The Stripper (rabia version)

By sunshinecabell

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Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver ha... More

Capítulo 1 - Duas Vidas
Capítulo 2 - Voltando ao Brasil
Capítulo 3 - The Stripper
Capítulo 4 - Nova Presidência
Capítulo 5 - Primeiro Dia
Capítulo 6 - Conversa e mais tempo juntas
Capítulo 7 - A dança
Capítulo 8 - O beijo
Capítulo 9 - Perdendo o controle
Capítulo 10 - Le Café
Capítulo 11 - Devaneios
Capítulo 12 - Confusão
Capítulo 13 - Presente, carona e conversa
Capítulo 14 - Jogo perverso
Capítulo 15 - Chegada inesperada
Capítulo 16 - Reencontro
Capítulo 17 - Conhecendo a família
Capítulo 18 - Um dia diferente
Capítulo 19 - O jantar
Capítulo 20 - Dura realidade
Capítulo 21 - O troco
Capítulo 23 - Arrisque-se
Capítulo 24 - Toda hora
Capítulo 25 - Caminhos cruzados
Capítulo 26 - Desentendimentos e Desculpas
Capítulo 27 part 1 - Uma nova aliança
Capítulo 27 part 2 - Uma nova aliança
Capítulo 28 - Um dia especial
Capítulo 29 part 1 - Momentos
Capítulo 29 part 2 - Vitória do Inimigo?
Capítulo 30 - A descoberta
Capítulo 31 - Confronto
Capítulo 32 - Turbilhão de sentimentos
Capítulo 33 - Caindo em tentação
Capítulo 35 - Coisas do passado
Capítulo 37 - Pedidos
Capítulo 38 - Erros e arrependimentos
Capítulo 39 - Presente especial
Capítulo 40 - Vai dar tudo certo?
Capítulo 41 - Mentir, sim ou não?
Capítulo 42 - O Prêmio
Capítulo 43 - Noite de descobertas
Capítulo 44 - O inimigo comemora.
Capítulo 45 - Sair, sim ou não?
Capítulo 46 - Decisão
Capítulo 47 - The Lap Dance
Capítulo 48 - Xeque-mate
Capítulo 49 - Estratégia
Capítulo 50 - Nova Era
Nova Fanfic
Capítulo 51 - Acerto de contas
Capítulo 52 - A perda

Capítulo 22 - Perdidas

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By sunshinecabell

Oi meu amores, estavam cm saudades?
Em primeiro lugar: ainda não superei que nossa missionária não ganhou
Em segundo lugar: TUDO CERTO PARA A RECONCILIAÇÃO DE RABIA
Em terceiro lugar: eu amei esse capítulo.
Boa leitura!
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Point of view Ivy Moraes

Eu fiquei à espera de Rafaella durante horas em frente aquele lugar. E pelo que me parecia, a mesma estava muito ocupada, pois até o momento ainda não havia dado as caras. Imperium, cujo qual seria o nome daquela boate, era frequentada pela elite do Rio, carros importados, pessoas da alta sociedade entravam e saiam com muita frequência.

"Deve estar metida com alguma vagabunda ali dentro" – esbravejei furiosa.

Fiquei atenta a todo mundo que saía daquela porta. Eu já estava cansada de esperar, mas eu não iria desistir até descobrir por qual motivo Rafa estava ali. Ela não era o tipo de mulher que saía pelas noites à procura de diversão. Quando eu pensava em Rafa, a primeira coisa que vinha em minha cabeça era: trabalho.

Espreguicei-me no assento do carro, sentindo uma leve dor nas costas por ficar tanto tempo sentada espionando aquele lugar. Ajeitei um pequeno espelho para verificar minha aparência que, por sinal, estava bem maltratada. Até notar ao fundo a mulher saindo. Fechei o pequeno espelho e vidrei meus olhos em Rafaella.

A mesma olhou para todos os lados até seguir em direção ao seu carro. Ela não havia saído acompanhada, pelo contrário, estava sozinha como entrou. Ficou por alguns instantes dentro do carro, para logo se retirar dali. E como num estalo, liguei meu carro para segui-la, eu não poderia perder a mesma de vista... ou poderia. Eu teria muitas outras oportunidades de descobrir onde Rafa morava. O objetivo nesse momento, era saber por qual motivo ela havia entrado ali.

Desliguei meu carro, pegando minha bolsa ao lado. Caminhei em direção à boate e paguei uma entrada. O moreno alto e bonito colocou uma pequena pulseira em meu braço e permitiu que entrasse.

