Ensina-me amar

By alinemoretho

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Sarah Rodrigues era uma bela e jovem garota criada sobre a dura disciplina de seu pai e rígida supervisão de... More

Bem-vindo@:
Epígrafe
Prólogo
Um: Desamparada
Dois: Socorro
Três: Amizade
Quatro: Uma Chance
Cinco: Humilhação
Seis: Nova Vida
Sete: Boas-Vindas
Oito: Reencontro
Nove: Ele
Dez: Quebrada
Onze: Perdão?
Doze: Verdade
Treze: Bagunça
Quatorze: Reconciliação
Quinze: Medo
Dezesseis: Adaptação
Dezessete: Covarde
Dezoito: Sentimentos
Dezenove: Ciúmes
Vinte: Viagem
Vinte e Um: Pai
Vinte e Dois: Fé
Vinte e Três: Família
Vinte e Quatro: Sufoco
Vinte e Cinco: Retorno
Vinte e Seis: Confusão
Vinte e Sete: Temores
Vinte e Oito: Tormento
Vinte e Nove: Fuga
Trinta: Confissões
Trinta e Um: O Retorno
Trinta e Dois: Correção
Trinta e Três: Fazer o certo?
Trinta e Quatro: Temor
Trinta e Seis: Sujeição
Trinta e Sete: Aniversário
Trinta e Oito: Casar?
Trinta e Nove: Mãe
Quarenta: Padrinho
Quarenta e Um: Casamento
EPÍLOGO:
Agradecimentos

Trinta e Cinco: Voltar?

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By alinemoretho

— Então, Jonas se casou com Daniela e os dois terão um bebê e você está noiva do meu irmão há três meses? — questionei perplexa enquanto ajudava a levar os pratos para a mesa de jantar. — Não acha que deveria ter mencionado isso quando cheguei a cidade e fui procurá-la, Gabi?

Eu ainda não havia conseguido absorver todas aquelas mudanças que aconteceram em minha ausência. Não julguei meus irmãos por terem dado continuidade a suas vidas, mas senti meu coração doer ao não estar por perto quando momentos tão singulares e especiais aconteceram.

Como pude perder o casamento de Jonas com a adorável e simpática Dani, que o tempo todo se mostrou verdadeiramente alegre por me conhecer? Ou mesmo o momento em que o jovem casal anunciou a bênção da chegada de mais um bebê à nossa família? E ainda não estar por perto quando Davi pediu a mão de minha melhor amiga em casamento?

Saber daquelas boas-novas me alegravam e ao mesmo tempo me davam a impressão de que eu não pertencia mais à família. E não podia culpa-los por tudo aquilo. Oh, não! Não podia. Afinal, a escolha de abandoná-los para viver reclusa em minha bolha de auto-comiseração, foi unicamente minha.

"Eis que faço novas todas as coisas" eu me lembrei daquele versículo tão poderoso e tive paz. Se o Senhor prometeu fazer nova todas as coisas para os seus filhos, então Ele faria. Se estava me dando uma chance de reatar os laços rompidos e restaurar a confiança quebrada, então eu deveria descansar Nele, mesmo que doesse.

— A família está cada vez maior e eu gostaria de ter sido informada — comentei, buscando me animar.

Ela veio logo atrás de mim, colocou a panela de feijão na superfície de madeira e me encarou.

— Sim, eu deveria ter te contado. Mas sabe, quando voltou, apesar de toda a mudança no caráter, você se recusou a buscar ajuda do seu pai e isso me fez crer que ainda mantinha a opinião de não querer contato algum com seus familiares — explicou em um tom melancólico e, mais uma vez, compreendi as motivações dela. — Ainda assim, o erro foi meu e peço perdão...

Gabi suspirou com pesar e pareceu meio triste, por isso resolvi consolá-la com um abraço.

— Está tudo bem, amiga. Fico muito feliz por ser sua cunhada. Embora, eu não entenda o que você e Daniela viram de tão especial em meus irmãos chatos — brinquei, fazendo-a rir. — Estou falando sério.

Gabi uniu as mãos em frente ao corpo e os olhinhos brilharam.

— Ora, não se faça de desentendida, você sempre soube do meu interesse pelo Davi e o caso de Jonas não deveria te surpreender tanto, afinal ele nutria sentimentos por Daniela desde aquele acampamento do ano retrasado onde a viu cantando aquela música horrível no Show de Talentos, você estava presente também. Lembra?

