Blood & Sweat

By _SweetHaru

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June é o único vampiro em uma universidade inundada com criaturas sobrenaturais e humanos. Vampiros são raros... More

🍷;; Olá :)
🍷;; Prólogo
🍷;; Capítulo 1
🍷;; Capítulo 3
🍷;; Capitulo 4

🍷;; Capítulo 2

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By _SweetHaru

Haru queria sair correndo quando viu James aparecendo atrás de Lee com um balde em suas mãos e algumas vassouras de baixo de seu braço. O humano odiava dias de limpeza, mesmo que ele amasse estar em um lugar limpo e organizado, ele fielmente odiava limpar. James jogou uma vassoura para ele, Haru apenas olhou a vassoura voar em sua direção dando um passo para o lado por não querer pegar a vassoura consequentemente ela caindo no chão fazendo um estalo percorrer ressoar em todo quarto.

- Você começa limpando seu quarto, depois você lava o banheiro. - Lee disse firme por saber que o mais novo iria ficar enrolando para limpar, sendo assim ele deveria ser severo com o humano.

- O banheiro? Por que eu? Você me odeia? - O mais novo choramingou pegando a vassoura no chão.

- Sim. - A fênix lhe respondeu de forma irônica e caminhou para longe do quarto sendo seguido por James, ao contrário de Haru James adorava dias de limpeza.

O humano começou a mover alguns móveis, os poucos móveis que o quarto tinha. Ele começou a varrer todo o quarto, começando a espirrar assim que a poeira começou a subir e ele inalar a sujeira, ele choramingou por saber que estaria acabado até o fim do dia.

Haru limpou o teto que estava repleto de teia de aranha e tentou arrumar os dois locais da casa a qual ficou encarregado de limpar o mais rápido possível para apenas poder tomar seu remédio de alergia e dormir.
Foi quase duas horas de limpeza para o humano conseguir terminar de limpar os dois cômodos, quando terminou parecia que o humano havia sido atropelado pelo quão acabado que ele estava. Seu cabelo ondulado estava todo arrepiado, ele viu que seus melhores haviam terminado de arrumar tudo já a um tempo, já estavam desfazendo as grandes malas que trouxeram da longa viagem. A fênix percebendo que a alergia havia atacado o humano, ele entregou alguns comprimidos para alergia que Haru tinha que tomar, ele deixou o humano sentado no sofá que já estava limpo resolvendo guardar as roupas do humano no guarda-roupa do mesmo, enquanto James guardava as roupas do casal no guarda-roupa deles.
Haru ficou impressionado como a casa parecia outra agora que estava arrumada, ele resolveu pedir comida para todos os três.

Abrindo um aplicativo de fast food ele começou a passar por todas as opções, resolveu pedir Kimchi, Bugolgi e tteokbokki para os três. Kimchi é feito com a mistura de acelga, pasta de pimenta, gengibre, alho e outros condimentos. Mas pode ter variações, como a presença de açúcar, vegetais, molho de peixe e camarão. Bugolgi é feito com carne, a carne é cortada em pedaços finos para ser marinada em gengibre, molho de soja, alho, açúcar e outros temperos típicos e depois grelhada em alta temperatura para pegar um sabor defumado. Já o tteokbokki Trata-se de uma sopa feita com bolinhos de arroz cilíndricos, anchova, pimenta, ovos cozidos e cebolinha.

Assim que o humano pediu comida para os três ele se espreguiçou no sofá fazendo um bico quando percebeu que seu celular estava com bateria baixa. O humano se levantou procurando seu carregador em sua mochila, ele acabou não encontrando percebendo que ele havia esquecido de pegar o seu carregador de volta com seu irmão mais novo, ele havia emprestado na noite anterior, mas acabou saindo de madrugada para viajar e não pegou o carregador com o mesmo. Ele se deu um tapa mental por ter esquecido seu próprio carregador. Ele olhou para seu melhor amigo fênix dentro de seu quarto percebendo que ele ainda estava distraído arrumando seu guarda-roupa, ele se esgueirou no quarto do casal imaginando que o lobo não perceberia sua presença, mas é claro que ele iria perceber, mas apenas ignorou achando que era mais alguma burrice humana. Haru pegou o carregador da fênix, e correu para colocar seu celular para carregar. Por mais que a amizade deles não tivesse tantas brigas, as maiores brigas aconteciam por conta de carregador, eles realmente pareciam uma família nesse requisito. Haru deixou seu celular carregando na bancada da cozinha.