O lugar era enorme e puramente luxuoso. Estava lotado, e a música de batida forte ecoava pelos quatro cantos daquele prédio. Eu caminhei observando cada detalhe daquele lugar. Homens e mulheres estavam sentados recebendo um show particular de belas dançarinas em sua frente, que usavam roupas minúsculas que logo foram arremessadas diante de seus corpos.

"Oh, meu Deus, Rafaella Kalimann em uma boate de strip-tease!"

Conclui ao ter aquela visão. Era de me deixar surpresa, eu sabia do passado agitado que minha ex havia tido, mas há anos que a mulher não tirava um tempo para si, e agora frequentava boates de garotas de programa?

"Muito bom..." pensei caminhando até o balcão de bebidas.

- Me veja um drink, por favor.

A morena de corpo esculpido sorriu e começou a preparar minha bebida. Duas mulheres discutiam perto do balcão, me fazendo ter a vontade de me retirar dali.

"Você a viu?"

"Quem?"

"Meu Deus! Quem mais seria? Rafaella Kalimann"

Levantei da bancada me aproximando mais da mulher que havia pronunciado o nome de Rafa. Eu precisava escutar o que a mesma falava, mas o som me impedia de tal ato.

"Eu a vi saindo."

"Para onde ela foi, Gabriela? Ela estava comigo e evaporou!"

A mulher falou furiosa. Por uma fração de segundos eu odiei a prostituta, então era com ela que Rafa se envolvia? Que mal gosto!

"Eu não, Karine! Você perde a mulher por ai e vem descontar em mim?"

"Onde está Jennyfer? Você a viu aqui?"

Forcei minha audição para buscar o máximo de informações possíveis.

"Hoje não é o dia dela"

"Tem certeza?"

Meu Deus... quem era Jennyfer? A mulher havia saído sozinha.

- Aqui está sua bebida, senhora.

Entreguei alguns dólares à morena que assentiu. Eu falaria com essa tal de Karine, e descobriria o que estava envolvendo Rafaella.

- Com licença, você conhece a Rafaella?

- Quem é você? – a mulher perguntou me fitando.

- Isso não interessa no momento, você conhece Rafaella Kalimann?

- Sim, e se você for mais uma que está atrás dela, saia, pois ela será minha.

Eu ri ironicamente.

- Querida, você está falando com a esposa dela.

Karine me fitou sem acreditar, sua expressão em surpresa era tamanha, até explodir em uma risada sarcástica.

- Do que está rindo?

- Então você é a mulher que está sendo chifrada?

- Chifrada? – perguntei furiosa.

- Sim, o que você acha que sua esposa vem fazer aqui? – ela falou séria.

- Acho que precisamos conversar.

- Eu não tenho nada para falar com você. – a mulher falou se ajeitando para logo sair.

Eu tomei um gole da bebida, e me aproximei.

- Você tem, e eu preciso de informações.

- O que eu ganho com isso?

Eu sorri, abrindo minha bolsa. Tirando da mesma um pequeno bolo de dinheiro.

- Você ganha isso. – levantei mostrando as notas para ela.

Karine trocou um olhar com a moça que estava ao seu lado e então sorriu.

- Bom, assim podemos até conversar.

- Perfeito.

Point Of View Bianca Andrade

Peguei as chaves de dentro da minha bolsa para abrir o mais rápido possível a porta de meu apartamento. A noite estava fria, e até dentro do prédio eu podia sentir a brisa. Forcei a chave mais um pouco, até a porta se abrir.

- Está bêbada? – Manu perguntou ao abrir a porta, me olhando de forma estranha.

- Não, eu só não encontrava minhas chaves.

Falei entrando rapidamente dentro do lugar.

- Não vi o carro de Gizelly chegar... vocês não saíram juntas?

Manu perguntava enquanto caminhava atrás de mim.

- Saímos sim. – falei por fim

- Estava aprontando algo, Bianca?

A mulher perguntou parando diante da soleira da porta, com uma expressão acusadora.

- Eu? O que eu poderia está aprontando, Nani?

- Eu é que pergunto: o que você estava aprontando?

Eu fiquei calada, colocando as mãos na cintura sem me render.

- Estava com Rafaella não é?

- Não... – sussurrei para ela fracamente.

- Se mentir é pior.

Revirei os olhos. Como ela conseguia? Eu nunca conseguia mentir para Manoela Gavassi, era como se a verdade estivesse estampada sobre minha cabeça com uma placa em neon.

- Estava... – falei me rendendo.

- Então não saiu com Gi?

- Saí!

- Bia!

- Meu Deus, eu estava no jantar com Gi. Até receber uma ligação de Thelma dizendo que Rafa estava na Imperium. E que Karine estava praticamente se jogando nos braços da mesma.

- E daí você, em busca de proteger seu território, foi até lá?

