Prazer, Cupido

Por mayaramcouto

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Quinze anos depois

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Por mayaramcouto

Helena D'Amico Donatti Benedetti um dia foi Helena da Silva. Mas isso já faz muitos anos. Quinze anos para ser mais preciso.

Foi nessa época que ela precisou escolher qual seria o seu destino: a riqueza ou a pobreza. Parece uma escolha fácil, mas engana-se quem pensa que foi.

Helena tinha 18 anos e a paixão por Levi era a única coisa verdadeira que já tinha sentido. Haviam se conhecido na faculdade, onde ambos eram bolsistas. Mas, ao contrário dele, ela mantinha isso em segredo.

Acontece que a mãe de Helena, dona Carmine, era uma trambiqueira de mão cheia. Fracassada na vida, tentou dar o golpe da barriga em um empresário estrangeiro que sumiu no mapa quando descobriu que ela estava grávida. Então, de alguma forma, a filha teria que recompensá-la por ela ter amamentado e criado a sua própria derrota.

A verdade é que quando Carmine colocou os olhos naquela bebêzinha ruiva, soube que Helena um dia seria a sua sorte, não importava quanto tempo precisaria esperar.

Esse tempo cessou quando Helena terminou o ensino médio. O plano era perfeito: inteligente, a filha conseguiria uma bolsa na melhor faculdade da cidade, se fingiria de rica e encontraria um bom partido.

Bom, era de se esperar que a trambiqueira surtasse quando descobrisse que Helena estava apaixonada por Levi, um bolsista cuja única herança era a oficina caindo aos pedaços do pai.

Enquanto lidava com as ameaças da mãe de acabar com a própria vida por conta do desgosto, Helena tentava encontrar uma saída. Talvez o certo a ser feito fosse não interromper o plano e aceitar o pedido de namoro de Piero Benedetti. O garoto milionário, filho de uma tradicional família de italianos, estava de quatro por ela depois de poucas conversas e uns beijinhos.

Helena já havia nascido linda, mas a sua mãe tinha obtido êxito em deixá-la irresistível, mesmo que isso custasse a ela uma virgindade intacta, dietas restritivas, treinos esgotantes e uma série de procedimentos estéticos que detestava.

Mas, por mais que tentasse, Helena não queria Piero. Ela queria Levi. Não deveria estar ali, na casa do garoto que sua mãe tanto odiava, usando o pretexto de estudar cálculo. Mas toda vez que a aula acabava, eles precisavam inventar desculpas para continuarem perto um do outro. Mesmo que isso significasse mais brigas com Carmine e ter que convencer Piero novamente de que Levi era só um amigo.

Se ele soubesse as sensações que Levi provocava em Helena. O hímem que Carmine fazia questão de checar se estava no lugar,  levando a filha ao ginecologista de três em três meses, parecia implorar pela morte e, pelo calor que Helena sentia entre as pernas, talvez quisesse ser cremado ou muito bem enterrado.

— Você tá aérea hoje — Levi parou de explicar a curva das funções.

— Han? — Helena saiu do transe e largou o lápis sobre a mesa da cozinha. — Desculpa, vou tentar me concentrar.

Ela soltou uma lufada de ar  e esfregou as mãos no rosto.

— E se a gente continuasse amanhã? — Levi fechou o livro e lançou seu olhar malicioso.

Isso não facilitava nem um pouco as coisas. Helena não conseguia resistir ao tributo à santa melanina que era Levi. Sua pele marrom e seus olhos cor de mel sempre ganhavam a disputa contra a consciência dela, que ficava martelando de dois em dois minutos o quanto estava errada. Mas, no fim das contas, sempre acabavam se amassando no sofá, já que o pai de Levi ficava na oficina o dia inteiro.

—  É melhor não, Levi — ela não concordava com o que tinha acabado de dizer.

— Posso conferir se você está falando a verdade ou se está com medo da sua mãe? — Levi se aproximou, passando o nariz no pescoço alvo e cheiroso da ruiva por quem ele era completamente louco.

Helena havia contado tudo para ele sobre o plano de Carmine. Antes da paixão explodir, primeiro ele havia sido um excelente ouvinte e amigo.

— Levi...— tentou resistir, mas seus olhos já estavam quase se fechando quando ele desceu a mão pela barriga chapada e alcançou o cós da calcinha por baixo do shortinho de malha.

