The Stripper (rabia version)

By sunshinecabell

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

Capítulo 1 - Duas Vidas
Capítulo 2 - Voltando ao Brasil
Capítulo 3 - The Stripper
Capítulo 4 - Nova Presidência
Capítulo 5 - Primeiro Dia
Capítulo 6 - Conversa e mais tempo juntas
Capítulo 7 - A dança
Capítulo 8 - O beijo
Capítulo 9 - Perdendo o controle
Capítulo 10 - Le Café
Capítulo 11 - Devaneios
Capítulo 12 - Confusão
Capítulo 13 - Presente, carona e conversa
Capítulo 14 - Jogo perverso
Capítulo 15 - Chegada inesperada
Capítulo 16 - Reencontro
Capítulo 17 - Conhecendo a família
Capítulo 18 - Um dia diferente
Capítulo 19 - O jantar
Capítulo 20 - Dura realidade
Capítulo 21 - O troco
Capítulo 22 - Perdidas
Capítulo 23 - Arrisque-se
Capítulo 24 - Toda hora
Capítulo 25 - Caminhos cruzados
Capítulo 26 - Desentendimentos e Desculpas
Capítulo 27 part 2 - Uma nova aliança
Capítulo 28 - Um dia especial
Capítulo 29 part 1 - Momentos
Capítulo 29 part 2 - Vitória do Inimigo?
Capítulo 30 - A descoberta
Capítulo 31 - Confronto
Capítulo 32 - Turbilhão de sentimentos
Capítulo 33 - Caindo em tentação
Capítulo 35 - Coisas do passado
Capítulo 37 - Pedidos
Capítulo 38 - Erros e arrependimentos
Capítulo 39 - Presente especial
Capítulo 40 - Vai dar tudo certo?
Capítulo 41 - Mentir, sim ou não?
Capítulo 42 - O Prêmio
Capítulo 43 - Noite de descobertas
Capítulo 44 - O inimigo comemora.
Capítulo 45 - Sair, sim ou não?
Capítulo 46 - Decisão
Capítulo 47 - The Lap Dance
Capítulo 48 - Xeque-mate
Capítulo 49 - Estratégia
Capítulo 50 - Nova Era
Nova Fanfic
Capítulo 51 - Acerto de contas
Capítulo 52 - A perda

Capítulo 27 part 1 - Uma nova aliança

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By sunshinecabell

Point of view Bianca Andrade

Sabe quando depois de um dia cheio você deita na cama e reflete sobre tudo o que houve? As situações passam em sua cabeça como um filme diário de tudo que você viveu. Momentos bons ou ruins, todos eles se recriam na sua mente com o menor dos detalhes, lhe fazendo sorrir ou chorar.

Depois do momento no carro com Rafa, ficamos conversando por pouco tempo na frente de meu prédio.

"– Tem certeza que não quer dormir comigo? – Rafa perguntou assim que desligou o carro.

Era no mínimo tentador a ideia de ir para sua casae dormir em seus braços. Se é que iríamos dormir, é claro.

- Eu quero muito, mas é melhor não. Por enquanto.

Rafa me fitou sem entender.

- Eu não sei qual é o seu medo, Bia, somos adultas.

- Eu sei, e sei que você não entende. Mas isso não vem ao caso agora.

- Me dê ao menos um motivo?

- Não quero que falem nada, não quero ser apenas mais uma. – Falei olhando fixamente em seus olhos.

Rafa semicerrou os olhos, e delicadamente tocou em meu rosto.

- Você nunca seria apenas mais uma, isso eu lhe garanto. – Falou de forma sincera.

- Por que diz isso?

Ela sorriu, e apertou as mãos no volante.

- Eu não sou boa falando essas coisas...

Pela primeira vez, Rafa ficou sem jeito.

- Diga.

- Outro dia eu digo, ok?

Eu sorri para Rafaella, negando com a cabeça.

- Sim, eu prometo que direi. Agora não é a hora certa.

- E quando será?

- Isso é um segredo, srta. – Rafa falou roubando-me um beijo.

- Quer entrar? – Perguntei sorrindo.

- Você é insaciável?

