Cowboy Possessivo- #1 Série...

By KyaraMesquita

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* PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS * Capa de @CFMonteiro Liam Bertuzzo Ainda não sei como eu tive coragem de... More

Capítulo 1 ✓
Capítulo 3 ✓
capítulo 4 ✓
CAPITULO 5✓
Capítulo 6 ✓
Capítulo 7 ✓

Capítulo 2 ✓

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By KyaraMesquita

Relembrando que os capítulos estão sem Revisão, contém erros
Por isso, peço que relevem. Obrigada!

Victória Oliveira

10 anos depois

Estou na cachoeira onde Liam e eu nos encontramos pela primeira vez quando cheguei aqui para morar com a minha avó Carla, a cachoeira é meu lugar favorito na fazenda. Era um dia triste, tinha acabado de perder os meus pais e sair andando sem rumo pelas propriedades, até que cheguei aqui. Então esse lugar se tornou desde então o meu cantinho

Faz algumas semanas que Liam e eu estamos vindo aqui para namorar (apesar de não achar necessário), me sinto bem ao seu lado. Desde que minha avó morreu, Liam é o único que consegue me fazer rir. Ele está sempre ao meu lado e mesmo que a saudade da minha avó esteja grande, Liam está me ajudando a superar a sua morte.

Ontem me declarei para ele, depois de tantos dias criando coragem finalmente conseguir dizer o que eu sinto, no começo ficou surpreso e quando vi que ele não falava nada, comecei a ter medo que me rejeitasse, mas depois consegui ver em seus olhos que tinha ficado feliz.

Mas notei medo também.

Sua postura tensa, me mostrava isso. Notei que ele tentou me dizer alguma coisa, só que desistiu, por algum motivo que eu desconheço ele desistiu de me falar, sabe-se lá o que ele queria me dizer. Até tentei saber o que era, mas ele disse que não era nada importante, que eu não me preocupasse.

Depois desse episódio, Liam me levou para casa, onde ficamos sozinhos por alguns minutos e depois de alguns beijos o clima ficou quente, muito quente por sinal. Só que acabei desistindo quando ele tentou tirar a minha blusa.

Não me sentia preparada naquele momento, só hoje, depois de passar a noite pensando, tenho certeza que agora estou preparada para me entregar a ele. De ontem para hoje tive tempo para pensar e me preparar.

Por isso estou esperando por ele, faz alguns minutos que estou aqui esperando por ele e também criando coragem para seguir com os meus planos.

Quero ser dele, totalmente. Sem reservas, por isso quero que o Liam me faça mulher. Quero que ele seja meu primeiro e único.

— Você é a mulher mais linda que já vi, ¹la mia bionda — falou ele sussurrando perto do meu ouvido, me assustando.

— Liam, me assustou. — falei dando um tapinha no seu ombro, fazendo-o rir.

— Desculpe *la mia bionda. — falou me abraçando.

— O que significa? — perguntei levando meus braços ao redor do seu pescoço o abraçando.

Estava curiosa, desde que se aproximou, Liam só me chamava assim.

— Minha loirinha. — falou levando seu rosto para meu pescoço, me deixando arrepiada com sua respiração.

Seus lábios molhados distribuem beijo por todo meu pescoço, deixando-me nervosa e excitada ao mesmo tempo.

— Liam. — sussurrei seu nome, de um jeito sôfrego.

Se antes tinha duvidas, agora não tenho nenhuma, quero o Liam, e quero agora. Me afastei um pouco dele e o encarei ciente da decisão que havia tomado.

— Quero que me faça sua. Estou pronta para ser tomada por você Liam. — falei o olhando com determinação.

— Tem certeza la mia bionda? — perguntou boquiaberto.

Acho que ficou surpreso com o que eu havia acabado de falar.

Não importava se estava cedo, sabia que era com ele que queria me tornar mulher. É ele que eu amo, é com ele que quero ter todos os tipos de experiências.

Ele é o homem certo.

Acordei espantada, mais uma vez havia sonhado com ele. Mesmo depois de tanto tempo Liam insistia em perturbar os meus sonhos. E a cada dia que passa tenho absoluta certeza que o meu tormento não terá fim, toda noite um sonho novo, com uma lembrança da mentira que vivemos anos atrás.

Apesar de ter se passado 10 anos desde a última vez que o vi, a ferida ainda não tinha cicatrizado e não tinha ideia se um dia iria conseguir perdoá-lo, não tinha mais raiva, porém ainda dói lembrar da sua traição.

