Junguwu: GENTE!
Taeirra: chora
Joohyun=tudo: late
Johnsons baby: muge
Junguwu: isso pra mim é opressão
Junguwu: eu ia chamar vocês pra ir no parque sexta, não vou mais chamar também.
yukHEY: calma seu militar era brincadeirinha deles, parque eu quero.
Japonês perdido: faz tempo que quero ir nesse parque mas vocês nunca chamavam.
Dodô aquela ave: Yuta eu falei semana passada que ia com você e você me IGNOROU
Jae único importante: tá tá briguem no privado, a gente vai pro parque ou não?
yukHEY: quem falar não é facista
Joohyun=tudo: nazista
Jae único importante: machista
Tae não irra: alpinista
Japonês perdido: taxista
Johnsons baby: balconista
Dodô aquela ave: eletricista
Taeirra: esportista
Junguwu: tá já entendi que todo mundo vai, sete horas todo mundo na última parada da linha amarela pra irmos juntos até o parque.
Junguwu: quem se atrasar vai pagar um dogão pra todo mundo.
Junguwu: @sisi @nana @yuqianja vocês vão?
Sisi: Por mim tudo bem.
Yuqianja: o Lucas iria me obrigar a ir de qualquer forma, esse opressor >:(
Nana: dROGA cheguei atrasado
Nana: ALPINISTA
Junguwu: isso foi um sim, obrigado.
Jungwoo estava nervoso, isso era evidente, agradeceu Jaemin e Sicheng por não o terem exposto no grupo que ele estava chamando todos para o parque apenas para descobrir finalmente o dono da conta, e o "parque sexta" parecia até um convite para a pessoa finalmente se revelar para o Kim.
Era quinta-feira, se perguntava se a pessoa dona da conta tinha postado propositalmente na quarta-feira para que o Kim surtasse na quinta e entrasse em colapso na sexta e saísse perguntando até para a própria sombra, porque se essa fosse a ideia, estava dando muito certo.
O dia pareceu passar arrastado, a todo momento Jungwoo mandava mensagem ansioso para Jaemin e Winwin, dois que se juntaram e bloquearam o Kim ao mesmo momento apenas para rirem ao ver ele passando pelo corredor reclamando alto "vou falar com o Taeil, pelo menos ele só me bloqueia quando xingo a indústria do kpop". Mesmo tendo matado a aula de educação física para ficar com Irene, Yuqi, Lucas, Taeyong e Doyoung, não obteve nenhuma informação, o máximo que viu foi Yuqi concentrada em fazer a sobrancelha da amiga com uma pinça.
— Woo, se você cantar mais uma vez I'll try do Day6 eu começo a chorar aqui mesmo. – Jaehyun reclamou baixo para não incomodar as demais pessoas ali no metro que pareciam estar gostando das músicas que o garoto cantava enquanto não chegavam até a estação que dava com o parque.
— Eu 'tô ansioso, tá? Tipo, é agora a chance de ouro para pegar a pessoa que cuida daquela conta, se não for agora não é nunca mais! – o garoto realmente estava ansioso.
— E qual sua aposta? Assim, não é por nada, mas meio que todos nós que já fomos vítimas de ser um suspeito seu estamos fazendo um bolão. – Jungwoo arqueou suas sobrancelhas, murmurando um "me sinto traído".
— É o Taeyong. – disse por fim – Primeiro que várias vezes já flagrei ele me olhando de canto e em "chuva" diz sobre o dia que cheguei atrasado na aula de educação física, ele estava nessa aula. Em "contos de fada" estou na biblioteca e ele também, eu não sabia que ele estava, foi o Hansol lá da biblioteca quem me contou que o trio de ratinhos sempre estava por lá. – o Jung fez sinal para que ele se calasse.
— O Hansol chegou a falar qual dos três mais costuma ir à biblioteca cedinho como você? – o Kim se calou, pensou e negou com a cabeça – Ok, então esse argumento foi invalidado pois não apresenta tanta credibilidade.
