Touching Paradise • Beauany

By abeaushine_

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Any era uma adolescente extrovertida e cheia de alegria até o pior acontecer. Quando perde sua mãe em um terr... More

Elenco + playlist
The lake
Beautiful smiles
Going back to our lives
First on the list
Aquarium of the Pacific
Old and new friends
Just friends
Shoulder to cry
Good night, Any!
Plans for the saturday
City of Angels x Twilight
Friendly advice
No powers
Tedious but interesting
Nervous
Nostalgic day
Feelings
Enlightening conversations
She drives me crazy
Twins day
Theories
I miss you
Like the sky
Screams, hugs and tears (1/3)
Not everything is as it seems (2/3)
Bad dream (3/3)
Know better
Caution
A small wager
Dinner invitation
You're not the only one
Revelations
Ups and downs
Trying
Sofya's party
I'm not crazy
Sensations (+16)
Decisions
The truth (parte 1)
The truth (parte 2)
Did I screw it up?
Shiv being Shiv

It's a crazy party

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By abeaushine_

28.09.2019 - 20:20
Burbank, California

Krystian Wang

Mais uma festa idiota na casa da Heyoon. Todos os meus amigos estão presentes, mas mesmo assim, estou sozinho. Bailey se trancou em um dos quartos com uma garota do primeiro ano, enquanto Heyoon e Sina estão se atracando em algum lugar. E quanto a mim? Bem, estou jogado em uma poltrona bem no meio da sala, virando a terceira cerveja a fim de começar a me divertir. Pessoas dançam a minha volta, algumas se agarram, outras bebem e também há quem esteja curtindo os efeitos dos doces que Bailey e eu repassamos.

Viro minha garrafa, esvaziando-a de uma só vez e percebo que ainda estou totalmente sóbrio. Preciso de algo mais forte se quiser me enturmar, então fico de pé num impulso e saio andando pela casa. Até que a música tocando me agrada. Isso torna o ambiente um pouco mais suportável. Avisto uma garrafa de tequila sobre a bancada quando adentro a cozinha. Ao lado, há um recipiente com sal e outro com limões cortados, prontos para o uso. Perfeito!

Sem pensar muito, sigo o típico ritual que consiste em lamber um pouco de sal, virar a tequila e, por fim, chupar o limão. Repito o gesto três vezes. Você deve imaginar que estou exagerando... bem, na verdade, estou, mas não me culpe. Se não for pra ficar bem louco e esquecer os problemas, prefiro nem sair de casa. Faço careta diante da sensação do álcool queimando minha garganta e do azedume em minha língua, mas logo passa. Sinto que agora estou prestes a começar a me divertir como deveria.

— Hey, Wang! — ouço alguém chamar.

Olho na direção da voz e me deparo com Alysha Grant, do segundo ano, que se aproxima com um belo sorriso nos lábios pintados de rosa. O vestido preto, justo e decotado, chama minha atenção. Ela está muito gostosa.

— Aly! Como vai? — retribuo o sorriso. Quem sabe ela possa tornar minha noite um pouco mais interessante?

— Um pouco entediada. Essa festa está bem caidinha. — ela me observa. — Está se divertindo?

— Tentando. — admito. —  Mas ainda é só o começo. Logo as coisas melhoram. Até lá, tenho meu próprio conceito de diversão. — indico a garrafa ao meu lado, na bancada.

Ela ri e mexe o cabelo de um jeito muito sensual, como se estivesse, de fato, tentando flertar comigo. Decido entrar no seu jogo, afinal não seria a primeira vez que Alysha e eu ficaríamos juntos. Fazemos isso às vezes. No fim da noite, cada um segue seu caminho como se nada tivesse acontecido.

— Onde estão seus amigos? — a loira pergunta.

— Por aí... Me deixaram sozinho, como sempre.

— É uma pena que não saibam apreciar boas companhias. — ela diminui a distância entre nós. — Mas para a sua sorte, eu sei.

— Oh, é mesmo? — ela assente. — Excelente escolha! — apoio uma de minhas mãos em sua cintura.

— Preciso falar com as minhas amigas. É coisa rápida. — ela morde o lábio inferior. — Pretende continuar por aqui?

— Na verdade eu estava pensando em dar uma volta. Talvez tomar um pouco de ar.

— Certo. Se eu voltar e não te encontrar aqui, procuro lá fora. Tudo bem?

— Tudo bem. — concordo. Então Alysha me dá um selinho e se afasta, sorrindo. Não posso deixar de sorrir também. Pelo menos a noite de hoje está garantida.

Vou até a geladeira e pego mais uma cerveja antes de seguir até a área externa da casa. Enquanto desvio de inúmeros adolescentes bêbados no caminho, pergunto-me o que estou fazendo aqui, reproduzindo os mesmos atos inconsequentes que todos eles. Quem me vê nesse momento, segurando uma bebida, prestes a acender um baseado, deve imaginar que estou adorando tudo isso. Sinceramente, sou a prova viva de que as aparências enganam.