— Oh, Gabi! Você não poderia simplesmente esquecer esse detalhe terrível do meu passado? — perguntou a loira ao entrar na cozinha alisando sua barriga. — Todos na igreja sabem como sou desafinada.

— Pobre, Dani — lamentei, tentando conter o riso. — Eu sempre acreditei que Jonas fosse meio surdo, mas agora tive certeza.

Dani colocou as mãos na cintura e abriu a boca, fingindo uma falsa indignação.

— Dona Sarah, sempre engraçadinha. — Ela me abraçou lateralmente e sorriu. — Tem sorte que agora somos da mesma família e te dou o direito de zombar de mim. Mesmo assim peço que me olhe como uma grávida cheia de hormônios malucos. 

— Oh! Agradeça por ter meu irmão ao seu lado, quando eu estava grávida da Maria Isabel eu chorava sozinha o tempo todo e... — Fiz uma pausa e me repreendi por agir como coitada ao ver as duas me encarando com certa pena. — Desculpem, eu não quis entrar nesse assunto e...

— Fique tranquila, Sarah. — Sorriu Gabi tentando me passar tranquilidade. — Você tem total liberdade de falar o que quiser para a sua família.

A emoção foi ganhando espaço em meu peito e nos meus olhos.

— E toda sua experiência maternal é bem-vinda para uma inexperiente mãe de um menininho agitado. — Dani beijou minha cabeça. — Podemos falar mais após o jantar. Aliás, porque não vai chamar os meninos? Eles estão se divertindo, tentando fazer a bebezinha gostar deles

Concordei e ainda com a mente trabalhando para processar todas aqueles acontecimentos, segui até a sala onde papai, meus irmãos e Victor conversavam tranquilamente sentado no sofá de estofado bege, todos assistindo a um programa infantil.

— Ah, então é assim que vocês conseguiram fazê-la parar de chorar? — questionei e sorri ao ver a bebê sentada no colo de Davi, mordendo sua própria mão e prestando atenção ao colorido desenho na tela a sua frente.

— Bebês são instáveis. Muito instáveis — Jonas comentou um pouco perplexo.

— E logo você experimentará na pele, meu filho. — Papai tentou chamar a atenção de Mabel balançando um brinquedinho na frente dela e se derreteu todo quando a viu esboçar um sorrisinho. — Logo está casa será pequena para os meus netos, se Deus quiser.

— Deus abençoe para que Mabel tenha muitos primos para brincar com ela por aí — Victor comentou e me alegrou ver seu esforço para manter a comunhão com minha família.

— Mas me diga uma coisa doutor, você tem certeza que essa bebê é sua filha? — Jonas interrogou e eu senti meu coração errar um compasso.

Que tipo de questão era aquela, pelo amor de Deus?

— Sim, absoluta! — Vic riu e respondeu sem se alterar e eu estranhei.

— Ah, não, não é possível — Jonas bateu nas costas de Vic e em seguida acariciou a cabeça de Mabel. — Ela é bonita demais para ser sua filha, meu irmão.

Uma onda de alívio percorreu meu corpo ao perceber que era tudo brincadeira.

— Quanto a isso não há discussão, os genes da beleza vieram da nossa parte. — Davi piscou com charme. — E ela é bem espertinha, deve ter puxado isso do tio. Não é, princesinha?

— Ou do avô — papai entrou na brincadeira.

— Ou do pai! — Vic também contribuiu.

— Ou da sua mãe faminta que não aguenta mais esperar pelos bonitos se levantarem para irmos jantar — interferi, pegando Maria no colo e ri quando eles me fizeram uma careta. — Vamos comer, a mesa já está posta.

Seguindo minhas ordens, os rapazes foram levantando e caminhando para a cozinha ao mesmo tempo que discutiam quem era o grande fornecedor de bons genes para a minha filha. Victor foi o último a se erguer do sofá e antes de acompanhar aos outros rapazes parou diante de mim.

— Você está se saindo muito bem — ele elogiou e eu senti o rosto esquentando.

— Obrigada por estar aqui comigo, sei que não deve estar sendo fácil pra você também. — Sorri um pouco afoita demais, ele retribuiu o gesto e me convidou com um gesto para nos juntamos ao restante do grupo.

