The Stripper (rabia version)

By sunshinecabell

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

Capítulo 1 - Duas Vidas
Capítulo 2 - Voltando ao Brasil
Capítulo 3 - The Stripper
Capítulo 4 - Nova Presidência
Capítulo 5 - Primeiro Dia
Capítulo 6 - Conversa e mais tempo juntas
Capítulo 7 - A dança
Capítulo 8 - O beijo
Capítulo 9 - Perdendo o controle
Capítulo 10 - Le Café
Capítulo 11 - Devaneios
Capítulo 12 - Confusão
Capítulo 13 - Presente, carona e conversa
Capítulo 14 - Jogo perverso
Capítulo 15 - Chegada inesperada
Capítulo 16 - Reencontro
Capítulo 17 - Conhecendo a família
Capítulo 18 - Um dia diferente
Capítulo 19 - O jantar
Capítulo 20 - Dura realidade
Capítulo 21 - O troco
Capítulo 22 - Perdidas
Capítulo 23 - Arrisque-se
Capítulo 24 - Toda hora
Capítulo 26 - Desentendimentos e Desculpas
Capítulo 27 part 1 - Uma nova aliança
Capítulo 27 part 2 - Uma nova aliança
Capítulo 28 - Um dia especial
Capítulo 29 part 1 - Momentos
Capítulo 29 part 2 - Vitória do Inimigo?
Capítulo 30 - A descoberta
Capítulo 31 - Confronto
Capítulo 32 - Turbilhão de sentimentos
Capítulo 33 - Caindo em tentação
Capítulo 35 - Coisas do passado
Capítulo 37 - Pedidos
Capítulo 38 - Erros e arrependimentos
Capítulo 39 - Presente especial
Capítulo 40 - Vai dar tudo certo?
Capítulo 41 - Mentir, sim ou não?
Capítulo 42 - O Prêmio
Capítulo 43 - Noite de descobertas
Capítulo 44 - O inimigo comemora.
Capítulo 45 - Sair, sim ou não?
Capítulo 46 - Decisão
Capítulo 47 - The Lap Dance
Capítulo 48 - Xeque-mate
Capítulo 49 - Estratégia
Capítulo 50 - Nova Era
Nova Fanfic
Capítulo 51 - Acerto de contas
Capítulo 52 - A perda

Capítulo 25 - Caminhos cruzados

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By sunshinecabell

Oláaaaa
Sentiram minha falta?
Já sabem: me avisem dos erros pq eu sou lerda.
Aproveitem o cap pq ele é bem importante p decorrer da fic.
Bj
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Point of view Bianca Andrade

Já eram quase oito horas da noite, e eu ainda estava parada diante de três vestidos estendidos sobre a cama. Olhava atentamente para os três, qual será que Rafaella gostaria de me ver usando? Conhecendo seus gostos, eu apostaria em sua resposta uma única palavra.

Nenhum.

Sorri diante de minhas ideias ao imaginá-la falando isso com aquele sorriso cafajeste e ousado, acompanhado de sua íris esverdeada em uma tonalidade escura. Hoje, nosso dia havia sido diferente, trabalhar na Kalimann Industry nunca havia sido tão prazeroso. Depois do delicioso acontecimento no elevador essa manhã, meu humor estava à mil. Deus, Rafaella conseguia me fazer perder o juízo. Quantas e quantas câmeras naquele elevador haviam nos gravado daquele jeito?

Não era bom nem pensar. Fazer a alegria dos vigilantes daquele prédio não estava entre minhas intenções.

Neguei mentalmente com a possibilidade no qual Rafa parecia não se importar nem um pouco ao me fazer sua daquele jeito, que eu confesso ter gostado muito. Eu a amava assim: dominadora e poderosa. Eu me rendia fácil, por mais esforço que eu fizesse em resistir. Eu não conseguia. Ela tinha um poder sem igual sobre mim, seus olhos me hipnotizavam lentamente, deixando-me à mercê de suas vontades.

- Ainda não decidiu isso? Daqui a pouco você tem que ir. – Ouvi Mari entrar no quarto despertando-me de meus pensamentos.

- Eu não consigo escolher qual o melhor. O que acha?

- Eu acho que, para Rafaella, tanto faz, ela quer mesmo é ver você sem roupa. – Manu falou entrando atrás.

Soltei uma risada ao ouvi-la.

- Manu empre muito delicada. – Mari falou fitando os três vestidos. – Você devia ir com este.