- Talvez eu seja. – Falei soltando uma piscada para ela.

- Deus ouviu minhas preces.

Soltei uma risada junto de Rafaella.

- Agora sério, eu não vou entrar. Não ficaria bem, suas amigas estão aí, então, é melhor não.

- Certo, então eu já vou.

- Tudo bem, Bia. Tenha uma boa noite.

- Boa noite, Kalimann. – Falei bem próximas aos seus lábios.

Rafa veio com o impulso para me morder, e então me afastei.

- Sonhe comigo. – Falei saindo do carro.

A mulher fitou-me com um sorriso. Eu já do lado de fora, aproximei-me de sua janela que estava aberta.

- Eu sempre sonho.

Sorri, aproximando-me dela para depositar um beijo calmo em seus lábios tão macios.

- Até mais.

- Até mais, Bia."

Eu abri os olhos sentindo o meu celular vibrar. Tateei com as mãos sobre o pano da cama, pegando o pequeno aparelho no qual destravei. Um mensagem.

"Ainda não consigo aceitar sua ausência em minha cama essa noite" – Rafaella Kalimann.

Sorri sem acreditar. Eram duas horas da madrugada e a mulher pensava em mim como eu pensava nela. Uma sensação boa tomou conta de mim, saber que Rafa me tinha nos pensamentos provocava-me algo inexplicável.

"Você já devia estar dormindo, o que faz acordada tão tarde?" – Mandei.

"Não consegui dormir, estava pensando em umas coisas" – Rafa respondeu rapidamente.

" Posso saber no que estava pensando?"

A mulher demorou alguns minutos, mas então respondeu.

"Claro, estava pensando em uma mulher linda, cujo nome é Bianca Andrade. Conhece?"

Sorri no mesmo momento que li sua mensagem. Era tudo tão diferente, Rafa tinha diversos lados que eu ainda iria conhecer. Eu poderia dizer que a mulher era um conjunto de sensações para um ser humano. Ela podia ser quente, e sexy e ao mesmo tempo tão delicada e doce.

"Humm, conheço. Ela me falou de você"

"De mim? O que ela disse?"

" Isso é segredo"

"Cheias de segredos, não é? Ainda descobrirei todos."

Confesso que naquele instante meu coração palpitou. O medo de a mulher descobrir tudo me assombrava cada vez mais.

"Eu? Imagina"

Rafaella demorou mais do que o normal para responder, fazendo-me aumentar cada vez mais a ansiedade que sentia.

"Bia..."

Eu amava quando ela me chamava daquela maneira.

"Sim?"

"Quer passar esse final de semana comigo?"

Não era minha chefa ali, não era aquela imponente. Era apenas Rafaella, aquela mulher de sorriso largo que eu havia visto na casa de seus pais. Eu devia ter demorado a responder, pois novamente uma mensagem sua chegou.

" Então... Quer?"

"Sim, eu quero, Rafa."

"Perfeito! Lhe pego amanhã. Agora durma, vamos ter um longo final de semana pela frente. Boa noite, e se possível, sonhe comigo, porque tenho certeza que irei sonhar com você, Bianca Andrade."

Ela só podia estar brincando comigo. Eu me sentia inerte, de tamanha felicidade. Deixei o aparelho celular de lado, fechando os olhos, pensando em tudo que ainda iria acontecer ao seu lado.

[...]

Acordei com o barulho de batidas fortes na porta. Deus!Quem seria àquela hora da manhã? Esfreguei os olhos, fitando o pequeno relógio ao lado de minha cama. 6:30 da manhã. Será Rafaella? Não, ela não era invasiva e indiscreta de tal maneira. Levantei da cama devagar, calçando as pequenas pantufas e caminhando em direção à porta, assim que fitei pelo olho magico vi Mônica e Íris.

O que será que havia acontecido? Pensei abrindo a porta rapidamente, recebendo de imediato um abraço apertado de Íris.

- Je! – A criança praticamente gritou me abraçando.

Envolvi a pequena em um abraço apertado, sentindo suas mãos rodearem minha cintura de forma carinhosa. Olhei para Mônica que me encarava séria, prestando atenção em cada movimento nosso.