— Me deixa, rato. Enfim, "leite com canela" parece ser um relacionamento que começou bom e aos poucos foi acabando e destruindo, o Taeyong já esteve assim e saiu acabado desse caos, já em brilha brilha estrelinha...
— Ok, esse eu já tenho minhas ideias, não precisa falar. – Jungwoo agradeceu baixo, não gostava de cogitar a ideia de que quem escrevia aquelas histórias tinha alguns assuntos mal resolvidos com a dona morte.
— Laranja, todos os quatro passaram por uma fase do cabelo laranja então não dá muito para concluir algo, mas em mar parece ser alguém com um constante sentimento de solidão, e o Yong tá sempre quietinho, encolhido na dele ouvindo as músicas que ele gosta...
— Credo nem sabe se é o Taeyong mesmo e já tá todo boiolinha com essa carinha de apaixonado e chamando ele de Yong. – Jaehyun zoou, rindo ao ver o Kim entrar em um pequeno pânico.
— Como diz nossa querida Irene; silêncio, homem. – fez uma pausa para retomar sua linha de raciocínio – Raposa me deixa muito confuso, não consegui tirar conclusão nenhuma com aquilo, mas pensei que fosse ligado com aquele relacionamento dele, e o assassinato fossem seus sentimentos. Bolha é a mesma questão de Mar e menciona The Black Parade, o álbum emo que infelizmente é bom mesmo e não posso fazer piada.
— Jungwoo, você militava no twitter falando que o Daniel não tinha tempo nem pra respirar, quanto mais pra namorar com a rainha Jihyo e quebrou a cara quando o relacionamento foi confirmado. – é, Jungwoo não tinha defesa.
— Para de me interromper, insuportável. Terminando aqui, rotina me deixa confuso por causa daquele "ser chamado de assassino mais uma vez", tipo, o Taeyong realmente matou alguém e só a avó dele sabe? Descubro isso depois, e em roda-gigante é só ele caçoando com a minha cara por não ter pego ele ainda. – olhou para o painel, a próxima parada é a que iriam descer então já se levantou e puxou o Jung junto.
— Bom, agora você tem a noite inteira pra pegar ele em compensação. – o duplo sentido ficou tão explicito que Jungwoo quase falou " 'vamo cai no soco aqui mesmo sem perder a amizade".
Quando Yuqi, Lucas e Taeil chegaram juntos foram direto para o parque, infelizmente ninguém atrasado para pagão o dogão combinado, cada um pagou seu ingresso e por pouco Yuqi não conseguiu pagar o dela e o de Lucas, entraram no lugar cheio de luzes chamativas e gritos animados vindo de alguns brinquedos.
Como era tradição o primeiro brinquedo foi o tromba-tromba onde pareciam crianças dirigindo aqueles carrinhos com a força de um ódio inexistente, para logo em seguida irem para uma montanha-russa simples, sem muitas subidas e descidas bruscas para que ninguém passasse mal ali.
Quando estavam indo em direção à casa assombrada, Irene parou e sugeriu comprar algum refrigerante ou algo para comer, já que não tinha jantado, e Yuta a acompanhou em direção ao espaço reservado para venda de comidas.
O grupo todo concordou em esperar ambos voltarem antes de entrarem no brinquedo, Jungwoo aproveitou daquilo e comentou que havia esquecido de dar o dinheiro para Irene comprar um refrigerante para si, e por isso iria atrás dos dois.
Chegou todo cheio de si na área de alimentação, esperando questionar a dupla e confirmar sua teoria tranquilamente que eles não eram donos da conta, mas estranhamente eles não estavam ali. Não estavam em nem uma fila nem tinham retornado para o grupo de amigos, enquanto Jungwoo ia em direção a uma das saídas para ver se por acaso eles tinham sequestrado, pode ver a silhueta de ambos atrás de uma estrutura de algum brinquedo.
Bem, Jungwoo queria questionar se algum dos dois eram donos daquela conta, não encontrar os dois em um beijo não tão casto atrás de um brinquedo do parque.
A Bae quem viu de relance Jungwoo vendo os dois de longe, deu um toque para que Yuta se afastasse e parasse de mordiscar seu ombro e pescoço, murmuraram juntos um "droga".
