estranha? - Dener colocou o aparelho no bolso e se virou para ela. - Eu duvido muito, se quer saber.
- Você é muito negativo. - Até a mulher já está ficando impaciente com ele.
Dener tem um dom incrível que se chama irritar qualquer um sem esforço. Não sei como a mãe dele ainda não tentou o devolver para o útero.
- Negativo? - Virou pra mim novamente. - Já vestiu quantas roupas mesmo, Amber? Cinco? Seis?
Sete.
- Duvido muito que seja a próxima, ou qualquer uma daqui. Não me entendam mal, a loja é boa. O problema é ela. - Apontou em minha direção com a cabeça.
Cerrei os olhos, com o sangue começando a ferver.
- Eu? Você que não gostou de nenhuma! Só fica aí enchendo o meu saco e o dela. - Apontei para a vendedora, que fez muito esforço para não concordar.
Antes que ele pudesse abrir a boca para dizer mais alguma coisa, virei as costas e fui até a cabine fazer a última tentativa de vez. Chega dessa merda. Estou cansada de ficar em pé, e meu corpo está exausto. A fome só está aumentando e o pessoal já deve ter ligado mais de cinco vezes só para perguntar onde estamos.
Coloquei a blusa branca um pouco florida e com um tecido fino e transparente em alguns pontos. A manga dela até que é atraente. Pus o short preto e justo, que me apertou um pouco. Nessa altura do campeonato, espero que qualquer coisa dê. Gosto de fazer compras, mas os apelidinhos daquele babaca já estão me deixando fora de clima e irritada. Ele me pega depois.
Saí da cabine e fui andando até eles de novo, que dessa vez conversavam entre si.
- Ah, acredito que essa roupa vai ficar ótima nela. - Ela disse para Dener, que negou com a cabeça.
- Espero que você esteja certa, mesmo sabendo que não está. A Amber já experimentou tantas roupas que eu mesmo já desisti por ela. Olha que meu único trabalho aqui é ficar sentado palpitando.
A vendedora me olhou e sorriu sem mostrar os dentes, de um modo até meio convencido.
- Desistiu cedo demais.
O loiro ficou sem entender, mas ao virar o rosto e me olhar, piscou repetidas vezes e me encarou de cima a baixo. Não entendi sua reação, e fiquei mais certa ainda de que outro apelido insensível está por vir.
- O que acharam? Digam que está bom, por favor. Quero ir embora logo. - Choraminguei.
Se demorarmos mais aqui, eu não me surpreenderia se chorasse.
- Você...
- Está linda. - Dener interrompeu a vendedora, que concordou com a cabeça em satisfação.
Só pode ser brincadeira dele, tenho certeza absoluta disso. Depois de tantos comentários, o garoto lança uma dessas?
Ergui uma sobrancelha, desacreditada.
- O que? - Perguntei rindo. - E os apelidos? E o lance do semáforo? Só pode estar pensando em uma coisa pior para dizer, tenho certeza.
- Não tem piada, Amber. Você está mesmo linda. Ficou ótimo, e eu gostei muito.
- Até a blusa estranha? - Perguntei, lembrando do que ele tinha dito.
- É, deve ser por isso que ficou boa em você. Duas coisas estranhas juntas se dão bem, não é?
Ergui o dedo do meio e voltei a olhar para a roupa, ajeitando pequenas partes. Acho que não tenho muita escolha mesmo. A última coisa que eu quero é ficar experimentando outras mil roupas em lojas diferentes.
Respirei fundo e encarei a vendedora meio incerta, mas com o cansaço respondendo por mim.
- Vou levar essa mesmo.
- Eu sabia que seria essa! - Disse exasperada, com um sorriso enorme. - Vou buscar uma sacola para você, calma ai. - Saiu, com o barulho do salto ecoando por ali.
Me olhei no grande espelho que fica perto da poltrona, procurando qualquer defeito que fosse. É, pelo visto ficou realmente bom. Para o Dener não ter dito nada engraçadinho só pode ter ficado perfeito.
- Podemos ir embora então? Estou morrendo de sono! - Falou, fechando os olhos.
- Você ficou no sofá apenas mexendo no celular. Nada que não fizesse lá em casa ou em qualquer outro lugar. - Dei de ombros.
Fui até a cabine e troquei de roupa, pondo minha blusa, meu moletom e a jaqueta. Ajeitei meu cabelo e fui esperar com Dener na poltrona.