Ainda me pergunto o porquê, nunca esperei nada daquilo, era uma boba apaixonada e só via aquilo que eu queria ver. Na verdade o que eu não esperava era o mau das pessoas, afinal, nunca tinha feito mal a ninguém.

Nunca fiz nada a ele, pelo contrário só o amei, mas ainda sim Liam teve coragem de me enganar daquela forma. Depois desse dia, o dia em que ele me tornou mulher, Liam destruiu meu coração na manhã seguinte ao dia que tinha sido o mais feliz e importante da minha vida.

Não pense mais nisso Victória.

Esquece tudo e seguir sua vida, ele não importa mais.

Balancei a cabeça e decidir que já era hora de levantar, mesmo ainda sendo 06:00 da manhã. Não tinha mais sono, então não adiantava nada ficar na cama, não gostava de ficar quieta, já que sempre que parava meus pensamentos iam diretamente para ele.

Uma maldição mesmo, amar um homem que não me ama.

Caminhei até o banheiro e tomei um longo banho, pensei em tudo o que aconteceu no decorrer desses 10 anos e no que tive que passar para ser a mulher que sou hoje. Meus pais e minha avó teriam orgulho de ver o que me tornei, tenho certeza disso.

Pena eles não estarem mais comigo. Se estivesse a dor da traição teria sido menos dolorosa, porque sei que eles estariam sempre ali por mim.

Porém estejam onde estiverem sei que estão felizes por mim.

Ao terminar o meu banho, procurei por uma roupa confortável e optei por um short de algodão azul com uma regata preta e fiquei descalça mesmo.

Essa é uma das manias que não perdi no decorrer do tempo, apesar de ser mãe e ter quase 30 anos, ainda me sinto uma adolescente que anda descalça pela casa.

Sair do quarto e fui para a cozinha, olhei pelo apartamento de classe média e sorrir lembrando do esforço que tive que fazer para comprar esse lugar com a Mônica, minha companheira da vida. Foi uma alegria só quando conseguimos quitar o apartamento. Era mais uma conquista nossa depois de termos lutado tanto.

Estávamos subindo juntas, degrau por degrau e para nós duas o céu é o limite.

Entrando na cozinha lembro do dia em que fizemos a nossa primeira refeição aqui a quase 2 anos atrás, Emanuelle tinha 7 anos e era uma alegria só com a Mônica. As duas pulavam e cantavam animadamente e eu as observava alegremente.

Comecei a preparar um café bem reforçado, minha princesa teve um resfriado e passou alguns dias sem comer direito, o que fez com que ela emagrecesse um pouco e quero que volte ao seu peso normal. Hoje sou menos neurótica a respeito de tudo o que acontece a minha filha, porém no começo confesso que quando ela chorava já queria correr com ela para o hospital, principalmente quando ela era apenas um bebê e chorava a noite com cólica.

Foram tempos difíceis, cuidar de um bebê sozinha, apenas com a ajuda da Mônica, do senhor Luís e da dona Madalena, que são uns verdadeiros anjos em minha vida. Mas graças a Deus ela foi crescendo e com a ajuda deles, comecei a ficar menos nervosa quando ela chorava ou quando tinha algum resfriado. E a faculdade também ajudou, à medida que eu ia aprendendo, ia aplicando em minha vida, o que me mudou bastante.

Depois de preparar o café da manhã, fui diretamente para o quarto da minha princesa. Hoje com 9 anos, Emanuelle é a minha razão de viver e a alegria da casa. Cresceu ao lado dos meus amigos, que a amam muito e fazem de tudo pela minha menina, assim como eu.

Quando estou trabalhando ela fica com o senhor Luís e dona Madalena, Emmanuelle os chama de vovô e vovó, que os deixam todos derretidos. Eles a consideram da família, assim como eu os considero. E assim vamos vivendo um dia de cada vez, sem apressar nada.

Até o momento não me pediu para ver o pai, mas sei que esse dia ainda vai chegar. Apesar de nunca me pedir para vê-lo, Emanuelle sabe quem é o pai e onde ele mora, quando começou a entender bem as coisas falei para ela sobre ele e onde o Liam mora.

Sempre fui sincera com a minha filha.

Não dei todos os detalhes para ela, porém a Emanuelle sabe que eu tive que ir embora e que só depois que vim para cá que descobri estar grávida dele. Que o pai dela não sabe da sua existência porque não tivemos mais contato e que se um dia ela quisesse conhecê-lo a levaria para vê-lo. Mostrei fotos e contei histórias do pai e do tio Enzo.

