OS MISTÉRIOS DE ELIZA GUNNING...

By autoralotorino

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❝ Confiem em mim, leitores. 1832 será um bom ano. - Srta. Silewood. ❞ Lady Eliza Gunning não é nem de longe u... More

SINOPSE COMPLETA
DISCLAIMER
EPÍGRAFE
PRÓLOGO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
Capítulo sem título 18
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
C A P Í T U L O XX
C A P Í T U L O XXI
C A P Í T U L O XXII
C A P Í T U L O XXIV
C A P Í T U L O XXV
C A P Í T U L O XXVI
C A P Í T U L O XXVII
C A P Í T U L O XXVIII
C A P Í T U L O XXIX
C A P Í T U L O XXX
C A P Í T U L O XXXI
EPÍLOGO
Notas Finais + Amazon

C A P Í T U L O XXIII

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By autoralotorino

Stanley e lord Morley estavam tendo uma ótima conversa. E Eliza odiou isso.

Waterpole parecia muito mais feliz do que Glace por não estar levando humano algum, mas lady Eliza não era corajosa o suficiente para descer do cavalo. Sua intenção era permanecer o mais inalcançável possível para o marquês. Ainda assim as coisas não estavam acontecendo exatamente como ela esperava. Imaginou que Frederick tentaria se desculpar, imploraria seu perdão, ou em outra hipótese, a criticaria mais ainda pela coluna de Silewood.

Mas não. Ele simplesmente estava ignorando Eliza.

Ela estava irritada. Stanley era obviamente o dono do jornal Stanley. Se Silewood tinha uma coluna era porque ele tinha cedido espaço para ela. Porém Stanley era homem. Eliza uma mulher. Um homem poderia discorrer sobre a sociedade, sobre suas opiniões politicas e pessoais sem ser acusado de fofoca. Uma mulher não. Uma mulher que expressa sua opinião, critica condutas alheias e denuncia as mazelas da aristocracia não passava de uma fofoqueira.

Como a vida era injusta!

Ao menos Frederick estava mostrando o mínimo de discernimento conversando como um ser humano. Por mais incrível que possa parecer ele pensava em algo além de mulheres, seu titulo e ser completamente indecoroso. Ele tinha uma espécie de opinião política formada, e o pior, Stanley e ele concordavam na maior parte dos pontos. E nos que não concordavam encontravam sempre um consenso satisfatório para ambos. Grrrr. Eliza estava com ciúmes. Não como quando Frederick desfilava com lady Stephanie pelo salão, mas como se ele estivesse tentando se infiltrar em sua vida.

Eles simplesmente riam. Depois de comentarem sobre as últimas edições, sobre a corrida de cavalos da semana passada, sobre a viagem para Somerset e sobre o caminho até o litoral, eles pareciam estar desenvolvendo um triste — na visão de Eliza — laço de camaradagem. Glace rinchou. Sim, sim. Ele também não estava gostando disso.

— Não, não é muito longe daqui. Inclusive eu considero as praias de Somerset tão bonitas quanto às de Hampshire. — Julian disse.

— Já esteve em Hampshire?

— Tive tempo de conhecer grande parte da Inglaterra.

— Passei a maior parte dos meus dias em Londres — Morley comentou — além de outros países, é claro.

— Deve ser gratificante conhecer tão bem a Europa.

— Sim. Gosto de Londres, mas confesso que ás vezes sinto a falta da leveza italiana ou da poeticidade francesa. Talvez eu faça alguma viagem agora que a temporada está no fim.

Eliza revirou os olhos. Qual seria seu critério para escolher o país destino? O lugar no qual sua melhor amante vivia? Ou será que todas elas haviam sido sensatas e dispensado o marquês? Não importava. Ele conseguiria um novo affair com enorme facilidade.

— Boa viagem, lord Morley. — Eliza se intrometeu.

Ele estreitou os olhos.

— Tão rápido?

— Estou me adiantando.

— Bem... — Julian coçou a garganta — terei que retornar a Londres no inicio da próxima semana, mas meu desejo seria passar mais tempo em Somerset.

— Tenho certeza que o jornal cobra muito de seu tempo — Morley disse.

— Sim, sim. E estamos investindo em algum conteúdo novo, mas que ainda não sabemos como aplicar. Precisamos fazer substituições.

— Alguém para substituir a Srta. Silewood, imagino.

Os músculos de lady Eliza tencionaram-se. Ela sabia quem era Silewood, Stanley sabia quem era Silewood e Frederick sabia quem era Silewood. Só que ela não conseguiria pensar em uma explicação plausível caso Stanley questionasse o motivo de lord Morley ter conhecimento de seu segredo. Ela olhou para Frederick apenas para pedir, com o olhar, cautela. Ele não se importou.

— Silewood é insubstituível, lorde — Julian sorriu com o canto dos lábios e discretamente deu uma piscadela para Liz — porém precisamos de novos colunistas.

