Love Wings

By Primrosewords93

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"Diz-se que no amor, quando mais se dá, mais tem para se dar. Mas eu nunca tive nada para dar a ninguém. Às v... More

Capítulo 1.
Capítulo 2 .
Capítulo 3.
Capítulo 4.
Capítulo 5.
Capítulo 6.
Capítulo 7.
Capítulo 8.
Capítulo 9.
Capítulo 10
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33
Capítulo 34.
capítulo 35.
capítulo 36.
capítulo 37.
capítulo 38
capítulo 39.
Capítulo 40.
Capítulo 41.
Capítulo 42.
Capítulo 44. FIM!
PRODUTOS LOVE WINGS

Capítulo 43.

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By Primrosewords93

Pov Rose

-algumas horas atrás -

Se eu não respirar muito, estou certa que irei conseguir chegar a casa com o vestido intacto. Ajeitei-me desconfortavelmente no banco e mudei a frequência do rádio para algo mais animado - preciso de um impulso para conseguir divertir-me.

- Então, porque me convidaste para vir? De certeza que não foi por falta de convites. - Disse eu, rindo.

Ele encolheu os ombros, focando a sua atenção na estrada.

- Preciso de alguém capaz de me fazer rir nestas festas ridículas, e quem mais poderia fazer isso além de uma das minhas melhores amigas de sempre? - Respondeu francamente, esboçando um sorriso fraco. - Sabes que às vezes acho que nunca vou encontrar alguém que realmente me interesse. Talvez eu seja demasiado exigente, mas eu não consigo contentar-me com algo que não me arrebata.

- Compreendo. - Respondi, acenando em silêncio e tentando disfarçar o facto dos buracos do meu coração, colados recentemente com colheradas de chocolate e manteiga de amendoim, estarem a descoberto de novo.

- Há uma miúda... Bem, ela é enfermeira lá no hospital e ela não gosta de mim. Por alguma razão que desconheço ela passa a vida a evitar-me e sempre que tentei falar-lhe, simplesmente respondeu com monossílabos. Ela é diferente das outras, sabes? Tu não deves compreender, mas nós conseguimos perceber o tipo de pessoas com quem estamos a lidar pela forma como elas tratam os outros. Tratar no sentido médico da palavra, sabes? Os próprios gestos falam, e os dela são particularmente ensurdecedores…

Eu voltei a acenar porque tenho consciência que se falar a minha voz irá atraiçoar-me.

- Oh, desculpa estar a falar destas coisas, estou a ser um bocado insensível. - Disse ele, embaraçado, começando a estacionar o carro.

- Não tem mal, eu consigo lidar com isso. - Menti, ajeitando o cabelo antes de sair. Eu não consigo lidar com isso, eu sinto-me devastada só de imaginar que vou ter de lidar com isso, mas é tudo o que eu sempre quis...sentir algo... ainda que seja dor, é algo, por isso é bem-vindo ao meu coração outrora vazio. Continuo a defender a minha posição de que um coração partido é mais fácil de suportar do que um coração vazio: não há nada que pague a sensação de que há alguma coisa pela qual chorar. Ou lutar, dependendo do ponto de vista, mas sempre achei deselegante lutar pelo amor; se ele existe então não precisa que lutemos por ele, como a dor, ele também exige ser sentido.

- Estás bem? - Perguntou Liam, abrindo-me a porta.

- Estou ótima. - Respondi, forçando um sorriso. - Vamos?

*

Entramos num pavilhão gigante, magnificamente decorado com elementos natalícios. Algumas das pessoas já estavam sentadas enquanto outras conversavam alegremente, espalhadas ao acaso pelo recinto. Agora percebo que o Liam não exagerou quando disse que isto era uma festa com classe: sinto-me como se estivesse num baile de princesas.

Caminhamos até à nossa mesa, não sem antes parar umas quantas vezes para cumprimentar algumas pessoas.

- Boa noite pessoal. - Disse ele assim que nos sentamos. Um grupo de pessoas retribuiu o cumprimento e umas rápidas apresentações foram trocadas entre nós. Sentei-me ao lado de uma rapariga morena com um ar pouco simpático e secretamente agradeci por isso, ao menos não terei de esforçar-me muito para parecer divertida. A conversa foi fluindo normalmente e muito embora todos exibissem sorrisos rasgados, havia uma tensão estranha no ar, típica de um ambiente propício a ser-se tudo menos nós próprios.

