Touching Paradise • Beauany

By abeaushine_

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Any era uma adolescente extrovertida e cheia de alegria até o pior acontecer. Quando perde sua mãe em um terr... More

Elenco + playlist
The lake
Beautiful smiles
Going back to our lives
First on the list
Aquarium of the Pacific
Old and new friends
Just friends
Shoulder to cry
Good night, Any!
Plans for the saturday
City of Angels x Twilight
It's a crazy party
No powers
Tedious but interesting
Nervous
Nostalgic day
Feelings
Enlightening conversations
She drives me crazy
Twins day
Theories
I miss you
Like the sky
Screams, hugs and tears (1/3)
Not everything is as it seems (2/3)
Bad dream (3/3)
Know better
Caution
A small wager
Dinner invitation
You're not the only one
Revelations
Ups and downs
Trying
Sofya's party
I'm not crazy
Sensations (+16)
Decisions
The truth (parte 1)
The truth (parte 2)
Did I screw it up?
Shiv being Shiv

Friendly advice

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By abeaushine_

29.09.2019 - 06:00
Los Angeles, California

Any Gabrielly

Apesar da porta fechada, um barulho estrondoso ecoa pelo quarto, fazendo-me sobressaltar na cama. Atordoada pelo susto e, ainda sonolenta, coloco-me de pé em questão de segundos. Mesmo com o coração descompassado, arrasto-me para fora do cômodo, a fim de descobrir o que está havendo.

A medida em que desço as escadas, rumo ao andar de baixo, ouço risos vindos da cozinha. Pela hora marcada no relógio de parede do hall de entrada, sei que meu pai não está em casa. Ele sempre sai para pescar no lago aos domingos de manhã. Receosa, entro no cômodo barulhento e o que vejo me deixa ligeiramente confusa.

— O que está havendo aqui? — cruzo os braços, encarando meu melhor amigo e minha irmã juntos. Os dois, antes sorridentes, agora parecem um pouco desconcertados com minha presença. Ok! O que foi que eu perdi?

— Bom dia pra você também, Gaby! — Lamar se recompõe rapidamente e vem em minha direção. Nos abraçamos demoradamente, então recebo um beijo na testa.

— Bom dia! — nos soltamos. — Mas não tente me enrolar. O que está fazendo aqui a essa hora, Lamar?

— Nada. Eu só dei uma carona a sua irmã. — ele dá de ombros.

— E eu o convidei para o café da manhã como forma de agradecimento. — Shiv diz. Só então me dou conta de que ela está colocando a mesa.

— Vocês saíram agora daquela festa?

— Sim. O que posso dizer? Estava boa demais para que não curtíssemos até o último segundo. — ela sorri. — Acabei de fazer o café. Senta com a gente!

— Ah, eu vou mesmo, estou faminta. Só preciso ir ao banheiro antes. Acordei tão assustada pela bagunça de vocês que desci correndo. Nem tive tempo de passar por lá.

— Desculpa por isso. — ela pede, culpada. — Encontrei alguns cookies no tabuleiro sobre a bancada e planejava ficar com eles, mas Lamar tentou roubá-los. — diz, lançando um olhar acusatório ao meu amigo.

— Eu não precisaria fazer isso se você aceitasse dividir. — ele se defende. — Precisei disputar com ela, Gaby. Nisso, acabamos derrubando tudo no chão. Com tudo, quero dizer o tabuleiro, os cookies e duas cadeiras.

— Meu Deus, vocês são malucos? — os observo, franzindo o cenho.

— Não pode nos culpar. Eram os seus cookies, Any. São os melhores. — minha irmã dá de ombros. Lamar concorda, o que me faz rir.

— Tudo bem, acho que posso perdoa-los por terem me acordado de forma tão deselegante. — brinco. — Vou escovar os dentes. Volto logo!