— Ah... Oi, Woo. – o Nakamoto quem falou assim que se aproximaram do Kim – Como está? Noite bonita, não? – garoto riu.
— 'Tá tudo bem, Tata. Estou apenas surpreso. – respondeu, encarou os dois amigos em silencio que logo entenderam o que ele queria.
— Faz só alguns dias, não se preocupa. – Irene falou – E outra, todos sabemos que o Yuta só tá ficando comigo porque não quer aceitar que de fato está todo boiolinha pelo arromantico que trabalha lá na biblioteca da escola. – o japonês lhe deu uma cotovelada.
— Eu já falei que não gosto dele! – a Bae gargalhou alto propositalmente, deixando o garoto constrangido.
— Só uma dúvida, isso descarta a possibilidade de algum de vocês serem a conta que estou procurando, né? – ambos o encararam.
— Eu realmente era uma suspeita? Gays, ganhei uma parte do bolão, esse momento é todo meu. – Joohyun ria animada.
— Só porque eu apostei que o Jungwoo não suspeitaria de você por ser a única garota do grupinho.
— Mas isso é mais um motivo para ele suspeitar de mim, besta.
— Claro que não! Isso nem faz sentido, ele não deveria suspeitar de nós e sim do-
— Cala a boca que ele provavelmente não descobriu ainda!
— Todo mundo já sabe quem é o dono da conta? – Jungwoo interrompeu a discussão do "casal".
— Sim, a pessoa contou pra gente quando viu que você estava montando um caos enorme em cima disso, apenas falou que era e não explicou as histórias caso tenha essa dúvida. – o Nakamoto quem respondeu, e a partir daquele momento o Kim pensou que todos os seus amigos o viam constantemente como um Ronald McDonald por ser tão feito de palhaço assim.
Não comentou nada sobre o que foi flagrado para o grupo, aparentemente Yuta estava apenas ficando com Irene sem nem um sentimento e o mesmo da parte da garota, ambos estavam tentando esquecer pessoas diferentes apenas.
Taeil chegou a brincar comentando "se você continuar encarando tanto assim o Taeyong vai formar um buraco na cara dele", o que deixou Jungwoo um pouco constrangido e passou a encarar o chão e as luzes coloridas ao invés do Lee que ria com Doyoung e Jaehyun vestindo sua camiseta do Nirvana por cima de um blusão listrado preto e amarelo com calça que quase sempre ia para o colégio enfeitada apenas por umas correntes.
Droga, já estava ficando bobo prestando atenção nesses detalhes.
Olhava de minuto em minuto para o celular quando estavam apenas andando pelo parque, não via a hora de finalmente irem para a roda-gigante, como tradição o único brinquedo da noite.
Yuqi derrotou Jaehyun e Jaemin no tiro ao alvo, Winwin chocou todo mundo quando acertou a marreta com mais força que todo mundo no alvo vermelho, vendo o sinalizador disparar para o alto assim que o Dong bateu, Johnny flertou pessoas desconhecidas e conseguiu uma garota na sorte, mas pelo o que Jungwoo escutou ela era do mesmo colégio que Hendery e Xiaojun, não teria como zoar o Seo no colégio.
Também teve Taeil e Lucas puxando briga com um grupo de pré-adolescentes que entraram na frente deles na fila da "xícara-maluca", Doyoung na ponta no navio viking gritando "acredite no seu potencial, reaja a um assalto armado", Irene e Taeyong contra Yuta e Yuqi em uma brincadeira estranha que Jungwoo não entendeu, apenas viu que envolvia mastros grandes que lembravam cotonetes.
Jungwoo não queria admitir, mas tinha perdido vergonhosamente para Taeil, Jaehyun e Johnny em um brinquedo que exigia apenas coordenação motora para jogar a bolinha certa quando certa parte do brinquedo ascendia, de acordo ele "não funciono sob pressão".
Como em Cinderela, quando Jungwoo viu o relógio de seu celular marcar onze e meia da noite, tinha apenas meia hora para ir até a roda-gigante.