— Lord Morley não é um grande admirador da estimada Srta. Silewood, Stanley. — Eliza disse, concentrando-se no trotar de Glace e evitando olhar para os homens — Acho que já mencionei essa informação em algum momento.

— Realmente — o marquês respondeu, transformando o olhar em algo taciturno — ainda assim não renuncio alguns pontos a favor dela.

— A favor? — a intenção de Eliza era soar minimamente simpática, mas o desgosto em sua voz ainda era visível.

— Ela era corajosa. Isso não posso negar. É algo que admiro muito.

Lord Morley a fitou, acima do cavalo. O cabelo dela estava preso embaixo do chapéu de uma maneira desgrenhada e as mechas constantemente escapavam do acessório. Eliza desistiu e o retirou, por fim, deixando que o cabelo caísse livremente sobre seus ombros. Ele estava ondulado pela trança e seu comprimento chegava até o meio de suas costas. Ainda restaram duas trancinhas laterais que se uniam no topo de sua cabeça. Frederick ficou tão encantado com aquela visão que chegou a vacilar.

Sentiu uma intimidade imensa por vê-la assim. Eliza nunca poderia andar com o cabelo dessa forma em Londres se não quisesse ser alvo de várias criticas, mas no campo, próxima da propriedade de sua familia, poderia fazer tudo. Ele reparou em suas vestes, nas botas brutas e masculinas, nada delicadas como os sapatos de bailes, e também no vestido leve, coberto por uma espécie de colete escuro com botões frontais. E claro, sem corpete. Sem o maldito corpete seria muito mais fácil perder-se em suas curvas naturais se tivesse a oportunidade.

Eliza rangeu.

— Não estava conseguindo mantê-lo preso em uma trança — ela sentiu a necessidade de explicar.

— Está linda. — Frederick respondeu, com os olhos admirados e vidrados nela.

Julian o observou. Lord Morley foi rápido em acrescentar:

— Minha irmã também gosta de usar o cabelo solto em Hampshire. É algo que aprecio. Olhem, que carvalho grande!

Eliza piscou algumas vezes.

— É o Grande Carvalho.

— Sem dúvida é.

Lady Eliza suspirou. Eles continuaram o percurso, passaram pelo Grande Carvalho, pelo lago e adentraram no gramado de Pierbrooke Hall. Assim que se aproximaram da propriedade Liz desceu do cavalo, guiando-o pelas rédeas, e continuou o percurso em direção aos estábulos para deixar Glace em seu recanto. Stanley, entretanto, a impediu.

Ele tirou as rédeas da mão da jovem e segurou tanto Glace quanto Warpole.

— Stanley? — Eliza indagou cuidadosamente.

— Deixe que eu cuido dos cavalos. Leve seu convidado para a sala de estar. Tenho certeza que o marquês adoraria um pouco de chá. Temos sabores novos, importados do Oriente.

Liz forçou um sorriso. Lord Morley com certeza não era seu convidado. Na verdade ele seria uma das últimas pessoas que ela traria para Somerset. A propriedade do campo era sinônimo de vida tranquila, fácil e feliz. Por outro lado, Frederick significava tudo, exceto isso. A cabeça de lady Eliza começou a latejar e ela teve certeza que era em razão da companhia de lord Morley — e não por estar caminhando há horas no sol.

Ela tossiu. Seus olhos fixaram-se nos de Frederick, ameaçadoramente.

— Milorde gostaria mesmo de tomar chá? Tenho certeza que deve ter tantos lugares para visitar por aqui.

Lord Morley sorriu.

— Eu adoraria.

Eliza suspirou. Não seria tão fácil se livrar de Frederick, mas ela também não desistiria fácil. Lembrava-se perfeitamente do último encontro dos dois e das palavras proferidas por ela. Eu te odeio. Eliza havia proferido para toda a equipe de criados seu ódio por Frederick Morley, porém não tinha mais certeza se foi a conduta correta. Ela realmente o odiava? Seu ódio por aquele homem era tão intenso quando se esforçava para acreditar? Esperava que sim. As coisas seriam mais fáceis se tudo que houvesse entre os dois fosse ódio.

Stanley levou os animais e ficou a encargo de lady Eliza servir como anfitriã. Era patético ver lord Morley tão calmo e compassivo como agora. Estava óbvio que tudo não passava de um triste teatro para, de alguma forma, impressionar Julian. Assim que o homem se afastou, Frederick se transformou. O sorriso gentil e cortês desapareceu, dando lugar a uma expressão séria e invasiva.

Eliza apressou o passo, caminhando na frente. Sua intenção era guia-lo pelo hall de principal, mas a entrada lateral estava mais próxima e assim ela poderia se livrar do marquês o mais rápido possível. Porém ele a segurou pelo pulso, impedindo que continuasse a fugir, e ela se soltou com um movimento brusco. Sua expressão ardeu em chamas.