A mulher falou apontando para o vestido preto com detalhes de renda.

- Porque escolheu esse?

- Digamos que ele se encaixa bem à ocasião. Rafaella parece gostar de preto, e esse vestido é bem sensual. Use saltos e meias pretas, sabe?

- Mariana dando conselhos em como ser sexy...eu nunca pensei que veria isso! – Manu falou se jogando na cama.

- Tenho meus segredos, Gavassi. – Mari falou fingindo mistério.

- Alguém chame a Mariana, por favor, abduziram minha amiga. Saia de perto de mim em nome de Jesus seja lá quem for você! – Manu falou fazendo símbolo de cruz com os dedos.

Mari e eu caímos em uma risada alta.

- Não sei o que seria de mim sem vocês, meninas.

- Nada querida, ela não seria nada. – Falou convencida.

- Bianca, não fique perdendo tempo, vá logo se arrumar.

- É melhor não perder tempo mesmo, você tem muita coisa pra fazer ainda hoje.

- Manu, não comece – Mari falou rapidamente.

- Eu estou me referindo a Imperium, ou esqueceram hoje é dia de Jennyfer?

Droga! Eu havia esquecido totalmente disso! Minha relação com Rafa estava me fazendo perder a cabeça a ponto de esquecer de meus compromissos. Por um instante, saber que aquele dia Jennyfer dançaria na Imperium me deixou feliz. Será que Rafa não lembrava disso ou simplesmente não quis ir?

Seu desinteresse na stripper, ou melhor, em mim, era no mínimo animador. Eu só não sabia como iria escapar dessa. Meus acordos com Amber foram sempre muito bem pontuais, a mesma não tolerava faltas. A não ser em casos muito sérios.

- Puta que pariu, o que faço agora?

- Você devia ter pensado nisso antes. Meu Deus! Essa mulher esta virando sua cabeça?

Andei de um lado para o outro com a preocupação do que faria. Eu não podia cancelar com Rafaella, eu não queria cancelar com ela. Mas também não poderia deixar Amber na mão. Deus, por um momento eu gostaria que Jennyfer sumisse da minha vida. Mas como sumir com uma parte de você?

Um dos problemas em ter duas vidas é que em algum momento, os caminhos poderiam se cruzar. E você teria que fazer as escolhas certas.

- Vá ao jantar, nós falamos com Amber, vamos inventar algo – Mari propôs rapidamente.

Eu havia ficado surpresa, Mariana nunca se metia entre os assuntos de Jennyfer. De acordo com ela, quanto menos pessoas soubessem melhor seria.

- Ok, eu vou me arrumar.

Eu estava um tanto confusa. Rafa nunca, em todo esse tempo, faltou sequer em uma apresentação de Jennyfer. E, será que, por mim, ela faria? Se sim, eu poderia considerar suas intenções importantes e sérias. Rafaella estava cada vez mais me prendendo a si.

- Bi? – Ouvi Mari gritar do outro lado da porta.

- Sim?

- Pedro acabou de interfonar para dizer que tem um motorista à sua espera lá embaixo.

- Deve ser Miguel.

- Ele mesmo, está lá encostado no carro à sua espera.

- Rafaella sempre muito humilde, não é? - Manoela falou rindo.

- Sempre. – falei saindo do banheiro.

Eu já estava pronta. Havia aceitado a escolha de Mariana: usei o vestido preto, justinho com detalhes de renda sobre o busto e os ombros. Minhas pernas estavam cobertas por meia calças suspensas por cinta liga que só quem levantasse poderia ver, ou seja, Rafa. Usei uma maquiagem leve, ressaltando os olhos e boca. Nos pés, um salto alto preto.

Olhei-me no espelho pela última vez antes de pegar minha bolsa, e modéstia à parte, eu estava sexy.

Muito sexy.

- Boa sorte, Bi. – Mari falou segurando em minha mão.

- Uma boa noite, eu digo – Manu falou me levando até a porta.

Ao descer no prédio, o sedan preto de Rafa estava estacionado na entrada. Miguel sempre pontual estava em pé ao lado. Ao me ver, o senhor lançou um sorriso animado, abrindo a porta formalmente para mim.

- Boa noite, Miguel. – Falei ao me aproximar.

- Boa noite, srta. Andrade.

Entrei no automóvel, sentindo o perfume forte de Rafaella espalhado no mesmo. Sua presença se fazia vibrante mesmo não estando perto.

- Aonde vamos, Miguel?