Todo o grupo se reuniu e foram para a fila do brinquedo. Por estar quase no horário de fechar as filas já estavam sendo diminuídas, o grupo começou a dividir as duplas, assim ficando Yuqi e Lucas, Johnny com Jaehyun para proibir o garoto de querer tirar uma selfie e morrer, Taeil e Winwin, Yuta e Irene, e Jungwoo olhou para Jaemin quando faltava apenas os dois, Taeyong e Doyoung.
— Taeyong, você pode ir comigo? Não quero ter que suportar o Jaemin. – o Lee olhou para Doyoung, seus olhos estavam mais abertos que o normal e diziam algo que o Kim mais novo não pode entender, mas o mais velho sorriu e concordou com algo e deu dois tapinhas no ombro de Taeyong.
— Jungwoo, não trate o Jaemin assim, ele é uma criancinha. – Doyoung se aproximou do Na e o abraçou, rindo ao ouvir o garoto falar "me tratando assim eu me assumo seu bebezinho mesmo para ser mimado".
— Credo, pode levar embora, eu fico com o Taeyong mesmo. – o segundo mais novo falou voltando para a fila, optando por ficar como última dupla para manter o cenário clichê que estava montando por conta.
Mesmo a fila sendo pequena, Jungwoo sentia seu estomago revirar em ansiedade, parecia que sua vez nunca chegava, havia até contado que divertidamente o universo tinha decidido que os dois iriam na cabine laranja.
E finalmente, entraram.
A cabine era fechada, apenas algumas partes que o vidro era meio aberto mas em um tanto que ninguém conseguisse passar, mas a visão era perfeita, como naqueles filmes onde o casal principal todo fofinho entra na roda-gigante, assumem seus sentimentos um pelo outro e se beijam no alto do brinquedo.
Se Jungwoo quisesse reprisar esse momento tão famoso em filmes, precisaria começar a falar logo.
— Então, Taeyong. – chamou a atenção do garoto que até então apenas olhava para o cenário dos prédios iluminados.
— Provavelmente já sei sobre o que se trata, mas pode falar. – o coração do Kim falhou uma batida, ele estava certo?
— Bom, já que é assim... Taeyong, tudo, ou ao menos quase tudo naquelas histórias apontam para você. – se embolava nas palavras, ficava nervoso, mas ia se sentando mais próximo do Lee aos poucos.
— Então eu realmente consegui não ser riscado das suas suspeitas. – riu baixo vendo que cada vez mais o garoto se aproximava.
— Olhe, eu queria primeiro pedir desculpas. Nunca foi minha intenção fazer alguma amizade minha ter sentimentos por mim, ainda mais quando eu sei que não vou conseguir retribuir tão facilmente. Eu não queria machucar você, eu sei parte do seu passado, mas...
— Tem certeza? – Taeyong o interrompeu.
— Certeza do que? Se eu gosto ou não de você? – finalmente sentado lado a lado, o mais novo ficou brincando dos os dedos da mão esquerda do Lee, e quando tornou a o encarar não sabia se prendia o olhar nos olhos ou nos lábios, naquele momento em específico lhe pareciam muito atrativos.
— Aparentemente você está em dúvida se deve ou não me beijar, visto que estamos quase no alto da roda-gigante. – Jungwoo riu.
— Droga, tenho que parar de ser tão previsível. Ficou tão na cara assim que sou um clichê? – Taeyong concordou com a cabeça – Bom, acho que... Já posso marcar o clímax do me clichê, certo?
Vagarosamente o Kim se aproximava do outro, aos poucos as respirações se misturavam e um arrepio subia a espinha do mais novo. Fechou os olhos sentindo que as borboletas em seu estomago estavam em festa, e quando sentiu os lábios roçarem, sentiu os dedos de Taeyong serem colocados entre os lábios e o mesmo se afastar.
— Eu não posso fazer isso, me desculpe. – o mais velho murmurou, se afastando um pouco de Jungwoo que arqueou a sobrancelha em dúvida, podendo ver o cenário atrás do Lee que já tinham passado pelo alto da roda-gigante.