Eu apenas assenti, ela falando daquela maneira parecia até infantil.

- Você não tem jeito, não é, boca rosa? Pensei que a dura que ela havia lhe dado seria o suficiente para deixá-la para trás. Tomou cuidado para ela não te ver?

- Sim, tomei cuidado. Entrei pela porta dos fundos, as pessoas da frente não veem. Eu só não poderia deixar que a Karine ficasse com ela.

- Você está se arriscando demais

- Eu estou me sentindo culpada por ser tão fria... ela me parece arrependida entende? Eu estou tratando ela muito mal.

- Sim, mas isso não muda a forma grosseira com que ela te tratou.

- Mas Deus sempre diz que precisamos perdoar nosso próximo. – Ouvi Mari falar ao entrar com suas pantufas rosadas e sua xicara de café nas mãos.

- Viu?

Manu revirou os olhos e Mari sorriu sentando-se em minha cama.

- Concordo com a Mari!

- Pois eu não, mas como sei que você tem um fogo descomunal por essa mulher, e que essa história ainda vai render muitas páginas. Siga seu coração, Bia.

- Obrigada, meninas.

- Não tem que agradecer, só espero que tenha cuidado. Eu acharia melhor você tirar Jennyfer desse jogo. – Mariana falou cuidadosa como sempre.

- A Rafaella não gosta da Bianca. Ela gosta da Jennyfer.

- Como pode ter tanta certeza?

- Não viu como ela me tratou? E de noite correu para os braços de Jennyfer, onde ela realmente quer estar!

- Sabe que, sendo a Jennyfer, isso nunca vai dar certo, não é?

- Eu sei, fique tranquila. Eu estou dando um ponto final. Já é a segunda vez que Jennyfer não dá moral a Rafaella, uma hora ela vai cansar.

- Espero... é o melhor para você. – a mais alta falou me abraçando com carinho.

- Você sempre tem os melhores conselhos, Mari.

- Ei! Essa foi uma indireta? – Manu perguntou jogando um dos travesseiros em mim.

- Ai! – resmunguei jogando o travesseiro de volta. – Claro que não!Vocês duas são as melhores conselheiras que eu poderia ter, e Thelma também.

Falei me jogando na cama ao lado de Manu e Mari que me abraçaram com carinho.

- Mas me diz, você viu como a Karine ficou?

Soltei uma risada para Manu.

- Eu não vi, mas daria tudo para ter visto. Rafaella estava a caminho das salas privadas quando eu apareci. E nossa, ela ficou mais branca do que o normal a me ver.

Manoela e Mari riram juntas ao me ouvir contar.

- Ela me provocou, dizendo que eu estava com ciúmes, mas eu virei o jogo. Eu não, Jennyfer.

- O que vocês fizeram? – Manu perguntou curiosa.

- Misericórdia, Manu! Não precisamos saber de detalhes.

- Precisamos sim, eu adoro saber de tudo.

- Bom, Rafa como sempre me agarrou e não me deixou sair, né?

- Ela deve ter uma boa pegada. – Manu concluiu ao ver a minha expressão ao falar de Rafa.

- Ela tem, Nani, uma fodida de uma pegada.

- Jesus, Bianca! Olhe essa boca! – Mari falou nos fazendo rir.

- É sério, Mariana, você não tem ideia de como aquela mulher é.

- E nem quero, você está ficando louca por causa dela.

- Continua, Bi! Ela te agarrou e aí...?

- Eu consegui virar o jogo e dar o troco com a mesma moeda. Deixei a mesma ajoelhada aos meus pés. Você precisava ter visto, eu ordenei e ela cumpriu.

- Você é péssima, Bianca Andrade.

- Bianca? Não era ela, era Jennyfer.

Point of view Rafaella Kalimann

Naquele dia meu humor estava péssimo. Nos últimos dias minha vida estava virada do avesso. Jennyfer, Bianca e Ivy estavam me deixando maluca. Mais uma vez, Jennyfer me fez de otária, será que eu havia nascido para isso? Óbvio que não, meu Deus! Eu me ajoelhei, eu literalmente me ajoelhei aos pés daquela mulher por puro desejo. E o que ela fez? Nada, absolutamente nada.

Você pode imaginar como é frustrante? Será que havia alguma coisa de errada comigo? Não, não havia nada de errado!

Jennyfer gostava de brincar. Era uma mulher perigosa que usava e abusava de seus poderes de sedução para colocar qualquer um aos seus pés. Como uma sereia que ludibriava os viajantes do mar com sua beleza incomparável.