Diferente dos demais jovens, não sigo até a área da piscina, mas até a varanda. É o lugar menos movimentado no momento. Sento-me no terceiro degrau da escada de madeira, deixo minha garrafa de lado e tiro o cigarro e o isqueiro do bolso do meu jeans. Posiciono o pequeno cilindro entre os dedos e levo a boca, então rolo o polegar na pedra, fazendo fogo, porém, ele se apaga. Ergo a cabeça para saber quem é o desocupado que ousa me atrapalhar, mas engulo em seco ao ver os pequenos olhos negros, cravados em mim.

— Hina? — a surpresa me escapa pelos lábios. Mesmo desejando que ela viesse, eu não esperava vê-la esta noite.

— Oi, Krys! — ela sorri de um jeito meigo. Em seguida, coloca uma mexa de cabelo atrás da orelha. Minha atenção vai imediatamente aos sedutores e avermelhados lábios da minha ex namorada. Depois percorro sua silhueta. O corpo perfeito, coberto pela saia jeans e o top branco, parece ainda mais bonito do que eu me lembrava.

— Pensei que não viria. — obrigo-me a encarar os olhos da garota. — Quando eu a perguntei, você disse que tinha coisas importantes para fazer.

— E eu tinha, mas a Shiv queria muito vir. Acabei vindo junto. — ela encolhe os ombros.

— Hm... — murmuro, sem acreditar em suas palavras. Para mim, Hina está apenas usando a amiga como justificativa para ter recusado meu "convite". — Por que está aqui, sozinha? Não devia estar com ela?

— Lá dentro está bem abafado. Só quis tomar um ar. Não se preocupe, não vou ficar aqui te atrapalhando.

— Não foi o que eu quis dizer... Você...

— Eu sei. Tudo bem. — ela me interrompe. Então olha fixamente para as minhas mãos. — Isso é maconha? — pergunta, a reprovação implícita em sua voz. Mesmo assim, assinto. — Então é verdade. Você está mesmo nessa. — diz mais para si mesma do que para mim. — Há quanto tempo?

— Desde que terminamos. — respondo. Vejo seu rosto assumir uma expressão indecifrável.

— Quer me dizer o motivo? — ela cruza os braços sobre o peito.

— Nenhum em especial. — minto. — E mesmo que houvesse um bom motivo, essa não é a melhor hora, nem lugar para falarmos sobre isso. Talvez você devesse ir curtir a festa e me deixar em paz.

Não obtenho resposta, a princípio. Ela parece surpresa com o que acabo de dizer. Pra ser sincero, até eu me surpreendo. Posso ser grosseiro às vezes, mas não com ela. Hina sempre despertou o melhor de mim. Me arrependo todos os dias do momento em que decidi que o melhor para nós dois seria o término. Mesmo sabendo que era o melhor a ser feito, me arrependo.

— Se é o que deseja... — ela finalmente responde. O tom magoado em sua voz faz com que eu deseje chutar meu próprio traseiro. — Até mais, Krys.

Então Hina passa por mim e entra direto na casa. Sinto vontade de ir atrás dela e pedir desculpas por ser um imbecil, mas a verdade é que as coisas devem continuar exatamente como estão. É melhor pra nós dois.

Sabina

— Está vendo algum deles? — tomo um gole do meu refrigerante enquanto meus olhos buscam por um rosto conhecido em meio a multidão. Desde que chegamos à festa, há alguns minutos, Noah e eu não vimos nem sinal de Joalin, Shivani, Hina, Krystian ou Bailey.

— Não, nada deles. — meu amigo suspira. — Por que não nos divertimos um pouco? Daqui a pouco esbarramos em alguém.

— Não estamos aqui para nos divertir, Noah. Onde está o seu foco?

— Quer mesmo saber? — ele prova a bebida em seu copo. — No momento, meu foco está em experimentar coisas novas.

— O que quer dizer?

— Que estamos aqui por nossos protegidos, mas ainda é uma festa. Nunca teve curiosidade em saber como é aproveitar os momentos como um humano de verdade? — ele me lança um olhar sugestivo.

— Claro que não. — deixo meu copo sobre a pequena mesa ao nosso lado e cruzo os braços. — Você já?

— N-não, mas... Sei lá! Não seria interessante?

— Seria, só que agir dessa forma pode nos colocar em problemas. Já estamos atrasados com nossas missões. Até a Joalin está indo melhor. E se, ao tentar aproveitar o momento, cometermos alguma falha grave? Se pecarmos? Josh nos daria uma bronca e Gabriel ficaria furioso.

— Vamos nos controlar. Não deve ser tão difícil. — ele dá de ombros. — E se falharmos em algo... Bem, não dizem que errar é humano?

— Você sabe muito bem que isso não se aplica a nós. Não somos humanos.

— Mas estamos humanos. Não acha que temos o direito de usufruir de alguns benefícios, como o livre arbítrio?

— Noah...

— Não precisamos dizer nada ao Josh, ele nem está aqui. Também não precisamos contar ao Gabriel. Acha mesmo que nosso superior está nos monitorando o tempo todo? Porque, sinceramente, eu acho que ele tem mais o que fazer.

Suas palavras me levam a refletir por alguns segundos. Por um lado, Noah tem razão. Gabriel não vive nos monitorando. A verdade é que se Josh não o tivesse contatado da última vez, ele nem saberia que nosso anjinho exemplar teve um pequeno desvio de conduta ao incorporar palavrões a seu imaculado vocabulário. Por outro lado, Noah está errado. Nossas missões devem ser colocadas acima de qualquer coisa. São nossa prioridade. Não viemos para a Terra à passeio.