O humano acabou ficando entediado olhando para o teto enquanto pensava em algo para fazer, ele estava realmente cansado da viagem e da limpeza, mas o sentimento de satisfação era inebriante. Ele estava tão feliz por ter conquistado sua independência com 20 anos, ele trabalhou por anos nisso, principalmente por não ter decidido o que ele iria querer fazer da faculdade até os 19 anos. E quando isso é pedido de você desde sua adolescência era de certa forma assustador, o sistema em que viviam exigia que um adolescente soubesse o que fazer para sua vida com apenas 18 anos, isso realmente era maluquice.

Haru nunca viu sentido nisso, de seus professores cresceu ouvindo que ele deveria decidir o que fazer de sua vida até seus 16 anos, porque quando ele alcançasse 17 já deveria estar fazendo um vestibular para montar sua carreira. Sendo bem sincero Haru achava assustador ter que envelhecer, desde pequeno fazendo provas atrás de provas, gravando a matéria passada na escola e não aprendendo sobre ela, vendo seus sonhos sendo destruído por professores que simplesmente exigiam as melhores notas e nunca motivavam a turma, era tão cansativo, tão cansativo Haru foi muito julgado por não fazer vestibular assim que saiu do ensino médio, muitas pessoas acharam que ele estava fazendo isso para ser sustentado pelos seus pais até os 30 anos, mas não, o garoto apenas queria mais tempo para se preparar e ele não se arrependeu de fazer essa escolha. Deixou de se cobrar tanto no colégio com 17 anos, resolveu começar a trabalhar e juntar seu próprio dinheiro, mas aproveitou para adquirir experiências em diversos lugares que conseguiu. Aos 18 ele resolveu começar a pesquisar sobre faculdade de artes, algo que ele sempre deixou de lado por ouvir seus professores dizerem que dança, desenho, música, tudo que o garoto amava nunca deixaria ele ter uma boa condição financeira, em outras palavras diziam que ele seria um falido e apenas perderia seu tempo fazendo uma universidade assim; E ele realmente considerou o que seus professores disseram por anos, aos 16 ele seguiu o pensamento de sua professora de biologia de cursar medicina apenas pelo dinheiro, mas fazer algo que você não ama era horrível.

Talvez Haru realmente estivesse desperdiçando seu tempo nessa universidade, assim como milhares de jovens no mundo, mas ele aproveitaria cada momento para dizer que o tempo que se foi, não se foi atoa, pelo contrário, ele adquiriu muitas experiencias e agora tinha inúmeras histórias para contar.

Deitado no sofá enquanto pensava na vida o humano deu um leve sobressalto quando sentiu um peso abrupto em cima do mesmo, ele olhou e viu seu melhor amigo, Lee, abraçando e enterrando o rosto contra o pescoço do mesmo. O mais novo acariciou o cabelo de sua Noona, admirando o cabelo ruivo que estava crescendo lentamente, a pele bronzeada e suas feições quase angelicais estando claramente cansadas de toda a mudança de vida nas últimas horas. Os dois ficaram deitados no sofá abraçados até James aparecer e se jogar ao lado deles, colocando as pernas dos dois sobre seu colo.

- Amor, o que você vai fazer quanto a faculdade? - James pergunta preocupado com Lee.

- Não sei. - Lee o respondeu cansado, Haru prestou atenção na conversa do casal. - De qualquer forma vou tentar conversar com o reitor da universidade. - Deu de ombros pela situação.
Por ser uma pessoa trans, Lee acabava enfrentando na escola preconceitos diários, Haru entendia que Lee não ligava por ser desrespeitado pelos alunos, já que a maioria estava na fase de crescimento e a maturidade deles não eram tão afloradas, eram apenas ignorantes crescido em uma família de ignorantes, mas o humano não entendia porque Lee também não ligava quando acabava sofrendo transfobia por professores, afinal, os professores além de serem mais velhos devem respeito aos seus alunos.