Abri os olhos fitando o teto claro de meu quarto. Confesso que aquela manhã eu estava morrendo de vontade de ficar em casa,sem fazer absolutamente nada. Mas quando se é presidente de multinacional, você já não tinha direito à essas mordomias que uma vida vadia poderia lhe oferecer.

Levantei da cama direto para um banho quente, eu precisava estar totalmente relaxada para ter a maldita paciência de olhar para algumas pessoas hipócritas que lá trabalhavam, aturar os puxa sacos e o lindo e alegre sorriso no qual Bianca estaria pela saída com Gi.

Eu não queria nem imaginar como aquela noite havia terminado. Pensar em Bianca levantando da cama de Gizelly completamente nua não era uma visão tão boa. Não que Bianca não tivesse um belo corpo, ela tinha, e muito belo por sinal. Porém, imaginar que a mesma dormiu com Gizelly de tal maneira provocava-me um certa irritação.

Droga! Elas devem ter passado a noite juntas... Gi deve ter a feito sorrir, sorrir daquele jeitinho manhoso que ela sabia fazer.

Igual eu havia feito...

Fechei os olhos e em milhares de imagens de nossos momentos juntas em L.A. se passaram em minha cabeça. Aquilo me deixava confusa, estar com ela era agradável. Bianca tinha um jeito único de te fazer sentir especial. A mulher fazia você sentir falta de cada segundo ao lado dela. Que feitiço ela tinha sobre mim?

Mulheres eram feiticeiras? Eu não era, mas e as outras?

Balancei a cabeça e saí do chuveiro. Enxuguei-me rapidamente, secando meus cabelos. Optei por algo tradicional: uma saia preta, justa e longa. Saltos negros com solados vermelhos, e uma blusa de botão branca. Usei uma maquiagem leve, ressaltando apenas meus olhos e minha boca.

"Nada mal" – pensei ao me ver no espelho.

Aquela manhã estava nublada, o céu estava coberto por uma massa cinzenta deixando claro que o dia seria chuvoso. Vesti meu sobretudo preto, procurando me aquecer do frio que estava fazendo aquela manhã.

Em poucos minutos, eu já estava entrando nos aposentos da Kalimann Industry. Estacionei meu carro e caminhei rapidamente para a entrada, a garoa fina havia começado a cair.

- Bom dia, Senhora Kalimann

Josh falou assim que me viu.

- Quer que eu estacione seu carro na vaga especial?

- Faça isso.

Em poucos minutos o elevador parou no último andar e eu então entrei.

Point of view Bianca Andrade

Eu pude ouvir de longe o bipe do elevador, era a Rafaella. Através da vidraça de sua sala, eu vi a mulher caminhando em minha direção. Ela estava linda, como sempre.Usava uma saia longa preta, e uma blusa de botão branca. Seus cabelos estavam presos em um coque um pouco frouxo. Como uma típica empresária.

- Bom dia.

Ela falou ao entrar na sala.

- Bom dia, Sra. Kalimann.

Rafaella caminhou e sentou na cadeira presidencial. Podia ser loucura, mas Rafa ficava ainda mais sexy naquele lugar. Aumentava ainda mais o ar poderoso que rodeava aquela mulher.

- O que temos para hoje? - perguntou ela sem olhar em meu rosto.

Rafa não estava com o menor humor aquele dia. Imagino que a brincadeira perversa de Jennyfer a deixou completamente irritada.

- Às oito, uma reunião com o financeiro. Às 10, o pessoal do marketing vem mostrar a nova proposta. Depois, a Sra. terá um almoço com Alfredo.

- Cancele!

- Ok, depois disso a Sra. precisa ir à fazenda fornecedora de madeira, o contrato expirou e eles estão pedindo uma renovação urgente, ou o governo para a produção para nós.

Rafaella fechou as mãos em punhos, provavelmente não gostando nada da ideia.

- Tenho que ir hoje?

- Sim, senhora.

- Você vai comigo, ok?

Sério isso? Rafa me faria ir do outro lado da cidade, na área rural para resolver isso com ela? Justo hoje?

- Algum problema? Eu não quero interromper algum encontro seu. – Falou ela me encarando.

- Creio que vamos chegar a tempo de eu conseguir ir ao meu encontro. – devolvi a indireta.

- Ótimo.

As horas se arrastaram. Era incrível, o humor da mulher estava como o céu aquela manhã: Totalmente fechado. Perguntava-me se tudo aquilo era culpa de Jennyfer, ou se havia outro motivo para tanto mau humor. A mulher não soltou um sorriso a manhã inteira, nem sequer olhava em meus olhos, e cada cinco minutos soltava uma farpa.

- Como estão as coisas por aí?

Assustei-me ao ouvir Mariana tão próxima.

- Estranhas... Rafaella está puro mau humor.

