Touching Paradise • Beauany

By abeaushine_

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Any era uma adolescente extrovertida e cheia de alegria até o pior acontecer. Quando perde sua mãe em um terr... More

Elenco + playlist
The lake
Beautiful smiles
Going back to our lives
First on the list
Aquarium of the Pacific
Old and new friends
Shoulder to cry
Good night, Any!
Plans for the saturday
City of Angels x Twilight
It's a crazy party
Friendly advice
No powers
Tedious but interesting
Nervous
Nostalgic day
Feelings
Enlightening conversations
She drives me crazy
Twins day
Theories
I miss you
Like the sky
Screams, hugs and tears (1/3)
Not everything is as it seems (2/3)
Bad dream (3/3)
Know better
Caution
A small wager
Dinner invitation
You're not the only one
Revelations
Ups and downs
Trying
Sofya's party
I'm not crazy
Sensations (+16)
Decisions
The truth (parte 1)
The truth (parte 2)
Did I screw it up?
Shiv being Shiv

Just friends

5.8K 582 1.3K
By abeaushine_

23.09.2019 - 16:10
Los Angeles, California

Joshua

Faz alguns minutos que as aulas terminaram na ESLA e, ao contrário do que combinamos na hora do almoço, Any ainda não me enviou mensagem alguma, então decido esperar por ela em frente ao portão da escola. Sei que a garota ficou incomodada por não ter obtido resposta ao tentar falar comigo durante o fim de semana, mas foi necessário estabelecer certa distância entre nós. Assim ela deixaria de pensar que tenho algum interesse romântico em relação a ela. Agora, preciso me reaproximar de forma sutil e fazer o possível para mostrar que seremos apenas amigos.

Mesmo mantendo-me afastado nos últimos dois dias, não deixei de ficar atento a cada um de seus passos. Houve momentos em que a garota esteve meio perdida e precisei fazer meu papel, aconselhando-a por meio da intuição a tentar se reerguer e fiquei orgulhoso ao vê-la me ouvir tão facilmente.

Definitivamente, vir para a Terra foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Estar na mesma dimensão que minha protegida potencializa minha influência sobre ela. Enquanto eu a aconselhava da outra dimensão, tinha muito mais dificuldade em ser ouvido, ainda que me esforçasse para isso. Houve um dia em que quase foi tarde demais... Foi justamente nesse dia em que tomei a decisão que me trouxe até onde estou nesse exato momento.

Olho para a entrada do prédio e vejo Any caminhar em direção ao portão, com o celular em mãos. Ela parece distraída. Quando sinto o meu vibrar no bolso da calça, noto o que ela acaba de fazer e acabo sorrindo involuntariamente. Nesse exato momento, ela me vê e muda de rumo, até ficarmos frente a frente. Então, um sorriso também brota em seus lábios e me provoca uma sensação gostosa dentro do peito.

— Pensei que iria me deixar aqui plantado como forma de vingança pelo meu sumiço. — brinco.

— Não, eu não sou vingativa. — diz, ajeitando a mochila sobre os ombros. É, eu sei que não. — Demorei porque estava tirando algumas dúvidas com o professor de biologia. Ele até sugeriu que eu ficasse mais tempo, mas pensei em você e achei melhor vir logo. — ela cruza os braços e noto que está nervosa por não saber o que esperar de mim. Vejo a oportunidade perfeita para esclarecer o necessário.

— Obrigado pela consideração. Você é uma boa amiga, Any. — dou ênfase na palavra. Seu sorriso diminui e isso me incomoda, mas por outro lado é ótimo, pois ela parece compreender onde quero chegar. — Quer tomar um sorvete na loja ali na esquina? Assim podemos conversar um pouco e posso te contar o que andei fazendo.

— Claro, vamos lá. — cruzamos o portão da escola, começando a caminhar pela calçada em seguida. — Só não posso demorar muito. Tenho lição para fazer.

— Eu também tenho. Seremos breves. — digo. Ela assente. — Então, soube que conheceu a Joalin.