(....)
- Obrigada pela preferência. - A atendente disse quando me ergueu a bolsa assim que passei o cartão.
Dei um sorriso em sinal de agradecimento e saímos de lá, lado a lado. Só o ar dos corredores do shopping me deixam mais calma. Não aguentava mais aquele mesmo perfume lá de dentro, meu Deus.
- Ótimos, vamos finalmente para a casa! - Ergueu as mãos para o céu. Revirei os olhos, negando com a cabeça.
- Na verdade, vamos comer alguma coisa antes e depois comprar a sua roupa. Esqueceu disso, é? Agora você vai sofrer no meu lugar, amorzinho.
Ele me olhou com as sobrancelhas franzidas, e ao mesmo tempo que negou com a cabeça, eu concordei também.
- Já teve seu dia de princesa, vamos embora de uma vez. Não precisa me meter nessa.
- Preciso sim.
- Eu vou para a casa e você fica ai então.
- Não, primeiro a gente vai para a praça de alimentação e depois a gente vê sua roupa. - Agarrei seu pulso, o puxando. - Vem!
Fomos até a escada rolante e em seguida para outra até chegar na praça de alimentação, com ele reclamando o tempo todo no meu ouvido, até se dar por vencido e só aceitar. Dener me perguntou o que eu queria e falei assim que dei o cartão em sua mão, seguido da senha também. Procurei um lugar vazio para nos sentarmos e não demorou muito meu celular apitou.
"Ei, vão demorar muito? Já estou sentindo sua falta"
Mensagem do Sebastian.
Olhei em volta antes de começar a digitar.
"Já estamos indo. Primeiro vamos comer e depois comprar a roupa dele"
Enviei, e guardei o celular novamente. Esse lugar me trás ótimas lembranças, como o resto da Cidade também.
Sinto falta dos meus avós me perturbando com a ideia de arrumar um namorado, coisa que sempre deixou meu pai com raiva. Ele quer que eu finalmente tome jeito, porém, se eu puder arrumar jeito solteira é melhor ainda, como ele diz. Ah, se meu pai soubesse das coisas que já rolaram comigo...
Minha mãe é bem mais tranquila, e ela mesma compra meus anticoncepcionais sem meu pai saber. Ela sabe que eu sou adolescente, já passou por isso e blá blá blá. O problema vai ser se ela souber que estou pegando as escura um cara que ambos contrataram justamente para cuidar de mim. Posso me considerar uma garota morta caso isso venha acontecer, mesmo que ambos tenham amado Dener com todas as suas forças. Grande palhaçada.
Por pensar nisso, qual será a do Dener, afinal? Ele namora a ruiva e as vezes a gente acaba ficando pelos cantos da casa. O Sebastian fazer isso é até compreensivo porque ele gosta de mim e é obrigado a namorar com a Julie, só que, o loiro não parece ser esse tipo de pessoa. Pelo menos não como acham que o Sebastian é.
Meu celular apitou mais uma vez. Quando fiz menção de olhar, as bandejas foram postas na minha frente e Dener foi sentando do lado aposto ao meu, bem de frente.
- Até que chegou rápido. - Falei, já tirando meu hambúrguer da embalagem depois de guardar meu celular.
Ele comprou dois refrigerantes, dois hambúrgueres e um milkshake para cada um.
- Claro, né. Quem ficou na fila ouvindo duas amigas dizendo que elas estavam pensando em fazer depilação a laser não foi você.
Quase engasguei com o refrigerante ao ouvir isso. Comecei a rir.
- Hahaha, muito engraçado. - Revirou os olhos. - Da próxima vez você que vai ir lá comprar.
- Nossa, elas vão fazer depilação a laser, que grande tabu, em. - Enfatizei.
- Eu usei esse termo, okay? Elas não...
Comecei a rir mais ainda de sua cara, só que ainda tem algo me incomodando demais. Sei que não é da minha conta mas, a curiosidade sempre vai falar mais alto quando se trata dele.
Me ajeitei na cadeira e observei Dener dar uma mordida em seu hambúrguer.
- Den, am, eu estava pensando... Como estão as coisas entre você e a ruiva?
Ele me olhou com uma sobrancelha erguida e continuou a mastigar. Pude notar surpresa e dúvidas em seu rosto.