- O que você queria? Depois do que fez com ela ontem. – Mari falou segurando uma risada.

- Eu não sei, Mari, Rafaella se irrita mas não fica tanto tempo. Algo está incomodando ela aqui.

- Não seria esse teu sorriso largo aí?

Semicerrei os olhos não entendo.

- Bianca, não seja tola. Para Rafaella, você saiu com Gizelly ontem à noite, ela deve estar de mau humor devido você estar toda saltitante essa manhã.

Fitei Rafa pensando em tamanha possibilidade, que com toda certeza eu considerava impossível.

- Não acredito que seja isso... Rafa não tem motivos.

- Isso é o que você pensa. Vocês se beijaram, tiveram um final de semana maravilhoso, para depois você estar no maior chamego com a melhor amiga dela? Pense! – A mulher falou saindo.

Ciúmes? Será que Rafaella estava com ciúmes? Não era de se negar que a dias atrás Rafa e eu estávamos a todo tempo juntas,mas... não, não, Bianca! Isso seria loucura.

- Vamos, Andrade.

Assustei-me ao ver Rafaella em minha frente.

- Já está na hora?

- O que acha?

- Que você está com um péssimo humor.

- Como?

- Nada. –falei por fim.

- Vamos, não quero me atrasar. – ela ordenou.

O caminho era longo demais, estava ficando incômodo ficar naquele silêncio com ela. Duas horas de viagem não era fácil quando a pessoa ao lado poderia pular em seu pescoço a qualquer instante. Era esse o clima entre nós: pesado e totalmente carregado em mau humor.

- Está tudo bem?

- Sim, porque não estaria? – perguntou ela ainda concentrada na estrada.

- Eu não sei, você está estranha.

- Impressão sua, srta. Andrade. Eu estou mais normal do que nunca.

- Literalmente esse não é o seu normal.

- Como pode ter tanta certeza?

- Bom, de todas as vezes, esse está sendo seu pior humor.

- Eu devo ter motivos para isso.

Rafaella me fitou intensamente, seus olhos estavam escuros, mas não era como ficava quando olhava para Jennyfer. Sua íris estava em uma tonalidade escura e sombria. Ela voltou os olhos para a estrada difícil. Ir com um sedan importado para aquele lugar não havia sido uma boa ideia.

- Merda!

Resmungou ela acelerando o carro.

- Se acalme.

- Meu carro está sendo maltratado nessa porra de estrada, e ainda tem essa chuva maldita. Desse jeito vamos chegar à noite!

E pelo jeito ela tinha razão, a estrada que estávamos não era das melhores, a chuva era torrencial. O carro de Rafaella patinava no meio de tanta lama, e a situação só parecia piorar.

- Oh, meu Deus, isso não deveria acontecer.

- Não vamos morrer, Andrade, fique tranquila.Você vai voltar para seu encontro.

Revirei os olhos de forma tediosa. Já era quatro e meia da tarde. Estávamos atrasadas uma hora e meia para a tal reunião. E Rafa, no meio daquele estrago, ainda tinha mau humor suficiente para me jogar farpas.

- Sinceramente eu daria meia volta.- Rafa falou irritada.

- Pois somos duas.

- Está com pressa, não?

- Sim, digamos que não é nada agradável ficar dentro de um carro com uma mulher mal humorada com essa chuva torrencial lá fora!

Rafa semicerrou os olhos em minha direção de forma surpresa a me ver falar assim.

- Creio que deve ter melhores companhias, não é?

- Sabe que eu tenho mesmo?! – Falei brava, eu já estava cansada de todo aquele mau humor.

- Até imagino quem seja. – ela falou rude.

- Deve imaginar mesmo. – Falei cruzando os braços emburrada.

Ficamos em silêncio por longos minutos, Rafaella bufava ao meu lado. O espaço parecia pequeno demais para nós duas.

Seguíamos em linha reta pela enorme estrada. Talvez não estivéssemos tão longe, a pista estava muito molhada, fazendo com que Rafa não corresse o suficiente em seu carro. O mesmo parecia, a cada momento, ficar cada vez mais lento.

- Se eu for correndo chego mais rápido...

- O que você quer que eu faça? Corra nessa pista molhada? Se quer morrer me avise.

- Que acelere?!

Rafaella nada falou, apenas acelerou o carro e o mesmo não respondeu.

- Não, não...isso não pode estar acontecendo. – resmungou ela, me fazendo ficar confusa.

O sedan preto gradativamente foi parando. Rafa virou o volante aproveitando para guiá-lo para o acostamento.

- O que está fazendo? Não acha que esta indo devagar demais não? Ainda vai parar?