A língua de Levi passando pelo pescoço de Helena não permitiu que o cérebro dela recusasse a mão grande invadindo a lingerie. Agora a renda da peça cobria as costas da mão dele enquanto a palma estava firme sobre a boceta em chamas. Quando o indicador deslizou para dentro e pousou sobre o clitóris encharcado, ela gemeu sem poder controlar.

— Sabia que você estava mentindo — Levi sussurrou no ouvido dela ao mesmo tempo que movimentou em círculos o pequeno monte na ponta do seu dedo.

Helena o encarou com a boca entreaberta enquanto abria mais as pernas e seu corpo escorregou um pouco da cadeira.

— Me beija — pediu e foi atendida antes que terminasse a frase.

A boca de Levi contra a sua ao mesmo tempo que o dedo frenético a massageava dava-lhe a impressão de que iria explodir.

Sem interromper o dançar de línguas e o movimento preciso, Levi usou a mão livre para descer rudemente a blusa tomara que caia que ela usava. Fazia tempo que Helena aparecia para estudar com roupas fáceis de serem tiradas.

Agora o ritual de todas as tardes estava completo. Ele estava mamando nos seios dela enquanto a fazia gozar com os dedos, já que não podiam transar de verdade, como ele sonhava em fazer.

Levi assistiu ao desespero de Helena enquanto ela atingia o ápice com as mãos agarradas à mesa e as costas pressionadas no assento da cadeira para tentar dar vazão à descarga de prazer.

Naquela tarde, ela soube que não aguentaria muito tempo. Enquanto repousava sobre o peito de Levi, espremidos no sofá pequeno, se conformou de que precisava tomar de vez uma decisão e parar de torturar a ele e a si mesma.

— Tive uma discussão horrível com minha mãe ontem.

— Ela quer que você aceite o pedido do Piero — Levi tentou disfarçar o ranço, habilidade que não tinha.

— Sim — Helena passou a mão sobre o peito dele enquanto sentia um carinho em seus cabelos.

— Helena. — ele virou de lado e a encarou de perto. — Eu não tenho nada para te oferecer e você sabe disso. Seu futuro comigo vai ser batalhar a vida inteira e as chances de continuar sendo pobre são enormes. Mas eu te amo — a segurou na nuca para que ela não desviasse o olhar. — Eu te amo de verdade — seus olhos permaneciam mergulhados nos dela. — Não vou te implorar pra ficar comigo, por mais que essa seja a minha vontade. Mas se você ficasse, eu seria o homem mais feliz do mundo. Pode acreditar.

Helena estava despedaçada de vez enquanto pousava a palma da mão sobre o lindo rosto do homem que gostaria de escolher.

— Eu também te amo — foi só o que conseguiu dizer porque essa era a única certeza que tinha.

Quando Helena chegou em casa naquela noite, uma súbita decisão de enfrentar a mãe a tomou. Não importava se precisaria ser pobre a vida inteira. Ela o amava e era correspondida. Havia encontrado um amor raro que muitas pessoas passavam a vida procurando. Não jogaria isso fora por dinheiro nenhum.

Os pensamentos, entretanto, se esvaíram  quando encontrou Carmine jogada no banheiro com os pulsos cortados. A mãe havia cumprido a promessa de se matar a qualquer momento caso Helena não parasse de passar as tardes na casa de Levi.

E foi assim que Helena da Silva se tornou Helena D'Amico Donatti Benedetti. Aceitou namorar Piero e passou a ignorar a existência de Levi, um orgulhoso que jamais correria atrás dela perguntando o porquê, mas que sofreu feito um condenado independente disso.

Helena também chorava todas as noites, mas isso não impediu que engravidasse de propósito do herdeiro italiano, casasse com ele às pressas e fosse morar na Europa, dando a vida de rainha que Carmine tanto havia esperado.

A dívida finalmente estava paga, mas o preço havia sido a felicidade de Helena. Um preço alto demais, ela se deu conta, mas já era tarde.

Agora, quinze anos depois, aos 33, ela estava de volta ao Brasil. A vida parecia ter dado a ela uma lição: o marido e sua filha amada, Megan, foram mortos em um trágico acidente de carro há um ano. Ainda estava vivendo seu luto na mansão que dividia apenas com Carmine na Itália e não pretendia pisar em solo brasileiro nunca mais. Mas com a morte da senhora Benedetti, mãe de Piero, ela precisava cuidar de todo o trâmite da herança da matriarca na cidade que nunca quis abandonar.