O motorista olhou através do espelho para então falar:

- Ao Paris 6. A Sra. Kalimann já esta à sua espera.

Em poucos minutos, Miguel estacionava o sedan negro diante do restaurante. O homem rapidamente correu em direção à porta para abri-la.

- Seja bem-vinda, senhorita, tenha uma boa noite.

Eu apenas assenti.

Um rapaz alto de cabelos ruivos se aproximou.

- Boa noite, sra. Está com reserva? – Perguntou ele.

- Sim, está em nome de Rafaella Kalimann.

- Oh! Sim, me desculpe... Venha comigo.

Eu entrei no lugar e era simplesmente fora do comum. Sofisticado e luxuoso eram as palavras exatas para aquele ambiente.

O rapaz rapidamente cuidou de obedecer às ordens que ja deviam ter sido dadas, me levando até o elevador. Já passávamos do décimo oitavo andar quando a porta se abriu.
[Autora: pessoal, na original era um hotel ent por isso o elevador mas vamos seguir fingindo que é o p6]

- Uma boa noite, senhora.

Eu sorri fracamente, saindo da caixa de metal. Eu, com toda certeza, deveria estar no último andar. No enorme espaço decorado divinamente bem, havia uma mesa ao fundo, diante de toda a visão que se poderia ter do Rio de Janeiro. Era incrível! Eu caminhei lentamente, ouvindo o som de uma música-ambiente. Sobre a mesa, louças finas se encontravam arrumadas com todas as regras de etiqueta possíveis.

Mas o que me admirava mesmo era a visão de tudo ali. Os enormes prédios pareciam ser pequenos e repletos de luzes que saiam de suas janelas. O movimento de carros só se notava pelas pequenas luzes de um lado para o outro.

- Gostou da visão?

Eu juro que me senti fraca ao ouvir sua voz rouca tão próxima a mim. Eu me virei encarando uma Rafaella misteriosa e divinamente perfeita. A mesma usava um vestido negro com uma abertura entre os seios. Seus cabelos loiros estavam soltos e levemente ondulados. Sua maquiagem não era tão forte, ressaltava seus olhos tão verdes e sua boca. Ela estava sexy.

- Gostei muito. – Falei a encarando.

- Sabe que eu também gosto muito do que vejo? – Ela falou caminhando em minha direção.

A mesma ficou a poucos centímetros distante de mim, me encarando com seus olhos hipnotizantes.

- Vinho? – Ela falou estendendo a taça para mim.

- Claro.

Rafa sem tirar os olhos de mim, degustou lentamente do vinho que estava em sua taça. Deixando que o líquido molhasse seus lábios tão desejáveis.

- Você está maravilhosa.

- Você também está!

Rafa sorriu de canto.

- Espero que goste dessa noite.

- Tenho certeza que vou gostar.

Falei respirando fundo, olhando diante daquela vista panorâmica que o prédio nos oferecia. Era lindo.

- Gosto desse lugar – Rafaella começou a falar - Amo lugares no qual que posso ver tudo que acontece ao meu redor.

- Controladora, não? – sussurrei para ela.

- Exato, eu gosto de controlar as coisas ao meu redor, gosto de dominar o que é meu. – Ela falou me encarando intensamente.

- E nunca foi dominada? – Perguntei sem medo, enquanto tomava um gole do vinho tinto.

- Não. E nunca serei.

Nossos olhares se manteram fixos por longos segundos.

- Por quê?

- Digamos que não é algo que eu goste, eu não aceito ser dominada.

- Eu sei bem. Você gosta de mandar...

- E gosto que obedeçam.

Era loucura como nossa conversa se abrangia a duplos sentidos. No mínimo tentador deixar aquele jantar de lado para fazer coisas bem mais prazerosas,que eu sabia muito bem que ela adoraria.

- Melhor mudarmos de assunto.

Raf soltou uma risada. Levando a mão até minhas costas, encaminhando-me até o sofá macio que havia lá. A lareira queimava nos aquecendo de um frio que eu tinha certeza que Rafa poderia mudar.

- Gosto do nosso assunto, Bia.

- Eu também gosto, mas se continuarmos com ele, as coisas vão para outro caminho. – falei colocando a taça sobre a mesa de centro fitando-a.

- Qual caminho? – Ela sussurrou bem próxima.

Eu fechei os olhos sentindo seu hálito quente de encontro a minha pele.

- Um que você sabe muito bem como me levar. – Sussurrei.

