Touching Paradise • Beauany

By abeaushine_

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Any era uma adolescente extrovertida e cheia de alegria até o pior acontecer. Quando perde sua mãe em um terr... More

Elenco + playlist
The lake
Beautiful smiles
Going back to our lives
First on the list
Aquarium of the Pacific
Old and new friends
Just friends
Shoulder to cry
Good night, Any!
Plans for the saturday
City of Angels x Twilight
It's a crazy party
Friendly advice
No powers
Nervous
Nostalgic day
Feelings
Enlightening conversations
She drives me crazy
Twins day
Theories
I miss you
Like the sky
Screams, hugs and tears (1/3)
Not everything is as it seems (2/3)
Bad dream (3/3)
Know better
Caution
A small wager
Dinner invitation
You're not the only one
Revelations
Ups and downs
Trying
Sofya's party
I'm not crazy
Sensations (+16)
Decisions
The truth (parte 1)
The truth (parte 2)
Did I screw it up?
Shiv being Shiv

Tedious but interesting

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By abeaushine_

30.09.2019 - 15:55
Los Angeles, California

Any Gabrielly

Suspiro impaciente enquanto a professora de história mundial, Srta Pearce, anota a lição de casa no quadro negro. Felizmente esses são os últimos minutos de aula, pois não aguento mais ficar aqui. Na carteira ao meu lado, Joalin esboça a mesma inquietação, mas não é a ela que meus olhos se prendem. Bailey, sentado à fila posterior à garota, me observa atentamente.

Quebro nosso contato visual assim que o som estridente do sinal anuncia nossa liberdade. Ansiosa para seguir meu rumo, recolho meus pertences e saio da sala. Joalin me acompanha.

— Não acredito que finalmente estamos livres. — ela suspira ao meu lado, fazendo-me rir abertamente apesar do corredor lotado. — Nunca pensei que as horas pudessem se arrastar dessa forma.

— Nem eu. — ajeito a mochila sobre os ombros. — E olha que história mundial é uma das minhas disciplinas favoritas.

— Eu não gosto muito. Me trazem lembranças ruins, principalmente quando o assunto são as grandes guerras.

— Lembranças? — a encaro com o cenho franzido.

— S-sim, de... alguns filmes. É, filmes que se passam no contexto das guerras. Andei assistindo com o Josh. — ela se apressa em dizer, enquanto pisca demasiadamente os olhos azuis. — São muito tristes.

— Ah, claro. Tem razão, eles sempre me fazem chorar. — comento. — Já assistiram O Menino Do Pijama Listrado?

— Ainda não, mas está na nossa lista.

— Certo. Assistam mesmo. É muito bom. — ela assente. — E por falar em Josh, o que houve? Não o vi hoje. Nem Noah e Sabina, na verdade.

— Eles acordaram indispostos e tiveram que ficar em casa. Foi algo que comeram no jantar, ontem a noite.

— Nossa, que chato! Pelo menos você está bem. — lhe dou um meio sorriso. — Se importa se eu for até a sua casa, com você? Gostaria de vê-los, saber como estão agora.

— Eu não sei, acho que...

— Não vi você na festa de sábado. — Bailey surge ao meu lado, interrompendo a garota. — Te procurei a noite toda. — ele começa a nos acompanhar, como se fossemos melhores amigos ou se tivéssemos qualquer grau de proximidade.

— É, eu não fui. — digo, ainda que esteja totalmente desinteressada em conversar com ele.

— É uma pena. Tenho certeza de que poderíamos ter nos divertido muito. — a malícia evidente em sua voz provoca um ligeiro desconforto. Reviro os olhos discretamente e continuo caminhando, pedindo aos céus que ele me deixe em paz.