— Eu não deveria ser tão rápido, né? – falou como um suspiro pensando que tinha estragado tudo, o mais baixo entre os dois apenas negou com a cabeça.
— Não é isso. – tentava manter uma imagem séria, mas não conteve um riso nasalado – Jungwoo, me desculpe por isso, mas eu não sou quem você procura.
— O que? – Jungwoo ficou em choque por alguns segundos, sentiu seu coração parar e a mente congelar – Taeyong, tudo aponta pra você, não tem como ser outra pessoa.
— Woo, poxa vida, eu confiei tanto em você. – agora o Lee gargalhava – Você quando suspeitou do Yuta falou que "ser tão alegre assim pode ser uma máscara", e realmente a pessoa que você procura usa uma máscara, mas se você prestar atenção essa máscara está rachada. – explicou como se a resposta fosse óbvia – Você também comentou que quase tudo apontava pra mim, não tudo.
— Pretende ficar apenas caçoando com a minha cara ou vai contar logo quem é? – questionou sentindo tudo dentro de si alterado – Era o Yuta mesmo? Mas ele não estava ficando com outra pessoa? – o garoto negou.
— Besta, usa seu último neurônio, por favor. – os cotovelos se apoiaram nos próprios joelhos – Eu não sei se você ainda suspeita ou não dessa pessoa, mas vamos fazer assim; você vai falando por ordem de menos suspeito para mais suspeito, não vou falar, mas pela minha expressão você supõe a resposta, pode ser? – olhou para o cenário, tinham apenas aquela volta a mais para perguntar, já que eram a última dupla que tinham entrado.
— Ok, ótima ideia. – respirou fundo e sentindo seu último neurônio fritar igual um ovo de tanto ser requisitado naquele momento – Taeil?
Taeyong arqueou a sobrancelha e maneou discretamente um "não".
— Jaehyun?
Crispou os lábios, não novamente.
— Johnny?
Inflou as bochechas e tombou a cabeça para a esquerda, não.
— Lucas?
Conteve uma risada, não.
— Irene?
Expressão de deboche, típico da Bae, não.
— Yuta?
Colocou a mão sobre a boca e simulou um bocejar, não.
— Taeyong?
O Lee riu, dessa vez negou com a cabeça — Jungwoo eu não acredito. – o garoto comentou rindo.
— Mas se for assim, então... – o choque de realidade lhe deu outro tapa, ficou todo bobo desacreditado para o Lee – Não pode ser.
— Depende, quem sobrou? – questionou sorrindo vitorioso.
— Não tem como ser o Doyoung, ele é capitão do time de basquete da classe dele, tem notas excelentes, trata todo mundo com um sorriso e–
— E quando tinha doze anos tentou impedir que seus pais se divorciassem de vez, assim causando um acidente de carro que resultou na morte dos dois e ele passou a ser criado pela avó que o chama de assassino constantemente. – explicou com uma voz cansada – Leite com canela não é um relacionamento como você imaginou o meu com a minha ex, aquele era o Doyoung descrevendo como era acordar na casa dele e a cada dia ver como o relacionamento estava se desgastando, a caneca quebrando foi quando ele tentou juntar os dois e acabou os matando.
Um silêncio fechou a cabine, enquanto Taeyong admirava as luzes da cidade e o céu escuro da noite, Jungwoo ficara escarando o Lee atônito.
— ...Posso pedir mais informações? Tipo, era você quem sempre me olhava, não ele.
— Eu te olhava porque não aguentava mais o boiola falando "eu não me conformo em como esse garoto consegue ficar bonito a essa hora da manhã". – explicou – O Dodo foi o último a se juntar pro grupo, ele vivia constantemente trocando de grupo, foi por causa da Irene que começou a se aproximar dele cautelosamente que ele decidiu ficar com o grupo, por isso que sempre que possível ele fica cuidando dela, ele se diz muito grato por tudo que ela já fez por ele.
— No dia do seu aniversário, você quem estava na biblioteca antes de mim, não o Doyoung. – Taeyong não imaginou que seria tão difícil explicar o óbvio para o mais novo.