— É, conheci. Parece que temos várias disciplinas em comum. Ela é bem legal.

— É sim.

— Vocês moram juntos, né?

— Sim. Nossa casa fica há umas três ruas da sua.

— E vocês são só amigos? — Any pergunta como quem não quer nada, mas sei bem o que ela pretende descobrir.

— Eu diria que somos quase como irmãos. Não só Joalin, mas Noah e Sabina também.

— Noah e Sabina são o garoto e a garota que vi na sua mesa durante o almoço?

— Isso mesmo. Somos praticamente como uma família.

— Entendi. — ela joga o cabelo de forma discreta. Por um segundo sinto vontade de brincar com seus cachos. Eles são lindos. — Como foi seu primeiro dia de aula? Gostou da escola?

— Até que não foi tão ruim. Pensei que seria pior. — dou de ombros. Atravessamos a rua e vamos logo entrando na sorveteria. — Quer se sentar e eu faço nossos pedidos?

— Tudo bem. — diz, já se encaminhando em direção a uma das mesas do local. Ela joga a mochila na cadeira ao seu lado e se acomoda perto da janela.

Vou até o vendedor, um homem de meia idade, que me cumprimenta num gesto silencioso e sorri abertamente. Ele parece simpático. Olho pela vitrine com diversos sabores de sorvete, mas não preciso pensar. Já sei exatamente o que perdir. Any escolhe o mesmo sabor desde os cinco anos, quando sua mãe permitiu que ela experimentasse a sobremesa pela primeira vez. Decido experimentar também.

— Duas casquinhas de morango com cobertura de chocolate, por favor. — peço. O homem assente.

Então meu olhar é atraído até a mesa onde a garota se encontra. A vejo escorar os cotovelos sobre a superfície, de forma que as mãos sustentem o rosto delicado entre elas. Reparo em cada um de seus traços. Any é uma garota realmente linda, do tipo que vira cabeças enquanto desfila pela rua. Além da beleza externa, seu interior consegue ser ainda mais bonito. Ela é incrível.

Não tenho a menor dúvida: O homem que conquistar seu coração, será o mais sortudo de todos.

Por alguns instantes me pego desejando ser humano de verdade. Assim, poderia flertar com ela como um cara normal. Eu seria o grande sortudo. Ainda a observando, balanço a cabeça em negativa. Que ideia mais besta! É claro que isso nunca vai acontecer. Só estou aqui para ajudá-la a ser feliz novamente e, modéstia a parte, temos feito grandes progressos em pouquíssimo tempo. Logo, eu teria que partir e voltaria a ser apenas uma força superior, uma influencia, auxiliando em suas escolhas. É para isso que eu existo.

— Aqui estão. — o homem me entrega os sorvetes. — São seis dólares, meu rapaz.

— Certo. — equilibro as duas casquinhas em uma única mão e tiro uma nota de dez dólares do bolso. — Aqui está. Pode ficar com o troco.

— Muito obrigado. — ele sorri.

Lhe dou um breve aceno antes de fazer o caminho até a mesa onde Any se encontra, me esperando pacientemente. Sento-me a sua frente e entrego uma das casquinhas a ela, que me olha surpresa.

— Como adivinhou? — seus olhos brilham em contentamento. — É meu sorvete favorito!

— Eu só presto atenção aos detalhes. Você pediu milkshake de morango quando saímos da última vez.

— Você se lembra do... — ela se interrompe, sorrindo. — Meu Deus, Josh. Estou impressionada.

— Não foi nada demais, Any. — levo a mistura cremosa a boca, e...

Caramba! Isso é uma delícia! O sabor adocicado, a sensação refrescante, o creme derretendo em minha língua. Nunca senti nada igual. Definitivamente, sorvete é o meu alimento favorito. Volto minha atenção a garota a minha frente quando sua risada adentra meus ouvidos. Ela parece estar se divertindo com algo.

— O que foi? — pergunto, sem entender.