— Quero propor um acordo. — Noah chama minha atenção.

— Que seria...?

— Vamos relaxar e aproveitar a festa, como se fossemos adolescentes normais. Uma hora ou outra, Bailey e Krys, que são nossas prioridades, cruzarão nosso caminho. Quando isso acontecer, voltaremos a focar em nossas respectivas missões.

— Eu não sei...

— Por favor, Saby! Vai ser legal. — ele diminui a distância entre nós. Quando está perto o suficiente, se inclina e sussurra em meu ouvido: — Prometo não contar nada se você não contar. Vai ser o nosso segredo.

Quando Noah se afasta, ajeito a postura, ignorando totalmente o arrepio que acaba de percorrer meu corpo. Enquanto os olhos verdes me fitam com ansiedade, clareio a garganta, ainda pensando no que fazer. Felizmente — ou infelizmente, ainda não sei — uma ideia me ocorre.

— Prometa também que, se formos pegos, você dirá a verdade. Dirá que fui contra essa ideia maluca desde o princípio e que você me convenceu. Não quero ser responsabilizada.

— Posso prometer isso. No que depender de mim, você não levará culpa alguma.

— Tudo bem. — suspiro. — Sendo assim, nós temos um acordo.

— Isso! — ele sorri, vitorioso. — Você não vai se arrepender, Saby.

— Espero que não. — volto a pegar meu copo. — E então? Como adolescentes normais se divertem?

— Não está claro o bastante? — Noah aponta a nossa volta. Inúmeros alunos da nossa escola dançam, bebem e flertam despreocupadamente. Por um segundo imagino como deve ser ter a liberdade de curtir assim, sem a responsabilidade de auxiliar almas desorientadas ao longo dos tempos. Deve ser bom poder relaxar, se divertir com os amigos e apenas... viver.

— É, eu acho que sim. — sorrio para ele. — Vem! Vamos dançar! — seguro sua mão e começo a conduzi-lo até a pista de dança.

Bailey May

Salto da cama e começo a me vestir. Amanda me observa como se não acreditasse no que estou fazendo. Eu apenas a ignoro. Ela sabe muito bem que ficamos apenas por diversão. Não há motivo para drama. Quando finalmente visto a camisa, ela se levanta. A morena começa a recolher suas roupas pelo quarto bagunçado. Levo minha mão a maçaneta da porta, mas ela me impede de ir em frente. Encaro seu rosto com o cenho franzido.

— Será que podemos conversar? — ela pergunta.

— Olha Mandy, nós até poderíamos, mas não estou a fim, entende? Prefiro voltar pra festa e encontrar meus amigos. Pode me ligar amanhã, se quiser. Você tem meu número, certo?

— É, eu tenho. — a garota fixa o olhar no chão. — Mas eu...

— Ótimo. Me ligue amanhã, então. — seguro seu rosto e lhe dou um selinho demorado. — Obrigado por tudo. Você foi ótima. — abro a porta e deixo o quarto antes que ela tenha tempo de dizer mais alguma coisa.

Você deve estar pensando que sou um cafajeste. Bem, não vou negar. Essa é minha fama. Pelo menos uma delas. O que preciso deixar claro é que eu nunca enganei ninguém. Todas as garotas com quem me envolvo tem plena consciência de que comigo, as coisas rolam apenas por diversão. Nada de sentimentos!

Agora você deve estar se perguntando: "Poxa, Bailey! Mas você não sente nada por ninguém?". Por incrível que pareça, sim, eu sinto, e curiosamente ela é a única garota que nunca me deu bola. Krystian acredita que talvez seja esse o motivo de eu ser tão rendido por ela, mas acho que não tem nada a ver. Acontece que a garota em questão é simplesmente a coisa mais linda que já vi na vida. Sério, ela é perfeita... Pensei que a encontraria nessa festa hoje, mas infelizmente, ainda não a vi.

Caminho lentamente pelos corredores, tendo que desviar da multidão de adolescentes bêbados. A casa está lotada, boa parte dos alunos da ESLA está aqui. Passo por Sina e Heyoon ao cruzar a sala de estar e sorrio ao ver o quanto estão se divertindo. Me pergunto se Krys também está aproveitando a festa, já que não o avisto em lugar nenhum.

— Ah, droga! Me desculpa! — uma garota diz. Trombamos um no outro e metade da sua bebida cai sobre a minha camisa. — Eu não fiz por mal. É sério, me desculpa mes... — ela para de falar ao me encarar. — Bailey? Ah, meu Deus! — seu rosto cora violentamente. Isso me faz rir. Imagino que a pobre coitada esteja morrendo de vergonha.

— Não esquenta. Está tudo bem. É só uma camisa qualquer. — digo na tentativa de deixá-la mais calma. É quando percebo que seu rosto é familiar. — Ei, eu conheço você...

— É, nós estudamos juntos. — ela diz, sem jeito.

— Claro... — finalmente me recordo. É a irmã da garota por quem tenho uma paixão secreta. — Silvane Paliwal, certo?