- Bianca, silêncio! – Rafaella gritou.

Eu fitei a mulher indignada. Quem ela pensava que era para gritar comigo?

- Não grite comigo!

Rafaella segurou firme, apertando os dedos no volante do carro.

- Olha só, a merda deste carro parou. E eu não faço a menor ideia do que seja. Estamos numa estrada deserta, debaixo de uma chuva torrencial. Então, por favor, não perturbe a minha cabeça. – a mulher pronunciou cada palavra pausadamente como se eu fosse uma doente mental.

- Espera, espera...seu caríssimo carro quebrou? Como vamos voltar pra casa agora?

- Eu não sei!

- Isso não pode estar acontecendo comigo! – Esbravejei cruzando os braços novamente.

Rafaella tentou uma, duas, três, quatro vezes e o carro não deu um sinal de vida. Será que poderíamos ter mais azar? Eu estava literalmente perdida.

Point of view Rafaella Kalimann

Eu estava praguejando céus e terra. Não era possível! Meu carro havia parado no meio do nada, e para piorar a situação, estava um temporal lá fora, e ao meu lado, Bianca reclamava feito uma velha resmungona. Eu respirei fundo tentando pedir toda a calma desse mundo para não surtar.

- Você pode parar? Essa droga de carro não vai funcionar!

Bianca falou brava.

- O que você quer que eu faça? – virei para ela.

- Dê um jeito, eu nem deveria estar aqui!

- E você acha que eu quero estar aqui?

Gritei para ela, que trincou a mandíbula em pura fúria. Bianca então pegou rapidamente sua bolsa no banco traseiro.

- Temos que pedir ajuda. – ela falou vasculhando sua bolsa. – Vamos ligar para Gi.

- O quê? Vamos ligar para um guincho! A sua namoradinha é dona de algum por acaso? – falei irritada.

- Não sei, você que é melhor amiga dela não sabe?

Eu precisava contar de um até mil para não me exaltar com Bianca e seu namorinho idiota.

- Creio que você deve ter mais intimidade com ela do que eu, não é?

- Quem sabe. – Bianca falou pegando seu telefone – Que maravilha! – Exclamou.

- O que houve?

- Não tem sinal aqui, Rafaella!

- Você só pode estar brincando comigo...

- Eu estou com cara de quem está brincando? – ela praticamente gritou.

- Meu Deus, você está com um mau humor terrível! – Falei.

- Eu? Você está feito uma velha carrancuda desde que acordou! Descontando sua frustração por sei lá qual motivo em cima de mim!

- Eu tenho motivos para isso!

- Quais são? – a morena me encarou furiosa.

- Não interessa! E os seus? Quais são? Gizelly não é boa de cama?!

Oh, Deus, Merda, merda, merda!

Bianca semicerrou os olhos em minha direção, e naquele castanho eu poderia ver o fogo, e não era de um fogo bom que eu estava falando. A mulher respirou fundo, e não fez uma cara nada boa.

- Bianca...me descul...

- Cala essa boca, sua arrogante! O que pensa que você é pra falar assim comigo? – Ela praticamente gritou.

- Abaixe o tom de voz, Andrade. – Falei tentando ser calma.

- Eu não vou abaixar porra nenhuma! Você é uma idiota!Como eu posso ficar tanto tempo te aturando? Acha que é dona do mundo? Pois está muito enganada, Rafaella Kalimann!

Bianca estava pura fúria. A mulher jogou seu celular na bolsa, ajeitando seu sobretudo que estava aberto, olhou em volta e abriu a porta do carro se colocando para fora.

- Onde você pensa que vai?

- Pra puta que pariu! – Bianca falou, fechando a porta do carro com a maior força que poderia.

Que mulher difícil! Misericórdia! Onde essa maluca pensa que vai?

Bianca saiu andando debaixo daquele temporal. Ela estava perdidamente irritada comigo, e não era pra menos. As palavras haviam saído sem eu perceber. Buzinei diversas vezes para que ela voltasse, mas a morena era persistente, continuou a caminhada debaixo de toda aquela água.

- Porra! Bianca! – gritei

Ela nem sequer olhou para trás.

- Se ela está pensando que vou atrás dela, está muito enganada! – falei cruzando os braços, ficando por alguns segundos imóvel.

Olhei para ambos os lados, temendo que a mesma saísse sozinha.

- Não acredito que vou fazer isso, meu Deus, eu não acredito!

Respirei fundo, tomando coragem para fazer tal ato.

Abri a porta do carro e saí atrás da morena enraivada que caminhava rapidamente. O temporal não era dos fracos, a ventania era forte demais, mas nem isso mudava a ideia absurda da mulher a minha frente.