Mesmo não vendo seu rosto, eu sabia que ela sorria, sorria de forma ousada. Rafaella se aproximou mais, mordendo lentamente o lóbulo de minha orelha.

- Rafa...

- Calma, Bia. – Sussurrou a mulher, levando uma das mãos para minhas pernas. – Apenas carinhos.

Eu senti a língua de Rafaella ir de encontro ao meu pescoço, deslizando devagar sobre meu ponto de pulso, enquanto suas mãos desciam para a parte interna de minha coxa. Porra! Eu tinha que ser forte!

- É incrível o que você faz comigo... – Rafa sussurrou em meu ouvido – Eu fico molhada só de pensar em foder você agora.

Cravei as unhas no tecido macio do sofá. Um calor tomou conta de meu corpo só de ouvi-la falar daquele jeito tão vulgar. Rafaella levou umas das mãos em meu cabelo virando meu rosto para si.

- Eu adoro seus olhos quando esta ardendo em desejo.

Eu segurei no rosto da mulher e a trouxe para um beijo voraz,que Rafaella cuidou de retribuir perfeitamente bem. Sua língua procurou a minha com fome e desejo. Eu arfei ao senti-la serpenteando sobre minha com tamanha habilidade. Nós nos beijamos como duas loucas perdidas em desejo.

- Deus! Eu preciso me controlar perto de você... – Rafaella sussurrou diante de meus lábios.

Soltei sua boca com a respiração pesada.

- Precisa não, me beija. – Falei puxando-a para mim.

Rafa mordeu meu lábio inferior de forma sexy. E sorriu.

- Vamos jantar, srta. Andrade.

Eu assenti praguejando céu e terra por ela ter parado. Rafa se levantou, pegando a taça de vinho e eu fiz o mesmo, até sentir meu celular vibrar dentro da bolsa. Eu rapidamente peguei o pequeno aparelho de dentro da bolsa notando uma mensagem de Manoela.

"O que ela queria agora?"

Abri a mensagem enquanto Rafa cuidava de trocar a música que tocava ao fundo.

"Bianca, Amber disse que precisa de você na Imperium hoje. Pessoas importantes vão lá somente para vê-la"

Porra, porra, porra!

Justo hoje? Não, eu não posso.

- Está tudo bem?

Fitei Rafa que me encarava curiosa.

- Sim, está tudo ótimo.

- Perfeito, então, sente-se aqui. – Rafa falou puxando a cadeira para mim.

Eu sorri para mesma e caminhei em sua direção, sentando-me no lugar que havia me concedido. Rafaella rapidamente foi para o seu lugar à minha frente.

- Espero que goste do jantar. Eu amo a comida daqui.

- Eu já ouvi falar muito daqui, é um lugar muito caro.

- Sim, esse lugar é um dos mais caros do Rio. Mas creio que a ocasião merecia isso.

- Você sabe muito bem que eu não me importo com suas condições financeiras, não é?

Rafaella sorriu.

- Eu sei, Bia, mas eu me importo. E se posso lhe oferecer coisas das melhores qualidades, não vou me opor a isso.

Duas mulheres perfeitamente bem uniformizadas entraram no lugar, servindo-nos de mais vinho e dos pratos escolhidos por Rafaella. E em nenhum momento Rafa tirou os olhos de mim, seus dedos deslizavam sobre a costa de minhas mãos em um carinho calmo.

- Será que elas estavam nos vendo? – Sussurrei para ela.

Rafa sorriu.

- Não sei, mas se viram, eu não me importo.

- O que acha que vão falar? Digo, sobre nós. – Falei ajeitando o lenço delicado sobre meu colo.

- Eu não sei... – Rafaella falou para depois provar de sua comida.

- Eu acho que devemos manter isso em segredo, não é?

Ela me fitou. Eu não sabia se minha ideia a incomodava. Rafaella não era de se expor a ninguém, mas não vivia em um segredo.

- Vamos agir naturalmente, ok? Ninguém tem absolutamente nada a ver com isso. Também não precisamos gritar aos quatro ventos que estamos...

Rafa se calou. O que tínhamos ? Sexo e amassos?

- Eu entendi. Eu só não quero ser a secretária que está querendo subir na vida dormindo com a chefa.

- Eu jamais pensaria isso de você, Bia. – Rafa me encarou.

- Jura?

- Eu juro.

- Além de que eu não quero ser a chefa que apenas dorme com suas funcionárias.

- Ótimo.

