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By rafletee

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ROMANCE GAY Você iria contra tudo o que acredita para viver um grande amor? More

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By rafletee

TRAVIS

Ser o aluno com maiores notas na sala levou certo tempo, e hoje para eu tirar um A e um A+ é apenas segundos. Só existe uma concorrente para empatar comigo, seu nome é Christina Loppler, e ela é inteligente, mas não passa de um A.

Quem sou eu? Risos. Futuro empresário de renome. Me chamo Travis Lewis, tenho 16 anos e moro em uma cidade litorânea na Costa Leste dos Estados Unidos, chamada Anchorwood, a principal economia dessa cidade não podia ser nada mais nada menos que a pesca e o turismo, apesar de ter outras praias pelo país mais bonitas que a Pearly Beach.

Meu pai é subdiretor de uma parte da Hammond Seafood, e minha mãe trabalha em casa, ela é freelancer. Meu pai se chama Gregory, e minha mãe, Margareth. Não sou filho único. Tenho um irmão mais velho, seu nome é Aydan, ele saiu de Anchorwood há dois anos e está fazendo medicina em alguma faculdade de Utah, não era bem o endereço que meus pais queriam para ele. Mas Aydan acompanhou a namorada, Delphine Whites, uma menina simpática até.

Agora, nesse exato momento estamos tendo a maravilhosa aula de Química II, não falei maravilhosa por ironia. Química é minha matéria favorita. (Tirei A++ no bimestre anterior, só para anotar). O Sr. Barrow está nos apresentando o que é solução e o que é soluto, desculpa Sr. Barrow, mas eu aprendi isso sozinho em casa na sétima série.

Meus olhos estão ardendo. Me viro para revirar minha mochila atrás do meu óculos. Enquanto remexo dentro dela olho para o fundo da classe. Não é novidade encontrar os Red Tritons mexendo em seus celulares e não dando nem um por cento de atenção a explicação do Sr. Barrow.

Quem são os Red Tritons? Bem, eles são compostos de mais de trinta alunos da escola. Mas os mais importantes são quatro, três deles são os seguidores líderes, e claro existe o zangão.

Temos Jamie Homewick, ele é filho do vereador da cidade, Hiram Homewick, e só por ter o pai nessa importância, Jamie se acha importante dentro da Anchorwood High. Jamie é um típico jock das escolas. Cabelos castanhos escuros, olhos pequenos, boca angulosa, um saco de músculos ambulante. Não sei por que sempre tem umas meninas atrás dele. Ouvi dizer que ele faz uma menina ter um orgasmo mais de uma vez na mesma noite. Para mim isso é apenas boato. Já fiz dupla com ele em Biologia I, e ele não sabia nem o que é Reino Plantae.

Temos Colton Richards, ele é filho do vice—prefeito, William M. Richards. Ele é ruivo, tem sardinhas e os olhos são de um verde intenso. Ele tem o mesmo sucesso que Jamie, só não sei se ele faz as meninas terem orgasmos mais de uma vez na mesma noite. Ele tem notas melhores que Jamie.

Temos Denver Wilkins, ele é filho da gerente do banco, Charlotte Wilkins. Denver é negro, têm os cabelos curtos, o maxilar quadrado e uma lábia que não sai de uma festa sem beijar no mínimo cinco garotas (ele já ouviu falar de herpes e clamídia?).

E existe o zangão, a quem todos seguem e a quem todos têm medo. Ele se chama Noah Hammond, filho e um dos herdeiros do dono da Hammond Seafood, Harrison Hammond II. Ele é um verdadeiro clichê ambulante de colegial, cabelo louro escuro, olhos azuis gelo, alto, bom de lábia, nunca está sozinho, no momento dizem que ele está namorando Gwen Levens, Líder de Torcida, uma Red Siren. Diferente dos amigos que tiram notas altas, Noah se escora nas pessoas, não move um lápis e nenhuma borracha. Mas sei que ele está em dependência em uma matéria, Matemática II, a minha matéria favorita, e a que eu estou passando por uma leve crise.

Encontro meus óculos, mas antes de me virar para frente noto o Zangão me olhando, o rosto sem expressão. Me viro e olho para frente, colocando meus óculos de descanso.

— Vamos ao Milly’s depois? — me viro para ver Nora Parker, minha melhor amiga.

— Claro. — respondi. — Mas dessa vez é a sua vez de pagar.

Ela revirou os olhos.

— Tudo bem. — respondeu ela olhando para frente. — Eu pago.