- Então Sophia, como ficou a paciente de hoje à tarde? - Perguntou o Liam, dirigindo-se à rapariga pouco amigável sentada ao meu lado. Não precisei de mais do que uns segundos para perceber que esta era a rapariga de que ele falara no carro e não posso deixar de confessar que fiquei ligeiramente desiludida. Quer dizer, ele merece alguém divertido como ele, não é?! Não uma songa-monga qualquer sem sentido de humor.

- Bem. - Respondeu ela secamente, fixando o olhar no prato.

- Qual era o diagnóstico, mesmo? - Insistiu ele com um sorriso capaz de derreter metade da sala.

- Infeção pulmonar. - Respondeu vagamente, sem o olhar diretamente.

- Oh. Esta semana tive uma miúda com o mesmo problema, foi complicado estabilizar a respiração.

- Isso foi porque ela me apanhou a trocar a farda no fim do turno! - Disse um jovem sentado algumas cadeiras depois de mim, já bêbedo.

- E assustou-se! - Respondeu a Sophia, rindo um pouco.

- Se fosse o Liam já te agradava, não é Soph?

Um silêncio constrangedor abateu-se sobre a mesa e todos os olhares se concentraram nela, que ficou subitamente corada.

- Eu não...

- Oh por favor, só te falta saltares para o colo dele de cada vez que ele te aparece à frente e...

- Que parvoíce! - Respondeu ela, visivelmente nervosa.

- Aposto que no meio dos teus posters do Harry Potter lá no quarto tens uma foto do Liam em tamanho real. - Continuou o rapaz, rindo às gargalhadas.

- Pára com isso, estás a ser ridículo, TJ. - Ordenou ela com os olhos brilhantes.

- Toda a gente sabe Sophy, mas aqui para nós, esquece isso, isto não é uma fanfiction ou lá essas parvoíces todas nerds que tu gostas. Isto é a vida real, e na vida real pessoas como tu não ficam com pessoas como ele.

Sophia levantou-se rapidamente e saiu a correr, seguida por uma jovem gordinha com um ar preocupado.

- Foste um imbecil, TJ. - Comentou uma loira qualquer com um sorriso tão branco que quase provoca encandeamento. - Não devias envergonhar a criatura, ela já faz isso por ela mesma.

Toda a mesa riu à exceção de mim e do Liam que se levantou lentamente.

- Ei Lea.

- Diz, baby. - Respondeu ela, voltando-se na sua direção.

- Eu ia dizer "pensa rápido" mas isso claramente não é uma opção para ti. - E dito isto despejou o copo de vinho em cima dela, desmanchando-lhe o penteado e tingindo o seu vestido claro de largas manchas carmesim.

- Fica aqui. - Disse-me ele, correndo em direção à saída onde minutos antes Sophia tinha passado.

*

POV Sophia

- Eu nunca devia ter vindo! - Gritei, tirando os sapatos e atirando-os para longe. E como se a minha sorte não fosse suficiente, eles foram cair direitinhos num pequeno lago de peixes. - Oh a sério?! A sério?

- Sophia!

- Deixa estar, Clarice, vou só ficar aqui sentada e os azares que ainda tiverem para acontecer, vão ter de vir aqui buscar-me! - Deixei-me cair sobre a relva e deitei-me para trás, fixando o olhar no céu pouco estrelado de Londres.

- Oh, tu não mereces isto. Vais encontrar alguém à tua altura, eu tenho a certeza! - Incentivou ela, sentando-se ao meu lado.

- Eu tenho alguém à minha altura: tenho o Gus, o Patch, o Levi, o Malfoy, o Headcliff, o Mr. Darcy, o Edward, o Four, o Peeta, o Mr. Grey e...

- Eles não são reais.

- Eles são reais para mim, os livros e as fanfics são muito menos dolorosos e mais interessantes que a realidade. Viver fora dela é uma opção minha, sim?

- Dizes isso porque nunca a viveste!

- Tu não percebes, 'tá? Quando eu leio, e especialmente quando eu escrevo, é como se deixasse de ser eu. Consegues imaginar o quão bom para mim é afastar-me daquilo que sou? Quando eu sou a Sophia eu estou presa a um espaço e a um tempo que não muda, é sempre a mesma coisa, dia após dia, as mesmas pessoas, as mesmas vontades, as mesmas rotinas desinteressantes e aborrecidas... Sinto-me presa num corpo que não pertenço, num espaço que não me diz nada e num tempo que não é o meu. Mas quando leio e escrevo é como me abrissem milhares de portas: não há limites em mim quando se trata das palavras, compreendes? Eu transformo-me nas personagens, as dores delas são as minhas dores, e as suas alegrias são também sentidas por mim...