- Bianca volte aqui!

Ela fingiu nem ouvir.

- Você é surda? Pare!

- Você não manda em mim! – ela gritou a frente.

- Merda, pra onde você vai? – gritei.

Bianca parou e virou-se em minha direção, encarando-me com tanta fúria que eu poderia até sentir medo se não a conhecesse.

- Quer saber pra onde eu vou? – ela perguntou voltando em minha direção.

- Sim! – afirmei sem recuar.

Fitamo-nos por alguns segundos, travando uma batalha apenas com o olhar, a chuva caía sobre nossas cabeças sem pena ou pudor.

- Pra um lugar onde eu não tenha que aturar essas suas grosserias! – Ela falou saindo.

E como no impulso eu segurei nos braços da mulher e a puxei de volta contra meu corpo.

- Você não vai a lugar algum sem mim! Entendeu? – Falei de forma firme.

- Me solte, sua idiota! – ela falou me empurrando com força. – Eu te odeio!

- Eu sei, Bianca, eu sei... - falei selando meus lábios nos dela.

No começo, a mulher recusou, mas Bianca havia perdido a batalha e a única alternativa era se entregar, e assim ela fez. Eu levei uma das mãos à cintura dela e a outra a sua nuca, não deixando que seu corpo desgrudasse do meu por se quer uma fração de segundos.

Como eu estava com saudade, meu Deus! Os lábios delicados de Bianca se moveram de forma selvagem sobre os meus, me fazendo arfar de alívio. A morena sugava minha língua com tanta vontade que eu poderia me perder ali por horas, apenas sentindo seu gosto. Seus lábios, suas mãos sobre mim. Eu não queria mais parar, não queria deixá-la ir, mas o ar já nos faltava e a chuva só aumentava. Soltei lentamente seu corpo contra minha vontade.

Bianca que estava com os olhos fechados abriu devagar, e me fitou envergonhada.

- Está mais calma agora? – sussurrei para ela.

Ela assentiu.

- O que vamos fazer agora? – Ela perguntou, bem mais calma do que há poucos minutos atrás.

- Eu não sei, temos que procurar um lugar para ficar essa noite.

- Não deve ter, estamos no meio do nada.

- Fique tranquila, eu vou dar um jeito. Vem comigo, vou pegar minhas coisas do carro e vamos caminhando para a cidade mais próxima.

Bianca assentiu, e voltamos ao carro pegando minha bolsa , colocando os pequenos utensílios dentro.

- Vamos andar um pouco, conheço uma cidadezinha aqui perto.

- Eu só não quero ficar aqui.

- Não vamos ficar, Bia.

Bianca e eu fizemos uma longa caminha de baixo daquele temporal. Encontrávamo-nos em um estado totalmente deplorável. Nossas roupas totalmente encharcadas e sujas. Mas aquilo não importava, a gente estava bem. Depois de um bom tempo andando, chegamos a uma pequena cidade vizinha. As casas eram simples, tudo muito com aparência de interior.

- Pronto, vamos procurar um hotel, pousada... sei lá.

- Vem comigo, vamos perguntar naquele lugar. – Bianca falou me puxando pela mão.

Perguntamos a um grupo de senhores que conversavam na frente de um botequim de aparência desgastada. Os homens nos indicaram uma pequena pousada do outro lado da rua. O lugar não era dos melhores, mas dava pra passar a noite, tudo era melhor do que ficar de baixo daquele temporal.O que eu menos queria era Bianca doente.

- Boa noite, você poderia me dizer se tem quartos disponíveis? – Bianca perguntou de forma educada para a mulher que nos olhou assustada.

A moça de aparência jovial olhou em seu pequeno caderno e nos fitou.

- Não temos, senhora, sinto muito.

- Olha, querida, veja mais uma vez, por favor! Nós realmente precisamos de um quarto. Nosso carro quebrou na estrada e não temos onde ficar.

- Vou verificar novamente. – a mulher falou educadamente.

- Obrigada.

Bianca me fitou receosa.

- Acabei de verificar, temos sim.

- Ótimo, nos veja dois quartos por favor. – falei.

- Desculpe, mas só temos um quarto disponível.

- Um quarto apenas? – perguntei.

- Sim, senhora, um quarto duplo.

Bianca e eu nos fitamos sem saber o que fazer. Se Deus queria me pôr à prova de fogo, eu assim faria.

- Nos veja esse quarto, ok?

A mulher assentiu e continuou a digitar em seu computador de aparência antiga.

- Quarto de número 21, senhoras, sejam bem-vindas! - a mulher falou nos entregando a chave.

- Sabe me dizer se tem telefone aqui?