— Na verdade é Shivani. — a morena me corrige. — Sou amiga da Hina.

— Ah, sim! Que cabeça a minha! — dou risada. Dessa vez sou eu quem está sem jeito. Que mico! — Amiga da Hina do Krys. Ela veio com você?

— Sim, ela foi mostrar a Joalin onde fica o banheiro. Devem estar voltando, inclusive.

— Joalin?

— Ela também está na nossa turma de literatura. É uma loira, de olhos azuis...

— Ah, acho que sei quem é... — na verdade, não faço ideia de quem seja. — E a Any? Ela também veio? — tento disfarçar meu interesse.

— Não. Minha irmã não tem saído muito de casa ultimamente. — ela responde. — Bailey, olha, me desculpe mesmo. Eu não tive a intenção de sujar sua camisa. Se você quiser, posso te ajudar a limpar. Sei como essas coisas são chatas...

— Relaxa! — balanço a cabeça. — Falei sério quando disse que está tudo bem. Acho que você deveria se preocupar em pegar outra bebida. — sorrio. — Eu estava indo agora mesmo atrás de algo pra mim. Podemos pegar pra você também, o que acha?

— Ah... tudo bem então. — ela assente, voltando a sorrir.

Para não nos perdermos, seguro a mão da garota em meio ao mar de pessoas, guiando-nos até a cozinha, onde as bebidas se encontram. Quando chegamos ao lugar pouco mais espaçoso, me solto dela. Abro a geladeira e pego duas cervejas. Ofereço uma a Shivani, que aceita prontamente. Em seguida ela pega o abridor sobre o balcão e retira as tampas de nossas garrafas.

— Então você veio só com a Hina e a Joalin? — pergunto apenas para puxar assunto. Detesto o clima estranho que surge quando ninguém tem o que dizer.

— Sim. Viemos só nós três, mas combinamos de encontrar outras pessoas aqui. Só não as vimos ainda. — ela toma um gole da bebida. — E você? Onde estão seus amigos?

— Não faço ideia. — levo a garrafa a boca antes de prosseguir. — Não temos o costume de ficar grudados nas festas, se é que me entende. Somos meio independentes na maioria das vezes.

— Por isso o Krys estava sozinho lá fora, então. — pareceu deduzir.

— É... — afirmo, mesmo não sendo totalmente verdade. Não vou admitir que o deixei de lado apenas pra ficar com a Amanda. — Bom, Shiv, se não se importa, vou procurar aquele chinês safado. — diminuo a distância entre nós dois. — Foi um prazer te conhecer. — e sem aviso prévio, lhe dou um beijo no canto da boca. Noto o corpo da garota se enrijecer no mesmo instante. Isso me faz rir. — Se cuida! — digo por fim e saio andando pela casa, sem esperar uma resposta. Não posso perder o resto da noite ao lado dela.

Shivani é muito bonita. O tipo de garota que eu ficaria, com toda certeza, mas logo de cara eu soube seu defeito: é irmã da única garota no planeta com quem eu cogitaria a hipótese de me relacionar seriamente um dia. Ficar com ela, ainda que casualmente numa festa, reduziria consideravelmente minhas chances de ter algo com a Any. Por isso acho melhor me afastar. Apesar de ter acabado de sair de uma transa, me conheço bem o suficiente para saber que não me importaria de entrar em outra, mas definitivamente, é melhor me manter longe dessa garota.

Shivani Paliwal

— Ele me beijou! Bailey me beijou! — digo empolgada assim que encontro Hina e Joalin novamente. O som alto, que preenche o ambiente, faz com que eu precise praticamente gritar.

— Mentira! — a morena me olha, surpresa. — Como isso aconteceu?

— Nós nos esbarramos, derrubei minha bebida nele. Eu quis morrer de tanta vergonha, mas ele foi tão fofo comigo. — suspiro, apaixonada.

— Fofo? — Joalin faz careta e toma um pouco do seu refresco. — Isso não se parece em nada com o Bailey que a Sab... Quer dizer, que a Any descreveu.

— Ela mal o conhece. — reviro os olhos antes de continuar. — Enfim, nós fomos à cozinha juntos, de mãos dadas. Conversamos um pouco e, por fim, ele se despediu me dando um beijo no canto da boca. — sorrio, vitoriosa.

— Ah, não! — Hina explode em uma gargalhada. — Não acredito que você ficou assim por causa de um beijo que provavelmente foi acidental. — ela coloca a mão na barriga, de tanto rir. — Amiga, você é muito emocionada! — diz com dificuldade.

Seus ombros se sacodem tanto, que ela derruba parte de sua cerveja no chão. É quando me dou conta de que minha melhor amiga está ficando bêbada. Desde que deixou Joalin e eu para tornar um ar, pouco depois de chegarmos, e deu de cara com o ex namorado, Hina ficou balançada. Depois disso, ela virou três jelly shots seguidos. Não parece, mas aquilo é capaz de fazer um verdadeiro estrago no organismo de pessoas fracas para bebida, como é exatamente o caso dela.