— Como fez Sabina e Noah se divertirem? — Joalin o alfineta. O garoto apenas ri de um jeito debochado, então ela prossegue, dessa vez com o olhar direcionado a mim. — Você não perdeu nada, Any. Tenho certeza de que o melhor pra você foi ter ficado em casa com o Josh. Inclusive, soube que aproveitaram cada segundo. — diz como quem não quer nada, mas tenho a leve impressão de que seu objetivo é fazer com que o moreno se afaste.

— Joalin! — a repreendo. Não é legal insinuar que existe algo entre mim e Josh. O que Bailey vai pensar?

— Então é por isso que não foi? — ele pergunta. — Está namorando?

— Não é da sua conta! — a loira responde por mim. Em seguida, pega minha mão e apressa nossos passos pelo corredor. — Vamos, Any! Vou te levar para ver o Josh, lembra?

Tentando conter o riso, sigo o ritmo ditado por ela enquanto desviamos dos demais alunos que se encontram pelo caminho. Mesmo confusa por sua reação, decido não dizer nada a princípio. Apenas quando chegamos ao lado externo da ESLA e iniciamos o percurso com destino ao nosso bairro é que eu a questiono.

— Por que falou com o Bailey daquele jeito? Ele aprontou algo na festa?

— Na verdade ele não foi o único. Krystian também. — ela suspira. — Os dois deram drogas ao Noah e à Saby, acredita?

— Meu Deus! — levo a mão a boca, espantada. — Não sabia que os seus amigos eram chegados nessas coisas.

— E não são. O problema foi a ingenuidade. Eles tinham bebido um pouco, o que pesou muito por ter sido a primeira vez. Saby me disse que já estavam um pouco altos quando viram Krys e Bailey por lá e se aproximaram pra tentar fazer amizade. Foi quando Bailey perguntou se eles queriam experimentar alguns doces. — ela revira os olhos e balança a cabeça em negativa. — Acredita que os retardados pensaram que eram doces de verdade?

— Ai, não!

— É, eu sei. É difícil acreditar na burrice, ainda mais conhecendo a fama daqueles garotos.

— Então foi por isso que Sabina e Noah se descontrolaram na festa. Lamar comentou a respeito.

— Sim, foi por isso. Você nem imagina o trabalho que Josh e eu tivemos para levá-los para casa.

— Posso imaginar. Caramba! É por essas e outras que eu espero que a Shiv nunca consiga se aproximar do Bailey. Definitivamente, esse garoto não presta.

— É, né... — ela comprime os lábios, pensativa.

Falamos sobre assuntos variados ao longo do percurso, mas nada muito importante. Apenas questões sobre o clima, a chatisse da escola e o trânsito em LA nesse fim de tarde. Pouco tempo depois, atravessamos uma avenida bastante movimentada — consequência do horário de pico, que torna mais viável caminhar pelas ruas à fazer uso do ônibus escolar. Por fim, passamos por mais algumas ruas e, então, paramos em frente a casa onde Joalin e seus amigos residem.

— Josh chegou a comentar que vocês moravam há alguns quarteirões da minha casa, mas não pensei que fosse tão perto. — comento enquanto a garota tira a chave do bolso e a insere na fechadura.

— É bem perto mesmo. — ela abre a porta, sorrindo. — Entre e fique a vontade. Faça de conta que a casa é sua.

— Obrigada.

Ao passar pelo batente, deparo-me com o pequeno hall de entrada. As paredes e o piso em cores neutras, assim como os discretos ornamentos da porta branca, dão ao ambiente um misto de simplicidade e elegância. Também é possível sentir vibrações positivas, que me causam uma inexplicavel tranquilidade. Após trancar a porta, Joalin volta sua atenção a mim.

— Está ouvindo esse barulho? — ela faz um sinal com o indicador, para que eu ouça atentamente. Capto o som que parece vir de uma TV, então assinto. — Os três devem estar na sala vendo algum filme. É o que fazemos quando estamos de bobeira por aqui. Venha, é logo ali.