Giro sobre os calcanhares e saio rapidamente da cozinha. Subo os degraus de dois em dois a fim de economizar tempo. Logo chego ao banheiro. Vou direto até a pia, sob o espelho. Enquanto pego minha escova de dentes, encaro meu reflexo por alguns segundos, e... caramba! Amanheci com uma espinha enorme, bem no queixo. Suspiro, desanimada. Espero que Josh não queira me ver hoje, caso contrário, minhas chances com ele — que são praticamente nulas — serão aniquiladas de vez.

Depois de fazer o necessário, inclusive tentar remover — sem sucesso — a maldita espinha, retorno à cozinha. Lamar e Shivani, que estão sentados à mesa, conversam animadamente. Acho graça na cena, pois, apesar de sermos amigos há anos e de nossos pais trabalharem juntos, o garoto nunca foi próximo da minha irmã. Sempre que se encontram em algum lugar, os dois apenas se cumprimentam e fim. Será que a festa de ontem a noite tem algo a ver com isso?

— Por que está nos olhando assim? — Shiv volta sua atenção a mim.

— Nada. — pego uma caneca, um prato no armário e sigo até a mesa para me juntar a eles. Sento-me na ponta. — Só estava reparando em vocês. Parecem mais próximos que o normal. Estou curiosa para saber o que eu perdi. — me sirvo de um pouco de café com leite e panquecas.

— Não perdeu nada. — ela diz como se acabasse de ouvir um absurdo. — Lamar e eu sempre conversamos, só nunca fomos melhores amigos.

— E agora são? — os observo através da caneca. Os dois trocam olhares divertidos.

— Pare com isso, Gaby. Já entendi aonde quer chegar. — meu amigo me repreende. — Não houve nada entre a sua irmã e eu. Nós apenas nos encontramos ontem na festa. Fiquei com ela e com a Hina enquanto a Sofy arrastava a pobre Joalin pela pista de dança.

— Coitada da minha amiga. Ela deve estar sentindo um ódio mortal de mim e da Hina. — Shiv apoia o rosto em uma das mãos e ri discretamente.

— A Joalin e a Sofya? — inclino-me um pouco sobre a mesa, interessada no assunto. — O que rolou?

— Digamos que elas tenham estreitado alguns laços. — Lamar sorri malicioso.

— Não brinca! — exclamo, chocada. — As duas ficaram na festa? Me contem. Eu quero saber de tudo!

— Elas não ficaram lá. Na verdade, rolou na sexta. Ontem a Sofya só tentou uma aproximação. — Shiv conta. — Você tinha que ver a cara da Joalin, Any. Ela ficou tão fofa, toda tímida. — ela ri.

— Pena que não deu tempo da Sofy conseguir o que queria, porque a Jo surtou com o Noah e a Sabina e a deixou sozinha, na pista. Parece que eles exageraram na bebida, não sei ao certo. — Lamar explica. — Josh até apareceu por lá e a ajudou a levá-los para casa.

— Então foi por isso que ele saiu apressado ontem a noite. — comento, finalmente entendendo o que houve para que ele fosse embora de forma tão repentina.

— Opa! Josh saiu apressado de onde? — ele me observa atentamente, assim como minha irmã.

— Daqui de casa. — tomo meu café. — Enquanto vocês estavam na festa, estávamos aqui, vendo filmes com o papai. Nada demais.

— O papai estava de plantão, Any. — Shiv sorri, desconfiada e se inclina em minha direção. — Vamos lá, não minta para nós. Vocês ficaram?

— Claro que não! — como um pedaço de panqueca. — E o papai estava mesmo aqui. Pode perguntar a ele mais tarde, se quiser.

— Tudo bem. Então foi só por isso que não ficaram?

— Por Deus, Shiv! Não foi por isso. Nós somos amigos. — reviro os olhos. — Josh não tem o menor interesse em mim. Não desse jeito.

