Chamas da Ilusão -L.s

By caralhoularry

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Harry, um universitário que teve bons meses de sua vida apagados de sua memória, vive dia após dia com a sens... More

Prólogo.
Capítulo 01.
Capítulo 02.
Capítulo 03.
Capítulo 04.
Capítulo 05.
Capítulo 07.
Capítulo 08.
Capítulo 09.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30.
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33.
Capítulo 34.
Epílogo.
Bônus - O início.

Capítulo 06.

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By caralhoularry

Não se esqueçam de votar e comentar o que estão achando.

Boa leitura!
____________________________________________

O professor de biologia estava em pé de frente para a nossa bancada, lendo o relatório que "nós" tínhamos acabado de preencher.

- Parece bom - ele olhou para nós e sorriu depois de um tempo - Descreveram perfeitamente as quatro situações - ele olhou de Louis para mim - Gostei de vocês dois juntos. Gostaria que sempre fizessem duplas em minhas aulas.

Um gosto azedo subiu pela minha garganta e preencheu a minha boca ao ouvir isso. Já havia sido difícil o suficiente passar uma aula praticamente inteira ao lado dele, sabendo que ele me observava o tempo todo. Eu definitivamente não gostaria de fazer isso todas as aulas.

- Isso aqui ficou muito bom - o professor indicou o relatório.

Dei um sorriso forçado, sabendo que eu não merecia aqueles elogios. Eu não tinha feito nada. Ele tinha feito tudo sozinho com uma rapidez que eu não achava que um ser humano era capaz.

Eu até havia tentado fazer no começo, mas não deu certo. Depois de minutos sem resultado, comigo apenas folheando o livro sem achar nada, ele tomou a folha da minha mão e começou a escrever. Em cinco minutos ele terminou e levantou a mão, anunciando que havia terminado. Eu não acreditei que Louis havia conseguido fazer tudo em cinco minutos e acabei ficando chocado quando o professor disse que estava tudo perfeito.

- Acho que vocês têm - o professor olhou o relógio em seu pulso e enrugou a testa - Trinta minutos livres?

Ele pareceu não acreditar que havíamos terminado tudo em menos de vinte minutos. Mal sabia ele que Louis quem havia terminado tudo em cinco minutos e que o resto do tempo eu havia gastado tentando responder todas as questões.

- Não esperava que terminassem tão rápido - ele ainda parecia incrédulo - Era todo o planejamento que eu tinha para a aula - ele olhou para nós - Bom, acho que estão livre por enquanto. Se quiserem sair e dar uma voltar por aí... Fiquem à vontade. Não tenho mais nada para vocês hoje.

Ele deu as costas, indo atender o chamado de um aluno. Olhei de lado para Louis, que ainda me encarava. Ele tinha passado esse tempo todo fazendo isso: me encarando como se pudesse me comer com os olhos. Isso já estava me dando nos nervos.

- Você parece desconfortável - ele disse.

- Não, não estou - o encarei, me recusando a abaixar a guarda - Mas aposto que você gostaria que eu estivesse.

Dei as costas e saí do laboratório, apressando o passo em direção aos dormitórios. Iria aproveitar esses trinta minutos antes da próxima aula para ficar sozinho no meu quarto, tentando botar os pensamentos em ordem e achar uma lógica para todas as coisas estranhas que aquele garoto despertava em mim e nas demais pessoas ao seu redor.

Talvez ele tenha feito mesmo um pacto com satã, pensei, lembrando que Zayn havia dito isso sobre ele. Bufei logo em seguida, frustrado. Tudo em que conseguia pensar para explicar isso era ridículo e nada lógico.

Estava virando o corredor quando dei de cara com uma garota que passava correndo por alí, a mochila pendurada no ombro, parecendo com pressa. Ela esbarrou em mim com força, fazendo todos os meus livros e cadernos caírem no chão.

- Desculpa - ela gritou, ainda correndo na direção oposta.

Lancei um olhar feio para ela. Talvez não tenha esbarrado por querer, mas poderia ter parado e me ajudado a recolher as coisas que, por causa dela, haviam caído. Era o mínimo.

Dirigi um xingamento em pensamento e me virei para catar minhas coisas do chão. Meu ombro, onde ela havia esbarrado bruscamente, doeu em protesto e fiz uma careta enquanto me agachava para recolher minhas coisas.

Um dos meus cadernos havia caído aberto e espalhado um milhão de folhas pelo chão, me deixando ainda mais frustrado.

