Sonhos Possíveis [Concluído]

Bởi Reilarand

5.1K 1.5K 2.4K

Quatro amigos diferentes. Quatro sonhos distintos. Quatro caminhos que podem se cruzar no futuro. Renata, C... Xem Thêm

Apresentação
Personagens
Sonhos Possíveis: Cecília Britto
Sonhos Possíveis: Renata Martins
Dedicatória
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 01: Cecília Britto
Capítulo 02: Renata Martins
Capítulo 03: Renata Martins
Capítulo 04: Renata Martins
Capítulo 05: Cecília Britto
Capítulo 06: Cecília Britto
Capítulo 07: Pedro Ferraz
Capítulo 08: Pedro Ferraz
Capítulo 09: Pedro Ferraz
Bônus: Mini-Teatro
Capítulo 11: Renata Martins
Capítulo 12: Renata Martins
Capítulo 13: Cecília Britto
Capítulo 14: Cecília Britto
Capítulo 15: Pedro Ferraz
Capítulo 16: Renata Martins
Capítulo 17: Cecília Britto
Capítulo 18: Renata Martins
Capítulo 19: Parte I: Renata Martins
Capítulo 19: Parte II: Renata Martins
Capítulo 20: Renata Martins / Ricardo Martins
Capítulo Bônus 01 I: Renata Martins
Capítulo Bônus 01 II: Renata Martins
Capítulo Bônus 02: Renata Martins
Capítulo Bônus 03: Cecília Britto
Capítulo Bônus 04: Pedro Ferraz
Capítulo Bônus 05: Entrevista
Algumas manchetes
Agradecimentos e Curiosidades
Memes
PRÊMIOS
Livro Novo: Conflitos de Carolina
Ciúmes de Carolina - Spin-Off de "Conflitos De Carolina"

Capítulo 10: Pedro Ferraz / Renata Martins / Cecília Britto

68 29 66
Bởi Reilarand

PEDRO FERRAZ

Saímos do palco sendo aplaudidos pelos clientes da lanchonete. Ou melhor, grande parte das palmas era direcionada a Renata. Ela foi incrível. Ao contrário de mim. Eu não errei. Mas, em comparação com ela, eu fui muito ruim.

A primeira coisa que eu fiz quando estávamos escondidos pela cortina, foi dar um abraço apertado em Renata, tirando ela do chão. Espero que ela tenha conseguido entender o quão talentosa ela é. E que não deveria desistir de seus sonhos.

Não tivemos muito tempo para conversar. Cecília precisou se trocar as pressas. Ainda tinha o show para fazer. Ricardo e Renata iriam trabalhar. E eu tinha que saber da opinião do amigo do meu pai.

Dei um beijo no rosto de Renata e a parabenizei mais uma vez pela apresentação. E fui até o meu pai. Henry e seu filho estavam sentados na mesma mesa que meus pais. Me aproximei devagar para escutar o que eles falavam. Porém, devido ao barulho, só ouvi a conversa quando estava bem próximo.

— Aquela menina que fez a Jullia foi muito bem. Quero dizer, os outros também se saíram bem. Mas, ela foi a quem mais se destacou. — Henry falou ao meu pai.

Ele foi bem gentil ao dizer que os outros se saíram bem. Bom… pelo menos eu não fui. Mas, quem importava de verdade era que Renata chamou a atenção dele. Era um bom sinal.

— Seria uma ótima atriz. — falou o tal do John. Não fui com a cara desse atorzinho.

— Renata. — meu pai falou — Era dela que eu falei com você.

— Pelo visto, você tinha razão. Não foi perda de tempo vir aqui. — comentou Henry.

Eu estava bem mais próximo da mesa. Cumprimentei Henry e seu filho. E fiquei de pé atrás da minha mãe. De onde estava, tinha uma visão privilegiada. Conseguia enxergar Renata conversando com o pai, que entrava na cozinha.

Ela estava com um sorriso radiante no rosto. E… foco, Pedro! O importante, no momento era saber da opinião de Henry sobre a apresentação de Renata.