Agora, Hina está tomando sua segunda cerveja e já se encontra assim. Eu sabia que uma hora o álcool subiria, só não imaginava que seria tão rápido. Esperta é Joalin, que alegando nunca ter bebido antes, decidiu permanecer sóbria. Até o momento, a loira só provou dos refrigerantes e refrescos de fruta. Quanto a mim, estou tentando maneirar, ficando só na cerveja. Prometi ao meu pai que não me excederia hoje e pretendo cumprir. Na última vez que uma Paliwal exagerou na bebida, a noite não terminou nada bem.

— Até parece. — cruzo os braços, sentindo-me um pouco irritada. — Está falando assim porque não viu como nosso encontro foi impactante. Bailey gostou de mim. Ficou nítido na forma como exibiu aquele sorriso perfeito e tudo mais. — dou de ombros.

— Sei, sei... — ela diz, recuperando o fôlego.— Aquele sorrisinho cafajeste que ele dá para todas as garotas.

— Olha só, Hina...

— Shiv, não. — Joalin toca meu ombro e me olha nos olhos.  — Não dê ouvidos. É só a bebida falando. Apenas respire fundo.

Sei que ela tem razão, então sigo seu conselho. Apenas respiro, tentando não me ofender com a descrença que minha melhor amiga atribui ao meu potencial. Em seguida, tomo um longo gole da minha cerveja.

— Melhor? — a loira questiona, aparentemente preocupada. Apenas assinto. Ela me dá um meio sorriso. — Ótimo. Agora será que podemos procurar o Noah e a Sab... Ah, meu Deus! — seus olhos se arregalam ao pousarem em um ponto bem atrás de mim. Ela desvia no mesmo instante. — A Sofya está vindo. Vamos sair daqui pelo amor de Deus!

Me viro para a direção que ela olhava segundos atrás e visualizo Sofya, ao lado de Lamar. Ela sorri e acena amigavelmente antes de tocar o amigo e mostrar a ele onde estamos. Os dois trocam algumas palavras e começam a vir até nós. Joalin agarra o meu braço com força.

— Gente, por favor! Vamos sair daqui. — ela choraminga.

— Deixa de ser boba, Joalin. Não precisa ter vergonha do que rolou ontem. — Hina sorri, maliciosa. — Eu, particularmente, acho que a Sofy adorou. Caso contrário, não estaria vindo tão sorridente até nós.

— Desculpa, mas ela tem razão. — digo, tentando conter o riso e falhando vergonhosamente.

A medida que os amigos de Any se aproximam, a loira se encolhe ao meu lado, toda tímida. Confesso que me sinto um pouco culpada. Talvez Hina e eu tenhamos passado um pouco dos limites nos desafios de iniciação que fizemos a ela noite passada. Queríamos fazer uma brincadeira de boas vindas com nossa nova amiga e acho que acabamos pegando pesado. Se eu não estivesse vendo a forma como Joalin se encontra constrangida agora, nunca me daria conta disso. Preciso me lembrar de pedir desculpas depois.

— Shivani, Hina... — Sofya diz, parando ao nosso lado, com um sorriso. Ele se torna maior quando seus olhos pousam na loira ao meu lado. — Joalin! E aí? Curtindo a festa?

— Muito! — Hina volta beber. — Eu só saio daqui quando amanhecer.

— Eu também. — afirmo. Notando que a garota também espera uma resposta da minha amiga, lhe dou uma cotovelada discreta. Joalin me lança um olhar ameaçador, mas logo ajeita a postura.

— Eu não pretendo demorar. Costumo dormir cedo, então sei que logo vou ficar com sono. — ela diz.

— Meu Deus! — Sofya dá risada. — Quem consegue ficar com sono num lugar desse? Com essa música alta, só consigo pensar em dançar até os pés doerem. — ela encara minha amiga. — Aliás, vim até aqui justamente em busca de alguém pra me acompanhar na dança. Tentei convencer o Lamar, mas ele só quer saber de ficar no canto.

— Não sou muito bom com isso. Você sabe. — o garoto se defende. Em seguida, toma um gole de sua bebida. — Prefiro não passar vergonha.

— Sorrindo assim, você não passaria vergonha nem se quisesse. — comento.

— É mesmo? — ele me encara, surpreso.

— É... — dou de ombros.

— Tá legal... — Sofya chama nossa atenção. — Então, Joalin... Quer dançar comigo?

— Ah, não. Eu...

— Ela quer! — Hina diz, empurrando nossa amiga. Sofya segura Joalin pela mão, fazendo-a se enrijecer. — Estávamos agora mesmo falando sobre o quanto ela ama dançar. Ainda bem que você apareceu, fofa.

— Se eu soubesse, teria aparecido antes. Lamar, não saia daqui, ok? — o garoto assente. — Vamos lá, Joalin... — ela sorri e sai puxando a garota pela mão.

Assim que as duas loiras somem das minhas vistas, troco olhares com Hina e começamos a rir descontroladamente. Quem diria que, por meio de uma simples brincadeira, atacamos de cupido mesmo sem saber.

Joalin

Enquanto Sofya me puxa pela mão, só consigo perguntar a mim mesma onde é que eu me meti. Sei que nunca fui um exemplo de anjo, mas ter que passar por isso beira a humilhação. Eu poderia estar servindo a humanidade de tantas outras formas! Mas não, para permanecer no céu, minha missão é cuidar de uma adolescente que acaba de me meter numa enrascada.

