Olá, queridos, queridas e querides! Tudo bem?
Tenho essa estória escrita desde que entrei no Wattpad, mas nunca tinha postado, porque sempre parecia faltar alguma coisa, mas hoje eu vejo que ela está exatamente do jeito que eu quero que esteja, do jeito que eu quero que vocês sintam.
Sei que haverão muitas pessoas que talvez não gostem da fanfic, por alguns motivos principais, então irei desde já listar alguns pontos que possam ser desconfortáveis para alguns:
1) A fanfic acontece em um envolto espírita, onde há reencarnação, espíritos, energias... Tudo isso.
2) O Shawn aqui não é um merda, como na maioria das fanfics. Ele será um bom pai e um bom marido, e fará parte de praticamente toda a estória. A fanfic é CAMREN, mas terá um pouco de Shawmila nesse início, exatamente por conta disso.
3) Assim como haverá um pouco de Shawmila, vai ter um pouco de Zauren.
4) Não é G!P.
5) Vai envolver militarismo, e muito.
6) Pode ser que gere alguns gatilhos. Haverá algumas cenas explícitas de crises de ansiedade, pânico etc, além de SEXO EXPLÍCITO, mas APENAS CAMREN. Vamos falar sobre luto de uma forma profunda. E, por fim, haverão algumas descrições explícitas de cirurgias e machucados.
7) Eu gosto de desenvolver meus personagens e a história com calma, então peço paciência, por favor...
Acho que, por enquanto, é só. Eu peço, do fundo do meu coração, que, caso não te gere nenhum tipo de gatilho, leia só um pouquinho. Prometo que darei meu máximo para valer a pena. Dê uma chance para esse mero plebeu.
Para a felicidade de vocês, a fanfic já está toda escrita e, dessa vez, temos uma coautora conosco, ou seja, contem com capítulo toda semana e, em alguns casos, dois. Agradeçam a MariGabss__ que topou essa experiência!
As imagens que vou anexar vão ter a ver com o capítulo que vão ler e talvez dê algumas pistas do que vai acontecer nele!
Espero muito que gostem tanto quanto eu. Qualquer erro ou incoerência no enredo, podem falar comigo, que eu conserto.
Boa leitura a todos vocês!
Beijocas do Pedroca S2
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"Now the time has come to leave you
One more time let me kiss you
Then close your eyes and I'll be on my way"
— John Denver.
Numa manhã outonal e gélida em Toledo, Ohio, Shawn Mendes, um homem de distinta elegância e um profundo senso de responsabilidade, se preparava para enfrentar um dia singular de trabalho, exigindo sua melhor apresentação. No espelho do quarto, sua farda impecavelmente disposta brilhava com elegância. Cada dobra, cada insígnia, cada detalhe, reverberavam importância.
Consciente de que sua profissão demandava mais que habilidades, requeria uma imagem imaculada; uma questão de honra e respeito pela função que desempenhava. Ajustando meticulosamente o colarinho, alinhando-o com precisão, e cuidando dos botões dourados da farda oficial, seu reflexo no espelho transmitia determinação e compromisso.
À beira de embarcar numa missão crítica de defesa, uma jornada que o afastaria de sua amada família por um período incerto, o cenário era tenso. Partia para uma incumbência de segurança nacional, para neutralizar uma ameaça terrorista concebida por um grupo radical israelense.
Enquanto ele refinava sua aparência, ecoava suavemente a voz tranquilizadora de sua esposa, no quarto ao lado. Camila persuadia gentilmente seu filho a vestir o casaco antes de partir para a base de decolagem. Ouvindo a interação da latina com Mateo, Shawn sorria, maravilhado pela habilidade dela em equilibrar a gentileza com a firmeza na educação do garoto.
Realizando as últimas verificações na bagagem, sua mente estava repleta de pensamentos e emoções conflitantes. A imagem de sua esposa e filho brincando no jardim ainda estava viva em sua mente. A saudade antecipada apertava seu coração, e uma lágrima solitária escapava furtivamente.
Shawn reconhecia a necessidade desta tarefa para proteger seu país e o mundo de uma ameaça iminente. Contudo, o peso de se distanciar de sua família, de perder momentos preciosos enquanto seu filho crescia, era uma carga difícil de suportar. Sentia tristeza, mas sua determinação e senso de dever o impulsionavam para frente.
Deixando o quarto, com a farda ainda impecável, percorria o corredor até o aposento de seu filho, na esperança de um último momento de conexão antes da partida.
Ao abrir a porta, o que o Tenente das Forças Armadas dos Estados Unidos presenciou encheu seu coração de alegria e ternura. Mateo estava lá, usando uma miniatura de sua própria farda, feita sob medida para seu último aniversário. O pequeno rapaz esforçava-se para imitar o pai, postura reta e olhar sério, como se estivesse pronto para encarar o mundo.
Um sorriso amplo e caloroso iluminou o rosto de Shawn. Era encantador ver seu filho tão determinado a seguir seus passos. Aproximando-se lentamente, abaixou-se para ficar ao nível de Mateo. Com um gesto afetuoso, ajustou cuidadosamente a entretela do mini-uniforme do garoto.
— Olha só, parece que temos um soldado em treinamento aqui, não é? — Disse Shawn com um brilho de orgulho em seus olhos.
Camila riu suavemente e respondeu:
— Sim, ele viu você se arrumando e quis ser como o papai hoje.
— Você está incrível, meu pequeno herói — beijou seu rosto.
— Eu quero ficar bonitão igual você! — A frase foi acompanhada do brilho nos olhos.
Shawn abraçou Mateo com carinho. Ele nunca conseguiria explicar a conexão de um pai e um filho, principalmente quando aquelas pequenas palavras soavam de maneira tão inocente e verdadeira pelo ar.
