Ensina-me amar

Autorstwa alinemoretho

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Sarah Rodrigues era uma bela e jovem garota criada sobre a dura disciplina de seu pai e rígida supervisão de... Więcej

Bem-vindo@:
Epígrafe
Prólogo
Um: Desamparada
Dois: Socorro
Três: Amizade
Quatro: Uma Chance
Cinco: Humilhação
Seis: Nova Vida
Sete: Boas-Vindas
Oito: Reencontro
Nove: Ele
Dez: Quebrada
Onze: Perdão?
Doze: Verdade
Treze: Bagunça
Quatorze: Reconciliação
Quinze: Medo
Dezesseis: Adaptação
Dezessete: Covarde
Dezoito: Sentimentos
Dezenove: Ciúmes
Vinte: Viagem
Vinte e Um: Pai
Vinte e Dois: Fé
Vinte e Três: Família
Vinte e Quatro: Sufoco
Vinte e Cinco: Retorno
Vinte e Seis: Confusão
Vinte e Sete: Temores
Vinte e Oito: Tormento
Vinte e Nove: Fuga
Trinta: Confissões
Trinta e Um: O Retorno
Trinta e Dois: Correção
Trinta e Três: Fazer o certo?
Trinta e Quatro: Temor
Trinta e Cinco: Voltar?
Trinta e Seis: Sujeição
Trinta e Sete: Aniversário
Trinta e Nove: Mãe
Quarenta: Padrinho
Quarenta e Um: Casamento
EPÍLOGO:
Agradecimentos

Trinta e Oito: Casar?

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Autorstwa alinemoretho

— Bom dia, filhinha — papai saudou ao me encontrar na cozinha passando um café. — Levantou cedo, Mabel teve dificiculdades para dormir esta noite?

— Não, depois de tanta farra ontem, dormiu como pedra. — Eu o encarei a tempo de vê-lo abrir um sorriso.

— O dia foi mesmo maravilhoso — ele comentou enquanto se espreguiçava. — Mabel se divertiu tanto com os sobrinhos do Josué que apagou. Você viu ela tentando levantar? Engatinhar já não o bastante pra ela, aposto que logo está andando por aí. — Papai suspirou. — Nosso bebê está crescendo rápido. 

— Sim... — Eu olhei para baixo, não compartilhando toda aquela animação. — Ela amou a festa.

Intrigado, papai resolveu se aproximar e me abraçar lateralmente.

— E quanto a senhorita? Gostou da surpresa de Victor?

O soar daquele nome, fez meu estômago contrair-se. Eu possuía algo muito importante para revelar ao meu pai, mas me sentia um pouco insegura, primeiramente porque nunca pensei que algum dia os assuntos do coração seriam tema de uma conversa com ele e depois, eu temia sua resposta quando soubesse quais eram as reais intenções de Victor para comigo.

— É, sim, mas... — Virei-me para ele e pensei muito bem como falaria aquilo. — Tenho algo pra te contar...

— Sim? — Ele percebeu minha hesitação. — O que houve, Sarah? Sabe que pode falar tudo comigo.

Assenti com a cabeça e esbocei um sorriso fraco.Tudo aquilo era estranho pra mim. Apesar de papai demonstrar grande interesse pela minha vida sentimental, eu nunca quis envolvê-lo e isso talvez tenha sido um dos meus muitos erros. Talvez estivesse na hora de fazer as coisas de um jeito diferente.

Percebi logo em seguida que seria melhor pensar em um modo melhor de me expressar. Por isso, por alguns instantes pedi licença, fui até a sala, peguei o que buscava em minha bolsa e levei comigo até papai.

— Foi o Victor quem me deu esse livro. — Entreguei o objeto a ele e encarei-o, um pouco temerosa. — Ele me pediu para pensar sobre esse presente e pelo título, o senhor já deve imaginar o motivo. 