Eu devia ter previsto que isso não acabaria bem ontem mesmo, quando Shivani e Hina inventaram a tal noite das garotas. O problema é que, às vezes, me falta inteligência e sagacidade para notar as reais intenções das pessoas. Consigo ler os pensamentos da minha protegida, claro, porém, evito fazê-lo para não soltar informações indevidas em momentos inoportunos. Josh tem adotado a mesma prática com Any e parece que está indo bem.

Quando chegamos ao meio da sala lotada de gente, Sofya solta minha mão e faz com que fiquemos frente a frente. Ela me olha nos olhos e sorri enquanto dança devagar, deixando-me muito sem graça. Imagino que minhas reações sejam nítidas, pois a garota logo se inclina o suficiente para alcançar meu ouvido.

— Não precisa ficar tímida. Está tudo bem. — ela fala alto, por causa da música tocando. — Não te julgo pelo que fez. Pelo contrário, eu gostei bastante.

— Sério? — pergunto, sem acreditar. Não é algo que eu esperava ouvir. Para a minha surpresa, a garota assente.

Ontem à noite, Shiv e eu nos juntamos à Hina em sua casa. Elas queriam fazer algo para celebrar o fato de que agora, sua dupla se tornou um trio e, para que eu me tornasse oficialmente o terceiro membro, propuseram três desafios.

O primeiro foi bem simples. Tudo o que precisei fazer foi revelar um segredo. Como não podia contar o mais profundo de todos, contei algo que seria relevante para seres humanos da minha falsa idade. Revelei às garotas que nunca havia beijado outra pessoa. Elas surtaram, óbvio.

O segundo desafio foi um pouco pior. Tive que provar um prato da culinária japonesa, cortesia da mãe da Hina. As coisas teriam sido tranquilas se fosse um sushi ou coisa parecida. Sei que pessoas no mundo inteiro consomem isso todos os dias. O problema foi o prato ser um tal de inago no tsukudani, uma espécie de gafanhoto frito.

Apesar da exoticidade do segundo desafio, ele não chegou aos pés do terceiro. Para mim, foi sem dúvida o pior de todos. Depois de engolir o gafanhoto e ficar bons vinte minutos agoniada por uma de suas patinhas ter ficado presa em minha garganta, Hina sugeriu que fossemos até a lanchonete mais próxima. Em sua mente, seria o ambiente ideal para que eu cumprisse o último desafio.

Flashback on

— Preparada, Joalin? — Shiv perguntou pouco depois de fazermos nossos pedidos no caixa e nos sentarmos em uma mesa da lanchonete.

— Não, mas vamos lá. Me diga qual é o último desafio. — pedi, um pouco receosa.

— É coisa simples. — disse, mas seu sorriso sacana mostrava exatamente o contrário. Comecei a estalar meus dedos, nervosa. — Tudo o que você precisa fazer é beijar a primeira pessoa que cruzar aquela porta. — apontou em direção a entrada da lanchonete.

— B-beijar? — engoli em seco. As duas assentiram, sorrindo. — M-mas eu disse que nunca beijei. Por que isso agora?

— Vejamos... — Hina encarou meu rosto. — Você é muito tímida?

— Bem, eu acho que não. — respondi.

— Tem o sonho de um primeiro beijo especial? Como ser com a pessoa certa ou algo do tipo?

— Também não, mas...

— Você tem nojo se saliva?

— Eu não sei... — fiz careta, pensando seriamente no questionamento. — Vocês têm?

— Não quando estou beijando. — Shiv riu. Hina acompanhou a amiga. — Enfim, se sua resposta para todas essas perguntas foi "não", não vejo motivo para que você negue o desafio. A menos, é claro, que não queira cumprí-lo. — ela me encarou, erguendo uma única sobrancelha. Droga! Eu não tinha uma desculpa sequer...

— Tudo bem, eu cumpro. — me dei por vencida. Em minha cabeça, não teria problema algum, visto que, provavelmente, eu beijaria alguém que nunca mais veria na vida.

— Essa é minha garota! — Hina comemorou. — Então, na próxima vez que alguém passar por aquela porta, você vai se levantar, ir até ele e cumprir o desafio. Preparada?

Reuni toda a minha coragem e assenti, mesmo nervosa. Meu último protegido havia sido um dos responsáveis pelo acidente nuclear de Chernobyl, o que — ainda que indiretamente — fez com que eu também fosse um pouco responsável. Beijar alguém, ainda que fosse errado para um anjo, não era nada perto das burradas que já fiz. Definitivamente, eu não tinha o que temer. Só esperava que Gabriel estivesse ocupado demais para me vigiar no momento.

— Não acredito! Olha só quem chegou. — Shiv abriu a boca em espanto.

Quando olhei em direção a porta e vi a quem Shiv se referia, eu quis simplesmente me levantar e ir embora. Era surreal. Eu não podia beijar logo Sofya Plotnikova.

— Acho que isso vai ser interessante. — Hina deu risada. — Boa sorte, Joalin! — ela piscou e fez um sinal para que eu me levantasse.