Apesar do receio por estar aqui de surpresa, sigo Joalin pelo estreito corredor. Assim que entramos no cômodo previamente anunciado, compreendo ao que ela se referia. Sabina, Noah e Josh encontram-se reunidos no sofá de canto, tão vidrados na TV, que nem se dão conta de nossa presença.

— O que estão assistindo? — pergunto na tentativa de chamar atenção. Três pares de olhos se viram em minha direção e eu sorrio. — Oi!

— Any, oi! — Sabina se levanta e vem até mim para um cumprimento, assim como Noah. Josh faz o mesmo.

Quando estamos frente a frente, noto uma troca de olhares entre ele e Joalin. O loiro tenta ser discreto, mas não consegue disfarçar a surpresa e muito menos a incompreensão por eu estar a sua frente. A garota apenas dá de ombros e deixa a sala, sob o pretexto de tomar um banho. Noah e Sabina voltam para o sofá, fixando sua atenção na tela, mas Josh continua de pé a minha frente.

— Desculpa vir sem avisar. — me antecipo, agora desconfortável pela possibilidade de não ser bem-vinda. — Joalin disse que vocês passaram mal essa manhã e não puderam ir a escola. Eu só quis saber como estão.

— Obrigado pela preocupação, mas já estamos bem. Foi apenas um mal estar. Não precisava se incomodar. — ele me dá um meio sorriso. Sua voz é tão calma, que me tranquiliza outra vez. Em questão de segundos, o nervosismo que nem notei que sentia desaparece.

— Incômodo algum, imagina. — encaro seu rosto. Ele encara de volta, como se esperasse por mais palavras. As íris azuis deixando-me estranhamente tímida.

Sem saber o que dizer, direciono meu olhar à tela da TV. A cena exibida é bem familiar. Nicolas Cage e Meg Ryan protagonizam a cena dramática onde Maggie finalmente se dá conta de que Seth é, na verdade, um anjo. Não consigo conter o riso. Eles estão mesmo vendo esse filme.

— Você quis assistir Cidade dos Anjos mesmo depois do que eu disse? É sério? — volto a observar Josh. Tento manter a voz baixa para não atrapalhar os outros.

— Seu pai disse que era um clássico, você disse que era bobo. — ele responde no mesmo tom, claramente sem jeito. — Fiquei curioso para saber qual dos dois tinha razão.

— Tudo bem, não vou te julgar. Até que o filme é legalzinho. Porém, ainda prefiro Crepúsculo. Você devia assistir comigo um dia desses. — apoio as mãos nas alças da minha mochila. Ele dá risada.

— Então prefere vampiros do que anjos? — ele ergue uma única sobrancelha.

— É, acho que sim. Nada contra os anjos, sabe? Mas é que eles são tão bonzinhos. Chegam a ser entediantes. Vampiros são melhores. São mistérios e perigosamente sexy. Confesso que tenho um fraco por caras assim, pelo menos na ficção. — suspiro, sonhadora.

— Mas não na vida real. — parece dizer mais para si mesmo que para mim. Curiosamente, há um sorriso divertido em seus lábios.

— Óbvio, até porque nenhum deles existe. — dou de ombros. — Enfim, o que está achando do filme até o momento?

— É intrigante. — ele dá uma rápida olhada na tela antes de me fitar outra vez. — Não vou mentir. Estou gostando.

— Ai, meu Deus! — dou risada. — Certo, agora que sei que vocês estão bem, não vou mais atrapalhar. Volte a assistir com Noah e Sabina, as cenas mais importantes ainda estão por vir. Eu já vou indo.

— Já? — pergunta com certa urgência. — Você acabou de chegar. Por que não fica e assiste com a gente?

— Ah, você sabe o motivo. — faço careta. Ele sorri novamente. — Além do mais, tenho lição de história para fazer antes do jantar.

— Ok, essa é uma justificativa aceitável. — Josh cruza os braços sobre o peito. — Então... Tudo bem se eu te acompanhar até em casa?