— Por que deixou essa missão logo pra mim, sogra? — Helena falou com os céus.

Quando se deitou na cama do hotel, se sentindo uma estranha em sua terra natal, um medo que a acompanhou durante toda a viagem ficou ainda mais pungente: será que Levi ainda vivia na cidade? Teria conseguido se formar e ter um futuro digno? O que faria se o encontrasse?

Talvez um banho ajudasse a espantar todos esses pensamentos malucos envolvendo um homem que só deveria odiá-la ou simplesmente teria esquecido da sua existência. Buscou seus itens de higiene na mala, mas se deu conta de que havia esquecido o shampoo.

Cáspita.

Quando já estava em meios às prateleiras da farmácia na rua de trás, caçando algo para seus cabelos ruivos, o estrondo fez os ombros de Helena pularem.

— Alguém ajuda aqui! — o grito veio junto com o barulho da porta sendo atravessada.

Helena não tinha mais olhos para arregalar. O homem estava desesperado com uma criança perdendo o ar. O susto já seria grande por si só, mas o baque foi ainda maior quando se deu conta de que o homem...céus, o homem era Levi.

— O que aconteceu? — a farmacêutica praticamente pulou do balcão indo na direção deles.

Helena permanecia imóvel, segurando o vidro de shampoo na altura do peito, fora do campo de visão deles.

— Ele engoliu alguma coisa, não consegue respirar.

Helena teve um dejavu que a tirou do transe. Sua pequena Megan já havia dado um susto desse uma vez, o que fez com que ela aprendesse todos os procedimentos de emergência.

— Senta aqui nessa cadeira e vira ele de bruços sobre as suas pernas!  — Helena ordenou e Levi finalmente a viu.

Se não tivesse com tanto medo de perder seu filho, talvez pudesse esboçar a maior das negativas, mas agora o pequeno Matheus roubava todo o orgulho dele.

Levi obedeceu, rezando para que ela soubesse o que estava fazendo.

— E agora? — seus olhos aflitos encontraram as bilhas azuis de Helena.

— Faz uma concha com a mão e bate forte nas costas.

Levi bateu e nada aconteceu.

— De novo! —  Helena estava aflita.

A tosse do menino seguida de uma respiração aguda fez todos suspirarem aliviados. Uma peça de brinquedo voou da garganta do rapazinho, que tinha no máximo três anos e era a cópia de Levi.

—  Matheus, olha pra mim! Tá respirando? —  Levi o sacudiu várias vezes e o menino ameaçou chorar.

— Ei, calma — Helena não conteve o ímpeto de pegar suavemente o menino assustado dos braços nervosos do pai e colocar em seu colo.

Encarou os olhinhos do pequeno na direção dos seus e o coração partiu ao lembrar de Megan.

—  Respira devagar, meu amor, igual a titia tá fazendo — inspirou e expirou. — Isso. Foi só um susto, não precisa chorar. Tá tudo bem agora? — passou a mão no rosto angelical de Matheus enquanto ele assentia, ainda assustado.

—  Eu engoliu a arma do colinga ajudar o batman — o garoto deu mais uma tossida.

Helena e a farmacêutica não seguraram os sorrisos enquanto Levi bufou.

— Quantas vezes eu já falei que não pode fazer isso, Matheus? —  Levi pegou o filho de volta dos braços de Helena. — Você quer morar com papai do céu? Porque é isso que acontece com criança teimosa que engole brinquedo.

— A mamãe engoliu binquedo? —  o questionamento da criança fez o clima pesar.

— Vamos embora — Levi lançou um olhar firme na direção de Helena. — Obrigado. —  ralhou como se estivesse com raiva de ter sido ela a única pessoa capaz de ajudá-lo.

—  De nada —  ela sussurrou antes de ver os dois saindo a passos largos da farmácia.

Helena não conseguiu pregar o olho a noite inteira. Era como se a chama tivesse reacendido. Precisava ver Levi, queria conversar com ele.

Sondou a farmacêutica no dia seguinte para saber se ele ainda morava no mesmo local. Quando soube que sim, partiu até o endereço no carro luxuoso da família Benedetti.

A casa velha em nada havia mudado e seu coração doeu ao ter certeza de que o destino não tinha sido bom com Levi.

Passou pelo portão aberto e tocou a campainha da porta principal depois de pensar em desistir mil vezes. Quando viu a cara de poucos amigos dele ao abrir, pensou que era melhor ter feito isso.

