The Stripper (rabia version)

By sunshinecabell

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

Capítulo 1 - Duas Vidas
Capítulo 2 - Voltando ao Brasil
Capítulo 3 - The Stripper
Capítulo 4 - Nova Presidência
Capítulo 5 - Primeiro Dia
Capítulo 6 - Conversa e mais tempo juntas
Capítulo 7 - A dança
Capítulo 8 - O beijo
Capítulo 9 - Perdendo o controle
Capítulo 10 - Le Café
Capítulo 11 - Devaneios
Capítulo 12 - Confusão
Capítulo 13 - Presente, carona e conversa
Capítulo 14 - Jogo perverso
Capítulo 15 - Chegada inesperada
Capítulo 16 - Reencontro
Capítulo 17 - Conhecendo a família
Capítulo 18 - Um dia diferente
Capítulo 19 - O jantar
Capítulo 20 - Dura realidade
Capítulo 21 - O troco
Capítulo 22 - Perdidas
Capítulo 23 - Arrisque-se
Capítulo 25 - Caminhos cruzados
Capítulo 26 - Desentendimentos e Desculpas
Capítulo 27 part 1 - Uma nova aliança
Capítulo 27 part 2 - Uma nova aliança
Capítulo 28 - Um dia especial
Capítulo 29 part 1 - Momentos
Capítulo 29 part 2 - Vitória do Inimigo?
Capítulo 30 - A descoberta
Capítulo 31 - Confronto
Capítulo 32 - Turbilhão de sentimentos
Capítulo 33 - Caindo em tentação
Capítulo 35 - Coisas do passado
Capítulo 37 - Pedidos
Capítulo 38 - Erros e arrependimentos
Capítulo 39 - Presente especial
Capítulo 40 - Vai dar tudo certo?
Capítulo 41 - Mentir, sim ou não?
Capítulo 42 - O Prêmio
Capítulo 43 - Noite de descobertas
Capítulo 44 - O inimigo comemora.
Capítulo 45 - Sair, sim ou não?
Capítulo 46 - Decisão
Capítulo 47 - The Lap Dance
Capítulo 48 - Xeque-mate
Capítulo 49 - Estratégia
Capítulo 50 - Nova Era
Nova Fanfic
Capítulo 51 - Acerto de contas
Capítulo 52 - A perda

Capítulo 24 - Toda hora

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By sunshinecabell

Eu descobri o alter ego da Bia é  "Jenifer" e não  "Jennyfer". Mas vai ficar assim pq eu to cm preguiça de editar tudo.
Bj.
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Point of view Rafaella Kalimann

O caminho de volta seria longo, mas dessa vez não me importaria. Nada mudaria meu humor aquele dia.

Absolutamente nada.

Pensei ao fitar Bianca sentada ao meu lado, a mulher parecia estar mais cansada do que nunca. Não era para menos é claro. Nossas últimas horas haviam sido mais movimentadas do que o normal.

Sorri ao lembrar nossos momentos juntas dentro daquele quarto. Cada detalhe estava gravado em minha mente, como um filme. Cenas e mais cenas se repetiam constantemente provocando sorrisos idiotas.

"Oh céus, Rafaella, não seja boba." – sussurrei para mim mesma negando com a cabeça.

Bianca se remexeu no assento do carro com o barulho que cuidei de parar. A morena dormia serenamente encostada sobre a janela ao seu lado. Algumas vezes reclamava inconsciente pelo balançar do veículo.

Ajeitei uma pequena mexa de seus cabelos, fazendo a mulher soltar uma respiração profunda. Ela tinha feições tão delicadas, quase desenhadas à mão.

Puxei com cuidado seu corpo para junto do meu, evitando que a mesma despertasse. E com o instinto, Bianca se aconchegou nos meus braços rapidamente, acomodando-se da melhor maneira possível. O clima estava frio, mas eu a esquentaria. Peguei meu sobretudo cobrindo a mulher que quase tremia de frio. Depositei um pequeno beijo no topo de sua cabeça em forma de carinho e deslizei as mãos lentamente sobre suas costas. Era bom tê-la daquele jeito, Bianca era uma mulher que precisava ser cuidada, amada e desejada todos os dias. E eu poderia ser a pessoa a lhe oferecer tudo isso.