- Eu quero mais com você, muito mais do que temos agora.

O que ela queria dizer com isso? Eu a encarava a procura de mais palavras,e, novamente um sms de Manu apareceu. Droga! Será que eu não teria paz? Sem deixar que Rafaella visse, abri a mensagem de texto.

"Caralho! Amber quer cortar meu pescoço! Cadê você?"

Travei rapidamente o aparelho.

- Está com algum problema? – Rafa perguntou curiosa.

- Não, nenhum.

- Alguém parece querer muito a sua atenção.

- É, Manu está se sentindo mal. E Mari não está em casa.

- Pensei que Manoela fosse sair com Igor essa noite. O mesmo passou a manhã animado. – Falou ela intrigada.

- Ela deve ter desmarcado, você entende os motivos, não é?

- Claro, eu entendo. Difícil é Igor entender.

Terminamos de comer em uma conversa animada, e as mesmas mulheres entraram para retirar as louças sujase rapidamente se retiraram.

- Igor parece ser um homem bom, mas garanto se ele for um safado e fizer algo contra Manu eu mato ele, e mato você por não me contar nada.

Rafa soltou uma risada divertida.

- É tão brava assim?

- Você não faz ideia do quanto, Kalimann.

- Não se preocupe, eu lhe direi se Igor fizer algo.

- Dirá mesmo? Ele é seu melhor amigo.

- Quando estamos juntos de alguém não conseguimos esconder nada.

- Tem toda razão.

Rafa assentiu tomando um gole do vinho.

- Me conte... você não me parece gostar de mulheres. De quando veio esse seu lado?

- Eu sempre gostei, Rafa. Desde muito nova.

- Mas você saiu com o Napolitano, lembro de vê-la com ele.

- Sim, ele é um bom rapaz.

- Ele é um garoto, não sabe de nada. – Falou em mau humor.

- Por que não gosta dele? Eu nunca entendi isso.

- Eu simplesmente não gosto que me afrontem, que entrem no meu caminho. Ele não me parece ser uma pessoa confiável. Cuidado com sua aproximação com ele...

- Isso é um pedido para ficar longe dele?

- Sim? – Ela respondeu em tom de pergunta.

Rafaella se levantou e segurou em minha mão, puxando para a enorme sacada do prédio. A visão de lá havia ficado melhor, a noite estava aberta. O céu negro tinha por toda sua extensão pontos luminosos e brilhantes.

- É tão lindo... – Falei admirada.

- Eu sei, é maravilhoso mesmo. – Rafa falou e, com toda certeza, não era para o céu que a mesma estava olhando.

Eu senti suas mãos em minha cintura, e seu corpo grudando no meu por trás.

- Desculpe, mas eu não consigo me manter longe, não mais. – Rafa sussurrou em meu ouvido.

Eu fechei os olhos deixando que a mulher beijasse meu pescoço. Coloquei a taça sobre o batente que havia ali, juntando minhas mãos as suas.

- Não fique, Rafa – Sussurrei quase sem voz.

A mulher segurou em meus cabelos devagar, levantando o mesmo. Enquanto distribuía beijos por toda minha nuca.

- Oh...- eu quase gemi.

- Bianca... Porque você faz isso comigo? – Rafa falou virando-me de frente para si.

A mulher me encostou na parede, prensando seu corpo contra o meu. Uma de suas mãos desceram até minha coxa, suspendendo a mesma para de encontro a seu corpo.

- Não sabe a vontade que estou de descobrir o que está usando por baixo desse vestido... – Falou com a voz rouca, tateando com os dedos sobre a minha cinta-liga.

- Escolhi especialmente para você. – Sussurrei entre seus lábios.

- Você não devia ter dito isso!

Eu olhei direto em seus olhos, que carregavam luxúria. Rafa respirou fundo e me puxou com força, suspendendo–me do chão. Fazendo minhas pernas entrelaçarem em sua cintura. Eu não podia com aquilo! Beijei sua boca com gana, enquanto suas mãos prendiam meu corpo no seu, Rafa caminhou lentamente para dentro lugar, guiando-me em direção ao sofá no qual sentou.

- Você é tão gostosa! – Ela falou levantando a barra de meu vestido até minha cintura.

Suas duas mãos foram de encontro aos meus cabelos, puxando-me para um beijo quente, e intenso. Sua língua invadia minha boca com fome e desejo. Eu estava em brasas, quente e molhada. Rafa desceu com as mãos parando sobre minha bunda, no qual apertou com tanta vontade que eu gemi.