Nora é uma menina clichê também, diz não ser popular nem nerd, mas faça mil favores, ela conversa com todo mundo, tem moral com todo mundo e nem sei por que ela anda o tempo todo comigo. Opa esqueci, é que eu sou maravilhoso. Na realidade a gente se conhece desde o jardim de infância.

Amigos há muitos anos. Nora tem o cabelo no ombro, loiro pintado, tem sardinhas e nunca anda sem batom, e tá ficando com um Red Triton, mas não do grupo principal, um tal de Oliver Pickens. Ele é bacana, sempre paga meu lanche no Milly’s.

Olho para o relógio acima do quadro, dois minutos para a aula de Química acabar, e a gente ter cinco minutos para encontrar a próxima sala. No meu caso a incrível Matemática II, já Nora, tem Biologia I.

Um minuto.

Mordo a ponta do meu lápis.

E a aula acaba.

Vem a vontade de urinar.

NOAH

Assim que aquela aula chata acabou não vi à hora de sair daquele cubículo fechado.

— Noah? — me virei ao ouvir meu nome, Jamie me olhava.

— Fala. — disse juntando meu material, que era apenas meu fichário, um lápis e uma caneta, a borracha eu pegava do coleguinha.

— Não vai dar para mim ir com você e os caras no Milly’s. — disse ele.

— Ora, porque não? — perguntei.

— Minha família vai passar o final de semana em Whiteville, junto com uns parentes que eu nunca vi na vida. — respondeu ele. — E Whiteville tá a quinhentos quilômetros daqui. Vamos sair depois da aula.

— Sem problemas. — respondi caminhando pelas carteiras que estavam sendo substituídas por outros alunos. — Ouvi dizer que Nessa Jones iria estar lá, e você sabe que ela tem uns peitões e está amarradona em você.

— Puta merda. — disse Jamie.

— Relaxa cara. — disse Colton. — Vocês ainda vão se pegar. Eu sinto a tensão sexual entre vocês.

Eles riram, eu já estava na porta da sala. A próxima aula era mais uma para eu dormir. Matemática II. Os meninos iam para outras matérias. Odeio esse horário quebrado.

Vou até o meu armário, 338. Coloco minha senha. Data de aniversário. 0202. O armário abre, jogo o fichário de Química lá dentro e pego o de Matemática. Assim que fecho a porta do armário do outro lado está Gwen Levens.

— Oi gata. — disse.

Ela se curvou e selamos nossos lábios.

— Oi. — disse ela. — Tenho química agora.

— Acabei de sair de lá. — disse.

Ela sorriu.

— O conteúdo está para dormir? — perguntou ela mordendo o lábio inferior.

— Nem prestei atenção. — respondi.

— Vai me dá um beijo e tenho que ir para essa porra de aula chata. — disse ele se curvando para frente e nos beijamos. — Até depois, lembrando que você é a minha carona para o Milly’s.

— Beleza. — disse e ela sumiu dentro da sala de Química.

TRAVIS

Sempre na troca de aula tento ser o primeiro a chegar na próxima sala, mas hoje a minha bexiga estava estourando. Não posso fazer isso direto, assim que saio do banheiro olho para a tela do meu celular, já se passaram dois minutos depois do prazo de cinco minutos. Ai caramba.

Ainda tenho que ir ao meu armário. Corro, é o 308. No chão, odeio isso, porque tenho que me abaixar toda vez. A senha é a data de aniversário de casamento dos meus pais. 1504. Jogo o caderno de química lá dentro e pego o caderno de matemática. Fecho a porta na pressa e corro para a sala, que fica no fim do corredor.

A porta já está fechada, o Sr. Montgomery já deve estar lá dentro. Paro na frente dela. Respiro fundo e bato na porta.

— Entre. — escuto a voz abafada do professor. Boto minha cabeça para dentro. — Sr. Lewis? — pergunta espantado, porque eu nunca sou de atrasar na aula dele.

— Desculpe. — disse. — Tive um imprevisto.

— Entre. — disse ele, é muito bom ter moral com o professor, mesmo ele sendo septuagenário.

Mas minha felicidade acaba quando procuro o meu lugar na sala e vejo que Natalie Woods o ocupou. Sorrio e vou caminhando até lá.

— Olá. — digo.

Ela olha para mim mastigando o chiclete, cheio de açúcares que vão dar cárie nela.

— Que foi? — pergunta ela, a voz fina.

— Você está no meu lugar, Natalie. — digo.

Ela olha para a carteira e depois para a cadeira.

— Não tem seu nome escrevido nela. — diz ela.

