Apreciados A Ascendência do T...

autormatheusramos tarafından

2.6K 686 2.5K

Morrer não é uma alternativa. Em um futuro distópico seis pessoas completamente distintas e desconhecidas aco... Daha Fazla

NOTA
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
SEM SURPRESAS
SOB NENHUM FINAL
TODAS AS LUZES
HISTÓRIAS DE TERROR
AS NOSSAS DECISÕES
A HUMANIDADE QUE NOS RESTA
A BRISA DA ESPERANÇA
A ASCENDÊNCIA DO TRAIDOR
O DIA DE AMANHÃ
OS NOSSOS MEDOS
QUEM NÓS SOMOS
A VERDADE
BARRINHA DE CEREAL
DEPOIS DA MANSÃO
ELE
TODOS NÓS TEMOS QUE ESTAR MORTOS
A COBRA DO ADÃO E EVA
NÃO VEREMOS O SOL NASCER DE NOVO
MARIANA
OS OUTROS
SER HUMANO
AGRADECIMENTO

O COMEÇO DOS JOGOS

90 23 102
autormatheusramos tarafından

KATARINA, THAÍS E DAVI se encontram no corredor do primeiro andar com Mariana, José e Nícolas – ela ficou encarregada de informá-los.

–Venham, nós marcamos todo o caminho! – Katarina diz seguindo o corredor até a escada em espiral.

No chão, é notado que elas usaram os cilindros luminosos como objeto de localização. Quatro, um à frente do outro, levam eles até o pé da escada em espiral forçando-os a subir.

Os passos são rápidos, a curiosidade é iminente. Saber que talvez consigam sair dali em questão de alguns segundos é reconfortante.

O segundo andar não é algo novo para eles, já passaram por ali milhares de vezes. É uma extensa sala eneagonal com seis portas em algumas das suas arestas. Um pilar grosso e vermelho vinho está posicionado no centro do salão com quatro sofás de couro ao seu redor e abaixo deles um tapete fino, verde, cobre a metade do chão. É possível ver uma lareira velha apagada e sem lenha, alguns balcões com jarros sem flores, cômodas e estantes com alguns porta-retratos em cima. Uma curiosidade sobre eles é que alguns tem fotos, mas os rostos das pessoas são apenas um buraco de cinzas, outros estão vazios, outros mostram paisagens destruída – provavelmente algo fictício – e outros são apenas retângulos queimados e escuros. Outra coisa que chama bastante atenção são as estátuas de gesso milimetricamente posicionadas e que estão coladas no chão, não são movíveis. Enormes quadros com imagens de cervos enfeitam as paredes que não tem portas e olhar para os focinhos deles é assustador. As vezes Davi se questiona se os olhos dos animais o seguem quando ele passa ou se é apenas uma paranoia da sua cabeça. Além de tudo isso, existe três telões que estão desligados e posicionados bem em cima das paredes, quase tocando no teto, não tiveram a chance de vê-los acesos, não sabem se felizmente ou infelizmente.

A sala é iluminada, mas a paleta de cores a torna escura, então fica rapidamente perceptível as brilhantes luzes azuis dos cilindros no chão levando até uma das entradas ao lado da lareira.

Se as meninas estiverem certas elas foram geniais em encontrar a saída, porque depois da entrada um labirinto de portas, corredores e salas é apresentada, todas já exploradas anteriormente pelos moradores. Continuam seguido as luzes que indicam o caminho. Esquerda, direita, direita, esquerda novamente, atravessam portas, finalizam corredores, sobem outras escadas, voltam a virar à esquerda e direita. Cinco minutos depois Nícolas começa a resmungar suas dúvidas sobre a capacidade de Mariana de realmente ter encontrado a saída, porém ela não se deixa ferir.

Oito minutos depois eles chegam em um corredor completamente diferente dos demais, as paredes e o teto são de tijolos desgastados com alguns detalhes em madeira velha e o chão é feito de barro batido. Poeira, teias de aranhas e tochas como forma de iluminação complementa o lugar. Bem no final, uma porta de ferro, diferente de todas as outras, está cravada nas rochas. O símbolo do veado com a máscara de gás volta a ser presente nas nossas vidas, mas dessa vez está marcado bem no meio do portão.

–As tochas estão queimando desde que chegamos na mansão? – Davi pergunta.

–Acho que não, parece que foram acesas recentemente ou as madeiras já estariam engolidas pelo fogo. – Thaís responde com sua voz calma e fina.

–Isso aí, pela primeira vez falou algo que possa nos ajudar! – Nícolas rebate. Davi vê a concordância nos olhos dos outros três e percebe que Thaís se encolhe em si mesma.