— Você com certeza já está melhor que o papai — bagunçou seus cabelos.
Naquele momento, Mendes soube que, mesmo estando longe por algum tempo, seu amor e influência sempre estariam presentes na vida do garoto. A relação entre pai e filho, um vínculo indissolúvel, era mais do que uma herança de sangue; era uma transmissão de valores, um legado que se esculpia nos alicerces do caráter de Mateo. A responsabilidade de ser um exemplo pairava sobre os ombros de Shawn, e ele levava consigo a certeza de que suas escolhas reverberariam nas decisões futuras de seu filho.
No jardim de ensinamentos que cultivava, Shawn plantava sementes de resiliência, ética e compaixão. Cada gesto, cada palavra, era um tijolo na construção do caráter de Mateo. No calor dos momentos compartilhados e nas noites tranquilas de histórias ao adormecer, ele depositava mais do que amor; depositava sabedoria e alicerces sólidos para a jornada de seu herdeiro.
À medida que o tempo passava, a presença de Shawn em cada conquista e desafio de Mateo era inegável. Era o conselho sábio sussurrado nos ouvidos do filho, a mão firme que o guiava nas encruzilhadas da vida. A influência do mais velho ecoava nos sonhos aspirados por Mateo, nas aspirações que transcendiam o tangível e abraçavam o sublime.
Era nas pequenas lições diárias que a grandeza da conexão entre pai e filho se revelava. Nos silêncios compartilhados, nas risadas que rompiam o ar, na firmeza das decisões ponderadas. Cada momento se tornava uma pedra preciosa no colar da influência paternal, um elo que resistiria ao teste do tempo.
Rompendo a serenidade do ambiente, a campainha ecoou, e Mateo se viu impelido pela promessa de alguém novo no local. Seus olhos brilharam com a antecipação, um reflexo da empolgação que pulsava em seu peito. Uma energia renovada o impulsionou, transformando sua corrida em direção à porta em uma dança de expectativas.
— Abuelita! — Gritou no meio do caminho.
Camila e Shawn observaram a cena com sorrisos sinceros, negando com a cabeça. A latina estava prestes a ir para a sala, no entanto, antes que pudesse dar mais um passo na direção da porta, Shawn a puxou gentilmente pelo braço, convidando-a a ficar com ele no cômodo.
— Ei, aonde você pensa que está indo? — Disse, com um sorriso de canto.
Ela riu suavemente, permitindo-se ser guiada por seu marido de volta ao quarto.
— Sabe que eu nem lembro? — Camila sorriu travessa.
Ela abraçou o pescoço dele com força, puxando-o gentilmente para um beijo apaixonado.
Embora Shawn fosse significativamente mais alto do que ela, ele se curvou ligeiramente, permitindo que Camila alcançasse seus lábios com facilidade. Era um beijo carregado de amor, ansiedade e desejo, como se quisessem aproveitar ao máximo aquele momento fugaz juntos. Eles se entregaram àqueles segundos, compartilhando o calor dos sentimentos que os unia, mesmo diante da distância que estava prestes a separá-los temporariamente.
— Eca!
Camila e Shawn, surpresos pela intervenção inesperada de Mateo, se afastaram abruptamente e, segundos depois, estavam rindo.
— Ah, meu pequeno crítico de beijos, a mamãe não pode mais beijar o papai?
Mateo fez uma careta, negando com a cabeça, e respondeu:
— É nojento!
Enquanto compartilhavam esse momento divertido após a interrupção, o irmão de Camila entrou no quarto de forma discreta, chegando atrás de seu sobrinho. Ele sorriu para a cena e, em um tom brincalhão, disse:
— E aí, Mateo, acho que eu não sou o único a achar beijos nojentos, certo?
O mais novo virou-se para olhar seu padrinho, surpreso pela aparição súbita, e depois riu, assentindo. Juan compartilhou uma risada cúmplice com sua irmã e cunhado.
Após a divertida interação no quarto, o mais novo, cheio de energia, correu novamente para a sala, chamando seus avós. Os adultos, observando com sorrisos calorosos, sentiram o contágio da alegria do menino.
Ao fixar os olhos em Juan, Camila viu não apenas um rosto familiar, mas um vínculo profundo que a saudade só aumentaria. A presença dele era como um bálsamo para a alma, trazendo consigo as lembranças de uma infância compartilhada. O calor da familiaridade envolveu os dois quando a latina chocou seus corpos em um abraço espontâneo.
— Eita, demonstração de afetou repentina — ele brincou, fazendo-a rir.
Logo, seus braços estavam em volta de sua irmã. Ele curvou o corpo consideravelmente, visto que era quase da altura de seu esposo, e inalou o cheiro gostoso de seus cabelos.
Desde a infância, Juan e Camila compartilhavam uma ligação especial que transcendia os anos e as distâncias. Eles eram mais do que irmãos; eram amigos, cúmplices e confidentes. Quando crianças, passavam horas explorando o mundo juntos, criando memórias que seriam tesouros preciosos para toda a vida.
Nos dias quentes de verão, eles corriam pelos campos, capturando borboletas, apenas para soltá-las novamente, e colecionando pedras coloridas. Nas tardes chuvosas de inverno, se escondiam sob as cobertas e contavam histórias engraçadas até pegarem no sono. Através de cada risada compartilhada e lágrima derramada, a base de seu relacionamento se fortaleceu.
Juan sempre foi o pestinha hiperativo, enquanto Camila era a irmã mais velha que cuidava dele com devoção. Ela o ensinou a andar de bicicleta e a tocar violão. Já ele, por mais que 5 anos mais novo, a ajudou a lidar com suas preocupações e medos, sempre com palavras gentis e um abraço acolhedor.
Mesmo quando a vida os levou por caminhos diferentes, a conexão entre eles permaneceu inabalável. E agora, quando enfrentavam a incerteza de uma missão conjunta, o amor que nutriam um pelo outro desde a infância era uma fonte de força e conforto.