Ele encarou o livro em suas mãos e, para minha surpresa, não houve choque algum. Na verdade, papai abriu um largo sorriso e isso me confundiu bastante.

— "Quando Pecadores Dizem Sim". — Olhou-me com uma sobrancelha erguida. — Hum, interessante.

— Interessante? Como assim? Pai, o senhor leu direito? — Cruzei os braços, indignada. — Victor insinuou querer casar comigo e o senhor vai dizer só isso?

Papai concordou com um manejo de cabeça.

— Pois é, e por que a surpresa? Acha mesmo que eu deixaria ele te dar esse livro com uma mensagem clara dessas, se eu não tivesse permitido? — perguntou e eu abri a boca, pasma com aquilo. — E então, qual sua opinião sobre isso? Sobre Victor?

Quando desembrulhei aquele presente e percebi qual era o conteúdo, quase morri do coração. Victor só podia estar louco por deixar clara suas intenções daquela maneira. Bem, para mim, meu pai não sabia de nada e essa era a parte mais assustadora. Eu nem mesmo consegui dormir por isso, fantasiando o quão constrangedor seria negar uma possível proposta de casamento, afinal eu não faria mais nada sem que o senhor meu pai aprovasse. E então, ele simplesmente sabia de tudo e ainda queria uma posição de minha parte.

— Sinceramente... — Tomei uma porção de ar, formulei a frase em minha cabeça, reformulei e agradeci muito pela paciência dele em esperar por minha confissão. — Eu o amo — disse por fim e, ao vê-lo abrir a boca, resolvi ser mais clara. — Victor está completamente diferente. É um homem que teme ao Senhor, me respeita e até agora não passou dos limites em absolutamente nada. Admiro o caráter dele e o modo como é gentil e procura fazer o bem  sobretudo porque, ao contrário do que pensei, ele não me abandonou e tem se mostrado um excelente pai. O melhor que eu poderia dar a minha filha.

— Bem, é bom que pense assim, pois ele mesmo veio me pedir sua mão há algum tempo e resolvi dar minha bênção, te entregando a ele em casamento — contou alegre.

O coração bateu mais rapidamente. Lembrei-me de todas as palavras, gestos e atitudes de Victor e pensei no quanto me sentia cada vez mais atraída pela ideia de sermos casados e de repente, do nada, meus desejos estavam prestes a ser concretizados. Isso me alegrava por um lado, mas me angustiava por outro, pois alguns medos e dúvidas começaram a surgir em minha mente.

— E se eu fosse você, tiraria esse pijama e se arrumaria, pois ele já me enviou uma mensagem e se entendi corretamente está vindo para cá, tomar café conosco — papai avisou todo animado e quando ameacei sair de perto dele, senti sua mão segurar em meu braço. — O que foi? Não ficou feliz com minha aprovação?

— Sim, papai, isso é tudo que eu queria, mas... — Umedeci os lábios. — O senhor tem certeza da sua bênção? Certeza absoluta que aprova minha união com o Vic? Eu não quero fazer nada para desagradar a Deus e ao senhor.

Papai abriu um sorriso largo e acariciou meus ombros.

— Sim, meu amor. Fiquei muito feliz porque ele me procurou antes e nós conversamos e oramos muito, pedindo uma direção do alto. No fim, Deus nos respondeu de forma surpreendente e confirmamos que essa é a vontade de Senhor pra você e Mabel. — Ele beijou minha testa e só nesse instante, eu senti paz e uma alegria inexplicável invadindo meu coração. Deus era surpreendente por zelar por mim através do amor e cuidado de papai. — Agora vá se aprontar, eu termino o café.

Atendendo ao pedido dele, eu corri até meu quarto e sorri ao encontrar Mabel de pé no berço. Eu, com pressa, troquei de roupas, arrumei o cabelo e fui até minha bebê para abraça-la e contar as novidades.