- Não é da minha conta isso, já sei. Só que, sei lá, né. Curiosidade, apenas.
- O que te deu para perguntar isso do nada? - Dei de ombros, sem querer dizer que ele é um babaca se estiver traindo ela. - Faz assim, termina de comer que depois a gente vai conversa sobre isso, okay? - Concordei.
Não demorou mais que vinte minutos e já tínhamos devorado todo o nosso lanche, com exceção apenas do milkshake. Jogamos as coisas no lixo e fomos andando lado a lado para fora da praça de alimentação, já satisfeitos.
Por que estou querendo saber mesmo sobre a vida dele e da ruiva? Isso nem é da minha conta e o problema nem é meu. Seria tão mais fácil se o Dener tivesse a cara de quem faria isso, e não totalmente o oposto, que é o caso. Eu quero perguntar novamente só para ter certeza, mas prefiro deixar ele responder a pergunta sem pressão da minha parte. Dener já é convencido demais para que eu o incentive a ser, mostrando que estou "preocupada" ou qualquer uma dessas merdas.
Dei uns dois goles no meu milkshake de morango, enquanto ele se acabava no seu de chocolate. Essa espera está me agoniando muito.
- Vamos comprar sua roupa logo. - Falei, tentando me distrair e não focar nessa história.
- Quero ir embora, não entrar em outras lojas para comprar mais roupas.
- Para de graça, agora é a sua vez. - Viramos no corredor, passando pelas lojas unissex, e outras masculinas. - Olha só quanta variedade tem por aqui. Vamos entrar em uma e você escolhe. Melhor que ter que voltar depois para fazer o que pode fazer agora.
O garoto respirou fundo e revirou os olhos.
- Não podemos entrar até terminarmos isso. - Ele balançou o copo ainda pela metade no ar.
Sentamos em um banco grande no meio do corredor e perto de um pequeno lixo. Fui bebendo devagar, até o garoto me roubar a fala.
- Já que você perguntou sobre a Milla, tenho certeza que sua pergunta mesmo não é saber se estamos bem ou não. - Corei na mesma hora. Droga. - Quer saber se estamos namorando, ou algo assim?
- Então, eu não queria perguntar desse jeito não, mas já que você tocou no assunto tão diretamente e sem hesitar, então sim. - Dei um sorriso sem mostrar os dentes.
Dener suspirou e mordiscou o lábio, parecendo um pouco apreensivo com o assunto.
- Amber, eu e ela somos meio complicados. A Milla gosta de mim há muito tempo, e eu? Bom, demorei um pouco para gostar dela, mas sei que esse sentimento existe sim. A questão é que eu não quero namorar agora, e estou falando isso há alguns meses. Sei que ela entende, mas não posso deixar de me sentir assim.
- E como vocês se conheceram? - Perguntei, dando um gole na bebida em seguida.
- Estudamos juntos na faculdade. Eu fiquei decepcionado por não ter conseguido nenhum emprego depois dela, e começou a rolar algo entre nós dois. - Ele olhou para um ponto específico. - Ela não sabe que eu e você ficamos, e nem quero contar. Sei que a Milla vai ficar muito mal, e eu não quero que isso aconteça. Apesar de tudo, jeitinho sensível dela, não sei... - Abaixou a cabeça. - Me deixa atraído.
"Jeitinho sensível"?
Sinceramente, uma parte de mim ficou bem feliz por ele não ter traído ela, mas outra parte diz que esse - quase - relacionamento é mais forçado do que qualquer outra coisa. Por que pra mim está totalmente aparente de que Dener está se obrigando a gostar dela, e por isso fica adiando a ideia de começarem um namoro? Eu não devia estar pensando isso, só que, é inevitável. Espero estar errada.
- Não sabia que tinha ficado assim por não ter conseguido trabalho depois da faculdade. Ou melhor, não sabia que você tinha feito faculdade antes de começar a trabalhar para os meus pais.
Dener riu, negando com a cabeça.
- Você não me conhece, Amber.
Pronto, isso foi como um soco no meio da minha cara.
Por um lado sei que ele está certo, mas cacete, quando foi que esse garoto tentou se abrir pra mim pelo menos uma única vez sem que eu praticamente o forçasse a isso? Ai que ódio. Dener nunca me deu uma única brecha, e eu só sei que ele tem irmãos porque peguei seu celular escondido daquela vez. Se não fosse isso, certeza que eu ainda ia continuar sem saber nada a respeito, e olha que ter irmãos é o básico do básico.
