Lili
— Cole! — Praticamente grito quando avisto meu ex entrando pela porta da recepção.
— Lil!? — Ele diz, e me jogo em seus braços.
— Graças a Deus. Eu estava com tanto medo de ficar aqui sozinha. — Confesso em meio a meus soluços.
— O que houve, Lil? — Ele pergunta confuso quando eu me recomponho ao chão.
— A Anna.. — Começo, e ele arregala os olhos. — Ela.. desmaiou eu acho.
— Como assim ela desmaiou, Lili? O que aconteceu?
— Eu não sei se foi bem um desmaio. Mas ela não reagia e estava com os olhos virados. Foi horrível.. por um momento pensei que.. ela.. — As lágrimas rolam com mais intensidade pelo meu rosto.
— Meu Deus. — Ele diz, com uma expressão preocupada. — Vem cá, pequena.
Ele me puxa e me envolve com os braços, e eu o abraço de volta, com firmeza. O contato caloroso no qual eu não sentia a uma semana preenche um pouquinho do vazio que se instalou em meu peito.
Após nos sentarmos no banco, deito minha cabeça no ombro de Cole enquanto esperamos alguma notícia. Ele segura minhas mãos enquanto elas tremem internamente.
Por um momento esqueço de toda a dor que eu senti durante essa semana, todas as lágrimas derramadas agora parecem ser quase nada. A dor que eu pensei que jamais poderia ser substituída, agora, parece fraca.
O medo de perder a minha filha é muito maior do que qualquer dor que eu já possa ter sentido, e tudo o que eu quero é que ela fique bem.
Se eu pudesse, mudaria de lugar com ela agora com qualquer que fosse a condição. Mesmo que pra isso eu precisasse sentir todas as dores do mundo. Eu só queria poder salva-la.
— Lil você está bem? — Cole aperta minhas mãos— Está tremendo feito uma doida.
— Eu só tô..
— Vocês são os pais de Rihannon Sprouse? — Uma voz masculina se dirige a nós.
— Sim, nós somos. — Respondo me levantando rapidamente. — Ela está bem né? Ela acordou?
— Calma senhora. Vou precisar que me acompanhem.
Olho para Cole, que tem uma expressão preocupada no rosto. Seus olhos estão tristes e sem esperanças.
Andamos juntos pelo enorme corredor, e Cole segura a minha mão firmemente. As lágrimas correm sem parar por meu rosto, e meu nível de preocupação se encontra no auge.
Quando chegamos a uma porta, que tem o número 78 estampado ao seu lado, o enfermeiro abre ela com cuidado, e encontro minha bebê em um berço, com os olhos abertos.
— Graças a Deus! — Digo, correndo para perto de minha filha.
— O que aconteceu, doutora? — Cole pergunta confuso para a mulher loira.
— Prazer, eu sou a doutora Rafa. — Eles apertam as mãos. — Primeiro, preciso perguntar. Há alguém com casos de epilepsia na família de vocês?
— O quê? — Pergunto, preocupada.
— Calma. Não é certeza ainda que a pequena Rihannon tenha a doença, para isso precisaremos fazer mais alguns exames.
— Mas ela é tão nova, eu não entendo. — Cole diz confuso.
— Como eu disse, não é certeza ainda. Mas ficaria mais fácil diagnosticar se vocês pudessem verificar.
— Nós vamos.
— Até agora o que sabemos é que sua filha teve uma convulsão. Por isso o desmaio repentino. Na verdade, nem é considerado um desmaio.
— Meu Deus. — Digo, colocando as duas mãos no coração.
— Normalmente a convulsão nos bebês é diferente de quando se dá nós adultos. Normalmente os adultos se contraem inteiros, por minutos.
— Eu nem imaginava. Ela estava apenas com os olhos virados e não reagia.
— O meu diagnóstico foi que Rihannon é uma criança muito fraca. Envolve a imunidade dela mas, ela não está saudável o suficiente.
— Como assim? — Cole pergunta, evidentemente preocupado.
— Antes de explicar, preciso fazer mais uma pergunta para você mãe.
— Sim?
— Você amamenta sua bebê com leite materno?
No mesmo momento, meus olhos se arregalam, e me sinto a pior mãe do mundo.
— Não.
— Espera aí, o quê? — Cole indaga, me olhando.
— Eu não amamento Anna.
— Como não?
— Meu Deus Cole, como assim você não sabia?
— Eu achava que você.. amamentava ela normalmente.
— Não, eu não amamento. Como é que você não sabe disso, Anna passa fome em sua casa?
— Não, eu dou o leite que você manda pra ela mas.. pensei que era só quando ela ia lá pra casa.
— Homens.. — Digo revirando os olhos.
— Quanta irresponsabilidade, Lili.
— Irresponsabilidade? Você ao menos sabe o porquê não amamento ela?
— Nem quero saber. Que atitude mais.. mais..
— Ei ei, já chega! — A doutora chama nossa atenção elevando seu tom de voz. — Aqui não é o lugar para vocês discutirem problemas familiares.
— Desculpa. — Eu e Cole falamos juntos, e ela suspira.
— Voltando ao assunto, mãe o leite materno é fundamental para um crescimento saudável e sem complicações, você sabe né?
— Eu sei, doutora. Eu tive.. problemas quando minha filha nasceu, e enfim o meu leite acabou secando.
— Entendo. Mas pela falta do leite, Anna acabou enfraquecendo e sua imunidade está baixíssima. São poucos os casos em que a falta de leite materno afetam o desenvolvimento do bebê, mas acontecem.
— Anna é um deles, né!? — Cole pergunta, e ela assente com a cabeça.
— Bem, vamos ter que passar algumas vitaminas para sua pequena tomar, se não podemos dizer que sua segunda casa será o hospital, e não queremos isso.
— Não mesmo.
— E vocês teram de evitar sair com ela para qualquer lugar assim, por exemplo novos ares. A chance de ela contrair uma bactéria ou um vírus é grande.
— Então ela basicamente não poderá ficar saindo de casa? — Cole questiona.
— Infelizmente não. Pelo menos pelas próximas 3 semanas ela terá de permanecer em casa, e vocês terão que dobrar a higiene, tanto do ambiente quanto de vocês.
— Entendi. — Digo, olhando para meu pacotinho de amor.
— Eu vou passar um leite para ela tomar, que tem quase os mesmos benefícios do leite materno, e também as vitaminas. Depois vou preparar a auta da pequena Anna.
— Tá bom, doutora. — Digo, e ela sai da sala.
– Nós teremos muito o que conversar quando sairmos daqui, Lili.
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Bom dia meus xuxus
Desculpem a demora por favor.