–Quer dizer que alguém, sem ser a gente, acendeu elas? – Katarina pergunta. –Tem alguém nos vigiando aqui dentro?

–Isso explica as bananas estarem em ótimo estado quando as achamos! – José completa.

–É claro que estamos sendo vigiados, como acha que paramos aqui?! Como perdemos a memória ou como as frases aparecem na TV?! É óbvio que tem outras pessoas por trás disso. – Nícolas fala.

–Mas quem e por quê? – Katarina pergunta.

–Vamos descobrir agora quando atravessarmos essa porta. –Mariana pega uma das tochas e leva ela na direção da larga porta.

Ela gira a grossa maçaneta, mas nada acontece, já é esperado. Se aquela for realmente a saída eles não vão conseguir atravessá-la tão facilmente.

Nícolas retira todos de frente, recua um pouco e com impulso e velocidade bate com o braço esquerdo contra o portão, nada acontece.

–Vocês podem ajudar se quiserem! – ele fala se dirigindo a José e Davi.

Os três se distanciam da porta e ao mesmo tempo repetem o ato de Nícolas, tentam mais três vezes e desiste. Mariana ajuda dando chutes pesados contra o portão, mas não surte efeito.

Então começam a debater as diversas formas que aquela barreira de ferro pode ser aberta, porém nenhuma é válida o suficiente. Nesse momento os não agradáveis grasno dos corvos voltam, faz alguns dias que eles não o ouvem e já tinham esquecido o quão alto eles são.

Entretanto, percebem uma coisa incomum, o barulho não está estridente como das últimas vezes, está tão agradável que se assemelha a uma leve melodia. Muito, muito, muito estranho...

–Outro aviso nas televisões? – José pergunta.

–A volta do barulho só pode indicar isso! – Katarina responde sem perceber que saiu de forma grosseira.

–Qual o último cômodo que vimos uma televisão? – Davi questiona.

–No salão grande, onde tem os sofás... – Katarina responde.

–Fora daqui o barulho está no mesmo volume das últimas vezes! – Thaís fala puxando a atenção de todos. Ela tinha se direcionado para fora do corredor de pedra e tijolos e voltado sem ninguém ter dado conta. Ela está com as duas mãos tampando os ouvidos com muita força.

–Deve ser o local, esse corredor deve ter sido feito para abafar sons. – Nícolas toca as paredes procurando alguma coisa.

–Gênio! – Mariana rebate com ironia para ele.

Nícolas para de analisar a parede e vai para cima dela, ele não é louco de bater nela, mas irá afrontá-la. Davi se intromete e separa os dois quando estão a um centímetro de se tocar.

–Quer saber uma coisa genial? – ele pergunta quase beijando-a, seus olhos são duros e estão vidrados. –A frase não fica para sempre na tela, depois que os gritos param ela demora alguns minutos antes de sumir! Sabe quanto tempo durou para você trazer a gente até aqui?! No mínimo uns 10 minutos, você acha que a frase vai esperar esse tempo todo para gente conseguir lê-la? – Mariana fica em silêncio, encarando-o, sem resposta.

–Temos que ir para lá agora! – ela coloca a tocha de volta no seu lugar e corre para a entrada do corredor, espera todos acompanhá-la para então virar à esquerda e ser consumidos pelo grasno dos corvos.

Correr com as mãos no ouvido não é a coisa mais confortável de se fazer, principalmente quando seu corpo não sabe se acompanha seu comando ou o comando do barulho. Nem pensar é possível, parece que o som está imerso dentro do cérebro, nos ossos e na corrente sanguínea.

O comando é dado: correr o mais rápido possível, mas nem isso o corpo perturbado consegue efetuar. Ele só quer se render a dor que está crescendo no ouvido e se agachar em um canto da parede e se debater enquanto espera os tímpanos serem dilacerados. Porém os seis continuam, um passo de cada vez, uma respiração atrapalhada de cada vez... eles só correm como se aquilo dependesse das suas vidas.

Eles estão descendo às pressas os degraus de uma escada quando o som acaba. O zumbido continua ecoando na cabeça deles, entretanto outra coisa ecoa mais rápido, o alerta de que a mensagem em poucos minutos irá sumir e que eles precisam a todo custo lê-la.

Nícolas agita a cabeça de um lado para o outro e volta a correr, se distanciando cada vez mais dos outros que tentam acompanhá-lo – mas é quase impossível –, ele sai disparado como uma bala.

Ele é o primeiro a chegar e ler a frase, e logo atrás José aparece.