— Seu papai está vindo pra cá, sabia? Ele vem acertar tudo com sua mamãe  — revelei animada enquanto ela se mantinha distraída tentando puxar meu cabelo. — Eu oro pra que um dia você perceba quanta misericórdia Deus teve da sua mãe e seu pai e também de você, pois te deu um lar, minha ovelhinha.

Eu fiquei ali cuidando dela até ouvir o barulho da buzina de um carro familiar para mim. Senti certo receio, mas entreguei toda a minha ansiedade ao Senhor antes de deixar o meu quarto e seguir dessa vez com a bebê de volta para a cozinha.

— Pai, o senhor...

— Sim, eu fico com ela — ele me interrompeu rápido, já tomando Mabel para si. — Vá receber seu amado.

Sorrindo, depositei um beijo na bochecha dele e saí para a parte externa, descendo as escadas e seguindo em direção a a entrada de casa. Minhas mãos tremendo quase me impediram de girar as chaves na fechadura, mas assim o fiz e abri o portão, dando de cara com um lindo homem de sorriso charmoso.

— Victor — pronunciei devagar e confesso que, pela primeira vez em muito tempo, fiquei bem embaraçada diante dele.

— Sarah. — Ele riu e também parecia um pouco nervoso. — É bom te ver.

— Igualmente. — Coloquei uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e nós fizemos um silêncio meio constrangedor. Sem esperar mais, eu logo o convidei para entrar e ele, um pouco embaraçado, aceitou e passou para parte de dentro, já caminhando em direção às escadas. — Am... Você quer subir?

Ele me olhou de relance e balançoua cabeça negativamente.

— Na verdade, seu pai me deu permissão para conversarmos a sós aqui fora — ele contou e tomou um lugar em um dos últimos degraus, fazendo um sinal para que eu o acompanhasse. — Vem cá, mocinha.

Engoli em seco e respirando rápido, eu fui ao encontro dele.

—Olha, você faça o favor de ir direto ao ponto, ok? Eu fico enjoada quando me sinto nervosa e nesse momento estou uma pilha de nervos — pedi agitada, enquanto me sentava e o observava rir do meu nervoso. — É serio, Victor Augusto Ferraz, você me pegou de surpresa com aquele presente! Quem imaginaria? Você e papai aliados sem me dizerem uma só palavra.

— Surpresa? Meu amor por você, Sarah Rodrigues sempre foi óbvio e só escondi enquanto providenciava o pedido de sua mão ao Flávio e...

— Ah, Jesus! Então papai falou sério mesmo. Você quer se casar comigo! — Eu arregalei os olhos. — Quer, não é?

— Bem, isso depende se você vai me deixar falar ou não. — Ele sorriu quando viu o arrependimento em minha face. — Vai?

— Eu vou, eu vou! Perdão — Ergui as mãos em rendição. — Por favor, faça as honras.

Ele então segurou o ar e alcançou minha mão que estava fria como um bloco de gelo.

— Há algum tempo seu pai me perguntou quais eram minhas intenções em relação a sua pessoa e eu fui muito sincero, é claro. Afirmei o quanto te amava e queria me casar com você, mas não podia fazer isso. Não enquanto buscava uma solução para o problema da minha mãe — começou e eu engoli em seco, já prevendo qual era a extensão do tal problema. — Não foi fácil.

— Sua mãe se opôs? Victor, você sabe que nós não podemos casar sem a aprovação dela. Eu sei que ela é uma cobr... — Notei o olhar de tristeza dele e achei melhor não terminar a frase. — Ela é uma mulher de difícil temperamento, mas não é certo.

— Sim, minha linda, é exatamente por isso que eu tenho andado tão frustrado e cheateado. Confesso que o último mês foi o pior pra mim. Nós discutimos algumas vezes por alguns motivos, até eu explodir e acabar acusando ela de ter tentado matar minha filha. — Ele soltou o ar com força. — Depois disso, o clima entre nós ficou extremamente tenso e insustentável, a ponto de eu ameaçar ir embora de uma vez. Brigávamos a cada encontro porque eu simplesmente não aguentava ouvi-la difamando seu caráter, me chantageando e manipulando, eu... — A emoção o dominou e ele precisou de um momento para se recuperar. — Saber tudo quanto ela fez e como te prejudicou quase me matou por dentro.  