— Gostaram? — perguntei, desviando da garçonete mais linda do Estrelas Naturais.

— Sim.  — foi minha mãe quem respondeu, olhando para mim. — Foi muito bom o teatro. E você…

— Não precisa falar. — interrompi minha mãe — Sei que fui péssimo. Mas, Renata se saiu muito bem. E é isso que importa.

— Ela daria uma ótima atriz. Tenho certeza que um dia vou contracenar com ela. — o tal do John falou.

Pena que ninguém te perguntou. Que garoto intrometido. Espero que Renata nunca atue junto com ele. Ou, pior, e se fizerem um par romântico? Droia! Tinha me esquecido que, se Renata se tornar uma atriz profissional, ela teria que fazer diferentes tipos de cenas.

Calma, Pedro, não sofra por antecipação. Se eu sobrevivi vendo ela namorar com uns quinhentos garotos, vou sobreviver a ver ela fazendo papéis de namorada (desde que não seja com esse John). Afinal, seria apenas atuação. E, eu já vi ela com namorados reais.

— Pedro!

Ouço alguém me chamar. Torcia para que fosse Renata. Mas, era Fernanda. Fui até ela, ignorando o comentário de John. Mesmo de costas, sinto o olhar furioso do meu pai. Mas, não me importei. Queria ficar longe daquele atorzinho idiota. E pedia para que Renata tivesse os mesmos pensamentos que eu.

☆ ☆ ☆ ☆ ☆

RENATA MARTINS

Depois do nosso pequeno teatro, me troquei e fui para a cozinha com o meu pai. A lanchonete estava muito cheia. Tinham muitos clientes para atender.

Tenho que admitir que foi bem divertido o teatro. O texto que Cecília criou foi fácil de decorar. Além de ensinar lições importantes. Talvez, fosse isso que eles estavam aprontando. Uma peça teatral com muitas lições, sendo uma delas a importância de nossos sonhos.

Mas, não importa o que eles queriam me passar. Eu desistir de seguir a carreira de atriz. Só aceitei fazer a apresentação por causa da lanchonete. E, porque, uma atração diferente podia chamar a atenção de novas pessoas para o estabelecimento.

Meu pai estava falando alguma coisa comigo, mas eu não conseguia me concentrar em sua conversa. Minha mente insistia em vagar pelas lembranças de alguns poucos minutos antes. O beijo em minha bochecha que Pedro me deu ao me parabenizar pela apresentação.

Eu tinha plena consciência de que não deveria me permitir pensar tanto nele dessa forma. Afinal, éramos amigos. E, mesmo que meu coração insistisse em bater fora do ritmo todas as vezes que ele estava por perto, nunca deixaríamos de ter apenas amizade.

Eu já tentei (e muito) controlar meu coração (e outras partes que insiste em mostrar o quanto a presença de Pedro era marcante). Inclusive, já namorei alguns garotos desde que descobrir que gostava dele mais do que o normal, aos meus 15 anos. Mas, não adiantava. Era sempre ele quem estava na minha cabeça.

Sem que eu percebesse, meus olhos procuraram por ele. E o encontrei, com as mesmas roupas que usamos no teatro, junto com os pais, com mais um homem e um garoto, que eu não lembrava conhecer. Não eram parentes próximos de Pedro (apesar de não conhecer pessoalmente, já vi muitas fotos deles). Talvez, fosse alguns dos amigos de Paulo.

Peguei o avental na cozinha. E, quando sai, já com ele em meu corpo, voltei a procurar por meu amigo. E dessa vez, ele não estava com os pais e os dois estranhos. Ele conversava com Fernanda.

Eu não era uma amiga muito ciumenta (talvez, um pouco). Não me importava dele ter outros amigos ou amigas (apesar de detestar quando as meninas não se contentavam com a amizade dele, querendo elevar Pedro para a categoria “namorado”). Mas, com Fernanda era diferente. Eu detestava essa garota. E sei que o sentimento era recíproco. Ela já fez coisas para me prejudicar. Mas, depois do que ouvi ela dizer… minha vontade era proibir sua entrada na lanchonete. 