— Não me toque! — rangeu.

— Eliza, — Frederick disse com extrema paciência — eu preciso conversar com você. É por isso que estou aqui.

— Acha que sou tola? É claro que sei que sua aparição por aqui não é apenas uma coincidência. O destino é cruel comigo, mas não tanto. Existe o mínimo de piedade no mundo.

— Tenho certeza que nós dois dissemos muito do que se arrepender em nosso último encontro...

— Não me arrependo de nada do que disse, — Eliza interrompeu — inclusive faria tudo de novo.

As sobrancelhas dele se arquearam.

Tudo?

Ela bufou. Recusou-se a responder. Não, não e não. Nunca mais deixaria que Frederick Morley tocasse em qualquer parte de seu corpo e estava decidido. Quem dirá voltar a dormir com ele. Eliza ignorou completamente o homem e continuou seu percurso. Como um cachorrinho Frederick a seguiu. Se ela atirasse um osso no meio do bosque será que ele iria buscar? Seria uma ótima alternativa.

Eles entraram na propriedade. Lord Morley analisou cuidadosamente toda a extensão do ambiente. Era grande e com uma arquitetura típica do século XVIII. A mobília requintada tinha um toque rústico, adequando-se ao ambiente campestre. Havia uma imensidão de cômodos, nos quais Eliza percorria com destreza, completamente acostumada com Pierbrooke Hall. Entrando por uma das portas laterais, eles cruzaram algumas salas e corredores até chegarem ao hall principal.

Eliza girou. Precisava do mordomo, precisava encontrar uma criada e precisava da Srta. Hedwig. Não ficaria no mesmo cômodo que aquele homem, pois não confiava nele, e acima de tudo, não confiava em si própria. Ela tocou o sino chamando algum criado. Sem resposta. E então tocou de novo. E de novo, de novo e de novo.

— Eliza. — Frederick a fitou, indignado — É sua intenção quebrar esse sino? Tenho certeza que alguém já está vindo.

Ela revirou os olhos. Realmente alguém se aproximou, mas não era nenhum funcionário da casa. Pior. Era Titia Daisy. A Sra. Murphee acenou do alto da escada, sorridente e entusiasmada. Ela desceu os degraus com rapidez e cumprimentou gentilmente o homem.

— Mas oras, — Daisy sorriu imensamente — eu pedi um presente pensando que receberia minha coroa de flores e vocês voltam com um cavalheiro. Não é uma maravilha?

Eliza fuzilou a tia com o olhar. A Sra. Murphee franziu o cenho, confusa.

— Esse é lord Morley, titia. Marquês de Normanbury. Nós o encontramos por mero acaso em nossa propriedade.

Ele sorriu, tirando o chapéu. Frederick beijou a mão de Daisy fazendo Eliza revirar os olhos com intensidade estratosférica.

— No bosque de vocês, na verdade. Estou hospedado em uma das propriedades de meu amigo, lord Alberdeen.

Murphee concordou.

— Ah, sim. Lembro-me do pai dele, apesar de que raramente vinham á Somerset. Se não me engano preferiam ficar em Yorkshire.

Frederick assentiu.

— Mas o novo lord Alberdeen ama Somerset.

Eliza chegou a rir. Ela não era amiga de James Alberdeen, mas tinha certeza que ele não era um homem do campo. Muito menos Frederick. Se ele gostasse tanto da tranquilidade rural teria se isolado em Hampshire, não nos braços de dezenas de mulheres por toda Europa durante anos. Ele era péssimo. E estava em sua propriedade! De novo.

— Hum, sim. Claro que ama — Daisy sorriu — quem não? Com esses campos, bosques, lagos... Se milorde for como minha sobrinha irá adorar cavalgar pela região durante sua estadia.

Lord Morley fitou Eliza e despois voltou-se para a tia.

— Então sua sobrinha gosta de cavalgar?

— Adora!

— Interessante...

— Em Londres ela não tinha tantas oportunidades, mas sempre há espaço para alguns galopes por aqui. Por esta razão não gosto da frieza da capital.

— Uma pena. Tenho certeza que estamos perdendo muito sem a senhora.

Certo, Eliza queria simplesmente vomitar. Ela chegou até a grunhir.

— Ah, que gentil, milorde. Mas venha... Vamos levá-lo até um lugar adequado para sua recepção.

Ele assentiu. A Sra. Murphee disparou na frente, mas Eliza resignou-se a esperar Frederick. Ela agarrou o braço dele, entrelaçando-os a força, e ficou na ponta do pé para conseguir chegar o mais próximo possível de seu ouvido.

— Não sabia que agora você estava interessado em mulheres mais velhas.

Lord Morley estreitou os olhos.

— Ciúmes, Eliza?

— Faça-me o favor. Tenho mais ciúmes de meus cavalos.

Ele arqueou uma sobrancelha, dando de ombros.