Juan pensava em sua irmã com um carinho indescritível. Ela era a luz que o guiava, mesmo nos momentos mais sombrios. Ele sabia que não importava onde a vida os levasse, sua ligação profunda como irmãos e amigos seria eterna, um vínculo que nada poderia quebrar.
Entre os braços, Juan, impulsionado por um saudosismo repentino, ergueu Camila, ouvindo um grito assustado sair de sua garganta. Um sorriso travesso adornava seus lábios enquanto ele corria em direção à sala, deixando-a atônita e, ao mesmo tempo, ligeiramente irritada. O gesto, um resgate de brincadeiras do passado, transportou-os para uma época de inocência e alegria compartilhada. O chão que ficou para trás era mais do que espaço físico; era um rastro de felicidade e nostalgia.
— Juan! Para com isso! — Camila protestou.
Ele a ignorou, começando a girar com ela em seus braços. Mateo correu para perto, aproveitando da brincadeira, fazendo seu pai sorrir na porta do corredor. Ele não podia estar mais grato pela família linda que havia construído com a mulher que amava.
— No fundo você gosta que eu sei!
Juan a colocou suavemente no sofá da sala, recebendo um tapa no ombro.
— Ei! Você vai amassar minha farda! — Ele repreendeu.
Camila revirou os olhos de brincadeira, mas o sorriso em seu rosto entregou o quanto ela apreciava esses momentos de travessura fraternal.
— Você está quase com vinte e dois anos e não perdeu a mania de implicar comigo — ela fez um bico, fingindo estar chateada.
Juan se jogou no móvel, deitando em cima da mulher e começando a beijar repetidamente seu rosto. Ela tentava o afastar, mas estava fraca, devido as risadas profundas que soltara.
— Qual seria a graça de ser o mais novo se eu não fizesse isso?
Camila, ainda que um pouco irritada, não conseguiu conter um sorriso enquanto se ajeitava no sofá. Ela olhou para Shawn e disse:
— Viu só, amor? Seu parceiro de missão tem a mesma idade do nosso filho.
O militar riu e estava prestes a responder, quando Juan o interrompeu:
— Mateo, ela está falando mal de nós! — O menino fingiu estar desacreditado. — Já sabe o que fazer!
Mateo lançou um olhar travesso para o seu dindo, antes de começar a correr até sua mãe, que gritou ao sentir o corpo do menino colidir com o seu. Seu rosto estava repleto de artimanha quando ele começou a beijar o rosto da latina repetidas vezes, como parte de um gesto afetuoso e brincalhão. Camila riu e abraçou seu filho com carinho enquanto os beijos continuavam.
— Hijo, você vai realmente amassar sua farda dessa forma — Sinuhe repreendeu. — Lembre-se do que Shawn disse quando entrou o exército: "Farda é como um manto, que representa seu país".
Shawn riu ao perceber que sua sogra ainda lembrava daquilo, mesmo que tivesse acontecido há 3 anos.
— Está tudo bem, suegra — brincou.
A risada da loira ecoou suavemente, uma sinfonia de apreciação pelo sotaque arrastado e dedicado de seu genro ao desbravar o espanhol. Cada tentativa era uma valiosa demonstração de empenho, uma prova de seu compromisso com a unidade familiar, reconhecendo a importância do idioma para todos.
Sinu sempre observou Shawn com uma admiração profunda, transcendendo as barreiras linguísticas. Seu apreço não se limitava apenas à dedicação como pessoa; era uma reverência por ele como pai e marido. O coração de Sinu se enchia de orgulho ao testemunhar o empenho inabalável de Shawn, sua capacidade extraordinária de fazer qualquer coisa pelo filho e pela esposa. Era uma entrega que ressoava em gestos cotidianos, nas pequenas e nas grandes coisas.
Shawn deixava claro, em cada ação, que sua família era a prioridade máxima. Era a tranquilidade no olhar de Sinu ao ver a ternura com que ele tratava sua filha, a paciência infinita com Mateo, que a fazia admirá-lo ainda mais. A conexão entre os três não era apenas superficial; era um tecido intricado de amor, respeito e compreensão.
Ao testemunhar os momentos de cumplicidade entre Shawn, Camila e os outros membros da família, a mais velha sentia-se envolvida por uma emoção suave e reconfortante. Cada riso, cada gesto de carinho, serviam como testemunho vivo de uma família unida.
Era essa teia de relacionamentos sólidos e a presença constante de Shawn como pilar da família que fazia o coração de Sinu transbordar de gratidão. Admirava a maneira como ele não apenas construía pontes linguísticas, mas também sustentava a essência de uma família amorosa, moldada por afeto e compreensão. Para Sinu, essa admiração era mais que um olhar; era um sentimento profundo de apreço por um genro que se tornara um verdadeiro alicerce para toda a família.
Durante os pensamentos da avó, Mateo soltou uma gargalhada contagiosa ao assistir a cena de seu pai trocando a língua em sua fala. Seus risos eram como música para os ouvidos de todos no cômodo. Um momento de alegria e conexão familiar que todos valorizavam profundamente, especialmente antes de embarcar em sua missão.
— Seu espanhol é péssimo, papi — ele disse.
Shawn fingiu estar ofendido, levando a mão ao peito.
— Como ousa, seu rapazinho abusado? — Shawn lançou um olhar conhecido para Mateo, que percebeu imediatamente que algo divertido estava prestes a acontecer.
Com um sorriso levado, Mateo se virou e, com uma risada contagiante, começou a correr pela sala. Era uma cena hilária de um menino cheio de vitalidade, pronto para qualquer desafio que seu pai lhe lançasse. Shawn não demorou a entrar na brincadeira, correndo atrás de seu filho com determinação.
