Cecília
— Cecília deixa de ser chata, vem comigo — revirei os olhos vencida.
— Ok Manu, Ok, mas juro que se você me deixar sozinha ou fizer algo que não me agrade pode me esquecer.
— Ahh, obrigada — faz uma pausa — passo na sua casa às 20h.
— Ok, vou desligar, até mais tarde.
— Tá, beijo.
Terminamos a ligação.
É sábado, não queria ir nessa bendita festa, mas Manuela não parava de me encher, foi assim a semana toda, acho que não conheço ninguém mais insistente que ela.
Além da Manuela me enchendo todos os dias, a semana não teve mais nada demais, Guilherme e eu estamos bem, ele me faz bem, mas ainda tenho medo, ainda estou indecisa.
Não tive coragem de fazer o teste de gravidez ainda, mas penso nisso a cada minuto.
Preferi esperar mais um pouco, para ganhar mais tempo, para passar mais tempo sem saber se estou ou não grávida. Todos os dias me olho no espelho, meu corpo não tem nenhum sinal diferente, não tenho nenhum sintoma nem nada do tipo.
Mas com certeza porque ainda é muito cedo.
Ou talvez, como diz Guilherme, porque eu não estou grávida.
Algo que está sendo muito difícil é esconder as coisas da minha mãe, ela sempre me incentivou a confiar nela e contar as coisas, sempre foi a primeira a saber das coisas mais importantes da minha vida.
Sempre achei que seria a primeira a saber quando eu conhecesse o amor da minha vida, não sei se esse é o Guilherme, mas com certeza o que sinto por ele (ainda não sei exactamente o quê) nunca senti por nenhum outro garoto.
Sempre achei que minha mãe seria a primeira a saber quando eu perdesse a virgindade, quando eu ficasse grávida, quando eu quisesse me casar, etc.
[...]
Finalmente estava arrumada, um vestido preto, salto vermelho, cabelo preso e maquiagem leve.
Olhei no espelho e sorri, inevitavelmente me virei para procurar algum volume anormal na minha barriga! Já estou enlouquecendo, amanhã eu faço essa droga de teste.
Recebi a mensagem da Manu informando que ela já está lá fora. Pequei minha bolsa pequena também preta e joguei no ombro saindo.
Me despedi da mamãe, já havia informado e ela adorou a ideia, segundo ela eu tenho que viver mais, experimentar as coisas dos jovens para não me arrepender depois! Só não exagerar, não usar drogas, não entrar no crime e não me envolver com homens casados!
Mal sabe ela que eu já cometi um desses erros! E o pior, não consigo sair.
— Que demora, você está linda — disse Manuela assim que me viu, impaciente, ela havia até descido do carro, pude analisá-la, ela usa um short jeans não muito curto mas muito fashion, um top é um casaco preto. Nos pés um salto preto.
— Você também, vamos logo, já quero voltar para casa!
— Chata!
Dei do ombro e entrei no seu carro, ela veio logo atrás.
Fomos o caminho conversando, ela estava animada contando que era aniversario de um amigo dela, até disse que era amigo do Guilherme também, e lembrei que não falei com ele hoje.
[...]
Chegamos no boate que estava fechada para o evento, tudo muito chique e cheio de gente esnobe.
Manu ia me puxando pra onde creio que estava o aniversariante, ela me apresentou o cara e a namorada, eles parecem legais, mas senti alguém me observando, quando virei dei de cara com o tal Peter. Ele levantou o copo para mim e apenas sorri sem mostrar os dentes.
Revirei os olhos quando Manuela me puxou para onde o cara estava, logo vi o motivo, Leandro estava do seu lado.
— Que linda — disse Peter assim que parei na sua frente com Manuela do meu lado.
— E eu? — Manu brincou enquanto fazia bico.
— Você é do Leandro — ele disse rindo.
— E você quer a Cecília — eles riram, revirei os olhos percorrendo-os pelo local e eles pararam numa mesa distante, Lívia, Guilherme e Davi estavam lá. Meus olhos cruzaram-se com os da Lívia que logo que me viu beijou seu marido que parecia não ter me visto. Suspirei. Ela sorriu como se declarasse vitória.
— Você quer? — Peter me ofereceu bebida, pensei em aceitar.
— Não, obrigada.
— Ok, então, me fala de você? — ficamos conversando, mas meus olhos estavam fixos em outro lugar.
[...]
Depois de algum tempo Guilherme me viu. E desde então, seus olhos não se desviaram, porém, sua expressão era de nervosismo, ou talvez ciúmes. Provavelmente porque Peter não afastava sua boca do meu ouvido, não tirava sua mão da minha cocha e não parava de tentar me beijar.
Mas ele permaneceu lá.
E eu aqui.
Talvez eu estivesse deixando o Peter me encher o saco só porque queria chamar a atenção do homem que realmente me interessa.
É duro saber que o homem que talvez será o pai do seu filho, e que te lava para a cama, está beijando outra mulher, mas você não pode fazer nada porque aquela é a mulher dele.
— Você é muito linda — a mão do Peter tentou invadir meu decote mas o impedi — Essa boquinha — disse tentando me beijar mais uma vez.
— Por favor, para com isso.
— Parar? Você é solteira, não é?
— Sou, mas não quero nada com você.
— Ok, tudo bem, desculpa — disse parecendo finalmente convencido.
Ele pareceu ficar mais no seu canto e agradeci por isso, pois Manuela já tinha esquecido de mim, está quase transando com Leandro no meio da festa.
— Vou para o banheiro — informei e levantei.
Segui para o banheiro que estava com um número considerável de pessoas, esperei a minha vez e usei. Quando terminei e voltava para onde estava uma mão me puxou para o lugar escuro.
Não vou mentir, eu desejei muito que fosse Guilherme, que ele tivesse vindo atrás de mim para brigar por eu estar com outro homem, para fazer uma cena de ciúmes.
Mas não era.
Era Peter.
— O que está fazendo? Me larga — afastei ele que beijava meu pescoço.
— Eu quero você Cecília — disse me prendendo na parede, seus lábios beijavam os meus forçadamente e sentia o sabor da bebida forte.
— Por favor, me solta — eu já estava chorando.
— Calminha, sei que já não é virgem, não vai doer nada — Ele rasgou a parte de cima do meu vestido e começou a beijar meus seios como um louco enquanto falava um monte de coisas que eu não entendia, mas uma frase me fez arregalar os olhos
— Quando a Lívia disse que Guilherme está te comendo eu não acreditei, mas vendo de perto você é muito gostosa! Pena que ele comeu primeiro, queria ter tirado sua virgindade gatinha, mas não se preocupe, vou te fazer gemer como aquele viado nunca fará — ele falava sem parar enquanto beijava meus lábios e eu chorava tentando gritar, porém, ele deu um soco forte no meu rosto.
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