Pelo espelho pude ver Miguel nos fitar com um sorriso de quem entendia tudo ali. Ele seria testemunha de muitas coisas, como sempre foi. Mas eu confiava em Miguel, já faziam anos que eu tinha comigo, e jamais o mesmo havia me decepcionado.

- Se contar para alguém eu coloco você na rua.

Falei sorrindo para o senhor que riu fracamente.

- Não contarei a ninguém, Sra. Estou feliz por vocês.

- Está? – Perguntei confusa.

- Sim, sempre soube que isso terminaria assim.

- Como? E por quê? – Falei baixo para que Bianca não acordasse.

- Eu apenas sabia. Olhares são o suficiente para percebemos o que acontece, senhora. E se me permite dizer, seu olhar para essa moça foi diferente desde o começo.

- Está tão obvio? – Perguntei confusa.

- Não, só sabe quem a conhece muito bem.

Eu nada falei.

Será que estava tão obvio? Eu não queria me apaixonar, eu não devia. Eu não me apaixonava.

Por que você tem que fazer isso comigo? Pensei olhando para Bianca que nem sequer fazia ideia da confusão mental no qual me encontrava. Eu a queria, e eu a tinha. Mas e o resto? A empresa e todo mundo?

Eu amava aquele jeito meigo, o sorriso com a língua entre os dentes, mas ao mesmo tempo eu amava o jeito decidido e atraente. Aquela mulher era admirável, sua beleza, era inconfundível sua inteligência. Um dia eu ainda veria Bianca na frente de um grande projeto. Tomando decisões feito uma boa empresária que eu tinha certeza que ela seria. Mas... e Jennyfer?

Por um momento eu pensei em ter as duas. E de duas uma:

Eu ficaria louca, ou as deixaria loucas.

Não daria certo em hipótese alguma. E eu não era esse tipo de pessoa, e jamais faria algo assim com as duas mulheres, elas não mereciam. A única opção seria, abrir mão de uma.

De quem você abriria mão?

Naquele exato momento eu me encontrava divida entre desejo e amor? Neguei com a cabeça ao pensar em tal hipótese. Seria difícil escolher. Ou não.

Eu não pensaria nisso agora. Tudo vai acontecer quando tiver que acontecer.

O destino já estava escrito.

Point of view Bianca Andrade

"Bia?"

Ao fundo eu pude ouvir a voz de Rafa, me chamando de um jeito único. Será que eu estava sonhando? Mexi-me devagar sentindo algo me envolver, lentamente abri os olhos e a primeira coisa que vi, foram aquelas esmeraldas luminosas em minha direção. Rafaella estava com os braços em minha volta, e só assim percebi que eu todo esse tempo dormi em seus braços.

- Finalmente. – Ela falou com um sorriso.

- Me desculpe. – falei com um sorriso tímido.

Afastei-me de seus braços, notando que o carro já estava parado. Estávamos exatamente em no Rio, mais especificamente, em frente ao prédio em que morava.

- Eu dormi o caminho todo. Meu Deus!

Rafa sorriu.

- Não se preocupe, está tudo bem. Pedi a Miguel que parasse aqui para deixá-la em segurança.

- Não vamos para a empresa? Creio eu que ainda esteja no horário de trabalho. – falei pegando o celular para verificar a hora.

16:45. E realmente estava.

- Eu irei, preciso resolver algumas coisas. Mas você pode ficar. – Rafa falou carinhosa.

- Não, eu tenho que ir também.

- Bianca, fique.

- Mas, Rafa...

- Quero que descanse, te espero amanhã na empresa.

- Tem certeza?

- Sempre tenho.

- Tudo bem... - falei meio sem jeito.

Como devíamos nos despedir? Ou como nos trataríamos agora?

Arrumei as roupas em meu corpo, e abri a porta do carro. E no mesmo instante Rafaella a puxou, fechando novamente.

Fitei seus olhos que me encaravam de forma intensa.

- O que houve?

- Vai sair assim? Sem se despedir de mim?

Sorri para ela.

- Eu não sei como fazer isso agora, além de que Miguel está aqui. – Sussurrei timidamente, olhando para o banco da frente onde Miguel estava.

- Não se preocupe com Miguel, e talvez seja assim...