A sala de estar se transformou em uma pista de corrida improvisada, com móveis se transformando em obstáculos emocionantes. Os risos e gritos de alegria preenchiam o ar enquanto pai e filho se perseguiam, alternando os papéis de perseguidor e fugitivo.
Sentados pelo cômodo, os outros compartilhavam um olhar cúmplice que transmitia todo o orgulho e carinho que tinham pelo ciclo familiar que faziam parte.
Enquanto Shawn perseguia Mateo com entusiasmo, sua determinação em alcançar o filho era tão grande que ele não percebeu a mesa próxima. Em um movimento desajeitado, esbarrou no móvel e acabou derrubando um vaso de plantas que estava sobre ela, fazendo-o cair no chão com um estrondo.
O som da quebra do vaso foi seguido por um breve silêncio na sala, que logo foi quebrado pelo riso contagioso de Mateo. As folhas e a terra do vaso estavam espalhadas no chão, criando um cenário inesperado. Os avós de Mateo observaram a cena com olhares surpresos e já sabiam o que viria a seguir.
— Mateo Raul Cabello-Mendes! — A voz firme de Camila ecoou pela sala.
O menino olhou indignado para sua mãe, cruzando seus braços.
— Mas foi o papai! — Disse, irritado.
— Ah, foi o papai? — Camila ergueu uma de suas sobrancelhas, fuzilando seu marido com o olhar.
O militar, um pouco constrangido, se aproximou do vaso quebrado, sorrindo receoso enquanto admitia:
— Acho que eu me empolguei...
Camila, com um olhar firme e um sorriso contido, fez um gesto com a cabeça em direção à bagunça, indicando claramente que ele deveria cuidar da situação. Shawn, reconhecendo o olhar e a mensagem de sua esposa, acenou com a cabeça em concordância.
— Você tem razão, amor. Vou limpar isso imediatamente — disse ele, dirigindo-se ao vaso quebrado e à bagunça no chão.
— Se fodeu! — Juan jogou a cabeça para trás, gargalhando no sofá.
— É, papai, se fodeu! — Mateo repetiu, rindo.
— Mateo! — Camila arregalou os olhos, surpresa. — Não repita isso, é uma palavra feia!
— Ah... — foi a vez do menino abrir seus olhos de forma exagerada. — Eu não sabia, mamãe, desculpa...
— Está tudo bem, meu amor — ela se aproximou de seu filho, fazendo um leve carinho em seu rosto. — Agora vai ajudar seu pai a limpar a bagunça.
— Mas ele que quebrou! — Indignou-se.
— Você estava brincando junto. Vai!
Mateo percebeu que não tinha escolha assim que viu o olhar de sua mãe. O menino bufou, antes de ir atrás de seu pai, para a cozinha, perguntando o que ele deveria fazer.
— Você — a latina apontou para seu irmão. — Se falar palavrão perto dele de novo, eu arranco seu pinto na unha.
Juan também arregalou os olhos em surpresa e um toque de arrependimento. Ele não esperava que Camila fosse reagir tão enérgica, e a expressão surpresa em seu rosto era evidente. Enquanto processava a repreensão, ele acenou com a cabeça em sinal de entendimento, pronto para acatar as palavras de sua irmã.
A campainha tocou novamente, interrompendo o momento de recuperação após o esporro de Camila para Juan. Mateo, como sempre, correu rapidamente da cozinha para atender à porta. Sua animação era evidente, e ele estava ansioso para descobrir quem estava do outro lado.
— Vovó! — A próxima cena foi o garoto pulando no colo da mais velha, com entusiasmo.
— Oi, meu pequeno! — Beijou seu rosto, o abraçando com força. — Senti saudades!
— Eu também! Cadê o vovô? — Perguntou, animado.
— Está no ca-
— Vovô!
Assim que avistou o homem se aproximando, ele pulou do colo de sua avó com uma felicidade contagiante. Seus olhos brilharam de alegria enquanto ele jogava seu corpo em direção ao português, estendendo os braços para ser abraçado por ele. Era um gesto de afeto e um sinal de quão profundo era o amor entre as gerações da família.
— Sou trocada muito fácil — Karen fingiu reclamar. — Oi, meu amor.
Ela avistou seu filho chegando e não conseguiu conter sua emoção. Com um sorriso, se aproximou e abraçou Shawn com carinho, expressando seu amor e alegria por tê-lo por perto. A mulher sentiu um orgulho imenso ao abraçá-lo. Ela se lembrava de quando ele era apenas um menino, e agora o via como um pai dedicado e um homem forte, com responsabilidades.
Shawn, por sua vez, apreciava profundamente o abraço de sua mãe, que era como um abraço de conforto e apoio. O carinho que ele sentia por aquela mulher era imenso, e ele sabia que podia contar com seu amor incondicional, não importando as circunstâncias.
— Está lindo, filho — seu pai interrompeu o momento, ajeitando Mateo em seu colo.
— O senhor também não está nada mal! — Brincou, indo dar um abraço em Manuel.
— Bom, acho que agora já dá pra nós irmos, não? — Juan concluiu.
Camila soltou um suspiro pesado ao ver todos assentirem, seu coração apertado com a consciência de que seu marido estava prestes a embarcar em uma viagem arriscada com o exército. O peso da separação iminente pesava sobre ela, fazendo com que as lágrimas ameaçassem brotar em seus olhos.
Ela olhou para a foto de família na parede, onde estavam sorrindo, felizes, antes de tudo isso. A lembrança da alegria compartilhada era tanto um consolo quanto um lembrete doloroso do que estava por vir. Camila sabia que Shawn estava fazendo o que era necessário, protegendo o país e seu ciclo íntimo, mas isso não tornava a despedida mais fácil.