Nunca colocaria minha filha contra o pai, mesmo ele tendo me machucado muito, não negaria a existência dele a ela. Emanuelle está acima da mágoa que tenho do Liam. E se algum dia ela quiser vê-lo vou levá-la até ele. Mesmo que isso me deixa muito assustada. Mas por ela sou capaz de passar por cima dos meus medos e mágoas.

Sei que os dois precisam conviver, apesar de não me falar, tenho conhecimento da falta que um pai faz para um filho, já que perdi os meus quando era muito nova e até hoje sinto falta deles.

Decido deixar isso de lado e continuo o meu caminho até o quarto da minha princesa.

A porta está entreaberta, gosto de deixar assim caso ela precise me chamar e eu consiga ouvir. Antes ela corria para a minha cama e dormimos agarradinhas, mas por mais assustador que isso me pareça, minha filha está crescendo e se tornando menos dependente de mim.

Acho que esse é o medo de toda mãe, ver seu filho se torna menos dependente dela.

Entrei em seu quarto e caminhei silenciosamente até sua cama, onde me deitei com cuidado e olhei para o seu rosto, tão parecido comigo, mas com os olhos do pai, uma mistura perfeita de nós dois.

Emanuelle é uma menina calma, bondosa e muito alegre. Tem o rostinho de anjo, pele alva, cabelos loiros bem abaixo dos ombros e os olhos azuis céu. Apesar de também ter olhos azuis, Emanuelle puxou os olhos do pai, um pouco mais escuro e com um tom acinzentado. Olhos esses que me fazem lembrar dele todos os dias.

Passei as mãos nos seus cabelos e comecei a imaginar qual seria a reação do Liam quando soubesse que tivemos uma filha juntos, que concebemos na primeira e única vez que estivemos juntos. Será que ele iria gostar?

Acho que sim, Liam sempre sonhou em ser pai, Lorenzo sempre me contava isso quando falava a ele que queria ter uma menina. Lorenzo dizia que o Liam sempre dizia aos pais que ele teria muitos filhos, que queria a maioria meninos, para cuidar das meninas.

Então acho que ele vai gostar de saber que temos a Emanuelle. Sei que preciso me preparar para qualquer que seja sua reação, principalmente o que vai fazer comigo quando descobrir que neguei a ele a chance de conviver com sua filha.

Acho que é isso que realmente me preocupa.

Sempre soube que Liam era implacável com quem escondia coisas dele. Lorenzo me contou história e mesmo sendo novo quando começamos a nos envolver, ele sempre era sério quando estávamos na presença de estranho, mostrava que não gostava de brincadeiras e presenciei algumas vezes seus ataques de fúria com alguns funcionários que não faziam seu trabalho de forma correta.

Se ele já era assim antes, tenho medo agora que está mais velho.

─ Está fazendo aquela cara de novo mamãe. ─ sou despertada dos meus pensamentos quando a Emanuelle fala comigo.

Olhei para ela e sorri levemente.

─ A é? E que cara é essa? ─ perguntei chegando mais próximo dela.

─ Cara de quem está com o pensamento longe. ─ falou e eu a admirei.

Minha filha é muito inteligente e esperta, nada passa por ela, sempre presta atenção em tudo e em todos. Às vezes me surpreendo com o quão inteligente e observadora ela é.

─ De onde você tira essas coisas filha? ─ perguntei mesmo sabendo a resposta.

─ Da minha dinda horas! Ela fala que a senhora sempre fica assim com o pensamento longe quando está pensando algo que não vai compartilhar. ─ falou e neguei com a cabeça.

Essa Mônica.

─ Só você e sua dinda mesmo filha. Vamos levanta e arruma sua cama, depois direto para o banho mocinha. Estou esperando na cozinha. ─ falei me levantando e vendo-a se levantar logo depois.

legal. Mas antes posso chamar a minha dinda? ─ perguntou com uma carinha inocente, que eu sei bem que vai aprontar, e concordei sorrindo vendo ela desaparecer do quarto.

Decido eu mesma arrumar a sua cama, sei que vai ficar pelo quarto da Mônica pelo menos até a hora que a tia foi tomar café. Quando estava terminando de arrumar a cama, percebi algo caído no chão, me abaixei para pegar e vejo uma das fotos que dei a ela, é do Liam.