Me levantei com as sobrancelhas franzidas e virei em sua direção. Minha paciência de ficar em shopping hoje estourou.
- A gente vai logo comprar sua roupa ou eu vou ter que ficar aqui encarando a sua cara de lesado? Vamos que eu quero ir embora o mais rápido possível.
O garoto ergueu as mãos para o ar em sinal de rendição e não demorou muito para ficar em pé ao meu lado. Jogamos os copos já vazios fora, e entramos em uma loja nesse mesmo corredor.
(.....)
- Eu não acredito que rodei inúmeras vezes com você para comprar apenas uma blusa de manga cumprida branca e uma calça clara. - Revirei os olhos pondo o capacete. - Ah, se eu soubesse disso antes. Ia preferir deixar você vir com os garotos mesmo! Nunca mais venho em shopping para comprar nada para você e com você, é sério. Hoje foi extremamente cansativo por sua causa!
Dener subiu na moto e se apoiou na mesma, pondo seu capacete em seguida também.
- Será que você só sabe reclamar? Esse é o meu estilo e eu gosto dele. Você que não admite que também gosta e que não tem um estilo tão legal quanto o meu.
Antes que eu pudesse subir na garupa, pus uma mão na cintura e ergui a sobrancelha em sua direção, com cara de tédio.
- Como é?
Pude notar um sorriso enquanto ele abaixava a viseira. Respirei fundo subindo logo atrás, até Dener dar partida com a mesma. Minha cabeça está doendo e minhas pernas também, fora o cansaço do meu corpo que está pesando demais. Não devia ter experimentado mais de cinco roupas e praticamente desfilado por aí. Muito menos ter insistido para que Dener comprasse sua roupa.
- Só diz isso porque o seu "amiguinho" vai usar uma roupa desnecessariamente cara, se passando como o grande elegante. - Quase gritou por causa do barulho do vento.
- Não vai não!
- Aposto com você.
Por sorte, depois que encontramos as roupas do loiro, encontrei um par de botas alta lindíssimas, que vão ficar muito bem com o conjunto que a vendedora me recomendou. O único problema é que o conjunto não tem nada de vantajoso para usar em tempo frio, e já estou vendo que vou sofrer por causa do mesmo. Parece que Dener não vai receber sua jaqueta nem tão cedo quanto acha que vai. Isso se eu realmente o devolver, porquê ela fica ótima em mim mesmo.
Foi rápido o percurso para a casa, e eu só fui direto para a cozinha quando cheguei, dando de cara com Julie e Lúcia conversando enquanto bebem café.
- Olha só. Já chegaram? - Lúcia deu um gole e me encarou.
Fui direito para a geladeira e tirei a bandeja com bolo de laranja, pondo sobre a mesa.
- Você não devia falar "já" se soubesse como foi um inferno. - Falei assim que cortei uma fatia.
Dener entrou em seguida na cozinha, ajeitando seu cabelo.
- Se divertiu, Den? - Julie chamou a atenção dele.
Den.
Revirei os olhos e respirei fundo. Dai-me paciência, Deus.
- É, né - Praticamente se jogou na cadeira, sem animação. - Foi muito cansativo, isso sim.
- Compraram as roupas, pelo menos? - Lúcia perguntou.
- Depois de muito sacrifício compramos. Eu experimentei várias e nenhuma ficou boa, foi uma canseira só. Depois para encontrar a roupa dele então, pior ainda. Rodamos muito para comprar coisas extremamente simples. - Engoli um pedaço do bolo. - Ah, se arrependimento matasse eu já estava morta e enterrada!
Ele negou com a cabeça, enfatizando o meu "drama".
- Bom, ainda não conseguimos colocar a lona lá fora. Ficou precisando de mais um garoto para ajudar. - Lúcia disse, colocando a xícara na pia. - Quase que a Jéssica quebrou o pescoço tentando colocar com eles. Ela é baixa demais, até mesmo na escada.
Esfreguei as mãos, me livrando das migalhas.
- Bom, quando a janta estiver pronta me chamem. Preciso de um banho. - Me levantei, pegando minha bolsa com as roupas e a bota. - Até mais tarde.
Dei um breve aceno e deixei a cozinha.
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Amber
Dener