- Rafa, aquelas mulheres podem entrar aqui e nos pegar desse jeito.

- Eu não ligo, você liga? – Rafaella falou arrancando de meu corpo a minúscula calcinha.

Eu gemi com seu ato tão bruto.

- Definitivamente, não! – Falei.

Rafa levou uma das mãos até meu sexo pulsante, e deslizou devagar os dedos por cima.

- Você está muito molhada, Bianca.

Eu juro que me sentia desnorteada. Eu a queria, eu queria aquela mulher de todas as formas possíveis. Eu podia ouvir suas palavras sujas, o som da fricção de seus dedos sobre a carne molhada de meu sexo. Deus! Eu gemia com tamanha vontade. E, ao fundo, eu podia ouvir o som estridente de meu celular tocando sem parar

- Rafa...

- Sim? Diga. – Sussurrou a mulher beijando meu busto, indo em direção aos meus seios.

- Meu celular, eu preciso atend...

- Atende depois. – Ela falou.

Eu não queria atender, eu não queria sair dali. Mas eu sabia do que se tratava.

- Eu preciso, Rafa. Manu precisa de mim...

Eu segurei um gemido quando a mulher começou a massagear sobre meu clitóris.

- Pare, eu preciso ir.

Rafaella parou ofegante, olhando-me sem entender.

- Mas, Bianca...

- Me desculpe... – eu falei levantando-me de seu colo.

- O que acontece?

O telefone voltou a tocar pela décima vez em cima daquela bancada. Eu podia ver o olhar de Rafa na direção do mesmo.

- Me desculpe... – Sussurrei.

Rafaella respirou fundo, e se levantou.

- Tudo bem.

- Não fique assim, eu só não posso agora. Você sabe que se fosse por mim, eu passaria a madrugada inteira aqui.

- Vou mandar Miguel levar você até ela.

Ela estava com decepcionada, e eu não tirava suas razões. Eu também estava, eu queria aquela noite tanto quanto ela. Mas eu tinha um compromisso com Amber e não podia falhar.

- Não precisa, eu pego um táxi.

Eu me sentia tão mal de deixa-la lá, mas eu não tinha escolha. Aproximei-me um pouco da mulher mas ela se afastou desviando o olhar.

- Nos vemos amanhã. – ela falou por fim.

Eu entrei naquele elevador bufando de raiva. Não de Rafa, mas da situação que vida havia me colocado.Ela me queria ali em seus braços e eu a fiz parar. Deus, onde eu estava com a cabeça? Eu lutei por isso, e agora ia embora.

Meu celular tocou mais uma vez.

- O que é? – Falei brava.

- Onde está você, Jennyfer? – ouvi a voz furiosa de Amber.

- Estou a caminho. – desliguei sem falar mais nada.

Saí do elevador e rapaz ruivo meu encarou curioso.

- Está tudo bem, senhora?

- Não. – Falei saindo prédio.

Entrei no primeiro táxi que apareceu. Eu estava furiosa, eu havia acabado com uma noite maravilhosa. Por culpa de quem?

Jennyfer.

Em menos de meia hora, eu estava em frente à Imperium. Paguei o motorista que sorriu bem humorado. Segui rumo aos fundos da boate direto em meu camarim. Ordenei aos seguranças que avisasse Amber de minha chegada, e assim os mesmos fizeram.

- Pensei que não viria. – Falou a loira entrando em meu camarim sem ao menos bater na porta.

- Pensou errado, eu estou aqui. – Falei maquiando-me em frente ao espelho.

- Escute aqui, Jennyfer, eu não sou dura com você, e nem nunca fui. Mas eu não quero que se esqueça do compromisso que tem comigo pelas suas aventuras por aí.

Através do espelho eu pude ver a mulher falar.

- Eu estou aqui, não estou? – Falei virando-me em sua direção.

Amber ficou calada.

- Ótimo que esteja aqui.

- Perfeito, agora deixe-me terminar. – Falei de forma rude.

A mulher me encarou séria e então se retirou. Eu me virei em direção ao espelho novamente, colocando a última coisa que faltava para a completa transformação.

A máscara negra.

Ali Bianca não existia mais, só havia o reflexo da sedutora e arrogante Jennyfer. Ela não era doce, e muito menos piedosa, eu arrancaria daquelas pessoas todos suspiros e dólares de seus bolsos.

- Vamos ao trabalho. – Eu falei a meu reflexo no espelho.