Tinha acabado de recolher todos os papéis avulso quando um par de tênis pretos apareceu no meu campo de visão, bem na minha frente. Aquela vontade insana de olhar para cima, para aqueles olhos, me dominou de novo, mas dessa vez me recusei a olhar.

- Parece que você precisa de ajuda - ele disse com a voz monótona de sempre.

- Não, obrigado - disse em resposta - Sei me virar muito bem sozinho.

Ouvi um riso rouco sair da garganta dele e eu podia jurar que havia malícia alí, assim como em tudo que ele fazia. Louis se agachou na minha frente e me encarou. Seu semblante estava sério enquanto me olhava direto nos olhos.

Meu instinto de sobrevivência e autodefesa foi desviar o olhar e sair dalí o mais rápido possível, mas me forcei a continuar encarando.

- Você não é igual as outras pessoas.

- Você está falando dos idiotas que borram de medo de você? - minha voz saiu desafiadora, surpreendendo até a mim.

Ele continuou me encarando e deu um sorriso. Pela visão periférica vi suas mãos se moverem e logo em seguida todos os meus livros e cadernos estavam em meus braços.

- Você não tem medo?

- Por que eu teria? - retruquei, erguendo uma sobrancelha.

O sorriso normal, quase humano, que ele tinha no rosto, se transformou naquele sorriso que fazia meu sangue gelar. Era como se todas as coisas ruins do mundo estivessem ali, dentro dele, transbordando pela boca enquanto sorria.

- Isso você vai ter que descobrir sozinho - ele se levantou e saiu andando.

Observei Louis se afastar e desaparecer em um corredor. Até de costas ele era capaz de causar arrepios.

Balancei a cabeça e me levantei do chão. Eu tinha um pequeno pressentimento de que essa história não ia acabar bem e que eu tinha me metido na maior burrada do mundo.

- Deus, o que eu fiz? - perguntei a mim mesmo.

Seu sorriso gélido invadiu a minha mente e eu estremeci.

Eu estava ferrado.

...

Subi até meu quarto para guardar meus cadernos e depois desci novamente para o almoço. O elevador estava vazio quando desci. Assim que estava saindo por ele, duas pessoas passaram às pressas por mim, quase me derrubando, de novo. Dei uma olhada no garoto ruivo, Alex, sendo puxado por um menino até seu quarto. Ele bateu a porta com força, um aviso claro para ninguém incomodar.

Segui em frente até o refeitório e peguei uma bandeja para colocar minha comida. Zayn disse que estaria ali em algum lugar, mas não o encontrava em nenhuma das mesas.

Enquanto varria o refeitório procurando por ele, meus olhos se encontraram com os de Louis. Ele estava em uma mesa ao fundo, como de costume, só que dessa vez sozinho.

Desde que havíamos sido dispensados da aula eu não o via. Ele não apareceu nas últimas duas e eu não ia negar, tinha gostado bastante disso.

- Harry! - ouvi alguém me chamar à minha esquerda. Era Zayn - Aqui! - ele balançou as mãos no alto para que eu pudesse localizá-lo sentado em uma mesa com pelo menos mais cinco pessoas.

- Sente-se - Zayn puxou uma cadeira ao lado da sua para que eu pudesse me sentar. - Galera, esse é o Harry.

Um "oi" uníssono soou da garganta de todos. Dei um sorriso forçado, tentando fingir que me sentia a vontade naquele lugar cheio de gente estranha.

- Oi - eu disse.

- Esse aqui é o Pedro - ele apontou para o garoto à minha esquerda. Ele era branco e tinha cabelos escuros, assim como os olhos. Parecia triste.

- Esse é o Diego - ele apontou para o garoto ao lado de Pedro. Moreno, olhos claros, cabelos escuros e um sorriso de cafajeste.

- Oi - ele disse.

- Eu não disse que podia dar em cima dele, Diego - Zayn disse, tentando parecer mal - Sua mãe não te deu educação?

- Desculpa - Diego levantou os braços, como se dizendo que era inocente.

Dei um sorriso.

- Camilla - ele apontou para uma garota loira de olhos verdes de frente para mim - Roberta e Ana.

Roberta era uma garota também loira, só que com os olhos castanhos e um sorriso mais amigável. Ana era negra, cabelos curtinhos e olhos escuros. Ela sorriu para mim e acenou amigavelmente.

- Prazer em te conhecer - ela disse - Está gostando da escola?

- Não muito.

- Normal - Roberta falou enquanto colocava uma colher de arroz e feijão dentro da boca - Ninguém gosta nos primeiros dias.