–"...encontrar..." – essa é a única palavra que Davi consegue ler quando adentra o salão e a televisão se apaga. –O que tinha escrito? – ele pergunta colocando as mãos no joelho tentando recuperar o fôlego.

Nícolas e Katarina se jogam no sofá mais perto e tentam desesperadamente puxar algum ar do local. José se senta ali mesmo no chão e tenta fazer o mesmo.

–"Para atravessar a porta precisam encontrar a chave." – Mariana fala cansada.

A frase não faz muita diferença agora, eles nem processaram ela direito. O único objetivo é recuperar todo o fôlego necessário. Nem o barulho agonizante que ainda ecoa nos seus cérebros lhes incomoda mais.

–Temos que achar uma chave? Essa mansão é imensa, já foi difícil achar essa porta, imagina uma chave aqui dentro?! É como procurar uma agulha em um palheiro. – Mariana fala depois de muito tempo. Ela congela quando a última frase sai de sua boca, ela não faz sentido.

–O traidor... – Nícolas muda a entonação da voz para algo mais venenoso. –Ou traidora... – ele olha para Mariana. –É muito burro. Conseguimos achar a saída e falta pouco para sairmos daqui, com vida. Ele é tão incompetente...

–Do que você está falando?! – Davi pergunta.

–É o seguinte, eu não vou mover nenhuma parte do meu corpo para procurar essa chave. Eu e Katarina passamos dias procurando aquela porta enquanto alguns de vocês só ficaram sentados esperando! – Mariana fala e se retira do salão descendo as escadas em espiral.

–Eu digo o mesmo! – Katarina reforça, mas não deixa o local. Os outros se entreolham, sabem que é verdade e não podem contestar.


¨¨


As horas correm enquanto eles estão procurando o objeto. Eles sabem que é impossível achar algo tão pequeno naquela mansão tão enorme e logo se cansam de procurar. Fazem uma pausa para comer um breve lanche, que é a mesma coisa que eles comem no café da manhã, almoço e jantar desde que acordaram ali dentro, – barrinha de cereal, banana e água. Thaís se retira da cozinha após fazer a refeição e se direciona para o banheiro para tomar banho e cuidar dos seus ferimentos. José também sai para tomar banho.

Davi aproveita para ir ao quarto de Mariana. Encontra Katarina saindo, atravessando a porta, ele faz um leve aceno com a cabeça para ela que retribui com um rápido sorriso. Ele adentra o quarto e encontra uma Mariana preocupada andando de um lado para o outro.

–Vim te agradecer por ter achado a porta! Temos uma chance graças a você. – ela para, encara-o, mas não fala nada. –Por onde você acha que devemos começar a procurar a chave? ­– ele tenta puxar assunto, mas ela continua em silêncio, olhando... –Tudo bem, vou deixar você sozinha. – ele já está se direcionando a porta quando ela responde.

–Fecha a porta! – é uma frase curta, mas com grande impacto. Ele obedece. –Em quem você confia aqui dentro?

Essa é uma pergunta difícil para Davi, ao contrário dos outros ele não pensa nisso vinte e quatro horas por dia, nem mesmo sabe o porquê de não fazer. Ele teve pouco contato com todos, então não é tão fácil assim ter uma opinião formada. A pessoa mais próxima a ele é Thaís, uma ótima pessoa. Eles dividem o mesmo quarto então a interação foi instantânea, além de que ele está bem empenhado em saber sua história para poder ajudá-la.

–Acho que em ninguém... – ele responde.

–Ótimo! Você desconfia de alguém? – ele pensa um pouco.

–De ninguém...

–Nem eu! Isso é um problema. – por fim ela se senta no beliche da esquerda. –Quem for o traidor está indo muito bem, ele não está errando, não está deixando pistas, nem suspeitas... isso só piora as coisas, ele é bom e isso é um grande problema.

–Pensei que você apostasse no Nícolas.

–No começo sim, mas ele é explosivo, impaciente, se fosse ele alguém já estaria morto, ele não esperaria tanto... acredito que não seja ele! – ela comenta olhando para o nada como se estivesse procurando algum sinal.

–Ele não pensa o mesmo de você. – Davi fala sentado ao lado dela. –E em mim, você confia?

–Não, mas eu preciso de aliados.

–Eu?! – ele questiona em tom de dúvida.

–Você é muito bonzinho... não preciso de você, preciso da sua cabeça, da sua inteligência e do seu senso crítico! – Davi não sabe o porquê, mas ri. Ela lhe lembra Anellie, sua namorada... ex-namorada. O corte de cabelo, o jeito de olhar para ele, a forma como fala e age. Ele continua sorrindo, congelado, lembrando... se realmente acabou.