—  O que você tá fazendo aqui? — Levi saiu da casa e fechou a porta atrás de si, indicando que a conversa não passaria da varanda. 

—  Vim saber como ele está. E trouxe um presente —  ela entregou o embrulho para Levi, que sequer se moveu, a fazendo encolher a mão de volta.

— Não quero seu presente, não quero a sua presença, não quero nada que venha de você. Fui claro?

— Levi...

— Levi é o caralho, Helena. Quinze anos depois de toda aquela merda você ainda tem a cara de pau de aparecer na minha porta usando meu filho como desculpa? O que foi? Quer saber se eu fiquei rico pra você dar o golpe em outro babaca? Sinto muito te decepcionar.

— Você tá me ofendendo.

Levi sorriu, debochado.

— Eu tô mentindo?

— Está! — Helena se exaltou, mas se obrigou a voltar a falar baixo em seguida. — Olha, eu entendo toda a raiva que você tem de mim, mas eu não sou mais aquela garota que você conheceu. Minha intenção ao vir aqui foi a melhor. Quis trazer um presente pro Matheus porque eu fiquei com...

— Pena? Ficou com pena dele? Não preciso da sua compaixão, Helena. Faça o favor de não voltar mais na minha casa.

— Você como sempre um orgulhoso. Aceita pelo menos o presente, por favor. Deve ser difícil pra ele crescer sem a mãe, eu só quis trazer algo que o alegrasse.

— Não vou aceitar presente nenhum. E não me venha com esse papo. Quem é você para dizer o que é fácil ou difícil pro meu filho? Você pariu uma criança por puro interesse. Como pode entender algo sobre ser mãe? Eu só torço para sua filha não ter se tornado uma oportunista  como você.

Helena deu dois passos para trás. As ofensas contra si eram algo que tentava compreender, mas envolver Megan na história foi como uma punhalada.

Levi não fazia ideia de que a filha de Helena estava morta e levou um susto quando ela começou a chorar copiosamente na sua frente, como se algo tivesse a machucado fisicamente.

Helena não tinha forças para falar mais nada. Apenas jogou o presente no chão e saiu a passos largos, atravessando o portão e entrando feito um tsunami no seu carro, dando partida e cantando pneus.

— Helena — Levi gritou e foi atrás dela porque percebeu que havia algo errado. Mas era tarde, ela já estava virando a rua ao longe.

— Magoou a madame? — a voz da sua irmã e vizinha, Ana Cláudia, veio do portão ao lado do seu.

— Ela nunca foi de chorar assim — Levi estava intrigado.

— Acho que é normal alguém estar sensível depois de perder a filha e o marido. E se eu te conheço, você não deve ter facilitado pro lado dela.

— Espera, o que você falou? A filha dela morreu?

— Você não sabia?

— Eu preciso entrar, Ana, depois a gente se fala.

Levi estava chocado. Xingou a si mesmo mil vezes por ter dito aquelas palavras. Não podia ter ofendido a memória da filha dela.

Travou uma batalha interna e longa com a sua consciência até decidir que iria procurá-la para se desculpar. Deixou Matheus com Ana e foi até o hotel, onde sua irmã, a detetive do bairro, já sabia que Helena estava hospedada.

A noite estava armando chuva e Helena penteava os cabelos na frente do espelho quando o telefone do quarto tocou.

— Dona Helena, um homem chamado Levi está aqui.

Seu coração errou uma batida. Havia chorado a tarde toda por causa dele, mas a curiosidade em saber o que ele queria a venceu.

— Pode deixar subir.

Quando abriu a porta, viu Levi com o antebraço apoiado no caixonete, vestindo uma calça jeans e uma camisa de malha branca que contrastava perfeitamente com seu tom de pele.

— Será que a gente pode conversar?

— Entra — abriu passagem.

Estavam agora de pé dentro do quarto, um de frente pro outro a uma distância relativamente segura.

— Eu vim me desculpar. Hoje cedo eu não sabia sobre a sua filha. Jamais falaria aquilo se soubesse.

— Tudo bem — Helena deu de ombros. — Acho que não estou em condições de exigir nada. Eu nem deveria ter ido até a sua casa.

— Não, eu também peguei pesado com você. Você ter me magoado no passado não me dá o direito de te ofender.

— Eu mudei, Levi — Helena o encarou com tristeza no rosto. — Precisei de muita terapia, mas entendi que eu fui uma peça no jogo da minha mãe. Sei que também tive a minha parcela de culpa, mas me perdoei para não enlouquecer. Só tinha esperanças que você me perdoasse também.