Saí de meu camarim vendo Karine ao lado, fitando-me com certa inveja e um riso debochado ao escutar a conversa com Amber. Como sempre. caminhei pelo corredor escuro, apenas ouvindo os murmúrios das pessoas lá fora, risadas e conversas sujas. Posicionei-me no devido lugar, respirando fundo. Até ouvir as primeiras batidas da música começar, o enorme foco de luz se pôs sobre meu corpo, dando início à hipnose.

Eu fechei os olhos deixando que meu corpo fosse levado pela música sensual. Eu sabia todos os passos sem ao menos pensar. E, ao abrir os olhos, diante da plateia eu não queria acreditar. Ela estava lá.

Rafaella caminhava na direção do palco,fitando-me sobre o mesmo.

Eu pedia a Deus que ela não estivesse ali, que não fosse Rafaella. Eu queria acreditar que ela não queria alguém que não fosse Bianca. Mas ela estava lá, à mercê de Jennyfer, outra vez.

Eu sabia da minha parcela de culpa por ela estar ali, eu sabia da raiva que ela estava sentindo, e que, se eu não tivesse ido embora, ela não estaria aqui agora. Mas porque ela não ficou lá? Por que teve que correr para os braços de outra? Maldita, arrogante e traidora!

Uma raiva sem medida tomou conta de mim, as palavras de Mari foram sábias no dia anterior.

"Se ela for atrás de Jennyfer em busca de algo, é porque ela não está levando a sério o que esta começando com você"

Se Rafaella queria daquele jeito, assim ela teria.

Eu caminhei em direção ao bastão de inox. Começando a minha coreografia. Eu iria seduzir, eu precisava saber até que ponto ela chegaria. Eu movimentava meu corpo do jeito que eu sabia que ela gostava. Eu sentia seus olhos quentes sobre mim, despindo-me até a última peça que cobria meu corpo.

Rafaella tomava seu inseparável uísque. E eu dançava, dançava para ela, com raiva e desejo pelo que tínhamos deixado de fazer aquela noite.

Eu rebolei até o chão, mostrando meu corpo à ela que me encarava sem desviar o olhar por um minuto. Eu rebolava de costas para ela, subindo e descendo rapidamente.

Eu queria que ela fosse embora! Que parasse de querer Jennyfer. Deus! Eu a odiava!

Mas continuei, eu dançava da forma mais erótica que eu poderia fazer. Eu bati as mãos fazendo os mesmos acompanharem o ritmo. E fui tirando peça por peça até ficar com a minúscula lingerie sobre o palco. Para provocá-la mais, joguei em seu colo, e a filha da puta pegou a peça de roupa e cheirou com desejo. As pessoas foram à loucura. Gritavam e clamavam por mim. Era inexplicável a sensação, eu me sentia desejada, cortejada por todos ali. Dólares e mais dólares eram jogados sobre mim, como uma chuva de poder.

E eu dançava. Eu caminhei de um lado para o outro provocando a todos ali.

"Porra, Jennyfer, você é gostosa demais!" – Um rapaz gritou, e eu pisquei para o mesmo que sorriu animado.

Eu deslizava as mãos por todo meu corpo, passando por lugares onde qualquer um ali pagaria fortunas para tocar. Mas só a idiota que me encarava agora, conseguia.

Eu peguei em meus cabelos e rebolei para ela, encarando-a com desejo. Caminhei em direção ao bastão de inox e me esfreguei no mesmo, atraindo gritos enlouquecidos dos homens ao lado.

Eu segurei com as duas mãos na barra do poli dance, ficando de costas, remexendo o bumbum rapidamente, e mais dinheiro foi jogado para mim. Eles amavam aquilo. Eu sorri provocante e rebolei até as últimas batidas da música que chegou ao fim.

Lancei um último olhar para Rafaella antes das luzes se apagarem. E então saí de lá. Eu queria ir embora, eu não queria ficar para ver Rafaella se aproximar de mim.

Apoiei-me sobre a mesa do camarim, encarando-me diante do espelho. Eu não tinha como esquecer de um lado da minha vida. Jennyfer e Bianca era uma só e isso não mudaria nunca mais.

Ouvi três batidas na porta e a voz de Thelma.

- Jenny?

- Sim? Estou aqui, pode entrar.

A mulher entrou sorrindo.

- Você foi maravilhosa.

- Obrigada, Thelminha.

- Tanto que sua empresária está à sua espera.

- Onde ela está?