- Não é real. - Sussurrou ela.

- Mas parece, e para mim chega.

- O Liam podia mostrar-te como isso não chega.

Levantei-me de repente e olhei-a nos olhos, sentindo os meus inundarem-se de lágrimas.

- Olha para mim, Clarice. Eu sou esquisita. Eu gosto de heróis de crianças, eu sonho com o dia em que o meu armário me levará para Nárnia, e juro que tem dias que quase acredito em Vampiros. Eu liguei-me de tal forma a este mundo só meu que me tornei invisível. O que iria o Liam ver em mim? Quer dizer, olha para a Lea...ela é perfeita: é linda, confiante, tem classe e elegância, sabe sempre o que dizer no momento certo. Eu sou o oposto disso tudo, eu sou só...eu.

- E isso parece-me muito bem. - Uma voz grave despertou a minha atenção e voltei-me num ápice, ficando em frente ao Liam.

- Bom, o meu trabalho aqui está feito. - Clarice saiu sorrateiramente da nossa beira, deixando-nos sozinhos.

- O que estás aqui a fazer? - Perguntei bruscamente.

- Vim salvar os teus sapatos de um afogamento. - E ignorando os meus protestos ele entrou no pequeno lago cuja profundidade não era sequer suficiente para lhe chegar à cintura, e apanhou um sapato de cada vez, colocando-os na relva.

- Achei que me odiavas. - Confessou ele, logo após ter saído do lago.

- Isso é a coisa mais palerma que já disseste. - Respondi, confusa. - Porque achavas isso?

- Até hoje, tu foste incapaz de me responder uma frase com mais de duas palavras. - Concluiu, sorrindo.

Aposto que mais depressa a paciente ficava sem ar a ver um sorriso destes do que o TJ sem roupa.

- Eu não sou de falar muito...

Ele arqueou a sobrancelha e deixou escapar uma gargalhada.

- Tu não és de falar muito...Sophia eu trabalho contigo há três anos: a única forma de te calar é dar-te um livro.

Sinto as minhas bochechas a ficarem quentes e desvio o olhar rapidamente.

- Devias ir ter com a tua namorada.

Ele riu alto e eu olhei sem perceber.

- A Rose não é minha namorada, credo! Seria como andar com a minha própria irmã!

Senti uma onda de alívio percorrer o meu corpo mas o meu cérebro fez o favor de a travar: sua imbecil, o facto de ele não ter namorada não te qualifica para o cargo.

- Ah, certo.

- Sophia, tenho de trazer o Harry Potter para a conversa para poder extrair mais do que duas palavras de ti?

Eu ri baixinho antes de responder:

- Podemos tentar.

Antes que pudesse perceber o que estava a acontecer senti as suas mãos a prender suavemente o meu cabelo enquanto os seus lábios procuravam os meus. O meu coração bate tão depressa que tenho a certeza que ele deve ouvi-lo mas ainda assim não me importo.

Eu, euzinha, miss invisível universo, estou a beijar o Dr. Liam Sexy Payne.

Há uma pequena parte do meu cérebro que grita para eu me lembrar de todas dicas que aprendi em alguns anos de leitura - cuidado com os dentes, tentar respirar pelo nariz, blabla - mas outra parte, bem maior, insiste que quer desligar todas as funções racionais neste momento... E como quando o cérebro manda, o cérebro tem, vou fazer juz à fama de nerd e ceder às suas exigências.

Assim que nos separamos ele tomou o meu rosto entre as mãos e sussurrou:

- Esta seria a minha memória feliz para invocar um patronus.

*

POV Rose

- Posso sentar-me?

Olhei para cima e vi uma jovem atraente com um sorriso simpático a olhar para mim.

- Hmm, claro.

- És a Rose, não és? O Liam falou-me muito de ti! - Disse ela, entusiasmada. - És muito mais bonita do que imaginava!

- Oh, obrigado. - Respondi, ligeiramente embaraçada. - Como te chamas?

- Oh, que tonta que sou, nem me apresentei, podes chamar-me Candy.

- Muito prazer, Candy. - Respondi, sorrindo. - Então, trabalhas com o Liam?

- Pode dizer-se que sim. - Respondeu, vagamente. - Ele disse-me que tu namoras com o Zayn...já não o vejo há imenso tempo.