— Sentir raiva de você foi um caminho bem mais fácil. — Levi deu um passo à frente, diminuindo para centímetros a distância entre seus corpos. — Porque se por um momento eu pensasse que você poderia não ser totalmente culpada, eu não ia conseguir expulsar o amor que eu sentia aqui dentro de mim. Eu ia continuar achando que talvez ainda valesse lutar por nós dois.

— Quando você conseguiu? — ela deu um sorriso triste.

— Consegui o quê?

— Expulsar o amor.

Levi estendeu a mão e tocou os cabelos ruivos de Helena, a fazendo fechar os olhos.

— Se alguém me perguntasse isso antes de você voltar, talvez eu desse outra resposta. Mas aqui e agora, na sua frente, eu só sei dizer nunca, Helena. Eu nunca consegui — Levi confessou antes de seus corpos se chocarem em um abraço apertado.

O cheiro do cabelo dela no seu nariz fez com que ele fechasse os olhos com força. Agora, com os corpos quentes grudados um no outro, era como se o sentimento do passado não só estivesse vivo, como também mais forte.

Eu havia acertado a flecha. De novo.

Separaram-se apenas o suficiente para que pudessem se olhar. O polegar de Levi percorreu o rosto de Helena, constatando que sua pele ainda era macia como ele se lembrava. Tocaram as bocas devagar a princípio, mas logo estavam urgentes, em um dançar de línguas que conheciam bem.

Um trovão rasgou o céu no mesmo momento em que Levi imprensou Helena contra a parede, segurando os punhos dela juntos acima da cabeça ruiva, como uma prisioneira.

— Lembra? — ele sussurrou passando a mão sobre a boceta de Helena por cima da calcinha. — Da nossa tortura — esfregou mais.

Ela gemeu em resposta e Levi libertou os punhos para admirá-la vindo abrir desesperadamente a calça jeans dele e arrancar a sua camisa pela cabeça.

Fez o mesmo e arrancou com força a roupa dela antes de virá-la de costas para ele, a espremendo contra a parede, pressionando com vontade a ereção na bunda empinada.

Enquanto sentia as lambidas de Levi na sua nuca, Helena tentou não implorar, mas não conseguiu:

— Por favor, Levi.

— O que você quer? — ele apertou os seios rígidos sem parar de lambê-la na nuca e pressionar o pau em riste contra a bunda nua.

— Me fode.

Levi levantou a bunda de Helena, fazendo com que ela se inclinasse e espalmasse as mãos na parede. Soltou um gemido bruto quando agarrou cada lado do quadril com força e se encaixou por trás na entrada molhada e quente. Quando a penetrou de uma só vez, tampou a boca da amada para impedir que ela desse outro gemido alto. Então começou a estocar em trancos.

— Tanto tempo esperando pra te foder — sussurrou, empurrando firme.

Helena se chocava contra a parede e pedia mais.

Levi se deliciou nessa posição por minutos, deixando a marca dos seus dedos sobre a pele dela.

— Vem aqui — ordenou e a colocou sentada sobre a escrivaninha do quarto. — Abre as pernas.— empurrou os joelhos dela para fora, a ajudando a se arreganhar para ele.

Levi aproveitou a posição para descer a boca pela barriga perfeita e lamber toda a boceta, fazendo Helena tremer apoiada sobre os cotovelos, dando gemidos chorosos enquanto se esfregava na boca quente dele.

Quando a fez gozar compulsivamente, ele se encaixou de pé entre as coxas que tanto admirava. Em resposta, ela o abraçou pelo pescoço e envolveu a cintura dele com as pernas. Levi voltou a estocar, inebriado pela chave cruzada que Helena dava ao mesmo tempo em que ele ia e vinha.

Terminaram a sessão de prazer na cama e gozaram enquanto ela segurava os dois joelhos agarrados aos ombros, sentindo Levi penetrar de frente o mais fundo que podia.

Caíram sobre o colchão, exaustos, sendo absorvidos pelo cansaço e pelas reflexões silenciosas.

— Eu imaginei isso todas as noites durante quinze anos — Helena sussurrou no ouvido de Levi depois de um tempo, na dúvida se ele estava acordado ou dormindo.

— Eu também.

[NOTAS DO CUPIDO: Perdoa-se na medida em que se ama]

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