— Ainda não acabou. — minha mãe falou, em cima do palco, tomando minha atenção — Para encerrar essa noite, vou convidar nossa queridíssima Cecília Victoria para cantar suas belíssimas músicas para a gente.

Todos aplaudiram quando minha amiga entrou no palco, com uma roupa diferente do nosso teatro. Ela se posicionou como era de costume. Se apresentou. Em seguida, começou a cantar “Eu Quero Sonhar”, uma composição sua. Na verdade, Pedro me pediu para pedir a Cecília para que ela cantasse apenas composições. Ele não me explicou bem. Mas, deveria ser relacionado com a surpresa que ele faria para ela.

Tia Gizelly me entregou uma bandeja para uma das mesas. Ela continha quatro sucos naturais, de diferentes sabores. E quatro sanduiches, também naturais. Andei por entre as pessoas, com cuidado para não derrubar o lanche. Porém, meu olhar foi direcionado a uma das portas. Uma garota, que deveria ter uns 18 anos, entrou acompanhada de um homem. Eles eram estranhos. Não os conhecia.

Entretanto, a garota me chamou a atenção. Ela usava uma grossa blusa cinza com um gorro branco na cabeça (ok, quase todos estavam assim, pois estávamos no inverno, apesar da lanchonete ser bem aquecida). Porém, parecia está disfarçada. Não querendo ser reconhecida.

Os dois se aproximaram do balcão. Ou seja, ficaram mais próximos de mim. Então, eu pude reparar bem. Ela me parecia familiar. Aqueles longos cabelos loiros cacheados… Não. Não podia ser possível. Kamilly Kessyly? A ídola de Cecília? Eu só podia está sonhando.

E, precisava contar a alguém. A Cecília? Não. Ela estava cantando. A Ricardo? Não fazia ideia de onde meu irmão estava. Pedro!

Procurei por ele. E o encontrei ainda conversando com Fernanda. Queria me manter distante da garota insuportável que ela era. Mas, Pedro era o único que eu podia falar sobre minhas suspeitas. E, se eu tivesse errada ou alucinando, ele não debocharia de mim (ok, talvez, um pouquinho).

— Pe… Pe… Pe… Pedro… — falei, gaguejando.

Eu estava em choque. Paralisada. Como uma cantora, estrela tensent, conseguiu chegar a Lanchonete Estrelas Naturais? Cecília iria pirar. Eu, que não sou tão fã como ela estava admirada, minha amiga então, sofreria um ataque.

— Rê, você está bem? — Pedro perguntou, segurando meus braços.

— Olha quem acabou de chegar. — falei. Me inclinei na direção dele e falei em seu ouvido — Kamilly Kessyly. Aquela cantora, que Cecília é fã.

Olhei para Kamilly, e ele acompanhou meu olhar. E um sorriso surgiu em seus lábios.

— Sim. É ela. Ela veio mesmo. — ele falou.

— Você sabia? — perguntei.

Então, tudo começou a fazer mais sentido. O pai de Pedro conhecia pessoas famosas. Ele deveria conhecer Kamilly ou qualquer pessoa ligada a ela. E essa seria a surpresa que ele tinha para ela.

— É a minha surpresa para ela. Vamos lá.

Pedro me puxou pela mão. E só então percebo que estava sem a bandeja. Quando olhei para o chão, a encontrei. Resíduos dos sucos e dos sanduiches estavam em Fernanda. Quanto prejuízo. Pelo menos os copos e os pratinhos não eram de vidro, caso contrário o estrago poderia ser pior.

Algumas pessoas ao redor olhavam para nós (ou melhor, para mim). Fernanda estava bem zangada (mas eu não tinha medo dela). Ah! Que vergonha! Nunca havia acontecido de eu derrubar uma bandeja cheia de lanches. Meus pais ficariam furiosos comigo.

— Tenho que limpar isso. — disse, me soltando de Pedro.

Ele ficou na minha frente, me segurando pelos braços e me forçando a olhar em seus olhos.