- Tem sim, no quarto temos uma linha. Às vezes, o sinal é ruim, mas se ficar tentando com frequência, ele funciona.

- Maravilha – falei de forma irônica, recebendo uma cutucada de Bianca.

Caminhamos em direção ao quarto onde ficaríamos. O pequeno cômodo não era tão ruim assim, eu já havia ficado em lugares piores, ele poderia até ser confortável.

- Bom, até que aqui não tem baratas. – falei jogando as chaves no criado-mudo depois de fechar a porta.

Bianca soltou uma risada divertida

- Não deve estar acostumada com quarto tão simples, não? – Ela perguntou.

- Realmente, isso é bem diferente da minha cobertura.

- Muito humilde você – Bianca falou sorrindo de forma doce, eu já estava sentindo saudade daquele sorriso para mim.

- Sempre.

Ela ficou parada me fitando.

- É melhor tomar logo um banho, vai acabar ficando resfriada com essa roupa molhada. – falei me aproximando dela, tirando seu sobretudo.

Bianca sorriu.

- Eu espero aqui.

A morena assentiu, e então largou a bolsa sobre a pequena cômoda de madeira e entrou no banheiro apertado. Enquanto isso, tirei o sobretudo encharcado e larguei o mesmo no chão. Peguei o pequeno telefone do gancho tentando algumas vezes até o mesmo conseguir sinal.

- Finalmente, Igor! Consiga para mim um guincho, e roupas. Meu carro quebrou na estrada para fazenda madeireira. Estou numa espécie de vila em uma pousada.

- Resolveu trocar de vida, Kalimann? Virar camponesa realmente não se encaixa para você – o homem perguntou rindo.

- Hahaha muito engraçado, Igor. Faça o que estou pedindo, traga roupas e peça a Manoela para pegar roupas para Bianca também. Pegamos uma chuva forte e estamos sem ter o que vestir.

- Nuas? As duas? Se não fosse por Manu, teria sonhos perversos essa noite, Rafa.

- Irei matar você, Igor Carvalho! Por favor, providencie isso. Amanhã de manhã quero sair daqui.

- Deixe comigo, vou já resolver. Assim que o temporal parar eu sigo até aí com o guincho.

- Obrigada.

- Não há de quê, Chefa, tenha uma boa noite, eu iria dizer para usar camisinha, mas creio que não seja necessário. – falou o homem de forma maliciosa.

- Tchau.

Desliguei a ligação e encostei-me na pequena poltrona. O quão louca aquela vida poderia ser? Será que o destino era tão traiçoeiro a ponto de fazer tudo isso para me colocar junto de Bianca outra vez? Será que já estava escrito assim? Ou havia sido pura casualidade da vida?

"Oh ,meu Deus, me dê uma luz! Mostre-me o que fazer" - pensei

Acordei de meus pensamentos assim que vi Bianca sair do banheiro, a morena estava somente coberta por um pequeno roupão branco. Deixando suas belas pernas à mostra, seus cabelos estavam soltos e desgrenhados. Droga, aquilo era demais pra mim! Seria esse o sinal?

- Minhas roupas estão todas molhadas – ela falou me fitando tímida.

Bianca caminhou até a cômoda onde estava sua bolsa, ficando de costas para mim.

Fiquei calada, apenas a fitando por longos segundos, admirando cada pedacinho daquela mulher em minha frente, para então levantar da poltrona e caminhar em sua direção. Ficando mais próxima do que realmente deveria estar.

Bianca abaixou a cabeça ao sentir minha respiração próxima a sua nuca, eu deslizei as mãos por seus braços, subindo de suas mãos até seus ombros.

- Essa noite você não precisa delas, Bia... - sussurrei em seu ouvido, fazendo a mesma se arrepiar.

A morena se virou de frente para mim, fitando-me sem falar absolutamente nada. Eu não tinha dúvidas do que queríamos aquela noite.

Levei as mãos para o fio que amarrava o roupão, e, sem tirar os olhos dos da mulher, deixei que o mesmo caísse aos nossos pés. Bianca olhou no fundo de meus olhos de forma tão intensa que eu poderia me sentir fraca. Eu não sabia se aquilo era certo, eu só faria o que nós duas queríamos aquela noite.

- Se não quiser, eu paro. – falei me inclinando para aspirar lentamente à pele de seu pescoço

Ela tinha um cheiro tão bom, uma mistura adocicada com o fresquinho de quem havia acabado de sair do banho. Eu beijei seu pescoço e levei as mãos até sua cintura apertando a mesma contra mim.

- Você quer, Bia? – sussurrei para ela que fechou os olhos ao sentir meus lábios em sua pele. – Seja minha essa noite. Diga-me, você quer?

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