Vida

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A vida é assim

Não atende às nossas expectativas.

Caminhamos como almas perdidas

Humanidade cega

Que não enxerga

Nem o maior dos problemas

Quem dirá os próprios dilemas.

O filme da vida passa ao nosso lado

Como um vento forte num lufado

A voz do povo no mercado

O sujeito e o predicado

O sucedido e o acabado

O presente e o passado

E o agora retornado

Dormindo acordado.

Apreciamos tudo o que agrada nossos olhos

Ignoramos tudo o que nos desagrada

A fome, a sede e a desgraça

A vida é assim

Uns choram e outros acham graça.

Quem dera se fôssemos livre como as nuvens no céu

Quem dera se não fôssemos de nós e dos outros réus

Ou se déssemos mais do que recebemos

Ou se tivéssemos mais do que queremos.

Tem dia de sol e dias de chuva

Tem dia que um sorriso cai como uma luva

E tem outros que ele escorrega pelas mãos

Tem dia de sim e dias de nãos.

Tem gente que tem sorte

De amar até a morte

Tem gente que tem o azar

Do coração pifar.

Trabalhamos demais

Sem saber o porquê

Alguns dizem que é o sustento para viver

Uns dizem que é forma de lazer

Uns não tem nada a perder

E outros nada para fazer

E assim trabalham até morrer.

É assim mesmo, o dia começa

E já vai terminando

Quando vemos já é o fim da peça

Do espetáculo da vida, definhando...

Aliás, muitas pessoas já estão mortas

Mesmo estando vivas

Quiçá por medo

Quem sabe por falta de desejo

Por nada talvez...

Então

No fim do dia

Cansados 

Tomamos um trem 

Ou um café expresso

Sentados

Lemos os olhos de alguém

Ou um jornal impresso.

Poesia & Outras PoesiasWhere stories live. Discover now