— Pelo menos uma vez, pare de pensar só em trabalho. — ele fez um sinal para alguém atrás de mim — Pronto. Está resolvido. Agora, vamos até ela.

Pedro voltou a pegar minha mão, me guiando para onde ele estava indo. Tive tempo de ver Diogo limpando a bagunça que eu fiz e Fernanda esperneando, chamando por Pedro, que a ignorou.

— Pedro! — ela gritou, com a voz estridente — A gente tem que acabar a nossa conversa.

Mas, ele não deu atenção. Continuou a me conduzir até onde Kamilly estava. A cantora olhava para o palco. E parecia está gostando do show. E, quem não gostava da minha amiga? Ela era o talento em pessoa. Quem dera se eu tivesse o talento que Cecília tinha.

Kamilly Kessyly estava sozinha. O homem que estava com ela conversava com Paulo. O que provava que minha teoria estava certa. Quantas pessoas famosas Paulo conhecia? Pedro poderia ser amigo de Kamilly (ou talvez era, e eu nem sabia).

— Kamilly Kessyly? É você? — perguntei quase que sussurrando.

As pessoas ao nosso redor não ouviram. Estavam encantados demais com a música que minha amiga cantava e tocava. Será que Cecília tinha noção que sua ídola estava assistindo ao seu show?

— Sim. Sou eu. — ela respondeu sorrindo — Mas, shhhhh… — completou, com o indicador na boca.

Eu não estava acreditando. Kamilly Kessyly, me pedindo para guardar um segredo. Não podia ser real. Eu estava sonhando. Agarrei o braço de Pedro, me impedindo de fazer uma bobagem. Alguém precisava me beliscar. Mas, se fosse realmente um sonho, eu não queria acordar. Não. Não me belisquem.

Foco, Renata, foco. Você é uma garota sensata. Não aja como uma nostan. Isso deixa para Cecília. Ela sim piraria. E tinha esse direito.

— É uma honra ter você aqui, na Lanchonete Estrelas Naturais. — consegui falar, sem parecer uma maníaca (pelo menos era o que eu achava).

— Que isso. A honra é toda minha. — ela falou.

— Eu sou Pedro. Filho de Paulo. E estou agradecido por você ter vindo.

— Eu que agradeço. — ela disse sorrindo — Aquela menina no palco é a Cecília Victoria? Acabei de chegar e não vi quando ela foi anunciada.

Kamilly Kessyly, uma famosa cantora tensent conhecia Cecília Victoria? Quando minha amiga souber, vai pirar. Se eu estava pirando, imagina ela.

— Sim. Ela é sua grande fã. — Pedro respondeu.

Eu agradecia. Se ela resolvesse conversar comigo, com certeza, diria alguma bobagem. E Pedro deveria saber como lidar com pessoas famosas.

— Ela canta muito bem. E, de quem é essa música? Nunca ouvi antes.

Cecília cantava a música “Você sempre será aquele”. A minha música preferida de todas que ela havia composto. E, era realmente muito linda.

— Dela. E as próximas também. Além de cantar bem, Cecília é uma ótima compositora.

— Então, foi por causa dela que eu vim aqui? Valeu muito a pena. — ela comentou mais para si mesma. Em seguida, voltou a falar com a gente — Eu tenho uma ideia. Vocês podem pedir para ela cantar uma música minha? Então, eu entro no meio da música e canto com ela. O que acham?

— Perfeito. — disse, não me contendo.

Pedro me levou até próximo ao palco. Cecília estava terminando de cantar “Você sempre será aquele”. Eu estava muito feliz por ela. E, acho que, pelo seu semblante, não havia percebido que sua ídola estava na lanchonete. Quando Cecília cantava, ela viajava para outra dimensão. A dimensão da música.

Às vezes, até parecia que ela e Ricardo haviam nascido no reino errado. Eles deveriam ter nascido em Melondre, o reino da música e da dança. E não em Fairy, o reino da diversão.

— Se controle, Rê. — Pedro pediu em meu ouvido.