— Claro, mas e o filme? — estreito os olhos em sua direção.

— Posso terminar depois.

— Tudo bem, então. — digo, um pouco mais animada do que deveria. Que vergonha, Gabrielly! Que vergonha!, penso.

Como Joalin ainda está no banho, despeço-me apenas de Noah e Sabina, que acenam de forma simpática antes de voltarem a se concentrar totalmente na TV. Após pegar suas chaves, Josh me guia até a saída.

— Aconteceu alguma coisa além do mal estar? Você parece diferente... — comento quando começamos a caminhar lado a lado pela calçada.

— Como assim "diferente"?

Penso em dizer que ele parece menos "distante", seu olhar menos invasivo e a postura mais relaxada, porém prefiro me calar. Talvez seja coisa da minha cabeça.

— Esquece... — balanço a cabeça em negativa. — Deixa pra lá.

— Ah, não! Agora eu quero saber.

— Não sei explicar. Mas não se preocupe, é um diferente bom.

— Se você diz, eu confio. — ele sorri de lado. — E então, como foi na escola hoje?

— A mesma coisa de sempre, só que sem você e seus amigos festeiros.

— Por favor, nem me fale em festas. De agora em diante farei o possível para que eles nunca mais pisem em uma.

— Não tiro sua razão. Você já sabe o que penso sobre elas.

— Sim, eu sei. — ele suspira.

Ficamos em silêncio por alguns metros, seguindo um ritmo lento de caminhada. O clima fresco do fim de tarde e a companhia tornam meu trajeto muito mais agradável que o habitual. Convenientemente, ter Josh assim, tão perto, me traz lembranças sobre a conversa que Lamar e eu tivemos no dia anterior. Encontro a oportunidade perfeita para satisfazer minha curiosidade e descobrir se o caminho está livre para minhas investidas ou não.

— Josh?

— Sim?

— De onde vem... — cruzo os braços a fim de conter minha inquietação. — você tem amigos, certo?

— Sim, eu tenho.

— Pode me falar sobre eles?

— Não tenho muito a dizer. São todos muito gentis, temos uma ótima convivência. Somos praticamente irmãos, assim como sou com Joalin, Noah e Sabina.

— Parece bem legal. — sorrio para ele, que assente. — E namorada? Você tem? — Josh me observa com o cenho franzido, mas logo sua expressão se suaviza.

— Não, eu não tenho.

— Nem namorado? — preciso considerar a hipótese, afinal.

— Não, Any. Não tenho nenhum relacionamento amoroso, se é o que deseja saber. Por que essas perguntas?

— Nada, só curiosidade. — tento conter a satisfação. — Você nunca fala sobre a sua vida. Costuma ser tão reservado.

— O que posso dizer? Vivo algo que você provavelmente consideraria entediante. — diz, com uma leve ironia na voz. — Não tenho experiências interessantes a compartilhar.

— Ah, eu duvido. É impossível. — me coloco a sua frente e começo a andar de costas. — Todo mundo tem.

— Bem, eu sou diferente de todo mundo.

— Realmente... — admito. Nunca conheci alguém como ele. — ninguém é tão misterioso.

Josh sorri abertamente por meu comentário e fico tão atordoada pela cena que me distraio e acabo tropeçando em meus próprios pés. Meu corpo se desequilibra e um gritinho estridente irrompe meus lábios devido ao medo da queda iminente. Entretanto, mãos ágeis me amparam.

— Cuidado! — o garoto exclama ao me puxar para si.

Os braços firmes e repletos de calor envolvem minha cintura, aproximando-nos consideravelmente. O contato repentino aumenta minha pulsação. Noto que não sou a única afetada, pois assim como eu, Josh engole em seco. Nossos olhares se encontram por uma fração de segundo e posso jurar que os olhos de oceano estão ligeiramente escurecidos.