- Eu espero que ele não venha com um papo que minha professora de artes veio uma vez. - Haru comentou em meio a conversa dando uma risada ao se lembrar da sua professora de artes tentou argumentar com um garoto trans da sua sala.

- O que? - James perguntou curioso, sempre que Haru aparecia com histórias de que ele havia vivenciado em sua escola era algo incrível de se ouvir, pois eram absurdos imensuráveis.

- Minha professora de artes chegou para um garoto da minha sala e disse: "Você não pode ficar ofendido caso alguém te chame de mulher, todos nós somos um pouco mulher, todos nós temos os cromossomos mulher." - Haru respondeu rindo imitando a voz e a entonação de ignorância de sua ex-professora de artes.

- Caral... - James prende um xingamento dando uma risada baixa. - Não é nem o papo dos cromossomos X ou Y, agora é o cromossomo mulher... essa mulher transcendeu. - Disse extasiado ainda tentando entender a lógica que a professora de Haru havia falado, Lee ria baixo.

Eles começaram a conversar sobre assuntos do seu cotidiano, e imaginando como seria sua primeira semana de aula. Eles estavam tão animados pareciam crianças em um parquinho de areia pela primeira vez. Até que a refeição que Haru havia pedido a um tempo chegou, os três se juntaram ao redor da mesa do centro, sentaram no chão começando a desfrutar de sua refeição. A refeição não durou muito, pois os três acabaram percebendo como estavam famintos. Quando eles terminaram a refeição jogaram os descartáveis fora, Haru foi o primeiro a tomar banho, o mais novo tomando um banho rápido e quando terminou vestiu uma roupa confortável e caiu na cama desforrada se cobrindo com um lençol e dormindo de exaustão.

O garoto acordou sendo balançado por James, ele demorou para entender que o lobo estava avisando que já estava na hora de acordar, a noite para Haru havia passado em um piscar de olhos. O humano se levantou se espreguiçando e foi até a cozinha vendo que Lee estava fazendo o café da manhã com uma carranca de mal humor, ele percebeu algumas sacolas de compra em cima da mesa, isso fazia sentido já que eles não foram em nenhum mercado no dia anterior.

- Bom dia, Noona. - Haru cumprimentou Lee se espreguiçando na cadeira, Lee se virou para ele com a carranca ainda maior colocando os ovos mexidos em um prato que estava no centro.

- Bom dia, seu desgra- Lee não terminou seu xingamento por James que apareceu escovando os dentes, o lobo apontou seu dedo acusadoramente para sua namorada.

- Sem xingar. - James mandou e Lee revirou os olhos, Haru ficou totalmente confuso com a situação e virou para James para ver se o lobisomem tinha uma resposta. - O celular dele está descarregado porque você pegou o carregador. - O mais velho explicou e Haru entendeu a situação rapidamente, se encolhendo um pouco em seu acento.

Os três se sentaram na mesa de café e se servindo com pão francês e ovos mexidos, Haru foi parado por Lee quando o humano estava indo para sua terceira xícara de café. Assim que o humano terminou seu café caminhou para seu quarto para trocar de roupa.

O garoto não demorou muito para escolher a roupa que iria vestir, ele pegou uma camisa branca simples, uma calça social cor siena e um suéter da mesma cor da calça que ele vestia. Assim que ele ajeitou sua roupa ele começou a ajeitar a ondulatória de seu cabelo, algo que Haru mais amava em seu corpo era o seu cabelo. Ele viu seu reflexo no espelho e sorrio para si mesmo, ele estava dizendo para si mesmo que o dia seria maravilhoso.