— Antes de nos deliciarmos com as provisões que o Senhor nos dá, eu gostaria de dizer algumas coisas — Papai começou e seus olhos encontraram os meus. — Sou grato ao Senhor por este momento único e... — Ele fez uma pausa e não conseguiu resistir à emoção. — Eu... Eu, simplesmente, não tenho palavras para dizer o quanto louvo ao Deus da minha Salvação por ter trago minha menina de volta... — As lágrimas vieram para mim também e eu após deixar a bebê com o Vic, fui até meu herói e o abracei mais uma vez. — Ah, meu Jesus, meu Santo Jesus! Como Tu és exaltado! Esse momento de alegria não é somente para celebrar o retorno de Sarah, mas também para glorificar o Seu nome poderoso, pois não há impossíveis para ti, meu Pai! Não há!

A oração de gratidão foi feita e depois de tanto berreiro, nós tomamos lugares e nos deliciamos da graça do Senhor, revelada não somente através da provisão, como também na comunhão que estava sendo restaurada.

Enquanto comia, fiquei em silêncio, refletindo e observando tudo. A esfera tão boa, o clima de amor e as conversas contribuíram para que eu desejasse não querer sair daquela casa nunca mais. Contudo, uma voz em minha cabeça gritava que eu não era digna de voltar ou estar entre eles, me fazendo questionar até mesmo a veracidade do perdão oferecido a mim por todos depois dos meus atos escandalosos.

Meu coração estava angustiado e pesado. Eu precisava orar. Minha alma clamava por estar aos pés do Senhor, almejando sua direção naquele momento em que a dor terrível me abatia profundamente.

— O que há, Sarah? Por que ainda está chorando? — Victor sussurrou, chamando minha atenção para si. Eu nem mesmo havia tocado na comida em meu prato quando todos os outros, até Mabel, já estavam finalizando suas refeições.

— E-eu...  — Levantei-me chamando, sem querer, a atenção da minha família que até então conversavam distraídos. — Com licença.

No meio do caminho em direção a área externa da casa, eu fui acometida, mais uma vez, pelo choro compulsivo. Não foi minha intenção causar uma cena e ceder aos meus sebtimentos conturbados, mas foi impossível. Eu não planejava fugir outra vez, mas precisava de um tempo para pensar urgentemente.

Cheguei ao lado de fora, me sentei no promeiro degrau e escondi o rosto.

— Eu não sou digna de tanto amor, meu Deus — orei baixinho sentindo a voz e o corpo fraquejarem.. — Como o Senhor pode agraciar uma pecadora como eu com uma família dessas? Por que eles me receberam de volta? Por que me perdoaram depois que os feri tanto... Eu não entendo... Não mereço...

Fiquei ali durante algum tempo orando, meditando e me derramando aos pés do Senhor. Só de expor minhas dores, o fardo foi tornando-se mais leve.

— Se graça fosse questão de merecimento não seria graça, meu amor. Se apenas os perfeitos fossem dignos de perdão, perdoar não seria necessário. — Senti os braços quentes de papai me acolherem. — Você precisa lançar sua culpa sobre os pés de Cristo, filha. Precisa entender que os seus pecados foram perdoados e se o Santo não a condena, nós também não.

Eu olhei nos olhos daquele homem bondoso e não duvidei de suas palavras de amor.

— Oh, meu pai...

Antes de me dar a oportunidade de expressar mais uma vez meu profundo arrependimento, ele levantou-se e ofereceu sua mão.

— Venha comigo, Sarah.

Hesitei por alguns instantes, mas acabei aceitando depois dele garantir que não havia porquê eu me preocupar. Sem medo, nós fomos de mãos dadas de volta ao interior da casa e seguimos até um corredor que eu conhecia bem. Paramos diante da porta do meu antigo quarto e eu ri um pouco ao notar os adesivos colocados e mantidos intactos desde minha saída e não só isso. Quando meu pai abriu a porta e me deu passagem, eu levei um grande susto com o que estava diante de mim.

— Tudo foi conservado no mesmo estado em que você deixou quando saiu. Nós esperávamos o seu retorno — informou e eu comprovei suas palavras ao ver aquele quarto cor de rosa, com inúmeros quadros, pôsteres  na parede, o tapete em forma de uma margarida e até na cama os travesseiros estavam dispostos do jeito que costumava deixá-los. Senti a mão quente do meu progenitor tocar meus ombros. — Volte para casa, Sarah. Volte para nós. 

Aquilo me serviu de sinal.

Então eu assenti e aos prantos abracei papai, decidida que não passaria nem mais um dia sequer longe de sua proteção.

NOTA:

Estou vencendo meu bloqueio ❤🤝🏻
Vamos acabar esse livro logo! ❤

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