— Se não me engano ele fala em "rotina" sobre ter que acordar antes da avó dele, no dia do meu aniversário foi um desses dias que ele acordou tarde e não pode chegar cedo, mas geralmente é ele quem fica escondido na biblioteca até o horário que a Irene chega, provavelmente ele negociou com o Hansol para não te passar essa informação.
— E desde quando o Doyoung é emo? – dessa vez Taeyong gargalhou alto, não teve como se conter perante a pergunta.
— O Doyoung é o maior emo daquele colégio! As chances de você pegar o fone de ouvido dele e estar tocando My Chemical Romance ou Fall out Boy é enorme, mas quando ele não é emo ele tá todo tristinho ouvindo Alec Benjamin, Troye Sivan ou Taylor Swift. – o Lee até que se divertia com a indignação do mais novo.
— Quando te chamei para vir comigo na roda-gigante, porque olhou com aquela cara pro Doyoung?
— Porque eu perdi o bolão pra ele.
— Todo mundo 'tava participando desse bolão? Não acredito que fali e enriqueci meus amigos às custas do meu serviço de detetive.
— Péssimo detetive por sinal.
— Taeyong?
— 'Tô errado?
— Além dos meus amigos não acreditarem no meu potencial, ainda sou caçoado.
— Errado não estamos.
Enquanto não chegavam ao térreo novamente, Jungwoo ficava questionando Taeyong mais e mais, não entrava em sua cabeça que não era o Lee o dono da conta, até que em certo momento o mais velho cansou e falou "depois você se resolve com o Doyoung, se ele falar que na verdade eu sou o dono da conta ai a gente volta a conversar".
Já marcava meia-noite, o parque estava fechando e Jungwoo não encontrava seu grupo no local planejado, ali estava apenas Lucas, Yuqi, Taeil e Jaehyun.
— Eles falaram que já iriam pegar o metro para não ficar muito tarde. – o Moon comentou assim que o Kim questionou sobre os demais – E aí, Taeyong, como ficou no final?
— Ele realmente apostou que eu era o dono da conta. – Jungwoo sequer se deu o trabalho de reclamar daquilo, sabia que os amigos não viam a hora de acabar o bolão.
— O Doyoung também foi? – todos concordaram e o Kim suspirou.
Seguiu o grupo em direção ao metro, não tinha muito o que reclamar já que seu objetivo de descobrir quem era estava completo, mas parte de Jungwoo ainda estava incomodado por não ter descoberto isso pessoalmente.
Jaehyun convidou o Kim e Taeil para dormirem em sua casa aquela noite, Lucas nem adiantava chamar pois onde Yuqi ia ele ia igual um cachorrinho atrás de tão apaixonadinho, então apenas os três passariam a noite juntos, "a noite dos terceiranistas solitários".
Bom, teria sido a noite dos três terceiranistas solitários se assim que entrassem na casa do Jung escutassem uma conversa animada vindo da cozinha.
— Jae, por que não avisou que tinha visita? Eu teria ido pra minha casa tranquilamente. – Jungwoo murmurou, não gostava de incomodar a senhora Jung.
— Porque não é exatamente uma visita, é outro corno que vai passar a noite com a gente. – entraram na cozinha, e a primeira reação do Kim foi acertar um tapa bem estalado no braço de Jaehyun.
— Todo mundo colaborou com o meu fracasso, eu não acredito. – falou desacreditado.
— Nós somos bons amigos e sabíamos que você não iria descobrir, por isso deixei o Taeyong contar e o Jaehyun sugeriu de dormir aqui na casa dele para você não ficar a noite inteira reclamando "como vou falar com ele segunda-feira agora?". – Doyoung disse contendo o riso, afinal não era todo dia que se via um Jungwoo "tiltando".
— Tia, você vai ficar muito brava se eu encher o seu filho e o Taeil de soco? – a mulher apenas riu.
— Não sei o que está acontecendo, mas se quiser levar o meu filho embora fique à vontade.
Taeil foi tomar banho, Jaehyun falou que iria conversar com sua mãe e discretamente sussurrou para Doyoung "vão para o meu quarto, mas eu imploro, não façam nada indecente lá".