O moreno é tirado de seus pensamentos quando é chamado por Le que joga o celular do humano para o mesmo, Haru não entendia a fascinação de seus Hyungs de entregar os objetos para si simplesmente jogando os objetos em sua direção. Ele percebeu que já estava na hora de ir, ele caminhou apressado até seu guarda-roupa e pegou sua bolsa de ombro preta, ele procurou nas gavetas por seus óculos assim que ele encontrou colocou o mesmo no rosto e correu para sala onde seus amigos lhe esperavam pacientemente. O garoto calçou seus sapatos e seguiu seus amigos quando eles saíram de casa.

Assim que chegaram no térreo os dois mais novos tiveram que esperar a Lee usar o aplicativo de mapa para eles saberem que caminho eles tinham que seguir, toda vez que os mais novos iam tentar ajudar o mais velho entre eles, Lee apenas levantava a mão para eles ficarem quietos e tentava descobrir sobre a localização. Após cinco minutos de longa espera, ele encontrou e começou a guiar os dois pela rua. Os olhos brilhantes de Haru percorriam toda a rua tentando gravar o caminho de volta para casa para não se perder, algo que ele com certeza faria mesmo morando quinze anos no lugar.

O caminho até a faculdade foi totalmente tranquilo, um silêncio bem-vindo residia no pequeno grupo de amigos. Os olhos de Haru triplicaram de tamanho ao ver a grandiosidade da universidade. Aquela universidade além de grandiosa parecia ainda melhor do que em todas as fotos que Haru já tinha visto, a diversidade de seres sobrenaturais era gritante.

- Haru, não fique parado aí! Vamos nos atrasar! - Lee pragueja alto suficiente para alguns seres sobrenaturais perto deles ouvirem, Haru podia sentir pequenas mãos enroladas em um aperto em torno de seu bíceps, sabendo que o puxão vinha de seu melhor amigo. O humano luta contra os puxões do mais velho, arrastando os pés enquanto ele olha com os olhos arregalados para as pessoas que passam.

O que ele tinha acabado de ver era um bruxo? Santo Inferno, aquilo era definitivamente uma bruxa, ele só havia ouvido seus amigos falarem sobre uma e nunca viu uma presencialmente. Haru nunca viu tantas criaturas mágicas em um só lugar, ele estava fascinado parecendo uma criança entrando em uma fábrica de doces pela primeira vez. Ele remexe em sua bolsa pendurada em seu ombro, mas para quando pensa melhor, seria muito estranho ele sair tirando fotos das pessoas, não é?
Vagamente ele ouve a fênix dizer ao lado dele: "Tudo bem, você pediu." em um resmungo apertado, então de repente ele está sendo levantado do chão. A gravidade desaparece quando ele é levantado, as mãos de Lee o segurando pelas axilas, ele realmente não estava afim de fazer o papel do Simba no meio do campus. Por que diabos ele de quatro anos achou que era uma boa ideia fazer amizade com o garotinho fênix que se mudou para a casa ao lado?

- Lee me coloque no chão agora! - Haru grita envergonhado quando a atenção é voltada para ele, sentindo-se mais questionador a cada novo pé de ascensão. Ele luta entre querer dar uma cotovelada no outro e o medo de Lee acidentalmente deixá-lo ir se ele o fizer. Com um acesso de raiva, ele decide ficar mole, deixando o mais velho fazer o que quiser. Ele revira os olhos com o pensamento de poder ser uma situação pior, e realmente poderia ser aos olhos do humano, a fênix poderia abrir suas asas e chamar mais atenção ainda por sair voando pela universidade enquanto carrega um humano pelas axilas.

- Eu estou fazendo isso porque você parecia um bobo olhando para as pessoas como se tivesse se apaixonado pela primeira vez, você parece uma garota de quatorze anos, Haru! - Lee argumenta colocando o humano no chão, Haru cruza os braços quando ele pode se mover livremente novamente.

- Você não pode me culpar! Fala sério, não tínhamos tanta diversidade assim em Busan. - Haru murmurou uma resposta enquanto revirava os olhos para seu melhor amigo. James andava um pouco mais afastado da dupla de amigos agindo como se não conhecesse os mesmos e fosse apenas mais um estudante novo na universidade.
A fênix olha com carinho para o humano rindo fraco, mas ele entendia exatamente como o mais novo se sentia.