Rafa se inclinou em minha direção, e devagar deslizou uma das mãos por meu rosto, arrastando o polegar devagar sobre minha pele em um carinho calmo, seus olhos acompanhavam cada movimento que seu dedo fazia, eu fechei os olhos apenas sentindo tudo que aquele simples carinho poderia me proporcionar. Sua mão deslizou em direção da minha nuca para logo me puxar lentamente junto de si. Selando seus lábios nos meus com calma e paciência.

Diferente dos outros, aquele beijo não esperava nada em troca, não tinha outra finalidade a não ser sentir o máximo uma da outra. Ela tinha uma maneira única de me beijar, não era como quando estava com Jennyfer. Aquele beijo era unicamente para Bianca, para mim.

Seus lábios se moviam sem pressa sobre os meus, sugando pouco a pouco. Sua língua estava em perfeita sincronia com a minha, provocando-me uma sensação reconfortante. Foi tudo calmo e intenso.

Rafa finalizou aquele beijo devagar, como quem não quisesse parar. Como quem escutasse minhas súplicas para continuar, mas ela sabia a hora certa para tudo. E eu confiava naquilo. Seus lábios foram se afastando dos meus, terminando o beijo com pequenos selinhos.

- Se não for agora, eu não largo mais você hoje. – Sussurrou ela com o rosto próximo ao meu.

Eu sorri com a testa colada na sua.

- Só irei porque sei que tem compromissos importantes.

- Largaria todos.

- E eu me culparia por isso. Então vá, amanhã nos vemos, certo?

- Certo. – Rafa falou sorrindo, se afastando de mim.

- Boa noite, Sra. Kalimann. – Disse formalmente em tom de brincadeira, o que fez Rafaella rir.

- Boa noite srta. Andrade. pense em mim essa noite, estarei pensando em você.

Olhei pela última vez seu rosto, até sair do carro. Rafaella ficou lá até me ver entrar no prédio. Assim que fechei o portão, a mulher fez um gesto para que Miguel seguisse caminho, o vidro escuro que até então estava aberto, levantou, e o carro iniciou a partida levando Rafaella para longe.

Caminhei em direção ao elevador pensando em tudo que havia acontecido. Eu estava sonhando? Eu havia feito amor com Rafaella e agora ela havia me beijado da maneira mais carinhosa durante todo esse tempo? Oh, Deus, isso estava sendo bom demais para ser verdade. Olhei-me no enorme espelho do elevador, notando algumas pequenas marcas da noite anterior. Sorri ao ver minha imagem no espelho, e pela primeira vez durante anos,eu vi uma Bianca realmente feliz.

Entrei no apartamento, tudo estava em repleto silêncio. Manu e Mari com toda certeza ainda estavam trabalhando. Eu nem queria pensar no interrogatório que me fariam ao chegar. Provavelmente, as duas já estavam por dentro da situação. Depois do envolvimento com Igor, Manu sabia de muitas coisas pelo mesmo.

Gostava de Igor, Manu parecia gostar bastante do mesmo. Não fazia a menor ideia de como seria quando Michael aparecesse, mas Manu resolveria. Ela sempre sabia o que fazer.

Segui em direção ao banheiro, tirando aquelas roupas. Que por sinal, eu nem tinha vontade de ficar longe, o cheiro do perfume de Rafa estava no tecido de forma tão presente.

Não que eu precisasse, é claro, eu já havia gravado a fragrância que a mulher usava, e até o cheiro de morango que seus cabelos tinham. Eu havia gravado muita coisa, seu corpo, seu sorriso, seu beijo.

Por Deus, eu estava perdidamente apaixonada por aquela mulher.

Tinha como ser pior?

Tomei um banho quente, revivendo em pensamentos todo o dia que estive ao lado dela. Vesti uma roupa quente, ainda chovia. E a brisa ficava cada vez mais fria. Fiz um pouco de chocolate quente enquanto resolvia assistir algo na tv.

"Jesus, quanta chuva!" ouvi a voz de Mariana vindo da sala.

Era a hora do interrogatório.

"Daqui a pouco vamos voltar de lancha para casa" – Resmungou Manoela.

"Não exagere, Maria" – Mari falou rindo.