— Se é o que diz.

— Lord Morley, veja as pinturas em nossa pare... — Daisy interrompeu-se no segundo em que olhou para trás — Ah. — Ela paralisou-se por alguns segundos — Vocês deram os braços.

Eliza tentou se soltar. Frederick discretamente não deixou.

— Estou guiando nosso convidado — Liz tentou soar simpática, mas os dentes rangendo e o rosto enrubescido impediram esse efeito.

— Vejo bem... — a Sra. Murphee continuou o percurso igualmente alegre e desconfiada.

E então Eliza pisou nos pés de Frederick. Ele a soltou no mesmo instante. Nunca se soube se foi porque o peso de seu corpo o machucou — dificilmente — ou se lord Morley estrava demasiadamente preocupado com os sapatos. As botas de lady Eliza não eram as mais limpas e delicadas.

— Ótimo. Agora titia vai achar que tenho inclinações para você... Maravilha! — o sarcasmo de Eliza era petulantemente doce.

— E você não tem?

— A única inclinação que teria em relação a você seria se estivéssemos na beira de um penhasco e eu tivesse que escolher entre beijá-lo ou despencar trinta metros até o chão — cochichou.

— Surpreende-me o fato de você esforçar tanto para me ofender ao ponto de elaborar respostas mirabolantes e ainda sussurra-las, — Frederick sorriu cinicamente — mas apenas dessa forma você me beijaria?

— Não seja tolo. Eu não me inclinaria para beijá-lo, mas sim para atirar-me do penhasco.

— Como uma família tão gentil e simpática como a sua conseguiu ter você como prole?

— Sou adotada — ela deu de ombros — a cor de meus olhos é tinta.

— E você não está cega?

— Estou vendo um homem inoportuno e completamente indesejável em minha frente então não. Não estou.

— Se o homem em questão ser muito bonito e agradável, sim, você está certa.

— O ego dele é tão grande que não consigo ver o rosto, então é difícil dizer...

— Digo mesmo sobre seu orgulho.

Eles chegaram até a sala de estar. Daisy já os esperava ao lado de uma janela e assim que os dois adentraram no cômodo, a tia disse que precisava encontrar uma criada para pedir que preparassem o chá. A campainha tinha uso inútil, já que provavelmente não havia ninguém na cozinha e grande parte dos empregados havia sido dispensado para o vilarejo naquela tarde. Não era culpa deles. Quando poderiam imaginar que receberiam a visita de um marquês?!

Eliza sentou-se em uma poltrona solitária. Frederick também. Ela se concentrou em permanecer em silêncio, mas as palavras martelavam em sua garganta. Era impossível conter.

— Não sou orgulhosa. — Eliza defendeu-se minutos depois.

— Sim, é. — Frederick respondeu tranquilamente — Pois eu vim até Somerset para conversar com você, mas o seu orgulho a impede de agir de uma maneira minimamente aceitável.

Ela ficou vermelha de irritação. A culpa era de seu orgulho? Frederick Morley havia ido até sua casa, se deitado com ela, ofendido a Srta. Silewood em sua frente e ainda dito que não a amava e nunca poderia amar. Ela não queria esse amor, — não, claro que não — mas tampouco poderia acreditar na gentileza de suas palavras. Eliza não poderia estar errada por mantê-lo afastado!

Mas, ainda assim, ela conseguiu se comover com o caso do homem.

— A cozinheira garantiu que o chá com biscoitos ficará pronto em breve! — Daisy adentrou na sala — Irei avisar seu pai. Onde está Stanley?

— Nos estábulos. — Eliza disse, se levantando — lord Morley gostaria de me acompanhar até lá? Poderemos avisar Stanley sobre o chá, caminhar pelos jardins da propriedade e ainda mostrar todos os cavalos...

— A Srta. Hedwig está na horta com as moças da cozinha, encontre-a. — Daisy avisou — Quero dizer, se lord Morley aceitar acompanhá-la...

— Sim, — respondeu — aceito.


...


Silêncio.

Nenhum dos dois proferia qualquer palavra.

Srta. Hedwig? Ignorada. Era óbvio para Eliza que se ela estava saindo com lord Morley para conversar ela não chamaria a acompanhante enxerida. Além de que eles estavam indo para os estábulos em sua própria propriedade. Não haveria perigo algum. Porém, mesmo com o intuito de manter uma conversa e escutar o que Frederick tinha para dizer, nada saia da boca de nenhum dos dois.

Era um silêncio ensurdecedor.

Eliza olhou para Frederick em expectativa enquanto eles caminhavam. Ela estava pedindo para que ele dissesse alguma coisa, e não de uma maneira hostil ou ameaçadora, ela estava praticamente implorando. Ela queria que ele falasse. Quer dizer, se ele havia ido até Somerset para isso, certamente tinha uma boa argumentação. Por favor, apenas diga algo, seus olhos imploravam.