- Eu sei disso, Haru. - Lee sorri bagunçando o cabelo do mais novo. - Quando vim para a cidade grande também pela primeira vez fiquei do mesmo jeito que você. - Haru ficou satisfeito em saber que não estava sozinho nessa, mas seu sorriso desapareceu no mesmo segundo que havia aparecido. - A diferença que eu tinha quatorze anos quando isso aconteceu. - Zombou e o humano revirou os olhos suspirando e Lee dando um sorriso irônico.

Haru sabia que não era a primeira vez de James ou de Lee em Seul, como mais velhos eles acabaram se formando antes que ele, eles entraram em uma universidade particular em Seul antes de Haru terminar o ensino médio, mas o casal acabou ficando apenas um período, pois uma doença global atingiu o mundo e eles preferiram voltar a morar em Busan e esperar seu melhor amigo entrar em uma universidade com ele, e por muita sorte eles conseguiram transferência para a mesma universidade que o humano, não precisando retomar seus cursos do zero.

Por mais que eles tivessem uma pequena diferença de idade eles se lembram que quase sempre foram bons amigos e sempre bem grudados um com o outro. Lee foi o primeiro que entrou na vida de Haru, o menino se mudou para a casa vazia ao lado quando ele tinha apenas quatro anos. Sendo tão jovem, ele não entendeu a princípio por que sua mãe o carregou até a casa ao lado, e porque seu pai estava segurando uma torta. Ele ficou ainda mais confuso com as ações de seus pais depois disso, ele não entendeu quando eles empurraram seu pequeno tímido e manso filho em direção a um menino com bochechas inchadas e dedos gordinhos. Mas após alguns momentos o pequeno Haru havia entendido que esse era seu novo vizinho.

Mas o pequeno Haru não entendeu quando o seu novo vizinho gritou de emoção ao ganhar um novo companheiro de brincadeira, que seus olhos brilharam em um laranja brilhante, e duas pequenas asas de penas pretas surgiram de suas costas, essas que o Lee estava aprendendo a controlar. Haru caiu de costas em surpresa, lágrimas caindo de seus cílios enquanto ele gritava assustado. Lee, por sua vez, caiu também e começou a chorar, sem entender por que o novo garoto continuava apontando para ele e chamando-o de "assustador". O pequeno Haru nunca havia visto um sobrenatural antes e em sua creche eles sempre eram motivos de história de terror, mas minutos depois eles acabaram compartilhando biscoitos de chocolate, e com essa pequena ação eles se tornaram os melhores amigos. Eles riem dessa história agora, lutando e gaguejando um sobre o outro, correndo para ser o primeiro a explicá-la a qualquer nova pessoa que pergunte "Como vocês se tornaram amigos?".
James veio cerca de um ano depois, quando Lee começou o ensino fundamental. Algo que Haru absolutamente odiava, porque significava seu 'besto frendo' estava fazendo novas amizades constantemente e de repente passou metade de seus dias longe dele, deixando Haru para brincar sozinho em casa enquanto sua mãe lhe ensinava o ABC e lia livros de histórias para ele. Haru odiou ainda mais quando um dia, Lee trouxe para casa um menino com cabelos escuros e olhos amendoados ainda mais escuros, apresentando-o como "Jam", Haru odiou de cara o mais velho principalmente por ele já receber um apelido do seu 'besto frendo'.

Tudo piorou ainda mais quando ele descobriu que "Jam" também era sobrenatural. Um lobisomem, ele disse, exibindo excitadamente seus pequenos caninos afiados, mudando para sua forma de lobo minúsculo para os dois meninos de olhos arregalados.

E Haru? Haru era apenas um humano. Um humano chato.