O meu coração contorceu-se um pouco ao ouvir o nome dele mas obriguei-me a permanecer tão natural quanto conseguisse.

- Conheces o Zayn? - Perguntei firmemente, focando a atenção no prato que havia chegado.

- Oh claro, somos grandes amigos ... E a pequena Emma... Que saudades! Ela está melhor das mãos? E aquele problema com a miúda na escola...bem o Zayn lida com cada uma. Enfim. E agora com o Borhan lá em casa...não deve estar a ser fácil para ele.

Confesso que estou ligeiramente surpreendida com o facto de ela saber tanto sobre ele. Porque é que ele nunca me falou nela?

- Sim, deve.

- Bom, de qualquer das formas ele deve gostar muito de ti, ele é muito reservado e não me lembro da última vez que esteve com algué...ah pois, a Jullie. Mas são águas passadas, claramente ele viu em ti uma espécie de reencarn...

- Nós não estamos juntos Candy.

Essa notícia, por alguma razão, pareceu despertar-lhe uma certa admiração.

- Oh não. Que se passou? Pelo que o Liam me disse pareciam tão apaixonados...

Olhei-a com alguma agressividade, esperando que ela depreendesse o quão desagradável está a ser. Eu nem a conheço, porque haveria de lhe contar a minha vida? E mais, porque o fez o Liam?

- Candy, eu não quero falar disso.

- Oh, claro, desculpa, eu percebo.

Suspirei pesadamente e olhei para o prato sem vontade alguma de lhe tocar.

- Vou fumar, queres vir comigo até lá fora?  Convidou ela, tentando redimir-se do abuso anterior.

Ponderei as minhas possibilidades: esperar pelo Liam e ouvir as lamúrias da Lea ou fumar um cigarro com a madame intrometida. Bom, talvez ela esteja só a ser simpática...

- Sim. - Aceitei, mais por obrigação do que por boa vontade. - Ey, se o Liam aparecer podes avisá-lo que eu estou com a amiga dele, a Candy? - Pedi ao rapaz dos óculos vermelhos, que logo acenou em concordância.

- Obrigado.

Segui a Candy pelo meio das mesas repletas de gente - muita dela já pouco sóbria - a conversar sobre coisas inúteis, até alcançarmos a saída.

- Só tenho de ir buscar o maço ao carro. - Informou ela, caminhando em direção à parte de trás do recinto. Eu segui-a em silêncio, enterrando os tacões na relva molhada, deixando a parte alegre e iluminada da festa para trás e chegando a uma espécie de descampado escuro e solitário.

- Deixaste o carro aqui? Não tens medo que to roubem ou assim? - Perguntei, sentindo um certo desconforto. Apertei a écharpe contra o peito, protegendo-me do frio, embora saiba que os arrepios são provocados pelo medo que começo a sentir.

- Fica tranquila Rose, só estamos aqui nós, o que poderia acontecer? - O sorriso dela em contraste com o escuro da noite, parece agora muito menos confiável do que me parecera lá dentro e subtilmente meti a mão na mala, procurando o telemóvel. Raios, deve ter ficado no carro do Liam!

Uns faróis de uma carrinha começaram a ganhar contornos a alguns metros de nós e uma onda de pânico tomou conta de mim.

- Eu acho que vou indo, estou com frio e o Liam deve estar à minha procura, vemo-nos lá dentro. -  Virei as costas preparando-me para correr quando a carrinha que havia avistado antes  cruzou o meu caminho. Dois homens encapuçados agarraram-me pelos braços e empurraram-me violentamente para dentro do veículo, pressionando-me a boca de forma a sufocar o som dos meus gritos.

Assim que a porta bateu, senti alguém a atar uma venda ao redor dos meus olhos, e seguidamente fui picada no braço. Embora esteja consciente, o meu corpo está paralisado por uma substância qualquer e não consigo mexer um único músculo.

Os primeiros longos minutos foram passados a tentar lutar contra a minha condição de paralisia, mas assim que vi que não iria conseguir ser bem sucedida, deixei-me levar.

Quem serão eles e porque me estarão a fazer isto? E a Candy, onde entra ela no meio disto? A imagem da Tinna veio ao meu pensamento: será tudo isto fez parte de um plano dela? Será que se aproximou de nós somente para no final conseguir o que queria? Mas então porque não o fez antes, com tantas oportunidades para tal?