Ouvi o barulho de passos, até as duas pararem diante de minha porta com olhares acusativos.

- Algum problema?

- Sim. Mariana e eu queremos saber de todos os detalhes.

- Isso é você que está dizendo.

"Shiu!!" Manu esbravejou para Mari que entrou no quarto deitando ao meu lado, pegando um pouco dos cookies que estavam no prato sobre a cama.

- Isso aqui está ótimo! – Mari falou sorrindo – Como foi o seu dia?

- Foi normal. – Menti.

Ela levantou a sobrancelha em dúvida.

- Você sumiu com Rafaella, seu dia foi tudo, menos "normal". – Manu falou desligando a tv.

- Ei! Eu estava assistindo isso!

- Disse certo, boca rosa, estava. Agora vamos nos reunir como sempre fazemos e você vai nos contar o que aprontou.

- Por que você é tão curiosa?

- Minha vida não está emocionante, e já que a sua está, quero saber.

Mari soltou uma risada divertida, sentando-se na cama.

- Eu também quero saber. Confesso que agora estou bem curiosa. Sua cara está de pura felicidade.

- Estou normal.

- Para quem não vive ao seu lado durante anos, realmente você parece normal. Mas não para nós. Ande, conte-nos!

- Isso tem cara de sexo.

- Misericórdia, Manoela, não ficamos felizes somente por sexo.

- Eu fico. – Manu retrucou.

- Meninas, parem! – Eu falei rindo. – Não aconteceu nada.

- Conte agora! – as duas falaram em um coro.

- Ok, aconteceu sim.

- Eu sabia! – Manu praticamente gritou. – E foi tão intenso que ela rasgou suas roupas?

- Quê? – Perguntei confusa

- Amiga, eu recebi uma ligação cedo do Igor pedindo roupas suas. E pedindo dicas de quais pegaria para Rafaella.

- Manu e eu passamos a manhã especulando as possibilidades do que teria sido.

- Tipo, sexo selvagem! – A baixinha começou.

- Chuva. – a maior se pronunciou.

- Roupas rasgadas – Manu falou.

- Roupas molhadas. – Mari concluiu.

Soltei uma risada divertida, Manu e Mari eram o exemplo perfeito de ingenuidade e perversão. E vocês entendem a qual cada uma se encaixava, não é?

- Pode ser os dois? – falei.

As duas abriram a boca surpresas.

- Senta mais próximo e nos conte tudo. – dessa vez foi Mari quem falou, me fazendo rir.

- O que está havendo? Eu vi Rafaella hoje na empresa, mas você não estava.

- Rafa veio me deixar em casa, não quis que eu fosse para a empresa. Falou que eu precisava descansar.

- Mordomias por pegar a chefa, isso não acontece comigo. – Manu bufou.

- Pensei que vocês estivessem em guerra.

- E estávamos, Mari, discutimos feio ontem. Eu a xinguei, e saí andando na chuva com raiva. Depois do carro dela quebrar é claro.

- Você a xingou? Não tem medo de ir para rua?

- Mariana, Bianca não vai para rua nunca! Ela é a namorada da Dona, querida, acorde.

- Não namoramos!

- E o que vocês tem?

- Eu não sei...

E eu realmente não sabia, tudo estava recente demais. Um futuro indefinido esperava por Rafa e eu.

- Ela é maravilhosa, meninas, simplesmente incrível.

- Está apaixonada! – Mariana falou toda melosa.

- Isso é efeito de uma boa pegada, isso sim.

- Você é tão bruta. – Falei rindo.

- Sou realista, baby.

Conversei com as meninas, contanto tudo que havia acontecido. Manu e Mari estavam atentas como quem contasse uma longa historia de filmes. Era engraçado vê-las tão curiosas, eu respondia a todas as perguntas de ambas. Até que ouvi um bipe de meu celular.

Peguei o pequeno aparelho, mas Manu tomou de minha mão.

- O que está fazendo?

- Mensagem da gata?

- Devolva isso agora.

- Deixe-me ver.- Ela destravou a tela, abrindo a mensagem.

- Me dê isso! – Pulei em cima da baixinha que soltou uma risada divertida.

- Sai, eu vou ver essa mensagem.

- Solte!