- No corredor, ela quer falar com você.

Por um momento eu pensei em recusar, em mandá-la ir embora. Mas eu não saberia até que ponto Rafaella chegaria.

- Deixe-a entrar, ok?

Thelma assentiu, e saiu da sala. Em poucos minutos, novas batidas foram ouvidas.

- Entre.

Através do enorme espelho eu a vi entrar. Fechei os olhos e respirei fundo, pedindo a mim mesma para ter alto controle.

- Pensei que não iria me deixar entrar. – Ela falou encostando-se na porta.

- Por que achou isso, Kalimann?

- Ultimamente você anda perversa demais.

- Talvez você mereça. – Falei seca, caminhando em direção à bancada de bebidas. Tomando de uma só vez uma dose de tequila.

- Você foi maravilhosa hoje.

Eu a encarei furiosa por dentro.

- Eu sempre me saio bem.

Rafaella deu de ombros e se aproximou.

- Tem razão, você sempre é muito boa no que faz. – Ela sussurrou tão próxima a mim.

Eu fechei os olhos sentindo seu hálito quente. Ela iria me beijar? Não, ela não podia.

- O que veio fazer aqui?

- Eu não falto uma apresentação sua, e você sabe.

- Eu sei muito bem, mas pergunto o que veio fazer em meu camarim.

Ela sorriu sarcástica.

- Não sabe, Jennyfer? Tem certeza?

Maldita! Eu sabia...eu sabia bem o que ela queria.

- Quero que fale – Sussurrei provocante.

Rafa me fitou misteriosa.

- Eu vim lhe devolver isso. – Ela falou tirando as peças de roupas dos grandes bolsos do sobretudo. – Você jogou para mim, estava querendo me matar?

Peguei as roupas rapidamente de suas mãos.

- Quem sabe, não é?

- Se quer me matar, me mate de outro jeito. – Ela provocou.

- De que jeito? – Eu falei ficando mais próxima dela.

Rafaella olhou no fundo de meus olhos por longos segundos, e então se afastou.

- De nenhum. Eu preciso ir. – Rafa falou se afastando.

Por uma fração de segundos eu senti medo, medo de Rafaella ter percebido em meus olhos quem eu verdadeiramente era.

- Mas já? Não quer ficar? – Eu a provoquei.

- Eu só vim para lhe ver.

- E nada mais? Desde quando, Kalimann? – Sorri sarcástica.

- As pessoas mudam, Jennyfer.

- Mudam, por algo ou alguém. Qual seria o seu motivo?

Rafa sorriu e negou com a cabeça.

- Não vem ao caso. – ela falou fechando o sobretudo.

Eu caminhei em direção à porta, fechando a mesma com a chave.

- É claro que vem, diga-me. – Caminhei em sua direção, deixando a mesma encurralada na parede.

- O que você quer saber?

- Por quem me trocou? Por que você nunca veio para apenas me ver. Você sempre quis algo a mais.

- Por que quer tanto saber? – Ela me encarou.

- Eu não costumo perder, Rafaella. Como se chama?

A mulher me fitou por longos segundos.

- Bianca, ela se chama Bianca Andrade.

Eu sorri, sorri de felicidade ao ouvir aquelas palavras. Mas logo parei.

- Então você está transando com ela?

Rafa semicerrou os olhos.

- Não é só transa, Jennyfer. Você não entende, e eu nem tenho o porquê de estar falando disso com você.

- Ora essa, para quem mais falaria? Onde a conheceu?

- Ela trabalha comigo, e ponto final.

- Hummm...então por essa mulher você não vai ficar comigo essa noite?

- Você ficaria comigo essa noite?

Eu sorri cínica.

- Sim.

Ela negou com a cabeça.

- Eu não posso, e muito menos devo.

Eu caminhei em sua direção, tentando beijar seus lábios. Rafaella recuou.

- Eu já vou, ok? Você foi incrível.Talvez você tenha que se acostumar com minha ausência – Ela falou se afastando.

- Tem certeza que não quer ficar? – falei tirando o sobretudo, ficando apenas com a minúscula lingerie. Eu testaria todos os seus limites.

Rafa fitou meu corpo por completo, e por alguns segundos, eu pude sentir ela fraquejar. Mas a mulher fechou os olhos e virou.

- Boa noite, Jennyfer.- Ela falou saindo.

__________________________________________________________

Tenham paciência com a Rafa, ok? Ela está se desmontando por causa da Bia.

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