Antes que conseguisse alcançar a porta da casa, senti Gizelly puxando meu braço delicadamente, virei e ela me roubou um selinho. Sorrimos uma para a outra.
-Se a Manu não tiver caguetado pra todo mundo, qual vai ser nossa postura? - Gizelly perguntou ainda segurando meu braço.
-Existe um "nós" então? - Sorri de canto, fazendo a mais baixa revirar os olhos. - Se a Manu não tiver caguetado, acho que prefiro deixar só pra gente por enquanto, não dar motivos pra voto. - Gizelly assentiu. E, antes de entrar na casa, sussurrei - Não tive pedido nenhum pra existir um "nós". - Debochei.
-Rafaella não me testa. - Bufou. Apertei o botão para entrar. - Quando eu mandar você abre a porta. Não discute, só faz. - Sorriu maleficamente.
Não sabia exatamente o que aconteceria, mas a julgar o sorriso que apareceu nos lábios de Gizelly, alguma coisa ela aprontaria. Entramos na casa.
-XENTÊ, CADÊ MANU? - Gizelly gritou assim que adentrou o cômodo.
-TÔ NA COZINHA MÃE. - Manu rebateu.
A capixaba sussurrou para que eu fosse até a porta da cozinha vip e esperasse. Assim o fiz.
Gizelly foi até Manu, abraçando a pequena.
-Nu, ce sabe que eu te amo né? - Manu movimentou a cabeça como um "sim" ainda colada no corpo de Gizelly. - Mas o que você fez hoje, me deixou loOoOoOuca. - Pude ver a pequenina tentar se desvencilhar dos braços de Gizelly, sem sucesso. - E você tá ferrada comigo.
Não sei exatamente como, mas quando me dei conta, Manoela estava "deitada" no ombro de Gizelly, se debatendo como uma criança.
-RAFAELLA ABRE A PORTA.
-RAFA, NÃO, PELO AMOR DE DEUS, NÃO FAZ ISSO. - Manu implorou.
Dei de ombros e apertei o botão. "Desculpa Manu, mas você me atrapalhou também" falei enquanto Gizelly passava com ela pela porta. Foi até a borda da piscina, na parte mais rasa, o que para Manu já era extremamente fundo.
-Bom dia bebê. - Gizelly falou ironicamente antes de jogar a menor na água.
Tudo o que Manu conseguiu fazer, foi dar um pequeno grito. E eu gargalhava com a cena na porta da cozinha. Logo um pequeno ponto emergiu na piscina, lutando para ficar com a cabeça sob a água.
-Ok, eu mereci, eu sei. Da próxima vez coloquem uma meia na maçaneta do quarto que EU NÃO ATRAPALHO. - Manu esbravejou. - Agora me ajuda a sair daqui, Titchela. - Falou esticando a mão para Gizelly.
-Antes disso – Agachou-se na borda da piscina. - Você contou pra alguém? - Manu balançou a cabeça negativamente. - Ok, é pra manter assim por enquanto tá? Ou suas consequências podem ser piores que essa. - Sorriu ironicamente.
Manu concordou e esticou a mão novamente. Quando Gizelly à segurou, a pequena colocou o pé na borda da piscina dando um pequeno impulso e puxando a capixaba para dentro da água. Manoela gargalhava. Quando Gizelly emergiu, estava uma mistura de ódio e gargalhadas.
-MANOELA EU VOU TE MATAR! - Esbravejou jogando uma onda de água em Manu, o que acabou não fazendo muito sentido, a pequena já estava chorando de tanto rir da cara de Gizelly. - E VOCÊ NÃO VAI FALAR NADA, RAFAELLA? - Colocou as mãos na cintura, fazendo a melhor pose intimidadora dela.
-Eu não, nenhum dos planos foi meu mesmo, vocês que se entendam. - Gargalhei.
Se olhares matassem, ou, arrancassem pedaços, certamente eu seria dizimada da face da terra com o olhar enfurecido de uma certa advogada. Revirei os olhos e me aproximei da piscina, esticando a mão para Gizelly.
-Se você me puxar Titchela, vou dormir de calça jeans e arame farpado hoje. - Deixei um riso debochado escapar. Gizelly bufou, porque sim, ela iria me puxar. A retirei da piscina e re-estiquei a mão. - Vem Manuzinha!
A pequena segurou minha mão e puxou para baixo, assim como fez com Gizelly, só que com uma pequena diferença, eu nem me mexi.
-Sério Manoela? VOCÊ quer me puxar pra piscina? - Ela revirou os olhos enquanto à puxava para fora da água. - Eu tenho o dobro do teu tamanho e peso, minha princesa. - Gargalhei.