- O que está havendo? – Perguntei confusa.

- Trouxe sua irmã para cá. Preciso fazer uma viagem, e não posso levá-la. Por isso, fique com a menina até eu voltar. – A mulher falou entregando-me uma mochila.

- Mamãe me deixou ficar em sua casa, não é legal? – Perguntou a menina de forma alegre.

- Claro! é maravilhoso!

- Espero que nesse período você não faça a cabeça da menina. – A mulher alfinetou.

- Garanto que ao contrario de você, só tenho coisas boas a ensinar para minha irmã.

- Imagino muito bem o que tem para ensinar a ela.

- Imagina?

- Claro, não posso esperar muita coisa de você, Bianca.

- Não vou permitir que venha me insultar em minha casa, se coloque daqui para fora. – Falei com raiva.

- Isso é jeito de falar com sua mãe, garota?

- Agora você é minha mãe? Sinto muito, mas não,não lhe tenho como mãe.

Seu olhar para mim não foi dos melhores, eu podia ver em sua expressão a irritação com minhas palavras.

- Bianca? O que está havendo? – Ouvi a voz de Manu ao fundo, a mulher se aproximou com cara de sono, ficando séria no exato momento que viu Mônica parada diante de mim.

- A vida está muito boa aqui, não é mesmo? Dormem até essa hora! – Exclamou a mulher em deboche.

- Estava ótima até ver sua presença em minha casa. – Manu falou séria.

A mais velha revirou os olhos, cruzando os braços.

- Você é a Manu! – Íris correu para os braços de minha amiga.

- Ei, que conhecer ver você!

- Você é quase do meu tamanho!

- Ei, você é atrevida! – Manu falou abraçando a pequena.

Sorri ao fitar minhas duas irmãs. Mas parei ao fitar Mônica.

- Cuide bem de sua irmã, assim que eu voltar venho para buscá-la.

- Com isso não se preocupe. Vá tranquila.

Troquei um último olhar com a mulher que dizia ser minha mãe. Eu um dia, a amei. Amei como toda filha amava seus pais. Mas hoje, eu já não sabia mais o que sentir, e nem o que pensar a respeito da mulher que estava em minha frente. Depois de tudo que havia vivido, meu sentimento por ela se resumia a nada.

- Voltarei logo. – foram suas últimas palavras antes de se retirar.

Fechei a porta sentindo o costumeiro mal-estar ao vê-la. Suas alfinetadas sempre conseguiam me abater, por mais forte que eu quisesse ficar. Ela me deixava fraca. Respirei fundo encarando a pequena menina que me fitava com um largo sorriso, aquela sim me dava motivos para continuar.

- Nossa, eu estou tão feliz! Vamos nos divertir muito, não é meninas?

- Claro que vamos, Íris!

A pequena menina de cabelos castanhos correu em minha direção, abraçando-me novamente.

- Senti sua falta, Bi.

- Eu sempre sinto sua falta.

Dei um pequeno sorriso que a mesma cuidou de retribuir.

- Vem comigo, Íris, vamos acordar a Mari! – Manu falou puxando a menina que riu.

Era bom vê-la ali, Manu sempre soube a vontade que eu tinha em trazer a menina parar morar junto a mim. Eu, mais que ninguém, sabia o quão ruim era viver entre as crises de Sandro e Mônica. Eu não queria que minha irmã tivesse o mesmo destino que o meu, que sofresse tudo que sofri. Sorri ao vê-las sumirem pelo corredor até o quarto de Mari. Caminhei em direção à cozinha, para preparar um bom café da manhã.

Minutos depois estávamos todas à mesa, em uma conversa engraçada sobre como Mari havia acordado assustada aquela manhã. Não era para menos, é claro, Íris e Manu se jogaram em cima dela de uma só vez.

- Eu fui esmagada! – Mari falou enquanto comia panqueca.

- Foi com carinho, Mari, não seja reclamona.

- Je, você tinha que ver, Manu se jogou em cima de Mari! – Íris falou rindo.

- Eu sei bem como é, ela faz o mesmo comigo.

- E você morreu? Não, pois parem de drama! Eu nem sou pesada! – Manu falou.

