Touching Paradise • Beauany

By abeaushine_

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Any era uma adolescente extrovertida e cheia de alegria até o pior acontecer. Quando perde sua mãe em um terr... More

Elenco + playlist
The lake
Beautiful smiles
Going back to our lives
First on the list
Old and new friends
Just friends
Shoulder to cry
Good night, Any!
Plans for the saturday
City of Angels x Twilight
It's a crazy party
Friendly advice
No powers
Tedious but interesting
Nervous
Nostalgic day
Feelings
Enlightening conversations
She drives me crazy
Twins day
Theories
I miss you
Like the sky
Screams, hugs and tears (1/3)
Not everything is as it seems (2/3)
Bad dream (3/3)
Know better
Caution
A small wager
Dinner invitation
You're not the only one
Revelations
Ups and downs
Trying
Sofya's party
I'm not crazy
Sensations (+16)
Decisions
The truth (parte 1)
The truth (parte 2)
Did I screw it up?
Shiv being Shiv

Aquarium of the Pacific

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By abeaushine_

20.09.2019 - 15:00
Long Beach, California

Joshua

O clima fresco e agradável anuncia a proximidade do outono e com ele, o início das aulas na Escola Secundária de Los Angeles, na próxima segunda-feira. Confesso que inicialmente não havia pensado na possibilidade de ingressar em uma instituição de ensino, mas depois do que Any disse quando nos encontramos no bosque, passei a cogitar a hipótese. Desta forma eu poderia me aproximar ainda mais dela, assim como Joalin, Sabina e Noah de seus protegidos, Shivani, Bailey e Krystian, respectivamente. Todos nós sairemos ganhando.

Enquanto não me torno um novo aluno de colegial numa escola americana, procuro dar seguimento a minha missão como posso. Por saber como Any ama o mar e tudo o que vem dele, tive a ideia de convidá-la para visitarmos o Aquário do Pacífico. Felizmente meu convite foi aceito e, depois de conseguir algum dinheiro com Gabriel, — foi complicado, mas consegui convencê-lo de que apenas casa e comida não seriam suficientes para o desenrolar da missão — é onde estamos indo no momento.

Apesar de se sentir confortável ao meu lado, Any permanece calada por quase todo o percurso que fazemos de táxi até Long Beach. Está perdida em pensamentos acerca dos amigos de quem se afastou. Nesse momento, usar meus poderes parece errado, invasivo até, então decido deixá-los de lado, ainda que temporariamente e me concentrar exclusivamente em fazer com que minha protegida se divirta esta tarde.

— Já esteve aqui antes? — pergunto assim que adentramos o Aquário, mesmo sabendo a resposta.

A verdade é que não há nada sobre Any Gabrielly que eu não saiba e é estranho precisar agir como se não soubesse, mas ao mesmo tempo necessário para que possamos construir laços de amizade. Também preciso me policiar todo o tempo para não confundir informações, não falar mais do que devo e levantar suspeitas. Any não pode desconfiar de nada, não pode saber o que sou, caso contrário estarei perdido.

— Uma vez, quando criança. — ela sorri, trazendo as lembranças a tona. — Era meu aniversário de onze anos. Meu e da Shiv, na verdade...

— Shiv? — questiono ao me lembrar de que a garota ainda não me contou sobre sua irmã.

Shivani — gêmea de Any e protegida de Joalin. — e eu nos conhecemos ontem, quando visitei a casa dos Paliwal com o pretexto de pedir o telefone da garota ao meu lado, mas não nos apresentamos. Bem, pelo menos ela não se apresentou para mim, o que exige que eu me comporte como tal.

— Minha irmã. A garota que te atendeu ontem, lá em casa. Não parece, mas somos gêmeas.

— Ah, vocês se parecem um pouco. — comento, ainda que a semelhança seja quase nula.

— Quase nada... — ela solta uma risadinha. — Enfim, era nosso aniversário de onze anos. Minha mãe nos trouxe aqui como parte das comemorações. Meu pai não veio, porque estava trabalhando, mas mesmo assim foi um dia bem divertido, inesquecível, eu diria. Um dos melhores aniversários.