Ainda que tente me controlar, acabo cedendo ao impulso de direcionar minha atenção aos seus lábios, que a essa altura parecem muito convidativos. Tal pensamento ainda colabora para que eu, secretamente, deseje prová-los e descobrir se são tão macios quanto aparentam. Infelizmente, Josh me solta mais cedo do que eu gostaria e se coloca a um passo de distância. Solto um longo suspiro antes de me recompor.

— Obrigada. — murmuro apesar do constrangimento. — Você me salvou de uma queda vergonhosa.

— Não foi nada. — responde, menos afetado agora. — Só fiz o que qualquer pessoa faria.

— Não, Josh, amigos podem ser cruéis. Se fosse a Sofya, me deixaria cair no chão, passaria longos minutos rindo do meu tombo e só então me ajuraria. O Lamar faria a mesma coisa, só que na ordem invertida. — tento brincar.

— Então parece que deu sorte por eu estar bem aqui, na hora certa, para cuidar de você. — ele me mostra um de seus meio sorrisos.

— É, eu acho que sim. — sorrio de volta.

— O que Bailey faz na sua casa?

— O quê?

— Bailey May.

Josh faz um sinal de cabeça e eu olho na direção indicada. Só então me dou conta de que já estamos praticamente em frente a minha casa. O que não entendo é por que Bailey está ali, parado na porta. Também reparo em seu carro preto, estacionado no acostamento.

— Eu não faço a menor ideia, mas vamos descobrir.

Apresso os passos, deixando Josh para trás, e logo estou cara a cara com o garoto, em minha calçada. Bailey parece feliz em me ver, mas depois de lançar um olhar ao loiro que se aproxima, seu sorriso vai se desfazendo gradativamente.

— O que faz aqui? — pergunto.

— Vim trazer sua irmã. Ela torceu o tornozelo na saída da escola. Hina viu que eu estava de carro e pediu que desse uma carona. — ele enfia as mãos nos bolsos da calça jeans.

— E ela veio com você e a Shiv?

— Não, Any. Ela foi para casa.

— Sei... — murmuro, um pouco contrariada.

Essa história pode ser convincente para alguém que olhe de fora, mas não para mim, que sei da paixão maluca que minha irmã sente por esse cara. Não duvido nada que ela tenha armado essa situação com a ajuda da Hina apenas pela chance de ficar a sós com Bailey, ainda mais facilitada pelo fato de nosso pai não estar em casa. Seu carro não está no lugar de costume.

— Obrigada pela companhia, Josh, mas acho que vou entrando. Preciso ver como a Shiv está. Aparentemente, papai ainda não chegou, então... — fito o loiro, que agora está ao meu lado.

— Não quer que eu vá com você? Talvez possa ajudar de alguma forma. — oferece, solícito.

— Não precisa. Eu já cuidei de tudo. — Bailey diz a Josh, com a voz demasiadamente calma. — Deixei Shivani no sofá e entreguei uma bolsa de gelo antes de sair. Se ela precisar de mais alguma coisa, tenho certeza de que a Any dá conta, amigo.

— É uma bela atitude em comparação ao que você costuma fazer. Sinal de que, talvez, possa se regenerar. Eu admiro isso. — Josh responde no mesmo tom. — Entretanto, não sou seu amigo, May. Provavelmente nunca serei.

Os dois se encaram por alguns segundos, criando uma certa tensão a nossa volta. Não faço ideia do que está havendo, mas sei que não existe a menor possibilidade de ser algo bom, então decido intervir antes que a situação piore.

— Então, eu vou indo. — chamo a atenção dos dois. — Josh, mais uma vez, obrigada por me acompanhar. Não vou precisar de ajuda agora, mas agradeço muito. — sorrio para ele, que retribui prontamente. — E Bailey, obrigada por ter trago a Shiv. Foi um gesto muito legal, de verdade.

— Não foi nada. — o moreno também sorri. — No fim das contas, ainda saí ganhando. Agora sei onde você mora.