Mendes percebeu as lágrimas nos olhos de sua esposa e, imediatamente, sua preocupação e carinho o impeliram a ir até ela. Com passos gentis, ele se aproximou e a envolveu em um abraço acolhedor, segurando-a com firmeza.
Sem dizer uma palavra, ele acariciou suavemente o cabelo de Camila enquanto ela se apoiava em seu peitoral. Era um abraço que transmitia amor, apoio e compreensão mútua. No silêncio daquele momento, não eram necessárias palavras para expressar o quanto eles se amavam e o quanto sentiam a dor da separação iminente.
Shawn estava determinado a fazer sua partida mais fácil para Camila, mas também sabia que não havia palavras que pudessem afastar completamente a tristeza. O abraço amoroso era uma maneira de compartilhar o fardo juntos, de mostrar que estavam unidos mesmo quando a distância os separaria. Eles enfrentariam esse desafio juntos, como sempre fizeram, com amor e apoio inabaláveis um pelo outro.
De dedos entrelaçados, foram para o carro, onde o clima de tensão da partida iminente ainda pairava no ar. No entanto, Shawn ligou o rádio e começou a deixar tocar músicas alegres, transformando o ambiente do carro em um lugar de descontração.
Ele cantou junto com as músicas, brincou com Mateo no banco de trás, fazendo caretas e contando piadas infantis que fizeram ambos rir. Sabia que não podia apagar completamente a preocupação de Camila, mas estava disposto a fazer de tudo para dissipar a tensão.
A latina, aos poucos, começou a se soltar, permitindo-se rir das piadas de Shawn e se perder nas melodias. Era um momento de alívio em meio a despedida difícil que estavam prestes a enfrentar. Enquanto dirigiam para a base, a família compartilhava risos, músicas animadas e momentos de ternura, lembrando-se do poder do amor e da união familiar, mesmo nos momentos mais desafiadores. Eles estavam determinados a enfrentar essa separação com coragem e esperança, sabendo que estariam sempre conectados pelo amor que compartilhavam.
A família toda chegou à base militar, onde a atmosfera estava repleta de emoções intensas. Enquanto caminhavam pelas instalações, eles testemunharam uma cena comovente: vários militares se despedindo de suas próprias famílias.
Eles, vestidos em seus uniformes, estavam alinhados para embarcar em um encargo importante, cada um com um senso de dever e comprometimento. Uma mistura de emoções, com abraços apertados, beijos e lágrimas compartilhadas entre aqueles que serviam e suas famílias.
Camila, Mateo e os outros membros da família de Shawn observavam o cenário com respeito e compreensão. Eles sabiam que o momento de despedida era uma parte inevitável da vida militar e que cada núcleo ali presente compartilhava dos mesmos sentimentos de orgulho e preocupação.
Enquanto aguardavam a partida de Mendes, os entes encontraram consolo na solidariedade e no apoio mútuo compartilhados por todas as redes familiares presentes na base. Um lembrete de que, apesar das despedidas dolorosas, a comunidade militar era uma família em si, unida pelo compromisso com o serviço e pelo amor pelas pessoas que deixavam para trás.
Cabello se encontrava em prantos, lágrimas rolando por seu rosto em um fluxo incontrolável. Seu choro era profundo, carregado de emoção, e vinha acompanhado de soluços que pareciam sacudir todo o seu corpo. Cada lágrima era uma expressão de seu medo de perder Shawn, um medo que a consumia naquele momento de despedida.
Seus olhos estavam vermelhos e inchados, as lágrimas descendo como uma cascata por suas bochechas. Ela tentou falar, mas a voz se quebrou em meio ao choro, e apenas gemidos entrecortados escapavam de seus lábios.
Camila agarrou-se a Shawn com força, como se temesse que, se o soltasse, ele pudesse desaparecer para sempre. Seu corpo tremia com a intensidade de suas emoções, e ela enterrava o rosto em seu peito, buscando consolo em seu abraço.
Uma cena de vulnerabilidade absoluta, onde todos os medos, preocupações e amor que ela sentia por seu marido vieram à tona em uma torrente de lágrimas. Naquele abraço, ela encontrava refúgio, mas também enfrentava o desafio de se despedir do homem que amava profundamente.
— Vai passar em um piscar de olhos — ele sussurrou com a voz trêmula. — Eu te prometo.
Camila lentamente se afastou dele e secou as lágrimas dos olhos com as costas da mão. Ainda com o coração pesado pela despedida iminente, ela fez um esforço para se recompor e se dirigiu até Juan.
O mais novo estava parado ali, observando a comovente despedida entre o casal, e quando sua irmã se aproximou, ele abriu os braços para recebê-la. Camila se jogou nos braços do irmão, abraçando-o com força, transmitindo amor, segurança e apoio, mostrando que mesmo em momentos difíceis como aquele, eles podiam encontrar conforto um no outro.
Karen se aproximou de seu filho com água nos olhos, seu rosto expressando uma mistura de orgulho e preocupação. Ela não conseguiu conter as próprias emoções ao ver seu filho prestes a partir em uma missão militar. Com um envolver apertado, ela o laçou em seus braços, como se quisesse protegê-lo de todos os perigos do mundo.
— Não ouse voltar com um arranhão! — Ela riu em meio a lágrimas.
— Eu não vou voltar — beijou o topo da cabeça de sua mãe.
O encaixe expunha a conexão profunda que transcendia as palavras. Karen sabia que Shawn era corajoso e dedicado, mas como mãe, ela não podia deixar de se preocupar com ele.
Depois de soltar o abraço de sua progenitora, Shawn virou-se e viu Mateo rindo enquanto conversava animadamente com seu sogro. A cena encheu seu coração de ternura e, ao mesmo tempo, de uma tristeza profunda. Ele sabia que a despedida de Mateo seria uma das partes mais difíceis do dever iminente.