Manu levantou da cama, e seguiu para o banheiro.

- Se der mais um passo, jogo seu celular na privada.

- Você não está louca.

- Tente.

- Bia, vai por mim, ela joga mesmo.

Bufei, deixando que Manu lesse a mensagem, eu nem sequer fazia ideia de quem fosse.

"Já sinto sua falta, srta. Andrade. R. Kalimann.

Pronunciou Manu com voz robótica enquanto tinha o aparelho nas mãos.

- Pare de brincadeira. – Falei me aproximando.

- Eu não estou brincando, é o que está escrito aqui.

- Sério? – falei animada demais.

- Sim, veja. – Manu se aproximou entregando o celular.

E realmente estava, era Rafaella. Deus, ela sentia minha falta. Sorri feito uma adolescente com seu primeiro amor. Droga!Ela estava virando meu mundo de pernas para o ar.

- Ela está gostando de você. – Mari falou.

- O que vai fazer? Você sabe que ainda tem alguém entre vocês, não é?

- Gizelly e eu não temos nada. – falei caminhando em direção a cama.

- Eu não estou falando de Gizelly, eu me refiro à Jennyfer.

Fitei a mulher voltando à dura realidade. Eu ainda estava dentro daquele jogo, a história com Rafaella não era tão fácil como eu imaginava. Por sorte, Rafa não percebeu absolutamente nada na noite anterior. O que aconteceria agora? Ela ainda era louca por Jennyfer, e se ela a procurasse? O que aconteceria?

- Deus, eu estou ferrada meninas.

- Você vai contar à ela? – Mari perguntou.

- Não, eu não posso. Se eu contar, Rafa nunca mais vai querer me ver.

- Disso você tem toda razão. Mas você tem que resolver isso.

- Eu não vou ficar sem ela, Manu.

- Ela vai morrer de raiva quando souber.

- Ela não vai saber... Jennyfer vai cuidar de não se aproximar mais dela.

- E se ela for atrás de Jennyfer?

- Se ela for, você deve abrir mão dela. – Mari foi séria.

- Por quê?

- Bia, se Rafaella for atrás de Jennyfer em busca de algo, é porque ela não está levando a sério o que esta começando com você.

Mariana tinha toda razão. Eu saberia exatamente se Rafa estava ou não disposta a começar uma história comigo. E Jennyfer era a prova disso, ou melhor, eu.

Point of view Ivy Moraes

Jennyfer...

Eu estava a horas olhando para aquelas fotos tentando entender o que Rafaella via naquela mulher. Uma stripper? Rafaella se envolvia com uma stripper?

"A que nível chegamos, Kalimann?!"

Peguei uma das fotos em que Jennyfer, como era chamada, estava sentada em uma cadeira sobre o palco. Não era de se negar, a mulher era simplesmente divina. Tinha um corpo de dar inveja, seus cabelos eram escuros e ondulados, sempre estava de máscara com o objetivo de esconder sua verdadeira identidade.

Daria a vida para saber quem se escondia atrás daquele disfarce. Algo me dizia que não seria difícil saber, eu conhecia aquela mulher de algum lugar.

- O nome dela é esse mesmo? – Perguntei a Karine que me encarava de forma tediosa.

Havíamos marcado de tomar um café juntas aquela tarde. Em troca de dinheiro e vingança, a mulher me daria informações sobre a stripper.

- Sim, desde que a conheço, ela se chama Jennyfer.

- Não sabe onde ela mora? Ou com quem ela anda?

- Eu não sei, ok? Não sabemos uma da outra. Jennyfer e eu nos odiamos.

- Pois descubra! Eu preciso de informações decentes, garota!

Falei brava.

- Vá até a Imperium amanhã, é o dia que ela dança.

- Não posso me arriscar, Rafaella com toda certeza vai estar lá.

- Sim, Rafaella não perde um show.

- Por isso preciso que você consiga mais informações.

- Eu lhe dei todas as informações que tenho, não vou atrás do que não me interessa. A única coisa que precisa saber é que sua esposa está enfeitiçada por essa mulher. – Karine falou apontando para a foto da stripper sobre a mesa.

- Ela tomou seu lugar?

- O quê?

- Jennyfer, tomou seu lugar na Imperium, não é?

- Como sabe disso?