Diante do comentário, percebo Josh estreitar os olhos em sua direção, quase como se isso o incomodasse. Hm, interessante...

— Bem, acho que não tenho mais o que fazer aqui. Nos vemos na escola, Any. — Bailey pisca para mim antes de caminhar até seu carro e entrar. Ele logo dá a partida e sai feito louco, cantando pneus. Ao meu lado, Josh suspira, parecendo aliviado.

— Não gosto desse cara. Depois do que aprontou na festa, então...

— É, eu sei. — também suspiro.

— Tenha cuidado com ele, está bem?

— Pode deixar. Não parece, mas sei me cuidar.

— Vou fingir que acredito. — ele dá risada, dissipando o clima estranho deixado por Bailey.

— Até amanhã, Josh. — tomo a liberdade de abraçá-lo. Ele parece surpreso, mas corresponde, envolvendo seus braços ao meu redor pela segunda vez no dia. Finalizo com um beijo estalado em seu rosto.

— Até amanhã. — ele sorri timidamente e preciso me controlar para não agir feito a idiota rendida que estou me tornando.

Quando ele começa a se distanciar, sigo até a entrada de casa. Passo pela porta rapidamente e vou direto até a sala, a fim de encontrar minha irmã, que curiosidade não está no sofá, como Bailey disse que havia deixado. Isso só comprova minha teoria. Tudo não passou de um plano. Reviro os olhos e bufo, irritada.

— Shivani! — saio gritando pela casa. Ouço sua resposta ao longe e deduzo que vem de seu quarto, ao lado do meu, no segundo andar. Subo as escadas de dois em dois degraus e vou até lá.

— Estou aqui. — minha irmã diz, girando sobre a cadeira em frente ao computador para ficar de frente para mim. — O que foi?

— Acabei de ver o Bailey saindo daqui. Você fingiu uma torção para que ele a trouxesse? — paro no batente da porta e cruzo os braços, a encarando.

— Sim! Uma ideia genial, não acha? — ela sorri, descaradamente.

— Você é doida?

— Doida de amor, Anyzinha! Cada um luta com as armas que tem, não é mesmo?

— Deus, eu não sei o que faço com você... Sério! — me aproximo. — Tem noção de onde está se metendo?

— Ai, não começa, tá? — ela suspira. — Se for para dar sermão, por favor, dê meia volta.

— Shiv, estou aqui porque me preocupo. Que tipo de irmã eu seria se visse você tentando conquistar esse cara e não tentasse te conscientizar?

— Uma irmã que cuida da própria vida, talvez. — Shiv fica de pé e se coloca a minha frente. — Qual é! Se você fizesse algo parecido para tentar fisgar o Josh, eu te apoiaria. Te daria dicas, inclusive. Por que não pode simplesmente me apoiar também?

— Ah, não sei. Talvez porque você queira se envolver com o traficante da escola! — ironizo. Ela ri sem humor. — Já parou para pensar em como ele consegue suas "mercadorias"? Que ele está metido com gente perigosa? Já parou para pensar que ele mesmo pode ser perigoso?

— Eu não sou burra, tá legal? Sei bem onde estou me metendo. Não preciso que me diga o que fazer. — seu tom de voz aumenta. — Quando Bailey se apaixonar por mim, darei um jeito de tirá-lo dessa vida. É questão de tempo.

— Coitada! Acredita mesmo nisso? — forço uma risada. — Pensei ter acabado de te ouvir dizer que não é burra, então por favor, use sua inteligência.

— Olha, eu não quero brigar com você.

— Eu também não quero, mas se isso for necessário para enfiar um pouco de juízo nessa sua cabeça, é o que vai acontecer.

***

Olá, pessoinhas! Feliz Páscoa! ❤️

Já revisei tantas vezes esse capítulo que agora nem sei mais se tem erros. Se acharem algum, avisem por favor. Obrigada!

Beijos e até mais!

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