Dei um sorriso forçado, nada a vontade, e olhei para frente. Para a minha infelicidade, descobri que estava sentado bem na direção de Louis, de frente para ele, que estava me encarando do outro lado. Um sorriso se formou em seu rosto, como se estivesse satisfeito com isso.

- É impressão minha ou o garoto estranho está te encarando com um sorriso macabro no rosto? - olhei para Zayn. Ele me encarava com a testa enrugada, esperando uma resposta.

- Acho que sim - disse.

- Não me diga que está de rolo com ele.

Quase cuspi o pouco de suco que havia acabado de beber.

- Não! Eu não estou de rolo com ele.

- Então por que ele está te encarando? - ele levantou um sobrancelha.

- Não sei - dei de ombros - Talvez porque ele seja estranho - olhei para o meu prato e botei uma colher de arroz e purê para dentro.

- Harry - levantei os olhos para ele, que me olhava sério - Tome cuidado com esse garoto. Ele não é do bem.

Eu ri da cara dele enquanto tomava mais um gole de suco. Ele tinha falado de um jeito tão engraçado que não pude reprimir o riso.

- Eu estou falando sério - ele fez cara de mal.

- Eu sei - disse rapidamente e engoli o riso.

- Você tem um belo sorriso - o garoto, Diego, disse, me lançando uma piscadela.

- Obrigado - sem jeito, desviei o olhar.

- O que nós já conversamos sobre isso, Diego? - Zayn se curvou sobre a mesa e deu um tapa em sua cabeça.

Eles começaram uma pequena discussão, enquanto Diego ria e se fingia de inocente Zayn o culpava e ameaçava. Não prestei muita atenção em nada do que eles falavam. Minha mente viajou para outro lugar.

Olhei na direção de Louis e lá estava ele, ainda me encarando, como se não tivesse deixado de fazer isso por nenhum segundo, sorrindo friamente. Então sua boca começou a se mover, formando palavras silenciosas para mim.

No início eu não consegui entender o que ele estava dizendo, mas depois decifrei. Ele dizia "uma semana" vezes seguidas em minha direção, desenhando um símbolo no ar com os dedos.

Estreitei os olhos para tentar entender o que ele estava desenhando, mas não conseguia decifrar. Ela fazia algo como uma linha na horizontal e depois puxava duas na vertical, descendo, formava algo parecido com ramificações. Eram curvas que eu não consegui entender mesmo na segunda vez que ele fez.

As perguntas começaram a girar na minha cabeça. O que era aquilo, afinal? O que ele queria dizer? Será que só estava brincando comigo, ou tinha algo mais? O que aquele símbolo significava?

- Ei, você - Zayn gritou ao meu lado, me fazendo dar um pulo na cadeira - O que você está fazendo?!

Eu estava tão concentrado em tentar decifrar o que Louis desenhava no ar e o que aquilo poderia significar que por um momento havia esquecido de todo o resto ao meu redor.

- Está encarnado o garoto doido? - ele arregalou os olhos - Você perdeu o juízo?

- Eu só estava olhando - olhei de relance em sua direção novamente e levei um susto ao descobrir que ele não estava mais ali.

Olhei ao redor do refeitório, procurando por ele, mas não o achei a princípio. Já estava começando a achar que ele tinha virado fumaça e desaparecido quando o vi cruzar a porta do refeitório.

- Esse garoto me dá medo - Zayn comentou ao meu lado, o seguindo com os olhos enquanto ele desaparecia.

Pensei no que ele desenhou, ou o que quer que ele havia feito no ar, mais uma vez, tentando tirar algo daquilo, tentando descobrir o que era. Mas não consegui nada, porque eu simplesmente não conhecia aquele símbolo.

Olhei para Zayn ao meu lado, terminando seu almoço. Talvez ele soubesse o que significava. Não faria mal perguntar, de qualquer forma.

- Você viu o que ele desenhou no ar? - perguntei com a voz baixa, apenas para ele ouvir.

- Quem? - ele me olhou.

- Louis - eu disse - Ele falou "uma semana" e desenhou algo no ar. Você não viu?

Ele enrugou a testa.

- Você está bem? - ele perguntou ao invés de responder minha pergunta.

- Sim, por quê?

- Porque ou você está ficando louco ou eu estou sofrendo de perda de memória instantânea. Aquele garoto não fez nada mais do que te encarar de volta o tempo todo, meu benzinho.

Encarei Zayn por alguns segundos e depois desviei o olhar para a mesa onde ele estava sentado. Eu não estava ficando louco, Louis tinha realmente feito aquilo bem ali, na minha frente. Zayn provavelmente não tinha visto quando ele fez, mas de uma coisa eu tinha certeza: ele tinha feito.

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