- Você é muito previsível, Karine, a inveja está estampada em seu rosto.

- Como ousa a falar que tenho inveja daquela vagabunda? – Seu tom de voz foi alterado.

- Eu estou apenas sendo realista.

- Você não sabe de absolutamente nada.

Karine levantou-se, pegando todas as fotos de cima da mesa, e guardando dentro de sua bolsa.

- Acabou por hoje, Ivy.- a mulher falou antes de sair.

Idiota!

Peguei a foto que havia escondido debaixo da mesa enquanto a mulher estava distraída, eu iria descobrir quem era Jennyfer, e cuidaria de afastá-la de Rafaella.

"Você não sabe o que lhe espera, stripper"

Eu tomaria algumas decisões, investigaria mais sobre o assunto. Eu poderia deixar para trás, logo Rafaella enjoaria daquela brincadeira, não é? A mulher não era do tipo que se envolveria com uma prostituta, e muito menos a levaria a sério. Era apenas diversão, pelo menos assim eu esperava que fosse.

"O que devo fazer?"

E eu pensando na idiota da secretária, uma morta de fome e sem classe não tiraria Rafaella de mim, ela não teria esse poder. Mas e Jennyfer? Pelas informações todos que lá entravam eram loucos por ela, a mesma era chamada de intocável, pois nunca havia dado sequer uma chance a qualquer cliente que lhe quisesse.

Quesito no qual Rafaella não havia se encaixado, é claro.

Era cedo demais para tomar qualquer decisão, eu investigaria, e tiraria a mulher do jogo na hora certa.

Point of view Bianca Andrade

Aquela manhã eu só tinha uma palavra para descrever meu estado:

Ansiedade.

Eu estava ansiosa para ver Rafa, para saber como seria daqui para frente, nossa convivência, nosso trabalho.

Deus, tudo era tão complicado!

Eu cheguei mais cedo que o normal, Manu e Mari ficaram sem entender. Eu já estava dentro dos aposentos da Kalimann Industry. Hoje tínhamos uma reunião importante com interessados nos processo de construção de prédios na Europa. Era um grande projeto, de bilhões de dólares. Rafaella, de acordo com as últimas pesquisas, era uma das mulheres mais ricas do Brasil. Não era de se espantar é claro, em negócios Rafaella era especialista.

- Não sei por que chegamos mais cedo. – Resmungou Manoela entrando no elevador.

- Temos uma reunião importante, Maria, deixe de reclamar. – Falei.

- Isso é pela reunião mesmo?

- Óbvio Mari, por que mais seria?

As portas do elevador iriam se fechar quando foi interrompida por alguém. Fitei a pessoa que apenas colocou uma das mãos entre o sensor da porta que se abriu, dando espaço para ela entrar.

Minha respiração parou.

- Por isso. – Ouvi Mari dizer.

Rafaella entrou no elevador, me fitando com uma expressão intrigante. Os cantos de seus lábios se curvaram em um sorriso cafajeste.

- Bom dia, meninas. – Ela falou olhando fixamente para mim.

- Bom dia, Senhora. – Manoela e Mari falaram juntas.

E eu apenas a fitei, guardando dentro de mim a vontade que eu tinha de beijá-la. Rafa era ótima disfarçando, mesmo tendo a certeza que minhas duas melhores amigas sabiam de nós, a mulher preferiu fingir que nada aconteceu.

- Não vai me dar bom dia, srta. Andrade?

Sorri para a mulher que me encarava, fitando meu corpo da cabeça aos pés.

- Bom dia, Senhora Kalimann.

Rafa deu de ombros com um olhar malicioso, sua íris estava numa tonalidade escura e misteriosa.

- Bem melhor agora. - Ela falou olhando fixamente para os meus lábios.

Era nítido, a quilômetros, que havia algo entre nós, nos encaravámos sem pudor algum. Praticamente nos comíamos com os olhos. Rafa colocou umas das mãos em minhas costas, um pouco acima do meu bumbum. Minha respiração parou.

Manu pigarreou algumas vezes chamando nossa atenção.

- Bianca, você precisa pegar os relatórios que eu fiz, vai precisar na reunião de agora. – Manu falou tirando minha atenção da mulher ao meu lado.