— Quem vai falar primeiro? – Doyoung questionou assim que se sentou na cama do Jung, vendo que Jungwoo ainda surtava internamente.
— ...A quanto tempo você gosta de mim? – permaneceu em pé no meio do quarto.
— Olha, nem sei falar se é esse gostar, se é apenas uma admiração muito grande, se é uma atração física, eu só... Acho que faz um ano. – esticou o braço e apagou a luz para logo em seguida acender a luminária que tinha sobre o criado-mudo; Jungwoo provavelmente não iria admitir em voz alta, mas Doyoung estava realmente bonito com os olhos escuros refletindo a luz amarelada e os fios negros bagunçados provavelmente pelo vento que fazia fora da casa.
— E o quão forte você se considera por manter essa máscara por tanto tempo? – dessa vez tinha conseguido pegar o mais velho de surpresa. Jungwoo bagunçou nervoso os próprios fios em tons de caramelo e se aproximou do outro Kim, se sentando ao seu lado – Me desculpe por nunca ter suspeitado que você sentia algo, me desculpe se em algum momento eu magoei você e-
— Sem tempo pra desculpas, não precisa disso. – interrompeu o mais novo de súbito – Eu nem sou forte de verdade, se você prestar atenção várias vezes eu não estava com vocês porque eu estava sozinho na biblioteca ou no vestiário masculino chorando olhando pra essa pulseira que nunca abandono. Quando depois de uma aula de educação física eu estava conversando com Taeil ele acabou comentando sobre seus pais serem bem ausentes.
"Não brigue com ele, ele não falou por maldade, ele apenas deixou escapar que seu pai vive viajando e sua mãe vive trabalhando no hospital, assim você passa muito tempo sozinho em casa ou na casa de amigos. Por algum motivo eu passei a ver você de outra forma, não me questione por que, apenas sentia que a sua dor podia de alguma forma compreender a minha".
"Por isso falei que não tenho certeza se gosto de você, mas apenas por te ver sorrindo já sinto meu peito aquecido e uma alegria estranha cuidar de mim, então... É, Jungwoo, foi divertido ver você tentando me encontrar."
Nada se era escutado de dentro do quarto, apenas o assovio do vento passando pela janela preenchia o cômodo. Se encaravam como se apenas aquilo pudesse dizer mil palavras, e parece que de fato diziam.
O casaco preto acabou escorregando do ombro de Doyoung quando este se inclinou em direção a Jungwoo, e ali surgiu um selar tímido e sem-jeito, aos poucos as bocas iam se acostumando com o toque e aumentando a intensidade daquele selar que virou um beijo em pouco tempo.
Estalinhos baixos eram soltados, não transmitiam sentimentos pecaminosos ou insinuantes, era apenas dois jovens machucados de forma diferentes esperando encontrar conforto um no outro.
A mão de Jungwoo segurou a nuca de Doyoung, um pequeno sorriso surgiu em meio àquilo junto de um arfar surpreso quando o mais novo sentiu seu lábio inferior ser levemente mordido.
— Finalmente! – Jaehyun disse alto assim que entrou no quarto – Hoje é um dia de vitória para todo o grupo!
— Jaehyun! – Jungwoo o encarou assustado.
— O que foi? Depois que fomos informados que isso 'tava rolando a gente não via a hora de vocês se ajeitarem. – enquanto Jaehyun ia bater na porta do banheiro avisar Taeil quem tinha ganhado o bolão, Doyoung se deitou e puxou Jungwoo para ficar deitado sobre si.
— Ei, Woo. – esperou que o garoto deixasse o rosto bem próximo ao seu para que pudesse roubar um selar e sussurrar para que apenas ele ouvisse – O que acha de nos conhecermos melhor? Assim poderíamos tentar algo. – o Kim mais novo riu baixo.
— Não vejo por que não nos conhecermos melhor enquanto temos algo já. – Doyoung o encarou com os olhos mais abertos que de costume.
— Está falando sério?
— Mais sério impossível.
— Droga, deveria ter colocado isso no bolão também.
— Doyoung!