— Primeiro não existe palavra “escrevido”, é escrito, e segundo, meu nome está bem aqui. — aponto o meu dedo para o canto inferior direito onde está escrito Travis em letras garrafais.

— É? Primeiro não me interessa. — diz ela. — E segundo. — ela pega a borracha e apaga o meu nome. — Não tem mais seu nome, agora dá licença.

Bufei. Olhei para o resto da sala. Um único lugar vago.

Não, não, não...

Mas já estou a caminho.

Quando vejo já estou no penúltimo lugar da minha fila. Em frente da porta, digo, do Zangão.

— Hoje galera. — o Sr. Montgomery começou. — Vamos começar a falar sobre Função Exponencial Quadrática.

Oba.

— Chato. — ouvi alguém dizer atrás de mim.

Ignorei, para você deve ser tudo chato, não e Noah Hammond? Só não me viro e falo isso porque ele é uma massa de músculo ambulante, e tenho que preservar meu lindo rosto.

— Mas antes de iniciar o conteúdo, vou fazer a chamada antes que eu me esqueça. — disse o Sr. Montgomery.

— Já está na hora de se aposentar. — disse Noah, em uma tonalidade que talvez apenas eu pudesse ter ouvido.

Ah não garoto... Me viro.

— Como? — pergunto.

Ele olha para mim, um meio sorriso na cara.

— Não escutou? — perguntou Noah. — Ele tá velho, tá na hora de cair fora.

— Olha aqui, espécime de energúmeno, eu quero ouvir nosso professor falar, mais com os seus comentários sobre a qualidade do nosso professor não está me deixando no foco. Entendeu? Vamos calar a boquinha? — da onde tinha vindo essa coragem? Se controla Travis.

Ele ri.

— Quem é você mesmo? — perguntou ele. — Sabe com quem está falando?

— Sei, sei, a porta. — respondi.

Ele se ajeitou na carteira, se curvou para frente, o rosto mais próximo do meu.

— É melhor você cuidar dessa língua. — diz ele. — Não estou a fim de quebrar a cara de um... De um... Maricas.

Engulo em seco.

— Bem...

— Fim de papo. — disse ele voltando à posição original.

— Não tenho medo de você. — deixei soltar.

Ele riu de novo.

— Ainda bem que estou calmo hoje. — disse ele.

— Olha...

— Noah Hammond. — disse Sr. Montgomery.

— Aqui! — disse Noah.

— Ainda vai querer entrar no papo comigo? — perguntou ele.

Bufei e virei para frente, mas ainda escutei Noah rir de novo.

NOAH

De onde veio esse menino? Corajoso ele?

Segundo a chamada seu nome é Travis Lewis. Sei que ele não é novato porque a gente tem outras aulas juntas, química e educação física, além de matemática.

Coloquei meus fones e estou escutando Sad! do XXXTENTACION enquanto o velhote continua explicando a matéria. Ele apaga o que tinha escrito no quadro e escreve. “GRUPOS PARA O TRABALHO DO BIMESTRE/ ASSUNTO: LISTA COM 300 EXERCÍCIOS”.

Puta que pariu.

Vejo o Travis olhando ao redor.

Tiro um dos fones e escuto o senhor velhote dizer:

— Antes de tudo eu vou formar os grupos. — disse ele.

Um monte de ruídos foram ouvidos. Dei de ombros.

— Vai ser por sorteio. — acrescentou ele.

TRAVIS

Droga. Sempre tenho azar em sorteio. Já foram dois grupos, e nada do meu nome, e já foi duas pessoas inteligentes, não tão inteligentes quanto eu.

— Grupo Três. — disse o Sr. Montgomery e enfiou a mão no pote onde estava o restante dos alunos. Eram grupos de cinco pessoas. — Amy Hioto. — ela é boa em exatas, Deus me coloca nesse grupo. — Travis Lewis. — Amém! — Sebastian Denner. — nem sabia que ele existia. — Johanna Montero. — ela tira B+ em matemática. Última vaga... — Noah Hammond.

NÃO. NÃO. NÃO. Até estava indo bem...

Cutucão no ombro.

Me viro para trás.

— Estamos no mesmo grupo no fim, Falastrão. — disse ele.

Fiz um esforço para sair um sorriso forçado.

— Sim. — respondi. — Que sorte. — dei ênfase na palavra “sorte” para ele saber que não era sorte alguma, ele parece ter entendido. Riu e voltou a se sentar direito na cadeira e colocou o fone.

Olho para frente. Nem sei mais como vai andar minha nota nessa matéria. Socorro.

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