O tempo foi passando e talvez já devêssemos estar à andar há mais de uma hora quando paramos. O meu corpo já parece responder às indicações do meu cérebro, mas ainda assim sinto-me entorpecida e sem forças.

- Anda. - Alguém me agarrou com violência e me puxou para fora da carrinha, pegando em mim até chegarmos a um local fechado. Cheira a flores e o som de pássaros a chilrear é tão intenso que parece bloquear qualquer raciocínio…estaremos numa espécie de armazém de venda de pássaros?! Sem estar à espera, a venda foi-me arrancada dos olhos e em vez de me deparar com a Tinna, como estava a contar, dei por mim de frente para a Candy.

- Eu não tenho dinheiro e o Zayn não te vai dar um resgate por mim, eu já te disse que não estamos juntos. - Expliquei nervosamente.

Será que ele daria? Será que ele se importa comigo o suficiente para me salvar numa situação destas? E neste momento eu tomei consciência de um pormenor importante: e se eu não me salvar?

Meu deus, eu não posso morrer sem ver o Zayn uma última vez. E mais uma, e outra, e ainda outra… para o resto da minha vida. Que fui eu fazer?! Como achei que podia viver sem ele?! “Pessoas boas fazem coisas más pelos motivos certos.” Eu posso perdoar isto, eu posso viver com o facto de ele ter matado alguém por amor a outra pessoa: a filha dele. Eu tenho de sair daqui, dê por onde der, e assim que tudo isto acabar eu vou ter com o Zayn e vamos comer nachos para a Candem Town. E vamos casar, sim, vamos casar, claro que vamos casar, porque não?! E vamos ter um filho, um irmãozinho para a Emma e…

- Querida, eu não preciso do teu dinheiro para nada, muito menos do do Zayn, há muito que já lhe deitei mão.

Eu olhei-a num misto de confusão e medo, que aumentou consideravelmente quando vi que nas suas mãos balançava uma arma.

- Que queres de mim? - Perguntei com a voz a falhar.

- Tu não fazes mesmo ideia de quem eu sou, pois não? - Uma gargalhada cruel brotou dos seus lábios e um arrepio percorreu o meu corpo. - Rose, sua tonta, isto assim não tem piada... então cá vai, eu apresentei-me como Candy, de Candess.

Ela fez uma paragem e o seu sorriso aumentou lentamente:

- O meu nome é Candess, Jullie Candess. Parece-te familiar?

*

POV Zayn

- uma hora antes -

Entrei de rompante no recinto iluminado da festa e logo me cruzei com o Liam na entrada, acompanhado por uma rapariga com um sorriso tão rasgado que ameaça rebentar de felicidade a qualquer momento.

- ONDE ESTÁ A ROSE?! OS VOSSOS TELEMÓVEIS, FODA-SE?! - Gritei, em desespero, correndo até ele.

- Zayn?! Pessoal?! O que se passa?! Devem ter ficado no carro eu não sei... a Rose está na mesa! - Respondeu ele, aflito, olhando para o grupo diante dele.- Venham.

Enquanto caminhava até lá ia perdido em pensamentos: eu não quero saber o que ela vai pensar, eu vou chegar à mesa, vou beijá-la apaixonadamente e vou levá-la comigo para casa, ponto final.

Há quem diga que o amor só acontece uma vez na vida de uma pessoa, mas eu não sou dessa opinião: se acontecesse apenas uma vez então não seria assim tão especial porque nunca nos obrigaria a escolher. As coisas só se tornam especiais quando as escolhemos e amor é só uma escolha com um nome bonito. Acredito que mesmo podendo acontecer várias vezes, nunca acontece da mesma forma, isso sim, e que chegamos a uma altura em que acontece algo curioso: escolhemos aceitar o amor que temos para dar e receber como sendo a melhor forma de amar e ser amado, mesmo sabendo que existem milhares de possibilidades e algumas delas melhores do que a que escolhemos. Não há nada mais belo do que abdicar da possibilidade de algo melhor por algo que parece chegar para nós: amar é decidir que chega, é escolher não querer procurar mais, é a forma mais linda e mais perigosa de escolher ficar pelo caminho de algo em grande por algo que é só do nosso tamanho. Talvez o destino tenha preparado algo em grande para mim, e ainda assim aqui estou eu a fazer a minha escolha pela segunda vez, e pelas vezes que forem precisas, porque afinal de contas eu não quero algo melhor, eu quero-a a ela e isso chega-me.