Frederick tossiu.

— Bem, agora eu entendo porque você gosta tanto daqui.

— Gostou de Pierbrooke Hall? — ela sorriu com satisfação e desdém. Era seu lar. Gostava de saber que ele encantava a todos.

— Creio que sim. Lembra um pouco nossa casa em Hampshire.

— Voltará para lá antes da próxima temporada?

— Duvido muito. Não é a mesma coisa sem meu pai por lá. E não acho que minha mãe fosse gostar de ir. Se ela dificilmente sai em Londres, pense para Hampshire...

Eliza assentiu.

— Acho que Cordelia iria gostar de um lugar como esse. Ela é exatamente o que penso de uma pessoa que adoraria uma vida no campo. Eu amo Somerset, mas não sei, Londres tem meu coração.

— Você gosta da sociedade, Eliza.

Ela negou com veemência.

— Você sabe muito bem que não suporto. Não preciso mais fingir, Morley. Eu era a Srta. Silewood e meu passatempo favorito era falar mal de todos e todas que mereciam.

— Exato, — lord Morley concordou com a cabeça — aí está seu ponto. Você não suporta o que considera de errado na sociedade e por isso denunciava. Seus comentários não críticos eram apenas comentários. O que irritava a aristocracia de verdade era os editais como os de lord Whitby, quando você contou a todos o que ele fez Edimburgo.

— E não me arrependo! — Eliza defendeu-se — Não poderia deixar que uma moça ingênua caísse nas mãos dele. Mas eu nunca publiquei nada ofensivo sobre outras pessoas. Sei de mulheres, casadas com péssimos maridos, que se envolveram com outros homens. Por que fiquei em silêncio? Porque não achei justo expor algo assim. Tudo passava previamente por meu julgamento moral, que poderia estar errôneo, mas foi genuíno.

— Então você não odeia a sociedade. Odeia as mazelas dela. Como bailes. Você gosta de deles, só não gosta de tomar chá de cadeira. Estou errado?

— Ninguém gosta de tomar chá de cadeira, lord Morley. A questão é que mulheres como eu simplesmente não tem escolha.

— Não diga isso.

— Sabe que estou certa, mas tudo bem. Não me importo. — Ela deu de ombros — E talvez você esteja certo. Os defeitos geralmente se sobressaem às qualidades em nossos julgamentos finais.

Frederick a fitou. A mente de Eliza parecia vaguear para qualquer lugar longe dali. Seus dedos quiseram toca-la novamente ou simplesmente enrolar o dedo em seus cabelos livres. Eles estavam apenas desgrenhados, e Frederick achou a vista maravilhosa. Era estranho constatar que queria Eliza tanto quando ela estava vestida como uma dama da sociedade quanto quando andava livremente pelo campo.

— Isso também acontece comigo? — ele indagou.

Eliza vacilou por alguns instantes.

— O quê, Frederick?

— Meus defeitos se sobressaem as minhas qualidades em meu julgamento final?

Ela deu de ombros.

— Não há julgamento final algum aqui. Até porque não estamos no final de nada. Ou você pretende nunca mais me ver depois de hoje e esse é nosso último encontro?

— Claro que não.

— Como imaginei. Não é tão fácil assim escapar de você. Pensei que em Somerset teria alguma espécie de paz, mas não, fui surpreendida.

— Eu não poderia deixar que as coisas terminassem daquela forma.

— Eu sei, — um sorriso fraco e involuntário nasceu entre seus lábios — e isso é de certa forma algo honrado. Não que eu esteja feliz com sua presença, não mesmo. Eu realmente cheguei a achar que você nunca fosse me procurar, afinal, minhas palavras foram pouco lisonjeiras. Apesar de que você mereceu, é claro. Todas elas.

Lord Morley sorriu para ela. Não um sorriso de alegria ou entusiasmo, apenas de compreensão. Ele entendia exatamente o que ela queria dizer e não podia culpa-la. Talvez, se Cassandra não tivesse aberto seus olhos, ele nem estaria ali. Mas precisava. Não poderia deixa-la escapar dessa forma.

— Tampouco as minhas. Eu só... — Frederick limpou a garganta — eu fiquei transtornado com a questão de Silewood. De repente tudo fez sentido para mim e me senti traído. Sei que não temos nem nunca tivemos nada, mas ali estava eu, em seu quarto, descobrindo que a mulher que destonei tanto desprezo...

— Era a mesma que você estava deitado minutos antes. — Eliza completou com o olhar vazio — Eu entendo.

— Perdão — era a única resposta de Frederick — perdão.

— Perdoado.

Não o perdoou diretamente, mas insinuou. Estava perfeito. Entretanto, lord Morley a encarou, lendo sua expressão sem sutileza. Não havia nada no olhar dele, apenas uma fria e calculista analise. Qual era o problema de esboçar qualquer reação ou simplesmente respondê-la? Eliza ansiava por isso.