–Pode contar comigo! – ele responde por fim.

–Você pode ir agora. – ela se levanta e leva ele até a porta. Quando ele atravessa a porta e já está caminhando pelo corredor ela complementa. –Vamos sair daqui, Davi... vivos! – ele olha para trás,  distribui um sincero sorriso e continua andando.


¨¨


Nícolas e José estão no segundo andar caminhando por um corredor aleatório a procura da tão cobiçada chave que abre a passagem para eles darem o fora dali. O corredor é completamente vermelho, tanto o carpete, o teto, como os papeis de paredes. Candelabros modernos iluminam muito bem o local e esse é o único corredor que apresenta uma sequência de televisões desligadas posicionadas na parede, perto do teto, ao total são cinco dos dois lados.

José está segurando um bastão de basebol que ele achou jogado ao lado do armário na sala de jogos. Ele arrasta o objeto pelo chão e paredes enquanto anda e resmunga uma melodia divertida.

–Maldição! Como vamos achar uma chave nessa maldita mansão? Elas estão contando com isso! – Nícolas fala quando chegam no meio do corredor.

–Todos nós estamos contando com isso. – José para a melodia. –Mas pelo visto não vai ser nada fácil. – ele passa o taco pelos candelabros ameaçando quebrá-los.

–Quanto tempo você acha que já estamos confinados aqui dentro?

–Não temos como saber, sem contato com o mundo lá fora não sabemos nem se agora está de manhã ou de noite..., mas acho que já passaram uma semana.

–Espero que não! Estar aqui dentro está acabando com a minha sanidade, não poder me localizar, me orientar, saber as horas ou o momento do dia está me corroendo por dentro. Eu tento não pensar nisso, mas as vezes é impossível... depois de tanto tempo... – Nícolas diminui o passo e José se esforça para acompanhá-lo.

–Nunca pensei que sentiria falta de coisas tão corriqueiras como a brisa suave, a luz do sol, a grama verde e os ponteiros de um relógio. Por que estamos presos nessa droga de casa?! Qual o psicopata que nos colocou aqui a fim de produzir uma chacina?! Por que devemos seguir o que ele diz em vez de passar por cima das regras dele?! – José olha ao redor daquele corredor a procura de algo que Nícolas não entende de imediato.

–O que acha que devemos fazer? – ele pergunta.

–Não precisamos achar essa chave e sair necessariamente por aquela porta, vamos atrás da nossa própria porta. Eu não vou ficar aqui parado esperando que os outros lá embaixo me matem. Não devemos estar tão longe da vida humana, eu tenho certeza que meus pais estão me procurando... se fizermos barulho o suficiente, essas paredes não devem ser resistentes... – José levanta o taco e segura com força.

–Acho que não devemos fazer isso. – Nícolas fala, mas não é ouvido.

Com um movimento rápido e preciso José bate com o taco de beisebol contra a tela da televisão mais próxima, o impacto é forte e destruidor, mas os dois se surpreende com o nada que acontece.

É como se ao redor da televisão existisse um campo de força invisível que impedisse que qualquer coisa o atravessasse, então a televisão continua lá, intacta. Nícolas e José encaram aquela situação com curiosidade e espanto. Seus olhos vão da TV até a parede abaixo dela onde um quadrado se abre e uma pistola idêntica à que eles portam brota para fora e dispara dois tiros contra o peitoral de José.

Ele cai de todo jeito desacordado no chão enquanto o líquido viscoso encharca toda a sua camisa. A arma volta a se esconder dentro do quadrado e a parede se fecha. Um Nícolas sem reação trava seus joelhos no chão ao lado do corpo sangrento e depois de alguns segundos o seu grito é ouvido por cada centímetro da assustadora e terrível mansão.

Okumaya devam et

Bunları da Beğeneceksin

12.3K 969 5
Olhando para sua vida nas cores preto e branco, Eleanor, depois de anos, se vê decidida a retornar à cidade que fora marcada pela morte de seu pai, n...
1.1M 157K 93
Trilogia COMPLETA ⚠ ATENÇÃO! Este é o segundo livro da trilogia A RESISTÊNCIA, a sinopse pode conter spoilers. Após descobrir que Emily faz parte da...
366K 36.8K 53
"Quando ele morrer, Pegue-o e corte-o em pequenas estrelas, E ele vai fazer a face do céu tão bem Que todo o mundo vai estar apaixonado pela noit...
3.9K 470 6
𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐘 - "Claire Blake, uma demônia de 25 anos, era conhecida nos círculos sobrenaturais como uma criatura poderosa e implacável. Com olhos q...