Era difícil me controlar com Pedro próximo de mim e sussurrando em meu ouvido, fazendo minha pele arrepiar inteirinha. E, somando a presença de Kamilly… tudo que eu não tinha era controle.

Mas, ele tinha razão. Precisava me manter calma e sensata. E não colocaria tudo a perder. Cecília não podia desconfiar da surpresa. Tentei ficar mais séria e me soltei de Pedro. Tentei pensar em qualquer coisa que não fosse uma cantora famosa na lanchonete dos meus pais.

Quando Cecília terminou de cantar, Pedro pegou a minha mão e nos aproximamos mais dela, a chamando. Ela chegou mais perto de nós.

— Será que você pode cantar uma música da Kamilly Kessyly? Pode ser qualquer uma. — Pedro pediu.

— Por quê? — ela perguntou e olhou para mim — Você me pediu para cantar apenas minhas composições.

— Um cliente pediu. — respondi, o que não era uma total mentira — Depois do show nós te explicamos melhor.

Cecília voltou ao seu lugar no palco. E se posicionou como antes. E começou a tocar “Meu Dia Perfeito”. Era a música preferida dela. Em todos os shows ela cantava a canção, que foi a primeira que estourou da Kamilly Kessyly.

Eu e Pedro voltamos para perto de Kamilly, como se nada tivesse acontecido. Olhamos para Cecília antes, e percebemos que ela estava concentrada na música. Em seguida, mostramos a Kamilly como ela chegaria ao palco sem chamar atenção da nossa amiga.

Enquanto Kamilly ia até o palco, puxei Pedro para trás do balcão, onde era um pouco mais alto e conseguíamos ter uma visão privilegiada.

Quando Cecília começou a tocar o refrão, Kamilly se aproximou por trás, cantando junto. Minha amiga paralisou. Em seguida, lágrimas escorreram em seu rosto. Ela não conseguiu terminar de cantar. Kamilly também se emocionava. Cecília colocou o violão de lado e abraçou a ídola.

Eu e Pedro aplaudimos as duas, gritando o nome de Cecília. Logo, toda a lanchonete estava com a gente. Ela merecia. E todos sabiam disso.

☆ ☆ ☆ ☆ ☆

CECÍLIA BRITTO

Eu estava feliz. Contente. Eufórica. Não sei se existe palavra no mundo que expresse o que estava sentido. E não conseguia acreditar no que havia acontecido há algumas horas antes. Se fosse um sonho, não queria acordar.

Eu estava no palco. Cantava mais uma das minhas composições. Mais especificamente “Você sempre será aquele”. Era a música preferida de Renata. E, não sei se ela percebeu, eu escrevi a música pensando nela e em Pedro. Talvez, no fundo ela saiba, por isso gosta tanto dela.

Quando terminei a música, Renata e Pedro me chamaram. E pediram para que eu cantasse uma música da minha ídola. No início, quando meu amigo falou, pensei que fosse um tipo de surpresa para Renata (ou melhor, que ele pediria ela em namoro. Seria tão romântico). Mas, se ele realmente quisesse fazer qualquer surpresa, ele teria especificado a música. E, fiquei mais perdida quando Renata contou que era pedido de um cliente.

O que eu não esperava era que seria sim uma surpresa. Mas, para mim. Cantei a música “Meu dia perfeito”, uma das minhas músicas preferidas da Kamilly. E, quando comecei o refrão, ela apareceu. A Kamilly apareceu. E cantou comigo. Na verdade, nem cantamos. Fiquei tão emocionada que nem sabia mais cantar. Apenas abracei ela. E choquei como uma bebezinha.

E, depois do show, ela pediu para conversar comigo e com meus pais, junto com o seu empresário.

Às 23h, de sexta feita, estava sentada no sofá da minha casa, com a minha ídola há alguns poucos centímetros de distância de mim. Ela tomava um café, da minha mãe. Eu estava sonhando. Me belisquem. Ou melhor, queria abraçar ela só para saber se era mesmo real ou fruto da minha imaginação.

Se controle, Cecília! Não passe uma imagem errada de você. Kamilly vai pensar que você é mais uma nostan maluca. E você não é. Ok, talvez eu seja. Só um pouquinho. Quase nada.