Ainda que doa, preciso ser realista. Nunca seremos mais que amigos. A verdade é que eu deveria me afastar dele antes que a situação saia do controle e eu me apaixone. Sou capaz de controlar uma quedinha, mas não faço ideia do que pode acontecer caso ela se torne um abismo inteiro.

— Mas você tem interesse nele, suponho. — Lamar comenta.

— Quê? — solto um riso forçado. — Claro que não. Eu interessada no Josh... — rio um pouco mais. Lamar e Shiv me observam como se eu tivesse acabado de me entregar. Ótimo... parece que sou uma péssima atriz. — Não convenci vocês, né?

— Não. — meu amigo diz.

— Nem um pouco. — Shiv complementa. — Ele sabe o que você sente?

— Bem, eu espero que não. Caso contrário, seria muito constrangedor.

— E o que te faz pensar que ele não te corresponde?

— É simples. Ele sempre faz questão de reafirmar nossa amizade, então é meio óbvio. — suspiro.

— Poxa, mana, eu sinto muito. — ela toca minha mão sobre a mesa. — É triste ver você entrando para o clube das não correspondidas justo agora que estou saindo dele.

— Do que está falando? — pergunto, confusa.

— As coisas estão mudando entre mim e o Bailey. — ela me solta. — Sinto que agora estou no caminho certo para conquista-lo. Podem escrever o que estou dizendo. Aquele garoto ainda vai ser meu. — sorri, determinada.

— Sabe que o Sr Paliwal não vai gostar nada disso, certo, Shiv? — Lamar a encara.

— Eu penso a mesma coisa. Ele vai ficar furioso se souber que, entre tantas pessoas decentes nesse mundo, a filha dele quis se envolver justo com um traficante. — aponto.

— O meu pai não precisa saber de nada a princípio, Lamar. — minha irmã diz, encarando fixamente sua caneca. — E, se gosta mesmo do Josh, Any, deve saber que não podemos controlar nossos sentimentos. O coração não escolhe por quem vai se apaixonar. — ela se levanta. — Agora se me dão licença, vou subir. Só quero tomar um banho e me jogar na cama. Virar a noite naquela festa acabou comigo. — parecendo irritada, Shiv caminha até a entrada da cozinha, mas antes de sair direciona seu olhar ao meu amigo. — Ah, e Lamar... Mais uma vez, obrigada pela carona.

— Não foi nada. — ele responde.

Desconcertados com o repentino clima estranho que se instala no ambiente, Lamar e eu apenas trocamos olhares significativos, que se sustentam por algum tempo. Após suspirar pesadamente, ele volta a falar.

— E então, sobre o Josh... Por que não diz a ele como se sente?

— Não, não acho que valha a pena. Eu só passaria vergonha. — como mais um pouco. — Apenas amigos, lembra? Seria como se, do nada, eu me declarasse pra você. Já pensou? — faço careta, rindo. — Ew!

— Ew! Seria como incesto! — diz em meio as mesmas reações que eu. — Eu entendo o que disse, mas sua relação com o Josh é diferente. Vocês ainda não tem uma amizade solida o bastante. Não chegam a ser irmãos de consideração, como você e eu. — ele pensa um pouco. — Ele veio do Canadá, certo?

— Isso aí.

— Já parou pra pensar que pode ter alguém lá, esperando por ele? Ou que talvez ele seja... gay?

Tais palavras me fazem refletir e também massageiam meu ego, confesso. Seria muito mais fácil me conformar em não tê-lo por um desses motivos do que simplesmente aceitar que não faço seu tipo.

— Será? — encaro Lamar, pensativa.

— Por que não pergunta a ele?

— Como é que eu vou fazer isso?

— Que tal com um "Oi, Josh! Você tem namorada?" ou um "Sabe Josh, eu estive pensando e... por acaso você gosta da mesma fruta que eu?" — diz, forçando uma voz fina, como se me imitasse.

— Ei, eu não falo assim! — começamos a rir.