- Você tem razão, vamos direto pegar. Tenho que arrumar tudo antes de começar.

- Srta Andrade...

A porta do elevador se abriu no andar no qual Mariana e Manu ficavam. As duas então saíram esperando-me do lado de fora. No momento que caminhei para fora senti a mão de Rafa segurar em um dos meus braços.

- Depois você pega, preciso de você no momento. – Ela praticamente ordenou.

Manu e Mari trocaram um olhar cúmplice.

- Não se importam, não é meninas? – Rafa perguntou de forma carinhosa.

- De forma alguma, senhora.

Rafa me fitou intensamente. Céus!Aquilo não era boa coisa, ou melhor, era boa demais. As portas do elevador foram se fechando, e a última coisa que pude ver foram Manu piscando para mim e Mari balançando a cabeça.

No primeiro bipe, faltavam mais de dez andares para chegar ao último.

Rafa rapidamente encostou-me na parede do elevador prensando seu corpo no meu.

- Senti sua falta essa noite. – Sussurrou em meu ouvido de forma sensual. Colocando uma de suas coxas entre as minhas. Pressionando meu sexo com o joelho.

Arfei ao ouvi-la daquele jeito.

– Também senti sua falta.

Suas mãos foram parar em minhas coxas, apertando por debaixo do vestido que eu usava aquela manhã. Suas unhas que, estavam pintadas em vermelho sangue, arranhavam minha pele de forma tão gostosa que estava me sentindo quente. Eu estava usando uma lingerie tão pequena, com o tecido rendado, na cor branca.

- Alguém pode nos ver. – Falei com a respiração pesada.

Rafaella sorriu diabólica.

- O perigo deixa tudo mais excitante, Bianca. - Ela sussurrou em meu ouvido devagar.

Maldita!

Suas mãos foram de encontro à minha cintura, puxando-me com força para a outra parede. Rafa tomou minha boca em um beijo feroz. Sua língua adentrou minha boca com tamanha gana que me fez tremer. Resfoleguei para continuar aquele beijo tão intenso, sem parar. Umas de suas mãos apertaram com força o botão de segurança.

O elevador parou.

Porra.

- O que você fez comigo? – Sua voz era rouca, e carregada de luxúria.

Rafa me virou de costa para si, e com uma das mãos segurou em meu cabelo e beijou minha nuca, meu ombro, pressionando seu corpo contra mim. Suas mãos repousaram sobre as minhas para logo as levantar e colocar de encontro à parede.

- Eu? Eu não fiz absolutamente nada.

- Você fez...

Ela falou mordendo devagar o lóbulo de minha orelha. Suas mãos desceram por minha cintura até a barra de meu vestido no qual levantou lentamente.

- Porra... – Esbravejou ela ao encarar a pequena peça que eu vestia.

Eu fechei os olhos, e encostei a cabeça na parede fria do elevador. Rafaella deslizou as mãos por minha bunda, apertando uma, duas ,três vezes. Abaixando-se na mesma direção para depositar um beijo molhado sobre cada lado.

Eu arfei com sua língua se movendo sobre minha pele.

A mulher levantou-se e novamente deslizou as mãos por meu bumbum até chegar sobre meu sexo.

- Molhada... – Sussurrou ela de forma ousada. – Tão rápido?

Eu arfei, exprimindo os olhos com força quando seus dedos deslizaram sobre o tecido fino da lingerie que eu usava.

- Culpa sua, idiota! -Falei raivosa.

Rafaella sorriu, eu sabia que ela sorri de maneira cafajeste. Ousada. Eu amava Rafa romântica, amava seus sorrisos e sua maneira de me fazer sorrir. Mas eu amava muito seu jeito prepotente, sua força, sua dominação. Ela se tornava o poder, a luxúria e o prazer em pessoa.

- Vou lhe foder tão gostoso...

Rafa sussurrou em meu ouvido, deslizando os dedos para dentro da minha lingerie. Esfregando os dedos com força sobre o meu ponto de prazer.

- Oh!

Eu queria ter onde descontar o que estava sentindo, eu queria segurar em seus cabelos, apertar-lhe com força. Porra! Rafa desceu com os dedos mergulhando em meu interior de uma só vez.

- Por-ra! - mordi os lábios com força.