 - Onde está a Rose?! - Perguntou o Liam, nervoso, olhando em redor da mesa.

Não, não, não, por favor não.

- Ela saiu com a tua amiga há uma hora atrás, devem estar na conversa e...

Sem me conseguir controlar, atirei-me sobre o rapaz, levantando-o pelos colarinhos:

- QUEM?! QUEM É ELA?!

- Uma... uma Candy. - Respondeu ele, amedrontado.

- Eu não... eu não conheço nenhuma Candy. - Confidenciou o Liam, levando a mão à cabeça. – Oh meu deus, Zayn, o que se está a pass…

- Zayn, não! – O barulho dos copos de cristal a partir despertou a atenção de todos para a nossa mesa, e antes que pudessem ter tempo de perceber o que se passava, saí disparado, seguido do grupo.

- Para onde? – Perguntou Niall, com a mão no meu ombro.

- NÃO SEI, EU NÃO SEI! – Gritei, desesperado, andando de um lado para o outro. - Eu preciso de salvá-la, mas eu não sei como!

- Ela gosta de drama. – A voz de Tinna surgiu num sussurro e todos olhámos para ela em simultâneo. Os olhos dela estão encovados, a sua pele quase translúcida e ela parece que vai desmaiar a qualquer momento: é a primeira vez que fala desde que saímos de casa e parece um tanto quanto alienada. – Ela gosta de drama e por isso vai escolher um sítio que te seja especial…para causar impacto, sabes?

Ela suspirou longamente e o Louis apertou-a contra os braços, impedindo-a de cair.

- Ela não está bem, devias ir para casa com ela. – Disse a Tris.

- Eu fico. – Respondeu ela mais firmemente. – Se ela está viva, eu quero vê-la. E quero salvar a Rose.

O meu coração pulou dolorosamente ao ouvir o nome dela e deixei-me escorregar contra a parede, encaixando o rosto entre os joelhos durante longos minutos.

- Para onde… para onde… lugares onde estive com a Jullie…

- Zayn, pensa.

- O descampado dos grafitis … É ISSO! – Levantei-me num ápice e corri até ao carro, mas fui travado por uma mão.

- Ei, desta vez não vais passar por isto sozinho… vamos todos. – O Borhan sorriu fracamente e todos eles acenaram em concordância, acalmando-me um pouco.

- Obrigado. – Sussurrei. – Vamos para o armazém dos grafitis.

- Espera. – A Susi olhou-me no escuro e percebi que os olhos dela estavam cheios de lágrimas. – Eu não a conheço… mas a Tinna diz que ela gosta de drama, certo? Ela quer algo em grande, algo típico de filme… Zayn, ela não iria escolher um sítio normal que te ligasse a ela, mas antes um sítio emblemático que pudesse reunir quer a tua história com ela, quer com a Rose e até talvez com a Emma…

- Suh, não temos tempo para quebra-cabeças. – Protestei, entrando no carro e tirando a chave do bolso para a encaixar na ignição. Sustive a respiração ao aperceber-me que desde há umas semanas atrás ando com um conjunto de chaves para oferecer à Rose – do carro e da casa – com um pequeno porta-chaves em forma de pássaro. E de repente a ideia atravessou-me na cabeça, não deixando qualquer dúvida.  

- Eu sei onde ela está.

[N/A: Depois de um longo tempo sem postar, cá estou eu!! Peço imensa desculpa pela demora mas a minha vida está uma loucura de trabalhos: se estiverem a pensar em mestrado em Sociologia, esqueçam, é a certidão de óbito para a vossa vida social!!! Ok, estou revoltada, vamos passar à frente xd Nem acredito que o último capítulo é já o próximo, OMGGG, VOU CHORAR TANTO (eu versão pré-nostalgia...ok, parei). Bem, espero que tenham gostado deste e um OBRIGADO DO TAMANHO DO MUNDO pelos vossos comentários MARAVILHOSOS aos quais eu vou responder já amanhã :D Mal posso esperar para deitar mãos à obra para a grande final (que ainda não escrevi, nem tenho ideias, mas tratarei disso esta semana xD) e espero do fundo do coração não vos desiludir :)

Comentem, digam as vossas opiniões e gostava MUITO de ouvir as vossas ideias para o GRANDE FINAL! :D 

p.s. Procurem a página "A culpa é dos pássaros" no Facebook e estejam atentos às novidades sobre o próximo capítulo hhihih ^_^ 

 Beijinhos. Prim*]

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