— Quer dizer... — ela continuou, incapaz de ficar calada — não há porque guardarmos rancor um do outro para sempre. Não fará bem para nenhum de nós.

Ele assentiu. Suas mãos tocaram as dela em um rápido aperto.

— Sim, Eliza. Estamos bem.

Eles adentraram nos estábulos. Tratava-se de uma construção grande, com um segundo andar no mezanino, e várias divisões para os cavalos. Entretanto, Grace e Warpole não estavam ali. Muito menos Stanley. Lord Morley estreitou os olhos, procurando-o entre as celas vazias, mas nada. Por outro lado Liz parecia tranquila com a perspectiva de não encontra-lo ali.

— Nós não deveríamos chamar Stanley para o chá ou...? — Frederick indagou.

Eliza não se importou.

— Enquanto cruzamos a sala de jogos para chegar ao hall de entrada eu vi levando Glace e Warpole para o outro lado da propriedade. Ás vezes, depois de muitas horas cavalgando, ele gosta de deixa-los em um gramado antes da estrada para que descansem em lugar melhor do que... Hum, um estabulo escuro e fechado.

— Mas você disse... — Ele não completou a frase. Nada fazia sentido.

— Sim, eu disse para virmos aqui, pois precisávamos conversar. Ou você realmente achou que fôssemos discutir nossa última noite em minha sala de estar?

Frederick assentiu. Sem dúvida era um bom ponto. Ainda assim, Eliza não parou e simplesmente mostrou-se disposta a ouvi-lo. Ela iniciou uma caminhada pelos estábulos, movendo o feno de lugar para lugar e arrumando todos os materiais fora de lugar. As coisas não funcionariam dessa forma.

— Eliza? — Freddie chamou — O que você está fazendo?

— Deixando tudo pronto para quando Glace chegar. Nós andamos tanto hoje... Pobrezinho, deve estar exausto.

— Então organizar as coisas para seu cavalo é mais importante do que conversar comigo?

Liz olhou para traz, rindo.

— Você sabe que sim.

E ela começou a subir as escadas em direção ao mezanino. Frederick hesitou, mas por fim decidiu segui-la. Percorreu os degraus praticamente atrás dela, imitando cada um de seus movimentos e indo para onde ela fosse. Eliza chegou até outro — surpresa! — monte de feno. Eram vários, distribuídos um em cima do outro pela extensão do sobrado.

Lord Morley pigarreou. Os olhos de Eliza pousaram suavemente sobre ele.

— Bem... — Frederick murmurou — Em Hampshire nós também temos áreas ótimas para cavalgar, já que gosta tanto. Podemos fazer isso alguma hora.

Eliza olhou séria para ele. O humor divertido de seu olhar deu lugar para preocupação.

— Não tenho nada o que fazer em Hampshire.

— Se você se casar comigo nossa propriedade será em Hampshire... Ela é bem bonita... E poderemos mudar tudo o que desejar, para que a ame tanto quanto eu amo...

Eliza revirou os olhos.

— Hum?

— E também tem o lago. Meu lugar favorito é o lago. Eu poderia passar horas lá...

— Que idiotice.

— Eu cresci com meu pai lá. Ele sempre me levava no lago.

Eliza pigarreou e, um pouco nervosa, olhou para Frederick.

— Ah, por favor, Frederick. Poupe-nos desse assunto que não nos levará a lugar algum.

Ela agarrou um pouco do feno, mas era impossível realizar o caminho de volta para as divisórias. Suas pernas já estavam bambas como a mínima menção daquela palavra.

— Eliza, por Deus. Estou pedindo você em casamento... Por favor... — Frederick estava quase implorando.

— E eu digo que você não precisa. Admiro seu senso de honra, mas eu dormi com você porque eu queria... — Liz engoliu em seco — eu queria fazer isso com alguém que eu realmente desejasse e sentisse vontade. Não sei se algum dia me casarei, não sei se vou encontrar um homem que me ame, não sei se serei uma solteirona pelo resto de minha vida... Eu apenas queria experimentar a sensação. Foi isso. Você compreende que antes de você eu nem ao menos havia sido beijada?

Houve silêncio.

— O Sr. Jones. — Frederick rangeu.

— O que tem Barclay?

Barclay — lord Morley pronunciou com amargura — o seu amado devaneio romântico em Londres. Eu soube de seus cumprimentos para ele.

Eliza sorriu.

— Ah, que eu sentiria falta dele aqui em Somerset?

— Os próprios.

— Sim, sim, — ela deu de ombros — mas não sei se vou me casar com ele. Na verdade eu duvido muito.

— Você disse que se casaria com alguém que a amasse.

Ela concordou com a cabeça.

— Sim, mas eu também tenho que amá-lo. O amor não é um caminho de uma única direção, — Seus olhos recaíram sobre lord Morley com pesar — por isso não quero que você me peça em casamento novamente.