- Com você foi mais suave, não é Bianca, eu acordei pintada feito uma palhaça.

Eu ri de Mari que contava.

- Em minha defesa, a ideia foi de Íris! – Manu falou levantando os braços.

A menina gargalhou,fazendo-nos rir também. Tomei o pouco que ainda restava de meu café, quando senti meu celular vibrar. Uma mensagem.

"Bom dia! Miguel está a sua espera aí embaixo."

Droga! Eu havia esquecido de Rafaella, eu não podia mais ir. Não com Íris aqui.

Levantei da mesa, e caminhei com o celular para a sacada. E realmente o sedan de Rafa estava estacionado em frente ao meu prédio. Miguel permanecia parado como um bom funcionário. Não demorou muito para meu celular começar a vibrar novamente, dessa vez a mulher ligava.

"Bom dia, Bia" – Lauren falou suavemente. – " Recebeu minha mensagem?"

"Bom dia"

"Aconteceu algo?" – Seu tom de voz foi preocupado.

" Eu não vou poder ir com você, Rafa"

A mulher ficou em silêncio por alguns segundos, provavelmente se chateando com minha decisão.

"Pode me falar... Hum... o motivo?"

"Sim, claro...minha mãe trouxe Íris para ficar comigo. Então, não tive como recusar, você sabe minha situação, não é?"

"Claro, eu imagino."

Rafaella era consciente de minha situação. No último final de semana no qual passamos juntas, a mesma havia ouvido minha história,e sabia o quão importante era a presença de Íris para mim.

"Está chateada?" – perguntei mordendo os lábios.

"Não, Não. Só desanimada, confesso que estava ansiosa para ficar com você"

Eu sorri ao ouvir sua voz doce do outro lado da linha.

- Namorando ao telefone, Bianca? – Ouvi Manoela gritar do fundo.

Rafa do outro lado da linha riu.

"Vê o que tenho que aguentar?"

"Sim"

"Rafa, obrigada pelo convite,eu realmente sinto muito em não poder ir"

"Você pode"

Semicerrei os olhos, sem entender.

"Eu não posso, Rafa. Desculpa, mas você tem que entender"

" Claro que pode, arrume suas coisas e traga Íris com você"

"Rafa.."

"Bianca, por favor. Aposto que Íris vai adorar"

"Tem certeza?"

"Espero você em meia hora. Beijo" – Rafa falou antes de desligar.

Eu sorri diante do telefone, não acreditando no que estava acontecendo. Rafaella estava determinada que passaria aquele final de semana em minha presença. E eu estava animada com isso.

Point of view Rafaella Kalimann

Eu não havia esperado a resposta de Bianca se viria ou não a meu encontro. Andei de um lado para o outro dentro daquela sala pensando se aquilo era certo. Eu estava me deixando envolver por aquela carioca tão bela. E aquilo era sinônimo de sentimento e fragilidade, que, com toda certeza, não tinha menor ligação comigo. Fechei os olhos respirando fundo, tomando forças para seguir em frente, até que ouvi três batidas na porta.

- Entre.

Bianca adentrou a sala com um lindo sorriso, a morena estava com um estilo despojado. Calças jeans clara, e uma blusa vermelha que deixava um pouco de seu abdômen amostra, seus cabelos estavam ondulados. Linda, como sempre.

- Já estava pensando que não viria. – Falei me aproximando.

- Eu não devia ter vindo, mas...

- Mas você quer, assim como eu.

Falei puxando Bianca pela cintura, unindo seu corpo ao meu.

- Rafa, estamos no escritório. – Sussurrou a morena com receio, afastando-se um pouco.

- Não se preocupe.

Não dei tempo nem para Bianca pensar, puxei a mulher para mais junto de mim, selando meus lábios nos seus. Bianca não recusou, muito pelo contrário, envolveu meu pescoço com os braços e retribuiu de forma lenta e deliciosa, mas parando no exato momento que alguém abriu a porta.

- Meu Deus! – Exclamou Bianca soltando-se.

- Oh, desculpe, Je, eu estava procurando você. – Uma pequena garota falou nos fitando desconfiada.