— Desculpa, é que... — ela ri ainda mais, as bochechas ficam levemente coradas. Acabo sorrindo, sem conseguir tirar meus olhos dela. — você estava gemendo.

— Quê? Não! — uma risada me escapa e dessa vez sou eu quem deve estar corado, pois meu rosto esquenta consideravelmente. — Eu não estava...

— Estava. Você fez exatamente assim, ó... — ela aponta o sorvete e passa a língua por sua extensão.

Engulo em seco ao ver seus olhos se fecharem, e sons abafados escapando por sua garganta. Meu cérebro reage instantaneamente, enviando sinais de alerta por todo o meu corpo, gerando sensações desconhecidas. O calor, antes concentrado em meu rosto se torna ainda mais intenso e, como se não bastasse, se estende a outras partes. Sinto minha respiração pesar, então clareio a garganta na tentativa de me recompor. Any abre os olhos na mesma hora, ainda sorrindo.

— Você ficou todo vermelho. — ela diz, ainda mais divertida com a situação. — Relaxa, Josh. É normal. Também faço esse som quando como algo muito saboroso. Acho que todo mundo faz isso, aliás. Não precisa ficar constrangido.

— Eu... Eu não fiquei. — me ajeito na cadeira.

— Sei... — ironiza. — E então, você vai me contar o que andou fazendo no fim de semana?

Veja bem, Any, a verdade é que entrei em pânico quando pensei que você estivesse começando a ter interesses românticos por mim e decidi te dar um gelo, só para que você soubesse que não haverá envolvimento algum além de amizade entre nós.

Enquanto te ignorava, me reuni com os meus amigos anjos e com o meu superior para comunicar meus "ataques de humanidade", vulgo uso de palavras feias. Recebi uma advertência por comportamento inadequado e agora preciso me policiar, porque meu lado humano não pode falar mais alto que a minha essência. Ou seja, nada de dizer palavras feias novamente, ou posso sofrer punições mais severas.

Segundo a Joalin, foi burrice da minha parte ter solicitado uma reunião. Ela acha que não preciso reportar tudo o que faço, já que Gabriel tem coisas mais importantes a fazer do que nos monitorar o tempo todo. Em contrapartida, Noah acha que agi corretamente e que não devo me deixar levar pelo que Joalin diz. Afinal de contas, ela está prestes a ser expulsa do Céu. Não é o melhor exemplo de anjo a ser seguido.

— Eu estava em busca dos documentos necessários para a matrícula na ESLA. — digo por fim. — Poderia fazer isso hoje e começar amanhã, como eu havia comentado, mas achei melhor agilizar tudo o quanto antes.

— Fez bem. Não é bom começar o ano letivo com faltas.

— Sim, eu sei. E você? O que andou fazendo?

— Nada demais. Só fiquei em casa, vi alguns filmes, fiz cookies, brinquei com a Gaya...

— Você sabe fazer cookies? — finjo surpresa. Ela assente. — Tá aí uma coisa que eu preciso experimentar. — falo com sinceridade. Sempre me perguntei como seriam as coisas que ela cozinha. Agora que tenho a oportunidade, não posso desperdiçar.

— Pode deixar que eu te convido na próxima vez que fizer. — ela sorri.

— Legal. Mal posso esperar.

Por causa da lição de casa, Any e eu não demoramos a deixar a sorveteria. Conversamos mais um pouco durante o caminho de volta e a deixo em casa, como nas outras vezes em que nos vimos. Quando ela acena para mim e fecha a porta atrás de si, respiro aliviado. Ótimo! Tudo está em ordem outra vez.

Encontro Sabina, Joalin e Noah no sofá da sala ao entrar em casa. Jogo a mochila num canto qualquer e me junto a eles, que estão concentrados em algo na TV. Depois de algum tempo, vejo que se trata de um desenho animado, onde um cachorro falante ajuda um grupo de quatro adolescentes a desvendar mistérios. Interessante.

— Estou com fome. — Noah resmunga depois de um tempo. — Quem vai fazer o jantar?

— Eu fiz ontem. Nem olha para mim. — Sabina responde sem tirar os olhos da tela.