— Como você conseguiu chegar até aqui? — perguntei.

Traunge era uma cidade comum. Tinha belíssimas praias. Porém, normalmente, as pessoas como preferiam ir a Praia Ryous, em Pinlue. Mas, não era comum terem pessoas famosas andando pela cidade. Mesmo que Paulo, um empresário renomado no mundo da moda morasse em Traunge. Aliás, acho que nem todos têm conhecimento desse fato.

— Tenho um amigo empresário dessa cidade. — Charles, empresário da Kamilly respondeu.

— Ah, sim. — meu pai falou — Deve ser Paulo. Ele é o pai de Pedro, amigo da minha filha.

— Ele mesmo. — Charles concordou — Paulo comentou que a amiga do filho dele é fã da Kamy. E, que também é bem talentosa. Ele me mostrou uns vídeos dela cantando. E eu resolvi ver pessoalmente. E ela veio comigo.

— Paulo tem razão. Além de cantar bem, Cecília é uma ótima compositora.

Eu. Vou. Surtar. Minha cantora preferida estava me elogiando? Era isso mesmo? Ah! Eu estava, definitivamente, dentro de um sonho. Um sonho bem louco. E que eu não queria acordar.

Ah, se minha mãe me acordar, gritando que eu estou atrasada para a escola… Será que ela se esquece que eu sou uma cantora? E cantores são criaturas noturnas? Aliás, não sei porque a escola começa tão cedo. Oito horas meu cérebro não está programado para aprender qualquer coisa nova.

— Finalmente, Pedro fez algo para te ajudar. — minha mãe sussurrou para mim.

Depois do drama que ela fez, o coitado deveria ter ficado traumatizado. Mas, tenho que admitir que gostei muito desse empurrãozinho dele. Nunca vou me esquecer do que ele fez por mim.

— Obrigada, Kamilly Kessyly. — lembrei de falar, agradecendo pelo elogio.

— Pode me chamar de Kamy. — ela respondeu.

Eu. Vou. Surtar. De novo. Minha ídola está me pedindo para chamá-la por um apelido. E, apelidos são apenas para os íntimos (por exemplo, no meu caso, apenas Ricardo me chama de Cecy). Será que, se eu começar a gritar ela vai me achar louca? Não. Melhor não. Guarde sua empolgação para mais tarde, Cecília. Quando você estiver sozinha, em seu quarto, com seus animais de pelúcia.

— Eu queria te fazer um convite. — Kamilly Kessyly, ou melhor, Kamy (ah, eu não acredito!) continuou — Quero saber se você aceita cantar comigo no Festival de Música de Fility, daqui a duas semanas?

Acho que um dos sanduiches da Lanchonete Estrelas Naturais estava estragado. Eu estava delirando. Vendo e ouvindo coisas. Era bem capaz de eu estar falando sozinha e passando a maior vergonha da minha vida, com vídeos espalhados por todas as redes sociais do mundo.

Kamilly Kessyly estava mesmo me convidando para fazer um show? Um show qualquer não. Era o Festival de Música. Em Fility. Eu deveria está a ponto de desmaiar. Calma, Cecília, calma!

— Isso é sério mesmo? — perguntei, olhando de Kamy para Charles, e de Charles para Kamy.

Não, boba. Kamilly Kessyly, uma famosa cantora tensent, saiu de Caff, onde ela mora, viajou alguns muitos quilômetros, para chegar a Traunge e fazer uma brincadeira comigo, apenas pelo simples prazer de me iludir.  Eu sou muito burrota para fazer uma pergunta dessas.

Mas, era melhor perguntar. Nunca se sabe quando uma cantora famosa pode fazer uma brincadeira com alguém, não é?

— Sim, Cecília. — ela falou.

Eu. Vou. Surtar. Pela terceira vez. Kamilly Kessyly falou o meu nome. A partir daquele momento, passei a amá-lo mais do que tudo. Será que eu seria muito nostan se eu pegasse meu celular e começasse a gravar nossa conversa?