Ele está montado em um cavalo, com uma camisa listrada e com o chapéu na mão. Lembro que peguei essa foto escondida em uma das vezes que estive em sua casa, e quando decidi contar a minha filha sobre o pai, entreguei a foto a ela para que pudesse ter algo dele.

Olhei a foto e olhei todos os seus traços, Liam na foto tinha pouco mais de 20 anos. Hoje com 30 anos com certeza está mudado, não procurei mais saber dele e me controlei para não pesquisar nas redes sociais o seu nome ou o da sua família.

É difícil, mas tenho medo de procurar e achar alguma coisa que vai me deixar ainda mais triste. Então por esse motivo evito.

Tive vontade de rasgar aquela foto, jogar bem longe, mas somente deixei no criado mudo ao lado da cama da Manu e sair do quarto. Tentando não dar importância para o meu bobo coração, que ficou acelerado apenas por ver aquela maldita foto.

Coração idiota.

Entrei na cozinha e vi que elas ainda não tinham vindo tomar café, me sentei, me servi uma xícara de café e esperei elas virem comer. O que demorou alguns minutos, porém entraram com uma cara de quem tinha aprontado algo.

Era sempre assim, Emanuelle acordava ia para o quarto da madrinha, onde fazia alguma pegadinha com ela e depois a Mônica revidava, fazendo as duas ficam com caras inocentes quando me encontrava, porque sabiam que eu falaria para as duas se viessem me contar o que uma aprontava com a outra.

─ Sua filha está cada vez mais sapeca Vicky. ─ Mônica falou se sentando.

─ Tem a melhor professora em casa Nicky. Você! ─ falei fazendo minha filha gargalha.

Pisquei para ela e ela piscou de volta.

─ Que calúnia. ─ falou tomando o suco que se serviu.

─ A senhora não aguenta e começa godmother. ─ falou a Manu falando madrinha em inglês.

─ Português filha, em casa apenas português. ─ falei lembrando-a.

─ Sim mãe, esqueci. Desculpe! ─ falou envergonhada.

─ Não tem o que desculpa filha, só quero que não fique falando inglês o tempo todo, se não vai ficar ainda mais difícil se comunicar falando o português. ─ esclareci a ela.

─Tem que melhorar muito o seu português, já pensou o dia que formos para o Brasil e você for falar com todo mundo em inglês? Ninguém vai te entender. ─ falou a Mônica tirando sarro dela.

Desde cedo comecei a ensinar a ela o português, mas como ela passa muito tempo na escola e com o senhor Luís e dona Madalena, acaba sendo um pouco mais difícil aprender totalmente a minha língua materna. Então ela sempre mistura as duas línguas.

─ Vamos terminar logo esse café porque sua tia e eu temos que trabalhar e você mocinha precisa ir para a escola, ou esqueceu que hoje é o dia das provas finais? ─ perguntei e ela rapidamente concordou e voltou a comer.

Quando terminamos o nosso café fui para o meu quarto e comecei a me arrumar para o trabalho. Trabalho a quase 2 anos como pediatra no hospital da cidade, assim como a Mônica que é cardiologista.

Escolhi uma blusa bege social, com uma calça social branca e calcei um tênis branco. Fiz uma maquiagem leve, apenas base, corretivo, máscara de cílios e um batom nude. Não gosto de muita maquiagem, então sempre opto pelo básico.

Depois de pronta peguei meu jaleco, minha bolsa e sair do quarto indo para o da Emanuelle.

─ Filha ainda não está pronta? ─ perguntei entrando no quarto vendo ela terminar de calçar os tênis.

─ Falta só eu terminar de calçar o sneakers e pegar a bolsa e estou pronta mãe. ─ falou se enrolando nas palavras.

Decido corrigi-la depois e resolvo pegar suas coisas e esperar ela na sala.

─ Estou com sua bolsa, termina aí e vem para sala, estamos quase atrasadas. ─ falei saindo do quarto.

Chegando na sala encontro a Mônica já pronta, sentada no sofá comendo uma maçã.

─ Terminamos de tomar café ainda pouco e já está comendo? ─ perguntei a ela.

─ Não comi suficiente e o dia hoje promete. O chefe pediu que fossemos cedo falar com ele, esqueceu? ─ perguntou e só então lembrei que o senhor Antunes falou que queria conversar com nós duas hoje.

Mas essa agora.

─ O que será que ele quer em? ─ perguntou não disfarçando sua curiosidade.

─ Quem sabe. Aquele homem não precisa de motivos para pegar no nosso pé. ─ falei dando os ombros e ela acenou concordando.