Quando ele olha para trás, ele pensa que aquelas primeiras semanas da amizade Lee e James - embora eles tenham tentado com todas as suas forças fazer uma amizade Lee, Haru e James - foram algumas das suas mais tristes. Ele se lembra de todas as vezes que chorou para sua mãe e até Hyuk (Seu irmão mais velho) também, dizendo que os garotos mais velhos o estavam deixando para trás, estavam excluindo o pobre humano. O que, é claro, estava mais longe da verdade.
Tudo veio à tona um dia. Especificamente, era o aniversário de Lee, e seus pais fizeram uma pequena festa para ele no quintal. Alguns dos outros colegas de classe de Lee e James vieram, mas eles só ficaram até por volta das 16h que foi quando os pais foram buscar com uma carranca que demonstrava muito preconceito. Como Haru e James tinham privilégios de "melhores amigos", como eles gostavam de chamá-los, eles puderam ficar até mais tarde e compartilhar o jantar com a família.

Foi logo depois que o último colega de classe não melhor amigo saiu, e o trio estava brincando na caixa de areia no quintal da fênix. Lee estava olhando excitado para os presentes que recebeu, especialmente dos outros dois, dos seus dois melhores amigos que ele amava tanto. Haru escolheu um carro de corrida de controle remoto super legal, na cor amarelo brilhante, a cor favorita de Lee. James, por outro lado, deu a ele uma nova figura de ação do filme favorito de Lee, onde, quando você pressionava o botão nas costas, a figura de ação falava alguma fala marcante do filme. Aos olhos de Lee, ambos eram igualmente adoráveis, e ele estava muito grato por ter dois amigos que o amavam tanto. Em sua pequena mente, ele já estava pensando em todas as coisas divertidas que poderia dar para eles no Natal daquele ano, querendo dar-lhes presentes que fossem tão incríveis quanto os que eles escolheram para o seu aniversário.

Na mente de Haru, porém, ele estava fervendo. Ele queria dar o melhor presente. Seu presente era o melhor, pelo menos para ele. Mas desde que todos saíram, Lee estava brincando com a figura de ação de James, e mal prestou atenção no carro de Haru. Não era justo! Ele era o melhor amigo de Lee, não James!
Cego apenas pelo tipo de ciúme que uma criança pode produzir, Haru pegou a figura de ação da mão de Lee.

- Ei, Ha, eu estava brincando com isso! - Lee disse surpreso ao ter seu presente retirado de sua mão tão rápido, um bico triste formando em seus lábios. - Se você quisesse brincar era só ter dito. - A criança mais velha tentou ser compreensiva com seu melhor amigo, brincando com os próprios dedos e olhando para os próprios pés Lee não percebeu a cara irritada que Haru fazia.

- Eu não vou brincar com isso! É um brinquedo estúpido! - Haru exclamou e James lhe olhou com indignação.
Crianças.

- Isso não é estúpido! - James exclamou frustrado com o seu não melhor amigo.

- Brinque com o meu presente! - O mais novo entre eles mandou e entregou o controle remoto nas mãos de Lee que estava perdido com a situação.

- Há, isso não está sendo legal! - Lee alertou a seu melhor amigo tentando pegar a figura de ação de sua mão.

- O que? Mas- gagueja, os olhos se enchendo de lágrimas. Seu melhor amigo estava gritando com ele? Mas ele só estava dizendo a verdade! Olhos se encaixam em um brilho, Haru pega a figura de ação antes que Lee possa pegá-la de volta, e a joga, com força, na areia. Ou, pelo menos, ele estava mirando na caixa de areia. Para seu horror, ele erra, e a figura mergulha em direção à grama abaixo com um barulho ensurdecedor.

- Haru! - Lee chora com os olhos arregalado, ele corre saindo da caixa de areia atrás do brinquedo. Haru fica sentado em silêncio de horror, olhando com olhos turvos enquanto Lee levanta o boneco, o braço do boneco faltando e embalado na outra mão do menino.

- Por que você fez isso? Era o presente dele! - James grita com Haru. Seu corpo minúsculo está cheio de uma fúria rara, que ele, sendo um menino geralmente feliz, quase nunca sente raiva ou frustações do dia a dia. Ele está ofendido, não só por si mesmo, mas por Lee também. E ele está ignorando o comportamento mal-humorado e às vezes francamente mau de Haru em relação a ele há semanas. E ele está cansado disso.