Não sei ao certo como cheguei até Sofya ou o que se passou em minha mente no momento exato em que, após receber um melodioso "Oi, Joalin!", simplesmente a segurei pelos ombros e puxei para o que deduzi ser um beijo. Só sei que aconteceu. Depois disso, fiquei com tanta vergonha, que saí correndo da lanchonete. Shivani veio atrás de mim, rindo, enquanto Hina foi falar com o atendente para pedir que nossos lanches fossem embalados para viagem.

Flashback off

No meio da pista de dança, cara a cara com Sofya, vejo-me tentada a sair correndo mais uma vez. Não quero que ela pense que eu a beijei por vontade própria. Foi tudo pelo desafio. Mas ela parece tão empolgada com o fato de estarmos juntas agora... Que tipo de anjo eu seria se simplesmente fosse embora? Correto ou sem um pingo de consideração?

— Seus amigos parecem estar se divertindo. — ela ri. — Eles são um casal?

— Quem?

— Noah e Sabina. Olha! — com um gesto de cabeça, Sofya indica o outro lado da pista.

Não consigo esconder a surpresa diante do que vejo. Uma Sabina totalmente fora de si, empina e rebola em cima da mesa como uma exímia dançarina. A sua frente, Noah a observa com um sorriso malicioso, enquanto segura uma long neck e dança num ritmo mais contido. Céus! O que eles pensam que estão fazendo?

— Ah, meu Deus! Eu preciso falar com eles. — engulo em seco. — Até... depois? — arrisco.

— Claro. Estarei te esperando. — ela sorri de lado.

Me afasto da garota a passos lentos, devido a quantidade absurda de pessoas na pista de dança. Quando finalmente cruzo o salão, toco o ombro de Noah, que se vira para mim no mesmo instante. Ao contrário do que eu esperava, ele sorri ao me ver.

— Joalin! — ele me abraça apertado. Seu corpo está suado e muito quente. — Onde você estava, hein?

— Cuidando da Shiv, exatamente como deveria. — cruzo os braços.

— Legal. — ele se inclina um pouco para me olhar nos olhos. — Caramba, seus olhos parecem lanternas azuis. Quando foi que eles se acenderam?

— Para de besteira, Noah. — o repreendo pela brincadeira boba. — Por que você e a Saby estão aqui ao invés de estarem atrás do Krys e do Bailey? O que estão pensando? Vocês enlouqueceram?

— Calma aí, estressadinha. — ele toma um gole de sua cerveja. — Nós encontramos os dois. Até conversamos um pouco. Eles foram tão legais, que nos deram doces.

— Deram o quê? — minha voz sai um pouco esganiçada devido a surpresa. Se esses doces forem o que estou pensando...

Noah apenas ri, como se eu tivesse acabado de contar uma piada. Bufo irritada, sem acreditar que eles realmente tenham sido tão burros a ponto de aceitar algo das mãos daqueles dois. Agora o comportamento de Noah e Sabina começa a fazer sentido. Os idiotas estão drogados.

— Joalin! — Saby grita quando finalmente nota minha presença. Ela desce da mesa e vem meio cambaleante em minha direção. — Até que enfim largou aquelas garotas. Eu estava com saudade. — ela me abraça. Seu corpo está exatamente como o de Noah: quente e suado. — Você está linda e brilhante, como quando mostra suas asas. — ela sorri, encantada e me analisa da cabeça aos pés. Está alucinando. — Agora vem dançar comigo.

— Não, nada disso. — digo quando ela segura minha mão. — Nós vamos embora agora.

— Eu não vou a lugar algum. Não enquanto sentir o meu corpo flutuar... — ela ri, debochada, e para ao lado de Noah. Ele a envolve pela cintura. — Vamos dançar no arco-íris? — ela aponta para um canto da pista, onde os jogos de luz parecem mais fortes.

— Vocês enlouqueceram de vez! — digo, exasperada. — Vou ligar para o Josh. Só ele pode me ajudar a levar vocês para casa.

— O Joshua não. — Noah choraminga, apesar de estar rindo. — Ele é um pé no saco. Vai levar todas as cores embora.

— É, ele vai brigar com a gente e contar tudo para o Gabriel.

— Se sabem disso é porque têm plena consciência de que agiram errado. E ainda têm a cara de pau de sorrir. — pego o celular no bolso da calça e desbloqueio o visor.

Ao invés de ligar, digito uma mensagem para Josh enquanto, de relance, vejo Noah e Sabina cochichando entre risos e toques muito mais íntimos do que deveriam. Quando menos espero, os dois simplesmente dão as mãos e saem apressados, embrenhando-se entre outras pessoas. Estão fugindo de mim. Mas que grande... Argh!

Los Angeles, California

Joshua

— Mais pizza, Josh? — Edward oferece.

Após dois filmes da franquia Karatê Kid, ele decidiu que deveríamos comer isso no jantar. Any protestou, alegando que os dois haviam comido o mesmo no dia anterior e que isso faria mal a saúde do pai, porém, ele não deu a mínima. Então, aqui estamos.

— Não, senhor. Eu agradeço, mas estou satisfeito.

— Certo. — ele se levanta e começa a recolher os pratos que estão sobre a pequena mesa de jantar.

— Não precisa, pai. Deixa isso comigo. — Any, até então sentada ao meu lado, também se levanta. — Você deveria ir descansar. Não estava passando mal?