─ Estou pronta. ─ falou a Manu entrando na sala.

Minha filha vestia uma blusa moletom do BTS, com uma calça jeans e tênis preto. Seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo e usava um gloss rosinha nos lábios.

Ela agora deu para querer ser uma mini adulta e sempre quer fazer tudo sozinha, para o meu total desespero. As crianças de hoje crescem rápido.

─ Finalmente. ─ Mônica brincou com ela.

Saímos de casa, cumprimentamos o senhor José, o porteiro do prédio e pedimos um táxi. A primeira parada foi na escola da Manu, o senhor Luís a buscaria na escola para passar a tarde em sua casa, então poderia trabalhar tranquila sabendo que minha filha estará sendo bem cuidada. Depois de deixá-la na escola e verificar se ela estar com o celular e se ele está carregado, o que ela sempre esquece, fomos para o hospital

Assim que entramos fomos abordadas pela secretaria do senhor Antunes, dizendo que ele já esperava por nós e que fossemos direto para sua sala. Achei estranho, mas seguir para lá, junto com a Mônica, que também não estava entendendo nada o que estava acontecendo.

─ Queria falar conosco senhor Antunes? ─ perguntei assim que entramos.

O senhor de meia idade que antes tinha sua atenção nos papéis em sua mesa, olhou para nós duas em sua frente e indicou as cadeiras a frente da sua mesa para sentarmos. Deixou os papéis de lado e juntou as mãos se preparando para falar.

─ Sim, quero lhes dar uma notícia! ─ falou nos olhando sorrindo.

Olhei para a Mônica ainda sem entender e ela tinha sua atenção no senhor a nossa frente, esperando que ele começasse a ir direto ao assunto.

─ Quero avisar que vocês foram transferidas, o dono do hospital abriu um outro no Brasil e está montando uma equipe para trabalhar por lá e vocês foram escolhidas, assim como outros 3 médicos do hospital. ─ assim que ele terminou de falar arregalei os olhos instantaneamente.

Estava totalmente surpresa, e a julgar pelo rosto pálido da Mônica, ela também não esperava por essa notícia.

─ Mas como? ─ perguntei ainda sem entender.

─ É isso que ouviram, você e a senhorita Martins estão sendo transferidas para o Brasil na próxima semana. ─ repetiu um pouco mais sério.

─ Temos outra alternativa? ─ Mônica perguntou, finalmente se pronunciando.

─ Não. ─ falou o senhor Antunes por fim.

− Não entendo. Porque nós duas? Tem outros médicos que trabalham a anos no hospital e que tenho certeza que iriam amar uma oportunidade dessas. – falei ainda sem compreender nada do que ele tinha acabado de falar.

− Não foi minha escolha senhorita Oliveira e pode ter certeza que se fosse, vocês duas não seriam escolhidas. Como a senhorita mesmo disse, tem vários outros médicos que apreciariam essa oportunidade. Porém quem escolheu foi o dono do hospital. Se não quiserem não tem problema, mas lamento dizer que ele falou que se não aceitarem, nesse hospital infelizmente não terá mais lugar para as duas. – falou sério, o que me deixou ainda mais confusa.

Mas não ia perder o meu emprego e se foi o dono quem nos escolheu, quem sou eu para falar alguma coisa?

─ Tudo bem então, vamos preparar nossa mudança. ─ falou a Mônica já se levantando.

Enquanto eu não sabia mais o que fazer ou falar.

─ Podem ir para casa acertar tudo que tem pendente, na segunda viajam, e na sexta vão receber todas as informações para onde vão e onde vão morar. ─ falou e nos dispensou com um acenar de mão.

Me levantei ainda sem ação e sair de sua sala, com a Mônica ao meu encalço.

− O que diabos foi isso? – perguntou quando finalmente saímos do hospital.

− Não sei. Mas confesso que estou achando tudo isso estranho Nicky. Como assim nos transfere sem nem menos perguntar se é isso que queremos ou não? – perguntei enquanto entrava no táxi.

− Ouvir algumas pessoas falando na semana passada que o dono queria alguns médicos para irem para o Brasil, mas pensei que ele faria reunião com todos e iria ver quem iria querer ir. Nunca pensei que ele faria isso! – falou e eu neguei com a cabeça.

− E ai? Vamos para o Brasil ou começamos a procurar outro emprego? – perguntou alguns minutos depois.

− Não sei Nicky. Eu realmente não sei. – falei olhando para janela, vendo os prédios da cidade.

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