James empurra Haru com força. O momento combinado com ele sendo pego de surpresa faz com que Haru saia da caixa de areia e caia no chão abaixo, caindo contra a grama crescente e algumas pedras no grande jardim. A queda foi apenas alguns centímetros, e ele ainda estava perto da beira da caixa de areia, mas para seu pequeno corpo parecia que James o jogou cem pés.
Haru olha para o vasto céu tentando compreender o que havia acontecido, a adrenalina correndo em seu corpo não dando total chance de o menino perceber o machucado que havia feito. O humano senta no chão e toca sua bochecha quando sente uma ardência vindo do local, ele olha para sua pequena mão e vê sangue na mesma, seus olhos lacrimejando ele olha para seu agressor. James olhava para Haru assustado, o filhote começou a chorar quando tentou tocar Haru e o menino recuou assustado com medo de James.

- Me desculpa! E-e-eu não queria. - O lobo gagueja chorando, Lee vendo o que aconteceu deixa o brinquedo em suas mãos de lado e vai correndo para chamar sua mãe. Nenhum dos três percebendo que na realidade ele não estava correndo, ele nem mesmo sentia-se tocando no chão, mas sim ele estava voando, aprendendo a usar suas pequenas asas em uma situação crítica para eles.

Após uma viagem tensa ao hospital e quatro pontos na bochecha de Haru, o trio é forçado a entrar no quarto de Lee para "pedir desculpas e fazer as pazes" por seus pais. Assustado com os rostos severos do adulto (e o fato de que Haru teve que ver a mãe de James chorar mais cedo enquanto ela se desculpava repetidamente com os pais de Haru que, felizmente, não estavam chateados nem com medo de deixar seu filho humano com seus amigos sobrenaturais, dizendo "Johee-ssi, não é uma questão de sobrenatural versus sobrenatural, é uma questão de menino versus menino. Nosso Haruie tem ciúmes do pequeno Jam há meses, não importa quantas vezes tentamos argumentar com ele. Suspeitamos de algo. como isso pode acontecer em breve.")

Por alguns momentos, nenhum deles diz uma palavra. Haru está determinado com os braços cruzados, tentando manter a raiva que há muito o deixou depois que ele viu o quão arrependido James estava por machucá-lo. James é praticamente o mesmo, embora ele alterne entre chorar toda vez que vê o curativo na bochecha de Haru e a figura de ação quebrada descansando em seu próprio colo.

É Lee quem quebra o silêncio.

- Vocês dois foram muito idiotas hoje! - O mais velho exclamou.

Os dois mais novos olharam para Lee extasiados. "Idiotas" era um palavrão muito forte, nenhum dos dois imaginava que Lee tivesse uma boca tão suja.

Mas não adiantou a advertência do mais velho, os dois mais novos começaram uma acusação de quem havia começado, uma longa discussão tediosa que fez a fênix revirar os olhos.

- Vocês dois são meus melhores amigos! Não há uma competição sobre isso! - Lee teve que praticamente gritar para ser ouvido, os dois mais novos voltaram seus olhares envergonhados para o chão limpo do quarto.
Após um pedido de desculpa mau dado pelos dois briguentos James puxa Haru para um abraço de reconciliação.

- Nós três seremos melhores amigos para sempre! - James afirmou sorridente.
E ele estava certo. Nem mesmo os machucados da adolescência puderam separar eles, ou até mesmo quando eles ficaram um ano separados pela faculdade dos dois mais velhos, se nem a distância foi o limite a amizade deles não acabaria tão cedo. Haru sempre sorria com as lembranças, qualquer que fosse de sua infância com o trio, as vezes era muito bom voltar para pensar no passado, era tão aliviador.

Haru balança a cabeça para limpar seus pensamentos de um passado distante, percebendo que o casal a sua frente estava desacelerando o passo por perceber que Haru havia se afundado em sal própria cabeça, ele pegou apenas parte da conversa do casal, mas era algo como James tentando se afastar dos outros dois por não querer passar vergonha, mas o lobo caindo de cara no chão minutos seguinte.

Haru realmente nunca entendia a maioria das conversas do casal.

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