— São casos diferentes...

— E lady Stephanie?! — Eliza cuspiu — Tenho certeza que ela é mais adequada do que eu e aceitaria seu pedido de casamento em dois segundos. Vamos apenas esquecer aquela estúpida noite e seguir com nossas vidas.

A expressão de Frederick permaneceu impassível. Talvez até mesmo triste. Ele caminhou dois passos em direção a Eliza e ela não pôde recuar para cima do feno.

— Não quero me casar com Stephanie.

— Não acredito.

— Eliza...

Ela desviou. Não, não poderia cair nos truques de sua voz mansa.

— Pense com a cabeça — ele pediu — não com essa voz insolente que ecoa em sua consciência.

— Porque você quer se casar comigo?! Não me ama, você mesmo disse que se amasse uma mulher ela com certeza não seria eu. Se o casamento não é uma questão de amor para você, apenas me esqueça, pois para mim é. Porém você não precisa se preocupar com isso porque...

— Porque você me odeia — completou.

Eliza deu de ombros.

— É o certo.

— Não acredito que o certo seja me odiar.

Liz suspirou.

— Já disse que pode esquecer seu compromisso com a honra e... — ela calou-se por um instante — Freddie, o que você está fazendo?

Frederick riu. Adorou o fato de que apenas um toque foi capaz de amansar a megera nunca domada. Freddie. Ele havia se aproximado, envolvendo-a com os braços e deslizando a língua pelo lóbulo de sua orelha. Desceu mais alguns centímetros, deixando beijos em sua nuca. O marquês sentiu-a se arrepiando embaixo dele, mas inevitavelmente tentando afastar os beijos de seu pescoço.

Pss, pss. Não, Lizzie. Deixe-me.

Ela estremeceu.

— Não. Alguém pode encontrar a qualquer instante e...

— Ninguém vai entrar. Estamos apenas nós dois — ele beijou a curva para seus ombros — sozinhos.

Eliza arfou. Seus beijos eram molhados e demorados. O corpo dela involuntariamente se inclinava na direção dele, implorando por mais. As mãos de Frederick deslizaram pelas laterais de seu corpo, deliciando-se com o tecido fino de seu vestido. Parecia ter sido há uma eternidade a última vez que havia a tocado dessa forma. Senhor, ele precisava se casar com ela! Precisava ter aquela mulher todos os dias de sua vida. Ele deteve-se por alguns segundos acima da coxa dela e a apertou, trazendo-a para mais perto de si. Eliza tremeu ao constatar o volume de Frederick pulsando contra sua barriga.

— Freddie, por favor. Não faça isso comigo.

Ele sorriu de lado. Teve que se curvar para que as mãos deslizassem por suas pernas. Ao menos ela não estava negando.

— Isso o que?

— Você sabe. Está tentando me seduzir.

— Não só tentando — Frederick riu — mas não minta para mim, Lizzie. Você sentiu minha falta.

— Não — mentiu, mesmo que o tremor de sua voz entregasse a mentira — eu estava perfeitamente bem com a minha família.

Lord Morley a apertou pela cintura. Eliza chocou-se contra o tórax dele, olhando para cima e buscando um apoio para as mãos em seus ombros. Seus olhos cruzaram e se ela já havia estremecido antes, agora foi ainda por. O olhar de Frederick era intenso e invasivo, mas ainda assim confortável. Quente. Era impossível sentir medo em seus braços.

— Beije-me. — Frederick pediu — Não vou beijá-la. Apenas se souber que você também quer.

Eliza suspirou. Era a deixa perfeita para escapar de seus braços, mas ainda assim parecia tão errado. A simples ideia de recuar um ou dois passos deixava seu coração aflito de uma péssima maneira. Agora suas batidas estavam aceleradas e fora de ritmo, porém era uma boa sensação. O efeito de Frederick Morley sobre ela.

Mas Eliza sorriu, ficando na ponta dos pés. Ainda assim muito longe dele.

— Como vou beijá-lo se estou há centímetros de sua boca? Precisarei de uma ajudinha. Você ao menos tem que olhar para baixo.

Lord Morley fez mais. Pegou-a no colo, entrelaçando suas pernas ao redor de seu quadril como na outra noite, e levou os dois até uma das pilhas de feno. Deitou-a sobre o material e encaixou-se entre suas pernas. Frederick manteve os lábios perigosamente perto dos de Eliza, mas como havia dito, a escolha era dela. E é claro que ela escolheu certo.

A boca de Eliza pressionou-se contra a dele, apenas para garantir que Frederick não escaparia de seu toque. Entretanto, não tardou para que seus lábios se alinhassem perfeitamente. Frederick agarrou o tecido de suas saias, levando-o para cima. Um sorriso inevitavelmente brotou em seu rosto quando ele notou outro par de meias bordadas. Seus dedos seguiram a linha das flores.