— Minha filha aceita. — minha mãe respondeu por mim.

Dona Evelina estava tão eufórica quanto eu. Ela poderia está parecendo uma pessoa calma (afinal, perto de qualquer pessoa que não fosse eu, ela agia como uma pessoa normal e controlada). Mas, por dentro, deveria está mais surtada do que eu.

Meu pai olhou para ela com seriedade. Não sei se minha mãe percebeu. E, se percebeu, ela ignorou completamente. Sei que depois que as visitas forem embora, escutarei uma enorme discussão de como minha mãe não deveria tomar decisões por mim.

Então, a realidade me atingiu em cheio (e não. Não foi minha mãe me acordando para ir para a escola). Eu nunca fiz um show como os de Kamilly. Quero dizer, sempre me apresentei na escola, na lanchonete e em algumas festinhas particulares. Nada muito grande. O máximo era para umas três mil pessoas (uma apresentação na escola).

Eu imaginava minha subida aos poucos. Cantando para cem. Depois para quinhentos. Depois para mil. Quantas pessoas será que vêem o show da Kamilly? Deveria ser dez vezes mais do que o meu maior público (isso porque as três mil pessoas eram alunos e pais da EPEC).

— Eu… eu nunca fiz um show assim… — falei.

Eu não estava preparada. Quando eu ficasse em cima do palco, provavelmente eu desmaiaria. Ou paralisaria. E estragaria o show e o sucesso de Kamilly.

— Pode se acostumar então. É o primeiro de muitos. E, você pode contar comigo para qualquer coisa. Inclusive, para se preparar para o festival. E, até lá, eu vou ficar aqui em Traunge. Temos muito tempo para conversar.

— Isso vai ser tão larol! — disse, voltando a minha animação.

Quase pulei do sofá e fiz uma dançinha ridícula de comemoração. Eu disse quase. Me segurei a tempo. Que vergonha eu passaria. Kamilly sairia correndo da minha casa.

— Então, você aceita? — Kamy me perguntou.

Ela ainda me perguntava? Não estava óbvia a minha resposta? Quem diria não a uma pergunta dessas? Um maluco, com algum problema de cabeça. Ok, eu quase neguei (talvez, porque eu seja um pouco maluca. Mas, sou filha de quem, não é?). Mas, não fiz. Porque o meu sonho era cantar com ela.

— Sim!

♡♡♡♡♡

Droia: xingamento.

Larol: legal, maneiro.

Nostan: muito fã.

Tensent: gênero musical, muito famoso entre o público jovem.

Comer algo estragado: enlouquecer, ficar louco.

♡♡♡♡♡

Gostaram do capítulo? O que será que vai acontecer? Pedro e Cecília estão quase realizando seus sonhos. Mas, o que vai acontecer com os irmãos?

O que acharam da reação de Cecília? O que vocês fariam se estivessem no lugar dela? Agiria normalmente ou como uma nostan maluca? Eu acho que minha reação seria parecida com o dela Cecília. Ou até pior (não sei se aguentaria falar).

Agora, me cotem: quais são seus maiores ídolos? chegaram a conhecer ou chegar perto de um deles?

Não se esqueçam de comentar e votar. É muito importante para mim.

Até o próximo capítulo.

Syo.

Đọc tiếp

Bạn Cũng Sẽ Thích

481K 39.4K 121
Ayla Cazarez Mora uma adolescente que é mal vista pelas garotas da sua escola por achar os garotos da escola idiotas e babacas, por mais que sejam bo...
33.6M 2M 84
De férias da faculdade, Hannah decide passar o final do ano no apartamento do seu irmão mais velho que mora no Brasil. Hannah não vê Bryan a mais de...
860K 42.8K 117
"Não deixe que as pessoas te façam desistir daquilo que você mais quer na vida. Acredite. Lute. Conquiste. E acima de tudo, seja feliz!" PLÁGIO É CRI...
1.6K 142 3
O que um sorriso pode fazer com um coração? Dean Smith tem muitas respostas para esse questionamento, e a mais relevante delas com certeza seria s...