Lili
- Enfim, em casa! - Digo após abrir a porta de nosso apartamento.
Cole entra com Anna, que se encontra adormecida no bebê conforto lilás. Vejo por sua expressão que ele também está exausto, e não é só fisicamente.
São 7:30 da manhã, tivemos uma noite agitada no Kendall. O movimento por lá tá sempre pegando fogo, agora. Demorou para que eu recuperasse isso, mas eu consegui.
Sigo Cole até o quarto de Anna, e lá ele com todo cuidado do mundo a coloca no berço. Ela murmura um resmungo, mas não acorda. Após se certificar de que a babá eletrônica está ligada, saímos do quarto.
Eu vou direto para o banheiro de nosso quarto, sentindo que preciso conversar com Cole. Precisamos nos resolver, eu não aguento mais toda essa tensão entre nós.
Cole
Vejo que Lil entra no banheiro, e tira sua roupa suavemente, sem pressa. Ela está tensa. Foi uma noite agitada no clube, e até agora não caiu a minha ficha ainda de que Lil é a dona do Kendall.
Decido segui-la, e quando chego ao banheiro, ela está de costas para a porta, nua, prestes a entrar no chuveiro. A curva de sua cintura se destaca com a sua bunda, e mais uma vez percebo o quão perfeita é a minha mulher, e o quão eu esperei para ver essa imagem de novo.
Quando ela percebe minha presença, por incrível que pareça, ela não me manda embora. Na verdade, sinto que me chama com o olhar, como se precisasse de mim.
Sendo que na verdade sou eu quem precisa dela.
Tiro com calma o terno que cobre meu corpo, e ligo o aquecedor. Está uma manhã fria, e na verdade sinto que só o calor que o corpo de Lil me proporciona pode me aquecer agora.
Quando estou na parte interna do box, Lili me abraça fortemente, enquanto a água quente cai sobre nosso corpo, relaxando todos os nossos músculos.
- Eu jamais quis te magoar. - Ela diz, baixinho.
- Eu sei, pequena. - Digo acariciando seus cabelos molhados.
- Me perdoa!
- Eu não tenho que perdoa-lá por nada. Você é quem tem que me perdoar por ser tão babaca está noite.
- Tá tudo bem, Cole. Eu sei que não sou mais a mesma Lili que você conheceu. - Ela se afasta um pouco.
- Você continua perfeita, pra mim. Não precisa me dizer nada agora, meu amor. Prometo que irei respeitar o seu espaço e o seu tempo.
Ela sorri fraco e pega o sabonete rosa que há na saboneteira.
Meus olhos percorrem o seu corpo, e quando chegam a barriga, noto que há algumas estrias e uma enorme cicatriz abaixo da barriga. Minha curiosidade é evidente, e Lil percebe meu olhar em cima dela.
- Foi algumas das marcas que Anna deixou pelo meu corpo. - Ela diz, tampando as linhas brancas com as mãos. - Não olha, estão horríveis.
- Lil, para. - Digo, segurando suas mãozinhas. - Você é perfeita, você sempre foi. E essa gravidez te deixou ainda mais linda.
- Não é verdade.
- É, sim. Eu sinto por ter perdido isso, por ter perdido os primeiros sintomas, as primeiras batidas do coraçãozinho, a ultrassom. Ver sua barriga crescendo, tenho certeza de que você ficou linda.
- Anna me deu bastante trabalho. - Ela conta, enquanto ensaboa seu corpo. - Ela estava sentada quando a previsão do parto chegou, e tive que fazer uma cesária.
- Não posso nem imaginar o quão você sofreu. - Digo, e ela me olha. - Mas não diga mais que está feia, essas são as marcas mais lindas que uma mulher pode ter, em você especialmente. Elas simbolizam o quão Anna significa em seu coração, e o quão você a ama.
- Eu a amo, mesmo. - Ela diz, emocionada. - Mas não sou uma boa mãe.
As lágrimas escorrem de seu olho, misturando com a água que escorre do seu cabelo, e Lil abaixa a cabeça.
- Por que está dizendo isso?
- Nada, deixa pra lá.
- Lil..
- Tive problemas quando Anna veio ao mundo, só isso.
- Tudo bem, não vou forçar. Mas depois você vai me contar está história certinho.
Ela assente, e me abraça. Eu beijo a ponta de sua cabeça, e sinto a nossa chama se acendendo novamente.
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Depois que Lili volta do quarto de Anna, vejo que está exausta. Seus cabelos ainda molhados do banho estão atrás de suas orelhas, e ela está usando uma camiseta roxa.
- Deita aqui, minha vida. - Digo para Lili, e ela sorri fraco enquanto se ajusta em meus braços.
Precisamos disso, precisamos desse momento de paz entre nós.
- Obrigada, amor.
- Não quero que as coisas entre nós fiquem tensas como ficavam antigamente. As nossas escolhas não afetam só a nós mais, pequena. Temos uma pessoinha que é dependente de nós agora.
- Eu estava com medo, Cole. Só por isso fiz o que fiz.
- Shh! Esquece isso, pequena. Já passou, agora, só tenta dormir.
Ela não responde, apenas ajusta a cabeça em meu peito, e pegamos no sono pouco tempo depois.
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Quase 2k em menos de duas semanas, vocês são foda pra caralho. Amo tanto vocês