— Case-se comigo, Lizzie. Agora eu estou pedindo. Você quer ser minha esposa?

— Freddie, eu não...

Ele beijou seu pescoço e percorreu com os lábios o caminho até os seios. Retirou seu colete de botões e deixou ao lado. Eliza estava sem o corpete, o que Frederick pôde considerar sua maior bênção do dia. Suas mãos foram até as costas dela, desabotoando o vestido e deixando que se afrouxasse o suficiente para que seus seios ficassem à mostra. Ele sorriu em satisfação, massageando-os e envolvendo-os com as mãos grandes e viris, onde se encaixavam perfeitamente.

— Vamos, Lizzie. Diga que irá se casar comigo.

Eliza não conseguia responder. Simplesmente não sabia o que dizer. Afundou as mãos nas costas dele, escorregando os dedos por dentro de seu colete. Frederick inclinou-se sobre o colo dela, abocanhando seus seios e deslizando a língua por sua extensão. Ela arfou. Sentiu-se mais uma vez o desejo acendendo no meio de suas pernas e o pressionou ainda mais para perto de si com os quadris.

— Lizzie... — ele sussurrou em seu ouvido — diga que será minha para sempre. Aceite ser minha esposa...

As mãos de Liz foram até a calça dele. Ela não sabia exatamente o que estava fazendo, mas sabia perfeitamente o que queria. Frederick também. Havia uma urgência absurda no toque de Eliza, como se desde a fatídica noite, estivesse em profunda ressaca e precisasse de mais. Em questão de segundos ele desabotoou o fecho de sua calça, abaixando-a até as coxas, e ergueu a saia do vestido de Eliza até sua cintura. Fitou-a, em expectativa, e ela assentiu, segurando em seus ombros e mantendo os olhos em alerta. Frederick posicionou-se na entrada de Liz, fazendo pressão com seu membro. Ela arquejou, beijando-o.

Seus lábios avançaram aos dele com voracidade. Seu corpo implorava para que ele a fizesse sua mais uma vez.

— Freddie...

E ele a penetrou. Liz gemeu mais alto do que o planejado, mas não estava acostumada em senti-lo entrando completamente e apenas de uma vez nela. Ainda assim ficou inebriada pela sensação de tê-lo mais uma vez para si. Ela jogou a cabeça para trás, inclinando-se no feno, e arqueou os quadris na direção dele. Frederick colocou um braço de cada lado de seu corpo, apoiando-se no monte e mantendo o rosto próximo dela, ao menos suficiente para sentir seu hálito quente invadindo suas narinas.

— Teremos que ser mais rápidos do que da outra vez... — ela murmurou, transtornada — eu...

Lord Morley a calou com um dos dedos. Eliza assentiu, entreabriu os lábios e manteve-os assim ao passo em que ele iniciava os movimentos. Seu corpo já estava acostumado com Frederick e não havia mais espaço para qualquer de dor como a primeira vez. Tudo que ela queria era ele, cada centímetro de seu corpo e de seu coração. Seus olhos negros estavam fixos nos dela, como se olha-la fosse uma espécie de autocontrole e deleite, sabendo que não poderiam desfrutar completamente do momento. A qualquer segundo alguém poderia entrar e flagra-los, mas ainda assim... Havia uma chama excitante no perigo que fazia os dois pulsarem ainda mais.

E Eliza gostava daquilo. Os olhos captavam Frederick, repletos de malicia e as pernas mantinham-no fundo, dentro dela. Ele intensificou as estocadas, fazendo-a delirar e agarrar uma de suas mãos. Freddie entrelaçou suavemente os dedos nos de Eliza e aproximou-se de seu ouvido.

— Diga que será minha esposa...

Ele arfou. Estava quase lá e conseguia sentir perfeitamente. Mas não podia. Não antes de ter um mínimo vislumbre de seu futuro ao lado daquela mulher. Ela moveu o corpo, acompanhando seu ritmo, tão próxima do ápice quanto ele. Frederick apoiou a testa em seu ombro, investindo pelas ultimas vezes.

— Diga... — ele implorou — você aceita se casar comigo?

Ela ofegou. Quase, quase...

— Eliza... — Frederick insistiu.

— Irei pensar. — ela disse, por fim.

E ele arquejou. Derramou-se dentro de Eliza mais uma vez. Preencheu não apenas o corpo dela, mas também sua alma de satisfação. Ela o agarrou com os braços ao redor de seu pescoço e o trouxe para mais um beijo. Não um beijo de desejo como alguém pedindo mais. Um beijo apaixonado e sincero. Uma conexão maior do que tudo que ambos haviam experimentado.

Se tantas vezes ele sentiu um vazio angustiante em seu peito, sabia que com Eliza isso nunca aconteceria, pois com ela Frederick estava completo. Era lady Eliza Gunning a parte que faltava em seu coração. Agora tudo estava claro.

E ele a teria. Não importa o que precisasse fazer.

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