— E eu fiz o almoço. — ele retruca. — Joalin, Josh, é a vez de vocês.

— Eu não vou fazer o jantar. Quero terminar o desenho. — a loira cruza os braços, irritada.

— Eu faço! — reviro os olhos e me coloco de pé. — Mas alguém precisa me ajudar.

— Sério, Joshua? — a morena me encara. — Você conseguiu convencer nosso superior a nos deixar vir para a Terra, mas precisa de ajuda com o jantar?

— E daí? No momento, eu sou apenas um cara faminto. — dou de ombros.

— Mereço! — ela bufa, mas também se levanta. — Vocês tem sorte que sou um ser de luz, se não mandava vocês pro quinto dos...

— Sabina! — nós três a repreendemos. Não queremos mais advertências.

— Eu sei, eu sei... Desculpem! — ela respira fundo. — Não é porque estamos humanos que devemos nos comportar como eles, mas é complicado. As tentações estão por toda parte.

— Nem me fale! — Joalin suspira. —  Vi uma garota sofrendo bullying hoje na escola e senti uma coisa horrível, como se apenas torcer o pescoço da agressora fosse me trazer paz. De repente eu até compreendo alguns dos pecados que eles cometem.

— Controlar os sentimentos e emoções é muito mais difícil do que pensávamos. — Noah diz. — Só Deus sabe o quanto pedi perdão pelos pensamentos impuros que tive ao ver certas garotas pelos corredores da ESLA. E garotos também... — ele engole em seco. O encaro sem saber o que dizer.

— Bem, não tem acontecido nada de muito humano comigo. — digo com convicção. — Além das palavras feias, quero dizer. E até isso tenho conseguido controlar.

— Mas é claro, Josh, você é o anjinho perfeito. Nunca comete erros. E quando comete, é falando palavrão. — a loira estreita os olhos em minha direção. — Já eu, não posso nem sonhar em cometer infrações. Só vão piorar minha imagem e acelerar minha queda do Céu.

— Você não vai cair, Joalin! — asseguro.

— Todos sabemos que é o que vai acontecer se eu me desviar e acabar falhando dessa vez.

— Pare de ser pessimista. Não vai acontecer! — Noah passa um braço sobre seus ombros. — Shivani é uma boa garota. Você cumprirá sua missão. Saby e eu teremos muito mais dificuldades. Krystian e Bailey são os piores.

— E por falar em Bailey, — Saby me olha. — ele está de olho na Any e isso pode gerar uma grande confusão. Você deveria ficar atento, Josh.

— Por que isso seria um problema? — questiono. — Any é uma boa garota. Seria uma ótima influencia para ele.

— Seria se a irmã dela não morresse de amores por ele. — Joalin avisa. — A Shiv é cabeça fraca pra essas coisas. É bem capaz de brigar com a Any por algo que ela nem tem culpa. E você, melhor do que ninguém, deve saber o impacto que uma briga séria com a irmã causaria na vida da Any. — pondero por alguns segundos. Ela tem toda razão.

— O que acham que eu devo fazer?

— Mantenha a Any longe do Bailey. — Sabina diz. — Joalin e eu daremos um jeito de fazer com que ele e a Shivani se aproximem. Acho que ao se apaixonar por alguém que o corresponde, meu protegido cairá em si e voltará a trilhar por um bom caminho. O amor muda as pessoas. E além disso, os dois seriam um casal menos desastroso.

— E se esse plano der errado? — Noah pergunta. — Vocês não pensaram na possibilidade dele arrastar a Shivani para o mau caminho? Por enquanto, apenas ela está apaixonada, e provavelmente fará de tudo para agradar o Bailey.

— Quanto a isso, podem ficar despreocupados. Shiv e eu somos amigas agora. Eu a aconselharei e não permitirei que ela se deixe influenciar negativamente por esse garoto. — a loira sorri e me observa. — Josh vai cuidar para que Any faça o mesmo, certo?

— Certo, Joalin. Conte comigo. — sorrio.

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