- Você é fodidamente boa, Bianca, tão apertada, tão molhada. Deus!

A mulher quase gemeu ao falar. Seus dedos entravam e saiam depressa, fazendo-me gemer com vontade. Rafa pressionava seu sexo contra meu bumbum enquanto fodia-me com os dedos. Sua boca mordia-me, beijava-me sem parar.

- Com força. – falei em meio aos gemidos

- Rebole para mim, hum... Vai!

O elevador parecia ser minúsculo. O ar estava quente, eu estava suando. Rafa fazia movimentos rápidos, eu sentia meu corpo vibrar com aquele contato. Era enlouquecedor. O barulho da fricção de seus dedos me deixava a todo vapor, eu rebolava sobre os dedos dela que entravam e saiam com força.

Rafa encontrou o ponto certo, seus dedos massageava meu interior com agilidade e aquela sensação começou a se construir em meu ventre, Deus! Um orgasmo, e não seria dos fracos. Eu sentia meu corpo quente, suando, as gotas de suor se formavam em minha testa, e Rafa não parava, ela iria até fim.

Espalmei as mãos na parede do elevador, me inclinando mais para ela. Eu estava perdida, eu havia mandado todo o controle que ainda restava em mim para o espaço.

- Goza para mim

Era como se mil fagulhas atingissem meu corpo, as vibrações que meu sexo emanava se espalhou por todo meu corpo. Provocando gemidos descontrolados, Rafa passou a gemer em meu ouvido, céus, ela estava gozando sem ao menos eu a ter tocado. Era demais para um simples ser humano, eu me entreguei.

E no enorme espelho, ali eu pude ver Rafaella com uma expressão prazerosa, movimentando-se com gana. Eu explodi em um orgasmo devastador, todas minhas terminações nervosas foram para o espaço. A cada instante, meu corpo se convulsionava sobre seus dedos que se encharcaram com o líquido quente que havia saído de mim.

Ela lentamente retirou os dedos do meu interior, virando-me de frente para encará-la.

- Chupa. – Colocou os dedos em minha boca.

E como uma boa provocadora que eu sabia ser, eu chupei os dedos de Rafa lentamente, sobre seu olhar quente. A mulher tinha uma expressão tão prazerosa ao meu ver fazer aquilo, eu deslizei a língua entre eles, do começo ao fim.

- Quem é você ? – Ela perguntou sorrindo.

- Bianca Andrade, Sra. – Falei com um sorriso, apertando novamente no botão de segurança, fazendo o elevador se mover.

Ajeite-me rapidamente, olhando-me no espelho. Porra, era um belo estado para uma pós foda! Ao fundo Rafa apenas me encarava com um sorriso. Ela estava do mesmo jeito que entrou, como era possível?

- Você me surpreende mais a cada dia. – Ela falou.

- Espero que seja para bom.

- Para muito bom, eu garanto.

Rafa me roubou um beijo demorado

- Perfeito então.

- Mais do que isso, Bia. Mais do que isso...

As portas do elevador então se abriram, trocamos um último olhar e então saímos de lá sobre olhares curiosos e atentos. Eu nem sequer olhei para os lados, e Rafaella, como sempre, fez o mesmo. Eu amava aquela pose imponente que ela carregava, como se todos ao seu redor fossem meros mortais, e ela uma deusa que jamais habitaria no mesmo lugar que eles. Sua presença tinha um ar poderoso.

- Bianca?

Ouvi sua voz mais a frente, despertando-me de meus pensamentos.

- Sim? – Falei em frente sua porta.

- Deixei um recado para você em cima de sua mesa.

Rafaella falou, soltando uma pequena piscada para mim. Eu sorri e a deixei entrar, caminhando em direção à minha mesa.

Era tão louco como tudo estava acontecendo. Num dia nos engalfinhávamos e agora isso? Sentei-me no meu lugar, notando a pequena flor sobre a mesa.

Em surpresa, peguei a rosa vermelha e um pequeno bilhete.

Tirei do envelope negro. E com letras mais do que conhecidas e bem desenhadas estava escrito.

"Temos um jantar essa noite, saia mais cedo. Lhe pegarei às dez.

R.K"

Será que Rafaella poderia se tornar mais perfeita?

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