As lágrimas voltaram a escorrer dos olhos de Shawn, e ele mal conseguia conter a avalanche de emoções que o inundava. Ele pensou na falta que sentiria do sorriso de Mateo, das brincadeiras infantis, e em todas as primeiras experiências que poderiam acontecer enquanto ele estivesse longe.
A ideia de perder momentos preciosos da infância de seu pequeno o apertou por dentro. Ele sabia que não poderia voltar no tempo e estar presente em todos os momentos, e essa realidade pesava em seu coração. Shawn não conseguia evitar a sensação de que estava perdendo algo importante, mesmo que estivesse servindo com honra e comprometimento em sua missão.
— Ei, rapazinho, vem cá! — Ele disse, secando seu rosto com as costas da mão, não querendo mostrar suas lágrimas ao menino.
O sorriso de Mateo ficou ainda maior, correndo em direção ao seu pai. Shawn pegou seu filho no colo, segurando-o com carinho e firmeza. O pequeno olhou nos olhos do mais velho e, com a inocência e o amor de uma criança, deu-lhe um beijo suave na bochecha. Foi um gesto simples, mas carregado de significado.
Nesse momento, Shawn não conseguiu mais conter as emoções que o inundavam. Ele soluçou, rios escorrendo por seu rosto enquanto apertava Mateo com força contra si. Era um misto de tristeza pela partida iminente e gratidão pelo amor de seu filho.
— Está tudo bem, papi? — Ele perguntou preocupado, apertando mais o pescoço de seu pai.
— Sim, pequeno, está sim.
Shawn, com o rosto aind úmido, forçou um sorriso. Ele olhou nos olhos de Mateo e começou a falar com voz suave, tentando manter a serenidade para o bem do filho.
— O papai vai ter que fazer uma viagem por algum tempo — ele disse, sua voz embargada pela emoção, mas firme. — Mas não se preocupe, vamos nos falar sempre que pudermos. Você vai me contar todas as suas aventuras e histórias, certo?
Mateo assentiu com seriedade, seus olhos brilhando com determinação.
— Eu vou sentir muito a sua falta, prometo que vou voltar assim que puder — Shawn continuou, deixando um beijo em seu filho. — E enquanto estivermos longe um do outro, saiba que eu te amo muito, meu soldadinho.
Mateo sorriu, mostrando seu entendimento, por mais que incompleto. O amor entre eles era palpável, e mesmo na distância, eles permaneceriam ligados por laços inquebráveis.
— Eu tenho uma missão muito séria pra você! — O homem disse, colocando o menino no chão.
— Qual?
Shawn abaixou a sua frente, ficando de joelhos, sem se importar em como sua calça ficaria.
— Você vai ser o homem da casa agora! — Mateo sorriu, assentindo. — Tem tomar conta da mamãe!
Shawn desviou o olhar de Mateo por um instante e notou que Camila também estava chorando, abraçada com Juan, enquanto observava a interação emocional entre ele e seu filho. O coração de Shawn se apertou ainda mais ao ver a tristeza nos olhos de sua esposa, e ele se lembrou de que sua partida afetava profundamente todos que amava.
— Tem que se comportar também, ok? — Olhou no fundo dos olhos do garoto. — Arrumar sua bagunça, obedecer a mami e não esquecer das brincadeiras de vocês pra me contar quando eu voltar!
Ele assentiu, com os olhos brilhando. Shawn ajeitou sua postura, fechando seu rosto e levando a mão até o lado de sua testa, em uma continência. Mateo sorriu ainda mais, fazendo o mesmo. Sérios, eles bateram ao lado de seus corpos, tirando um sorriso de Camila.
O menino, mesmo tão jovem, parecia entender a profundidade do momento, ainda que não a razão daquilo, e seu gesto de afeto trouxe conforto e consolo ao coração pesaroso de Shawn.
Segundos depois, Shawn se aproximou de Camila e, com um olhar cheio de carinho, segurou seu rosto gentilmente com as mãos, secando as lágrimas que escorriam por suas bochechas com os polegares.
— Eu sei que isso é difícil, meu amor — ele sussurrou suavemente. — Mas saiba que vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para voltar para vocês o mais rápido possível. Nossa família é o que mais importa para mim, e eu amo vocês mais do que tudo.
Shawn arrastou os polegares pelas bochechas de Camila, em um carinho terno, e continuou a confortá-la com palavras suaves e amorosas. Ele olhou nos olhos dela e disse com sinceridade:
— Saiba que, mesmo estando longe, você estará sempre no meu coração, e eu vou levar nossas lembranças e o amor que compartilhamos comigo aonde quer que eu vá — sorriu fraco para a mulher a sua frente. — Você é a razão da minha força. Quando estiver longe, vou pensar em você e em nosso filho a cada momento. Nossa família é minha motivação, e vou trabalhar duro para que possamos estar juntos novamente em breve.
Camila assentiu, seu coração partido, mas cheio de amor. Ela sabia que ele estava fazendo o que era necessário e que o amor deles era forte o suficiente para superar qualquer distância. Ela abraçou-o com força, sabendo que, mesmo separados, o sentimento deles seria o elo que os manteria unidos.
Shawn retirou delicadamente seu escapulário, um símbolo de fé e proteção que ele sempre carregava consigo, e o segurou nas mãos. Com um gesto cheio de significado, ele então colocou o escapulário ao redor do pescoço de Camila.
— Quero que isso fique com você enquanto estivermos separados — ele disse com ternura. — É uma parte de mim que quero que esteja sempre perto de você, como um lembrete de que estou pensando em você e nossa família a cada momento.
Camila segurou o escapulário com cuidado, sentindo a conexão profunda que ele representava. Ela assentiu com gratidão e emoção, incapaz de conter as lágrimas. O gesto de Shawn significava mais do que palavras podiam expressar, era uma maneira tangível de lembrar a presença dele, mesmo na distância.