— Eu sei, só estava brincando. Mas estava falando sério sobre perguntar a ele. O que tem a perder?

— Acho que nada. — constato.

— Exatamente. — ele apoia os cotovelos sobre a mesa.

— O que eu faço se ele disser não para todas as perguntas?

— Bem, nesse caso, se eu fosse você, jogaria pesado.

— Com jogar, você quer dizer... — me interrompo propositalmente.

— Dar em cima dele, ou conquista-lo, assim como a doida da sua irmã pretende fazer com aquele babaca do Bailey. — ele dá de ombros.

— Lamar, qual é! — dou risada. — Eu não sirvo pra essas coisas.

— É claro que serve. Você é uma garota incrível, Gaby. Não sei se já notou, mas sempre que passa pelos corredores da ESLA, garotos e garotas giram os pescoços só para olhar. — afirma. Eu rio, debochada. — Não faça essa cara. Você sabe que é linda! Pode ter o cara que desejar.

— Ah, você jura? — indico a espinha enorme em meu queixo.

— Tudo bem, você é bonitinha. — diz. Eu acerto um tapa em seu braço, fazendo-o rir. — É brincadeira! Com espinha ou sem, você é perfeita. Eu até tentaria a sorte, se não fossemos praticamente irmãos.

— Você jura? — questiono, insegura. Ele assente. — Certo. Então... — termino minha panqueca. Quando vou beber o líquido em minha caneca, noto que já está frio, então adiciono um pouco mais de café a fim de poder terminá-lo. — ... acha mesmo que posso conquistar o Josh? Se ele não tiver namorada, nem for gay, quero dizer...

— É claro que eu acho. — Lamar se ajeita em sua cadeira. — Inclusive, posso ajudar se quiser. Talvez ele me revele coisas que não diria a você. Coisa de homens, sabe?

— Não sei se é uma boa ideia.

— E qual seria a boa ideia? Aguardar pacientemente até que outra garota entre na jogada?

— Claro que não!

— Isso mesmo. Foi o que pensei. — meu amigo termina seu café e fica de pé. — Agora eu vou indo, Gaby. Não vejo a hora de cair na cama. Estou exausto.

— Eu posso imaginar. — também me levanto, a fim de acompanhá-lo até a saída. Fazemos o caminho abraçados, em silêncio. Quando Lamar passa pela porta, ele segura minha mão.

— Promete que vai pensar no que eu disse?

— É claro que vou pensar. Só não sei se terei coragem o bastante pra partir para a ação.

— Entendo. — ele me observa. — Então pense também sobre o que vou dizer agora. Se preciso fazer um teste para um time muito importante e me preparo como deve ser, ainda assim existem duas possibilidades: ser aceito ou não. Certo?

— Certo.

— Mas o que acontece se, por medo da rejeição do time, eu simplesmente desistir de fazer o teste?

— Bem, então você nunca saberá o que poderia ter sido. Se não faz o teste, a reprovação é certeira. Agora se fizer, pode ser aceito e integrar o time dos seus sonhos.

— Garota esperta! É exatamente isso. — ele aperta minhas bochechas, como se eu fosse uma criança. — Que bom que entendeu. Me envie uma mensagem quando decidir o que fazer, ok?

— Ok, Lamar! — o abraço apertado. — Obrigada pelos conselhos e por ter trago a Shiv para casa, em segurança.

— Não foi nada. Sabe que estou sempre aqui. — ele pisca. — Até mais, Gaby!

Com um sorriso de lado, ele se afasta e vai embora, deixando-me inúmeros pensamentos para digerir e a certeza de que é realmente o irmão que eu nunca tive.

***

Oiii, pessoas!

Desculpa não ter postado ontem. Foi culpa do vinho e da live do Jorge e Mateus kkk Está aí o capítulo. Já estou escrevendo o próximo. Se ficar pronto a tempo, posto ainda hoje. Preparem-se (é sério)!

Beijos!

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