-Gizelly também parece um caminhão e eu a puxei. - Cruzou os braços.
-Acontece que: Gizelly é mole. - Gargalhei novamente e a capixaba saiu esbravejando sentido ao quarto do líder. - Isso fedida, vai tomar banho. - Recebi um dedo como resposta.
Eu e Manu nos sentamos no sol, para aproveitar o lindo dia e atualizar a fofoca do último dia, ou melhor, da última noite.
-E ai, me conta tudo! - Ela falou um pouco empolgada demais.
-Ah amiga, depois que vocês saíram, a gente se provocou um pouco em silêncio mesmo, ai ela me falou que tinha escutado nossa conversa, eu paniquei e ia descer, largar ela lá e pedir pra você ou a Ivy subirem, mas eu escutei ela esbravejar quando tava no terraço e pensei "Por que não?" entrei de volta no quarto e beijei ela.
-UUUUUIIIII – Deu tapinhas frenéticos com as mãos - Digno de novela mexicana, ganhou meu respeito Rafa Kalimann. E ai? Como foi a noitada?
-Não teve nada na noitada. - Ri sem graça. - A gente se beijou, a Gizelly teve praticamente uma crise de ansiedade falando da minha reputação lá fora e que não queria estragar tudo pra mim.
-Puta merda, eu já tinha falado disso pra ela! - Ao mesmo tempo que Manu cuspiu a frase, seus olhos arregalaram e levou suas mãos até a boca. Me encarou.
-QUÊ? Você sabia que ela tinha escutado nossa conversa? - Perguntei irritada.
-Então, sabia. - Abaixou a cabeça. - Ela me chamou pra pedir conselho sobre o que fazer depois de ter escutado nossa conversa, ela tava meio perdida sabe? E eu já tinha falado pra ela, que não adiantava se preocupar com a reputação depois de vocês terem SE PEGADO NA CASA MAIS VIGIADA DO BRASIL. - Elevou a voz, me arrancando uma risada. - Ai desculpa, ninguém pode saber, vou me controlar. Então, parece que meu conselho não foi convincente pra Titchela.
Suspirei.
-Não sei, acho que ela só queria saber o meu ponto de vista mesmo. Falei pra ela que eu não tava nem ai pra minha reputação lá fora, que entrei aqui prometendo viver tudo o mais intensamente possível e bla bla bla, falei na cara dela que to apaixonada por ela – Manu me encarou com um sorriso imenso nos lábios. - E falei que não esperava que ela disesse o mesmo e que estava tudo bem ela não sentir o mesmo. - Abaixei a cabeça e senti meus olhos marejarem. Estava tudo bem mesmo ela não sentir o que eu sentia, mas isso não significava que não doía.
-Por Deus, Rafaella! Às vezes eu tenho vontade de desistir de você. E ela?
-Ela falou que não ia falar que estava apaixonada por mim nem falar que não estava, que iria deixar no ar pra eu pensar, mas que ela definitivamente... – Puxei todo o ar que consegui para dentro de meu pulmão e o soltei gradativamente – Me ama.
-MEU CASAL! - Levantou pulando e gritando, apenas observei. - Puta merda, não é pra falar pra ninguém. Ai que saco, não posso nem me empolgar com vocês, inferno. - Sentou novamente, bufando. - Afinal, se o BRASIL sabe, por que aqui ninguém pode saber?
-Não é que ninguém pode saber, eu só prefiro deixar quieto por enquanto, nós não somos um casal nem nada, a gente ficou uma vez, vamos ver o que vai dar e sabe, os chernoboys já votam na gente por qualquer coisa, não quero dar mais motivos.
Manu assentiu com a cabeça, ficando em silêncio por algum tempo e depois me encarando com um sorriso tenebroso nos lábios.
-Então, eu quero ser madrinha de casamento e de pelo menos de um dos filhos e os outros vão me chamar de Tia Fada. Não aceito menos que isso. - Arregalei os olhos à encarando, arrancando gargalhadas da mesma. - Pai eterno, acabei de me tocar que atrapalhei a primeira vez de vocês. - Colocou a mão sobre a boca, em desespero.
Gargalhei.
-Tudo bem Manu, você não sabia, a meia vai estar na porta da próxima vez. Mas e você, algo relevante pra me contar de ontem?
Ela se ajeitou no gramado, mantendo-se o mais de frente possível pra mim.
-Então, até tenho, mas você DEFINITIVAMENTE não vai gostar.
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Vish, o que será que rolou que a nossa amada boazuda não vai gostar de saber?? 😱