Camila retirou seu escapulário, que estava em seu pescoço, segurando-o nas mãos com carinho. Ela então colocou o de Shawn e, com um gesto de profundo significado, colocou o escapulário ao redor do pescoço dele.
— Também quero que leve isso com você — disse Camila com voz suave. — Também é um pedacinho de mim, para que saiba que estou sempre com você, mesmo quando estiver longe. E que vou te proteger sempre, não importa se você tem o dobro da minha altura e força.
Shawn riu e aceitou o escapulário com gratidão, tocado pelo gesto de sua esposa. Ele não conseguiu mais resistir a intensidade das emoções que estavam compartilhando naquele momento de despedida. Suavemente, puxou Camila para mais perto, seus lábios se encontraram em um beijo apaixonado e, já, repleto de saudades.
Foi um toque cheio de ternura, amor e uma profunda conexão emocional. Eles se perderam naquele momento, como se o mundo exterior desaparecesse. Camila ficou na ponta dos pés, e Shawn se curvou levemente para alcançá-la, destacando o desejo que sentiam um pelo outro.
O beijo foi uma maneira de compartilhar seu amor e força, um elo poderoso que os unia, mesmo que apenas por um momento fugaz. Era como se quisessem guardar aquele amor em seus corações antes da partida iminente, reafirmando seu compromisso um com o outro e a promessa de que, apesar da distância, estariam sempre ligados.
Enquanto Shawn e Camila estavam imersos em seu beijo apaixonado, sentiram um esbarrão, interrompendo o momento. Surpresos, afastaram-se um do outro, suas expressões refletindo surpresa e constrangimento.
A mulher parecia igualmente surpresa pelo encontro inesperado. Era um daqueles momentos inesperados que quebram a tensão e trazem uma pitada de humor à situação.
— Mil desculpas, eu- — assim que levantou seus olhos, sorriu. — Mendes!
— Jauregui!
Shawn se virou para a de olhos verdes, sua colega de viagem e companheira de trabalho. Ele sorriu e fez as apresentações com gentileza:
— Querida, essa é a Lauren que lhe falei.
Camila estendeu a mão em um gesto amigável, um sorriso caloroso nos lábios.
— Então você é a famosa Camila? — Ela disse. — Shawn fala de você o dia todo, eu já me sinto casada com você também.
Levou um leve tapa no ombro, de seu amigo, rindo em seguida.
— É um prazer finalmente conhecê-la, Lauren. Shawn fala bastante de você também.
Lauren apertou a mão de Camila com um sorriso.
— O prazer é meu, Camila. Sei o quanto o Shawn é dedicado e comprometido, e será uma honra trabalhar ao lado dele.
O encontro entre as duas mulheres foi cordial e amigável, um sinal de respeito mútuo e compreensão da importância da situação que estavam prestes a enfrentar. Era reconfortante para Shawn saber que tinha colegas confiáveis ao seu lado e que sua esposa apoiava plenamente seus esforços.
— Cadê o Kaleb? — Ele perguntou. — Há tempo que eu não o vejo.
— Ali! — Lauren apontou para trás, onde estava o menino e um homem. — Filho! Vem cá!
Lauren sorriu ao ver os homens chegando perto, com um sorriso no rosto.
— E aí, Shawn? — Levantou sua mão, recebendo um tapinha em seguida.
— E aí, garotão? Como está?
— Bem! — Sorriu — Esse é meu pai!
Ele apontou para o homem ao seu lado, com orgulho. O mais velho riu e bagunçou seus cabelos, antes de estender a mão para Shawn.
— Zayn Malik.
— Shawn Mendes — sorriu — Um prazer te conhecer, Lauren fala muito de você!
Mateo observava atentamente enquanto Shawn conversava, principalmente, com Kaleb. Seu rosto pequeno revelava uma pitada de ciúmes enquanto percebia que seu pai estava prestando atenção em outra criança. Sentindo-se excluído, ele foi até o homem e, com um olhar ansioso, ergueu os braços, pedindo para ser pego.
Shawn imediatamente entendeu os sentimentos de seu filho e o levantou nos braços com carinho. Ele abraçou Mateo com ternura, lembrando-lhe o quanto ele era especial. O garoto, apesar de seu ciúmes momentâneo, se aconchegou nos braços de Shawn, sentindo-se amado e seguro.
— Esse é o meu rapaz! — Shawn disse, balançando o menino em seu colo, que riu.
— Nossa, como está grande! — Lauren disse.
— Eu já tenho quatro anos! — Ele falou orgulhoso.
Camila não pode deixar de sorrir, deixando um beijo nas costas de seu filho. Foi para o lado livre do corpo de Shawn, sentindo seu braço passar por sua cintura e sua boca ir de encontro aos seus cabelos.
— Eu preciso ir — Jauregui avisou. — Um prazer, Camila. Até mais tarde, Shawn!
Eles apenas acenaram com a cabeça, com um sorriso no rosto. Observaram Zayn passar seu braço pelo pescoço da outra, deixando um beijo em sua bochecha, enquanto conversava animadamente com seu filho. Shawn sorriu para a cena. Para ele, nada nunca seria mais importante do que uma família.
— Quando eu voltar — Shawn quebrou o silêncio —, quero meu moyo y cristano.
Camila gargalhou, jogando a cabeça pra trás e deixando seu esposo confuso.
— É moro y cristiano, meu bem.
Ele estalou a língua, dando de ombros.
— Você entendeu.
Camila assentiu, ainda rindo, deixando um beijo demorado em seu peitoral.
Eles so perceberam que o Coronel havia pegado o microfone, quando, com uma voz firme e autoritária, chamou os militares para a formação antes da partida. O som da voz dele ecoou pelo local, trazendo um senso de urgência e disciplina para o momento.