- Tudo bem, venha até aqui, deixe-me lhe apresentar alguém.

A menina de cabelos castanhos e olhos da mesma cor se aproximou curiosa. Seus traços eram semelhantes a os da maior ao seu lado.

- Bom, essa aqui é minha irmã, Íris. E Íris, essa é..

- Rafaella Kalimann, eu sei.

Sorri, perguntando-me como a pequena me conhecia.

- Já lhe vi antes, srta? – Perguntei sorrindo.

- Não, mas eu vi você nas revistas e a Bianca fala muito de você.

Bianca sorriu envergonhada.

- Espero que tenham falado coisas boas de mim.

- Ela falou sim, disse que você era muito bonita, igual aquelas mulheres de capa de revista.

- Foi mesmo? Acho que precisamos conversar mais sobre isso, Íris.

- Não precisam nada, Íris, isso era um segredo. – Bianca falou nos afastando.

- Você devia ter me avisado, Je – a menina sussurrou para a irmã me fazendo rir.

- Je? – perguntei confusa.

- Coisa de família. – Bianca sorriu amarelo.

- Certo, então. Chega de papo meninas. Temos que ir.

- Onde vamos, Rafaella? – Íris perguntou andando ao meu lado.

- Vamos para o meu helicóptero agora.

- Oh, Deus, um helicóptero? Você sabe pilotar?

- Eu sei sim, mas não serei eu a pilotar. Tenho alguém para isso. Você já voou antes?

- Nunca, eu sempre quis ir. Não é, Je?

Bia nos encarava com um sorriso.

- É verdade.

- Perfeito, você vai adorar. Vou pedir para Bart lhe levar na frente. Você quer?

- Simm! – a menina falou animada.

[...]

- Uau! Isso aqui é demais! – Íris falou deslumbrada, a menina estava ao lado do piloto, tendo a melhor visão do helicóptero.

Olhei para Bianca que era só sorriso. Era nítido o quanto a morena ao meu lado amava sua irmã. O sorriso de Íris era o de Bianca. E o dela era o meu. Deslizei uma de minhas mãos até repousar sobre a dela. A morena me fitou de forma intensa, e carinhosa.

- Prometo que será o primeiro dos melhores finais de semana de sua vida.

- Eu tenho certeza que será.

Seguramos nossos olhares por breves segundos. E, naquela fração de segundos, eu me senti leve, como jamais havia me sentido antes. Essa era o poder que Bianca tinha sobre mim. Seus olhos castanhos e seu belo sorriso me deixavam leve, bem. Deus, eu sabia o que se passava, eu só não acreditava...

Como ela havia conseguido? Quebrar a muralha que eu havia construído ao meu redor durante tantos e tantos anos? O que tinha naquela mulher?

- Rafa?

- Sim?

- Obrigada.

- Pelo quê?

- Por tudo.

Levei um das mãos até seu rosto, trazendo o mesmo para de encontro com o meu. Beijando seus lábios lentamente, degustando do sabor que a mesma possuía.

- Eu ainda não fiz nada, mas prometo que farei. – Falei.

Eu pude ver Íris nos olhar com um sorriso. Eu fiz um sinal de segredo para a garotinha que assentiu.

Point of view Ivy Moraes

Estava preparada para reconquistar Rafaella. A mesma estava em puro conflito com a secretária e a melhor amiga. Jennyfer, por outro lado, era apenas uma prostituta de boate de quinta. Não tinha a menor possibilidade de tirá-la de mim. Não mesmo. Estava com o plano fixo de ter a mulher de volta, e eu a teria, custe o que custar.

- Onde está Rafaella? – Perguntei irritada ao enorme homem fardado de preto.

- Não sei lhe informar,sra. – O homem falou sério.

- Não me faça de idiota. Você é o segurança daqui.

- Exatamente, sou apenas o segurança.

Revirei os olhos bufando para o homem. Entrei no prédio vendo apenas alguns funcionários em conversas entretidas. Perguntei aos mesmos sobre informações, e apenas disseram que a mesma havia saído. Ao fundo pude ver Igor Carvalho entrando no elevador. Corri em sua direção, ele provavelmente saberia onde sua melhor amiga estaria.