— Oh, Vic. — Acariciei as costas dele para acalmá-lo. — Sinto muito.

Ele sorriu pra mim.

— Por isso, expus tudo ao seu pai. Meus problemas familiares, minha fúria, fragilidades, medos e sentimentos em relação a você. — Nesse momento ele ergueu sua mão ao meu rosto e me acariciou com o polegar. — Então Flávio propôs que orássemos intensamente em busca de uma direção de Deus quanto a qual decisão eu deveria tomar. — Ele umedeceu os lábios. — Além disso, eu também queria me livrar do ódio tentando tomar conta do meu coração.

— E como Deus lhe respondeu? — Senti um nó se formando em minha garganta.

Ele me olhou tão firmemente que meu coração foi parar na boca e em seguida abriu o mais doce, lindo e gentil sorriso que eu poderia ver em seus lábios.

— Há uma semana, quando eu já estava perdendo as esperanças, cheguei em casa e fiquei sabendo pela Suellen o quanto, por minha culpa, nossa mãe estava abalada, pensando até em tirar a própria vida — contou e eu arregalei os olhos. — Cansado, eu me desarmei e fui ao encontro dela no jardim dos fundos, encontrando-a em prantos. Então, como Cristo manda, me humilhei e pedi perdão por ter me rebelado e também a perdoei por tudo quando ela implorou por uma reconciliação. — Aquela atitude dele realmente me emocionou e agradeci por Deus ter quebrantado primeiramente o coração dele. — Mostrei uma foto sua e de Mabel a ela e fui sincero em deixar claro, como, mesmo te amando tão profundamente e sabendo quão grande seria meu sofrimento se eu não pudesse tê-la como minha esposa, eu me contentaria em ser apenas um pai, caso não obtvesse a aprovação dela.

Estremeci com aquela declaração acalorada e se não tivesse expectativas positivas para o fim daquela narrativa, já teria entrado em desespero.

— E então, Vic?

— É incrível, ela me abraçou desesperada, confessando ter medo de me perder e sentia grande pesar por ter me prejudicado. — Ele fez uma pausa e depositou um beijo em minha mão. — Então me deu sua bênção e eu soube como o Senhor estava aprovando nossa união.

A notícia foi recebida por mim com grande emoção. A felicidade extrema me motivou a abraça-lo com força, enquanto interiormente eu agradecia a Deus por aquela bênção graciosa e totalmente imerecida.

— Eu nem acredito! Que bênção, meu Deus! — eu me afastei apenas para encarar aqueles belos olhos azuis. — Então quer dizer...

— Quer dizer que vamos nos casar e o mais rápido possível. — Ele beijou minha testa e me abraçou mais uma vez. — Você aceita ser minha esposa?

Aconcheguei minha cabeça ao peito dele e assenti veemente.

— Sim, é claro que eu aceito! — Suspirei sentindo-me ainda em choque. — Deus nos deu a chance de fazermos as coisas do jeito certo dessa vez.

— O Senhor Jesus é Aquele que veio para restaurar e devemos honras ao nome dele eternamente — Notei quando ele fechou os olhos. — Louvado seja o seu nome, Senhor.

Nós oramos juntos durante alguns instantes e estávamos prontos a subir para anunciar tudo ao papai e comemorar, quando Vic me impediu de levantar.

— Sarah, após nos dar a bênção, minha mãe fez um pedido e sei que não será fácil pra você, mas... — A hesitação dele em seu olhar me deixou insegura. — Ela quer conhecer a Maria de perto. Nos convidou para um almoço e acho que deveríamos aceitar.

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