Poesia & Outras Poesias

By AdrielAlves

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"Poesia é o que você quiser". O livro "Poesia e Outras Poesias" reúne poesias de diversos gêneros, fáceis e d... More

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Doera
Tempestade
Preconceito
Asteróide
Nada
Fim

Aperreio

557 21 9
By AdrielAlves

O personagem desta poesia

É Tomás

Um arrumado rapaz

Que se desengonçou certo dia.

Nas suas constantes idas ao centro da cidade

Tomás negociava itens de grande variedade

Era representante

E para isto se fazia elegante.

"Bom dia, senhorita!"

Cumprimentou a cliente

O nome dela era Dona Rita.

Dona Rita era rica

Mas não sabia se vestir

Ela até que era bonita

Mas enfeiava a si

Com toneladas de maquiagem

Que dariam para abastecer uma carruagem

Chega o pó caía

Quando ela sorria

E o vestido bufante

A deixava em formato de tanque.

"Bom dia, meu amor!"

Rita respondia

Resplandecendo em alegria

Ela era afim do vendedor

Pena que era casada

Com um velho empreendedor

Dono de uma empreiteira de estradas.

"Trouxe coisa boa!"

Disse o representante

"Que bom, estava aqui à toa

Volto num instante"

Retrucou a bonita coroa.

Quando voltou

Tomás se arrepiou

Parecia o Gasparzinho

De tanto pó que passou

O batom vermelho

O lábio borrou

Certamente no espelho não se olhou.

"Meu querido, me mostre"

Quase uma súplica sexual

Tomás abriu a mala com cheiro de jornal

E tirou um maço de papel

Uma caneta e um manual

Rita o fitava, girando no dedo o anel.

"Este móvel é lindo", ele apontava

Rita nem atenção prestava

Completava: "É mesmo!"

Afirmava a esmo.

Então, sem saber o que comprava

A mulher comprou

E Tomás a venda encerrou.

Rita ofereceu um almoço

Educadamente o homem aceitou

Era arroz, feijão, legumes, bisteca e purê

Agradeceu, e ela disse: "Não há de quê!"

Despediu-se dela quando a refeição terminou

E um beijo no rosto e no ombro levou

A mulher com força o apertava

E quase um pum ele soltava.

Saiu de lá aliviado

Odiava ser mimado

Mas fazia tudo pela profissão

Que adorava, até então.

No meio do caminho

Uma dor de barriga veio

No coitadinho

Dando logo um aperreio.

As tripas se retorciam

As pernas se espremiam

Fechando a porta de evacuação

Que situação!

No meio da rua

Sentiu vergonha de ir ao banheiro

Achou que aguentaria o percurso inteiro

Os gases já saíam quentes pelo traseiro.

Entrou no carro

A bunda sentou

Um peido soltou

A barriga doeu

Ele quase morreu

Com o fedor que sucedeu

Abriu as janelas do veículo

Não aguentaria muito naquele cubículo.

Acelerou o automóvel

Achou que merecia o Prêmio Nobel

Por dirigir com aquela peidaria

Como desejava sua privada, como queria!

Pensou que já estava na hora

De inventarem um banco sanitário

No caso desse acontecimento involuntário

"Vamos carrinho, bora! Bora!"

A tortura era quando ficava vermelho o sinal

A dor era cruel no canal retal

O vendedor passava muito mal

E urrava como um animal

Buzinando para os que estavam bem

E não precisavam segurar o marrom trem

Nem dar a luz à um castanho neném.

Chegou em casa num alívio

Relaxou

Saiu do carro com um suspiro

Cagou...

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