- Igor! – Acenei para o mesmo que sorriu, ao seu lado uma mulher de corpo escultural revirou os olhos ao me encarar.

Coloquei uma das mãos impedindo que o elevador se fechasse. A porta se abriu novamente, dando-me espaço para entrar.

- Finalmente!

- Está tudo bem, Ivy? – O homem perguntou.

- Sim, está. Quero saber se pode me informar onde sua amiga foi.

- Eu não sei. – Ele falou rápido.

- Vamos lá, Igor. Eu sei de sua amizade com Rafaella, diga-me. Ela sempre lhe conta tudo.

O homem parecia pensar.

- Eu não sei,Ivy , de verdade.

- Tive a informação que ela acabou de sair num helicóptero. – Fui insistente. – Só preciso saber onde ela foi, pode me dizer para onde?

- Ele não sabe, será que você ainda não entendeu? – A mulher se pronunciou de forma ousada.

Fitei a mesma em pura irritação. Quem a mulher pensava que é para falar de tal maneira comigo?

- Estou me perguntando quem você pensa que é nesse momento.

- Manu Gavassi, muito desprazer em lhe conhecer. – Falou de forma debochada.

Igor pigarreou algumas vezes.

- Quem lhe deu o direito de falar assim comigo? Você sabe com quem está falando?

- Sim, uma ex inconveniente de minha chefa.

- Meu Deus! Posso colocar você na rua, sabia?

- Não querida, você não pode. Você não é nada aqui dentro.

- Meninas...- Igor começou a falar.

-Ah! Agora sei quem você é – Falei rodeando a mulher dentro do elevador - Amiga da secretariazinha, não é? Bianca!

- Sim, eu realmente sou amiga da namorada de Rafaella, Bianca.

Namorada? O que aquela mulher estava falando? Rafa estava no dia anterior queimando em ódio da mesma.

- Você está louca? Rafa não quer ver sua amiga nem pintada de ouro! – Falei rindo de forma sarcástica para a morena que abriu um sorriso cínico.

- Tem certeza? As duas estão a caminho de um perfeito final de semana...Você sabe, não é? Clima romântico, longe de gente ruim feito você.

- Manu...- Igor sussurrou.

Eu não podia explicar o ódio que me consumiu aquele momento. Imaginar que Rafa e a secretária estavam juntas foi o fim. Ela não sabia com quem havia se metido. Não mesmo.

-Você só pode estar brincando comigo.

- Estou lhe dando a real da situação. Então pare de perturbar, Rafaella não a quer mais.

As portas do elevador se abriram, e no mesmo instante saí daquele lugar. Eu iria separar aquelas duas, de alguma forma, mas iria. Bianca Andrade não sabia o que a esperava.

Sai da Kalimann Industry com tamanha raiva que não podia explicar. Eu sentia meu corpo quente, e minha cabeça prestes a explodir. Se as duas pensavam que esse relacionamento idiota iria durar, elas estavam redondamente enganadas. E eu sabia quem poderia me ajudar.

Entrei em meu carro, pegando o aparelho celular. Disquei o numero e não demorou muito para que ela me atendesse.

"Karine eu preciso de você, me encontre no restaurante de esquina com a Imperium em 20 minutos"

[...]

Entrei no estabelecimento notando poucas pessoas, ao fundo pude ver Karine sentada, remexendo sua xícara de forma impaciente. Caminhei em direção à mulher, sentando-se em sua frente.

- Pensei que não viria, já estava cansada de esperar. – Resmungou a mulher.

- Pare de reclamar, sabe que lhe pago por todas informações que me dá.

- Mais do que sua obrigação, não é?

Acenei para a garçonete que rapidamente veio a nosso encontro.

- Veja-me um café sem açúcar, por favor.

A garota anotou e rapidamente se retirou.

- O que quer comigo?

- Quero que me ajude a separar uma mulher de Rafaella.

- Outra? – perguntou ela rindo de forma debochada.

- Sim. Uma aproveitadora de quinta está nos braços dela a essa hora.

- E como posso lhe ajudar? – Perguntou a mulher tomando um pouco de seu café.