— Senhores, formação imediatamente! — Declarou o tenente, sua voz ressoando com clareza. — Está na hora de partirmos. Mantenham a disciplina e estejam prontos para o dever. Vamos, pessoal!
Shawn lançou um olhar amoroso para Camila e um sorriso carinhoso se formou em seus lábios. Enquanto ele tentava transmitir tranquilidade e confiança, os olhos de Camila se encheram novamente de lágrimas, revelando a profunda emoção que ela estava sentindo naquele momento de despedida.
— Eu vou voltar tão rápido, que nem vai dar tempo do meu moro y cristiano ficar pronto — brincou, fazendo Camila rir. — Eu vou te escrever sempre, vou pensar em vocês a cada segundo.
Shawn desviou seu olhar de Camila e viu que Mateo também estava com lágrimas nos olhos, um reflexo do ambiente emocional ao seu redor. Ele olhou nos olhos do filho e sussurrou palavras de conforto:
— Não chore, meu campeão. O papai vai voltar logo — beijou seu rosto. — Quero desenhos todos os dias, pra eu poder enfeitar meu quarto! Pode ser?
Mateo assentiu com tristeza, entendendo o que seu pai estava dizendo. Shawn apertou mais o braço em torno de Camila, formando um círculo de amor e união. Era um gesto de despedida, mas também de reafirmação de seu vínculo familiar.
Enquanto estavam abraçados, Shawn puxou gentilmente o rosto de Camila em direção ao seu, e eles compartilharam um beijo suave e cheio de amor. Não envolvia língua, sendo apenas um gesto de carinho e afeto em meio à despedida.
Enquanto sentia o toque de lábios, Shawn sentiu algo mais suave em sua bochecha. Olhou para o lado e viu que era Mateo, o pequeno beijava a bochecha do pai com entusiasmo. Isso fez com que os três rissem juntos.
— Você é o cara mais incrível que eu conheço, sabia? — Disse ao filho. — Desde o dia em que você chegou à nossa vida, ela se encheu de alegria, risos e um toque extra de chiliques e agitação!
Mateo riu, adorando a referência à sua personalidade travessa. Shawn continuou:
— Vou sentir muito a sua falta e quero que você saiba que o papai vai estar sempre a um pensamento de distância. Quando você se sentir entediado, olhe para as estrelas e lembre-se de todas as nossas brincadeiras e aventuras, e estarei aí em espírito para rir com você.
Ele fez cócegas em Mateo, fazendo-o rir ainda mais.
— E não se esqueça, quando eu voltar, quero saber de todas as suas brincadeiras enquanto estive fora! Enquanto isso, cuide bem da mamãe e continue sendo o menino incrível que você é.
Shawn terminou a declaração com um beijo na bochecha de Mateo e um abraço apertado, ambos rindo e se sentindo mais conectados do que nunca.
Shawn olhou profundamente nos olhos de Camila, segurando seu rosto com carinho. Sua expressão refletia uma mistura de amor e determinação.
— Você é minha vida, meu amor, meu tudo — começou Shawn com voz emocionada. — Não há um dia que passe sem que eu me sinta grato por ter você ao meu lado. Você é a razão da minha força e coragem, e sei que podemos superar qualquer obstáculo juntos.
Ele fez uma pausa, acariciando o rosto de Camila.
— Sei que iaso é difícil para nós, mas quero que saiba que tudo o que faço, faço pensando em você e em Mateo. Você é a pessoa que mais amo no mundo, e nossa família é a coisa mais preciosa que tenho. Prometo que vou voltar para casa, porque meu lugar é ao seu lado, cuidando e amando vocês.
Shawn se aproximou ainda mais e deu um suave beijo em Camila, selando suas palavras com amor e compromisso. Era uma declaração profunda de seu amor e a promessa de que, mesmo na distância, seu vínculo permaneceria forte.
— Eu te amo, mais do que as palavras podem expressar, mi señorita.
Camila, com os olhos cheios de lágrimas, sorriu com gratidão e amor.
— Eu também te amo mais do que posso dizer, Tenente.
Eles se abraçaram uma última vez, com força, reafirmando seu compromisso e o amor que compartilhavam.
Quando Camila viu o avião decolar, uma mistura avassaladora de emoções a invadiu. Havia uma sensação de orgulho imenso por seu marido e sua coragem ao embarcar na missão. Ela sabia o quão importante era o trabalho que ele estava prestes a realizar, e seu coração se enchia de admiração por ele.
No entanto, ao mesmo tempo, uma onda de tristeza a atingiu. A visão da máquina partindo representava a separação iminente, a saudade que ela já sentia e a incerteza do tempo que ficariam longe um do outro. As lágrimas brotaram em seus olhos, mas ela fez questão de se manter forte para Mateo e para sua família.
Camila não conseguiu conter as lágrimas que teimavam em rolar por suas bochechas. O nó em sua garganta parecia apertar ainda mais quando viu o avião ganhar altitude. A despedida era uma torrente de emoções, e ela sentiu a saudade antecipada pesar em seu peito.
Nesse momento de vulnerabilidade, Mateo, mesmo sem entender completamente o que estava acontecendo, abraçou sua mãe com força e beijou sua bochecha. Era a maneira dele de mostrar apoio e carinho, de se unir a ela nesse momento de despedida. Seus gestos, puros e cheios de amor, trouxeram algum conforto para Camila, lembrando-lhe do laço especial que compartilhavam.
Era uma montanha-russa emocional, com momentos de alegria pelo amor que compartilhavam, mas também com o peso da despedida. No entanto, ela sabia que, apesar da distância, o amor deles era inabalável, e ela esperaria ansiosamente o dia do reencontro. Era a promessa de um novo capítulo em sua história, que ela enfrentaria com coragem e determinação.