— Eu disse que o remédio ajudaria. — ele dá de ombros, mas permite que a filha recolha louça e volta a se sentar. Any apenas revira os olhos e vai até a pia, do outro lado da cozinha. — Então, Josh, qual o seu sobrenome?

— Beauchamp. Sou Joshua Beauchamp. — respondo o que consta em meus documentos falsos. Graças aos Céus pensamos em tudo. Caso contrário, Noah, Sabina, Joalin e eu não conseguiríamos sequer a matrícula na ESLA.

— E de onde você veio? — ele me observa atentamente, estudando cada um dos meus gestos.

— Papai, não estamos na delegacia. Quer parar de interrogar o garoto? — Any pede, sem jeito.

— Não estou interrogando. Quero apenas saber um pouco mais sobre o novo melhor amigo da minha filha. — ele apoia os cotovelos na mesa e une as mãos a altura do rosto. — É preciso ter cautela hoje em dia. As pessoas nem sempre são o que aparentam. Não acha, Josh?

— C-claro. — engulo em seco. Será que ele notou algo de estranho em mim? — Seu pai tem razão, Any. Está tudo bem. — me recupero rapidamente e encaro o homem a minha frente. — Eu sou do Canadá. De uma cidade chamada St Albert.

— Onde tem pessoas e neve. — Any cantarola, rindo. Acabo rindo também ao lembrar que disse isso a ela na primeira vez que saímos juntos. Como eu fui idiota!

— Então está bem longe de casa. — Edward prossegue, ignorando o comentário bem humorado da garota. — O que veio fazer em LA?

— Intercâmbio, pai. Não é óbvio? — ela se intromete. Após enxaguar o último prato, Any o coloca no escorredor e seca suas mãos em um pano. — Agora chega. Daqui a pouco vai pedir o nome dos pais dele e o endereço só para continuar investigando. — diz enquanto cruza a cozinha novamente e para ao meu lado.

— Querida, não estou investigando. Não é um interrogatório, eu já disse. — ele se defende.

Tiro minha atenção da conversa entre os dois quando meu celular vibra no bolso da calça. Assim que desbloqueio o visor, encontro uma mensagem de Joalin. Ao que parece, ela precisa da minha ajuda.

— Gente, o jantar foi ótimo. Adorei a noite com vocês, só que agora eu tenho que ir. — fico de pé.

— Josh, não. Não precisa ir embora. — Any toca o meu braço. — Desculpe a inconveniência do meu pai. Prometo que ele vai parar com essas perguntas.

— Não é por isso. Eu adorei o seu pai. — lhe dou um sorriso. — Acontece que Joalin precisa de mim. Ela está na festa da Heyoon com a sua irmã, Noah, Sabina.

— Aconteceu alguma coisa?

— Ela não explicou direito. Vou até lá conferir.

— Certo. Então, eu te acompanho até a porta. — ela diz e eu assinto.

— Sr Paliwal, foi um prazer conhecê-lo.

— Igualmente, Josh. — ele aperta minha mão. — Apareça mais vezes.

Quando Any e eu chegamos até a porta, me despeço brevemente antes de seguir o meu caminho. Ando de forma apressada pelas ruas do bairro, em busca de um lugar deserto onde eu possa me teletransportar em segurança para a casa da Heyoon, em Burbank. Um Uber chegaria em quinze minutos, mas por que esperar quando posso chegar lá num estalar de dedos?

Faço a "viagem" na primeira oportunidade. Para a minha sorte, quando chego ao local, encontro a rua totalmente vazia. Em contrapartida, o som alto, vindo da enorme casa branca, ecoa por todos os lugares. Enquanto me aproximo da entrada, avisto uma figura loira sentada em dos bancos na varanda. Os braços cruzados sobre o peito e as pernas batendo incessantemente no piso de madeira demonstram toda a sua impaciência.

— Vim o mais rápido que pude. O que houve? — digo quando chego ao seu lado.

— O Noah e a Saby, Josh. — Joalin passa as mãos pelo rosto, parecendo exausta. — Eles estão muito encrencados.

***

Oi, amores!
Passando pra agradecer os 7k na fic e dizer que estou muito feliz por todos os votos e comentários. Eles me incentivam demais, então muito obrigada mesmo! ❤️

E outra... O que acharam do pov dos outros personagens? Alguma teoria?

Mais uma coisa...
Vi algumas pessoas surpresas por certas reações do Josh. Gente, não se esqueçam de que ele é um anjo, mas no momento está humano. Logo, ele vai experimentar sentimentos e sensações, até fisicamente, que não pode controlar. Ele ainda tem acesso a parte de seus poderes como anjo, mas no geral, é humano como qualquer um de nós. E vamos combinar que não controlamos nossos sentimentos, muito menos certas reações dos nossos corpos. Enfim, se alguém tinha alguma dúvida, espero ter esclarecido.

No mais, sintam-se a vontade para me mandar mensagem privada por aqui ou em qualquer uma das minhas redes sociais. Terei um prazer enorme em falar com vocês.

Mais uma vez, obrigada pelo carinho. O feedback de vocês é muito importante pra mim.

Beijos e até mais!

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