- Eu quero que você faça a secretariazinha descobrir que Rafaella tem um caso com Jennyfer.

Karine semicerrou os olhos, processando meu plano.

- Você só pode estar louca. Rafaella manda me matar. – Exclamou a mulher.

- Não seja idiota. Rafa nunca faria isso.

- O que eu ganho em troca?

- Muito dinheiro,minha querida.

- Ivy, posso até lhe ajudar, mas tenho alguém melhor para fazer isso.

- Melhor que você, sei que deve ter muitas.

Karine revirou os olhos.

- Enfim, vou lhe dar o numero da pessoa que mais conhece Jennyfer. Ela vai lhe dar todas as informações necessárias para você dizer a moça lá.

- Perfeito, anote para mim.

Karine pegou a pequena caneta, anotando o número da pessoa que me ajudaria.

- Como ela se chama? – Perguntei

- Amber, ela é a dona da Imperium.

- Hum! Então é melhor ser pessoalmente. Leve-me até ela.

[...]

Entramos na Imperium fora de horário. A boate estava totalmente vazia, apenas com a pequena movimentação de responsáveis pela limpeza. Karine me guiou entre os corredores da boate até a sala onde a dona estaria.

- Amber? – Karine chamou diante de sua porta, dando três pequenas batidas.

"Entre"

Ouvimos a mulher dizer. Karine lançou-me um sorriso e então abriu a porta. Ao entrar, deparei-me com uma loira de aparência elegante e expressões decididas.

- Trouxe uma amiga que deseja muito tratar de um assunto com você.

Sorri para a mulher que se levantou, encarando-me dos pés a cabeça de forma avaliativa.

- Como se chama?

- Ivy Moraes. É um prazer lhe conhecer, Amber.

- O prazer é todo meu, sente-se.

Sentei-me em frente à sua mesa.

- Desejar beber algo? – A loira perguntou.

- Um Martini, por favor.

Amber caminhou até o balcão de bebidas, servindo dois copos. Que logo cuidou de me entregar.

- Posso saber o motivo de sua visita?

- Sim, claro... Tenho uma proposta a lhe fazer.

- Sou toda ouvidos! – A loira falou sorrindo.

- Vou ser bem clara com você,eu sou a esposa de Rafaella Kalimann. Mulher cujo qual esta tendo um envolvimento com uma de suas dançarinas, mais precisamente, Jennyfer.

A mulher me encarou surpresa, e ao mesmo tempo curiosa.

- Onde entro nisso?

- Eu preciso de informações, minha querida. Rafaella está se envolvendo com outra mulher também.

- Céus, essa Rafaella gosta mesmo da coisa, não é? – Soltou com um sorriso.

- Até demais! Mas enfim, eu quero tirar ambas de meu caminho, e preciso de sua ajuda.

- O que lhe faz pensar que vou lhe ajudar, Ivy?

- Veja bem, Amber, eu conheço Rafa, e o poder que ela tem. Sei que essa tal de Jennyfer é a melhor dançarina que você tem aqui.

- Sim, Jennyfer é a melhor de todas.

- Então, se Rafa continuar com o envolvimento com a mesma, não irá demorar para tirá-la daqui, entende?

- O que quer dizer?

- Quero dizer que, a partir do momento que a mesma decidir que Jennyfer é sua, não irá mais deixá-la dançar. E em consequência disto, você perde a sua mina de ouro.

Menti na cara duro, já que Rafaella nunca tomaria tal atitude. Porém eu queria que meu plano desse certo.

Amber ficou séria, provavelmente pensando em tal ideia.

- Jennyfer não me deixaria na mão.

- Ela deixaria, uma mulher quando está perdida em um amor, faz tudo. E você sabe disso.

- Não, eu não concordo.

- Amber, eu não preciso de sua resposta imediata. Apenas pense no que disse, ok?

- Eu não tenho o que pensar.

- Sim, você tem, e sabe que tem. Vou deixar meu numero aqui,assim que mudar de ideia, me ligue.

Peguei um pequeno cartão em minha bolsa entregando a loira que fitava intrigada.

- Pense muito bem, e me ligue. – Falei com um sorriso, me retirando da sala.

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