— Não tenho a menor dúvida. — sorrio para ela. — Sendo assim, Any Gabrielly, acho que você deveria nos guiar nesse passeio. Ao contrário de você, é minha primeira vez nesse lugar.

— Certo, acho que posso fazer isso. Se as coisas continuarem como antes, claro. Por via das dúvidas, vamos começar pedindo informações.

Dou a Any um aceno de cabeça e então seguimos até o posto de informações do Aquário. Depois de recebermos instruções de um funcionário, iniciamos nosso passeio. Começamos pelo Northern Pacific Gallery, onde avistamos animais como medusas, caranguejos e polvos gigantes. A garota ao meu lado parece atenta a cada detalhe, os olhos brilham exatamente como na primeira vez em que esteve aqui.

Nossa próxima parada é no Tropical Pacific Gallery, o maior dos aquários. Any sorri em contentamento enquanto observa os peixes, os tubarões e as tartarugas marinhas, suas favoritas. Mal consigo me atentar aos animais a minha frente, pois estou ocupado demais absorvendo cada detalhe das expressões no rosto dela. Nesse momento, posso sentir que está feliz. Uma série de lembranças, ao lado da mãe e da irmã, flutuam em sua mente. É bom vê-la assim, porém decido intervir antes que a nostalgia dê lugar a dor da perda.

— Não quer tirar algumas fotos?

— Ah, claro. — ela tira o celular do bolso e volta sua atenção a mim. — Venha. Faça uma pose!

Me aproximo um pouco dela, abro um sorriso e direciono meu olhar a câmera frontal da garota. Any inclina levemente a cabeça, mostrando a língua numa careta divertida e bate nossa foto, com o enorme aquário ao fundo. Depois tiramos fotos individuais, todas pelo celular dela. Utilizo isso como outro pretexto para puxar conversa mais tarde.

— Ficaram ótimas. — Any comenta, analisando nossas fotos, enquanto aguardamos nossos pedidos na lanchonete em que paramos antes de voltar para casa.

— Posso ver? — me inclino um pouco em sua direção. Ela assente e oferece o aparelho. Sorrio ao ver nossas imagens, registradas na tela. — Realmente, ficaram ótimas. Você é bem fotogênica.

— Tá brincando? — ela me encara com o cenho franzido, depois volta a encarar a tela. — Eu posso até ser fotogênica, mas olha só você. Seus olhos tem o mesmo tom das águas. São incríveis.

O elogio vindo dela me deixa ligeiramente desconcertado. Sinto uma onda de calor se espalhar pelo meu rosto, ainda que tenha gostado do que acabo de ouvir, e por alguns segundos, fico sem saber o que dizer ou como agir. Impressionante como humanos possuem reações estranhas em situações tão simplórias. Eu não sentiria nada se estivesse em minha verdadeira forma.

— Me desculpa. — Any pede ao notar meu estado. — Eu não quis te deixar constrangido. Só... Seus olhos são realmente lindos. Pensei que ouvisse coisas assim o tempo todo. — ela soa simpática.

— Na verdade, não ouço. — digo, ao me recompor. — Mas obrigado.

— O hambúrguer e o milkshake de morango da moça. — a garçonete diz ao se aproximar, deixando os lanches em nossa mesa. — E o refrigerante e as batatas fritas do rapaz. Aproveitem. — ela sorri e se afasta.

— E então, Josh... — Any acomoda seu hambúrguer em mãos. — Por que se mudou para LA?

— Hm... Adquirir novas experiências, eu acho. — digo a primeira coisa que vem a minha mente, o que não deixa de ser verdade. É a primeira vez que mudo minha forma em nome de uma missão

Não posso mentir, porque anjos não mentem, mas por outro lado, também não posso dizer toda a verdade, então preciso de um meio termo. Decido que meias verdades são a melhor saída.

— Que tipo de experiências? — ela dá uma grande mordida em seu sanduíche.

— Daquelas que só tem a acrescentar na vida das pessoas. Pra ser sincero, ainda estou descobrindo, mas é algo nessa linha.

— Enigmático, hm. Gostei. — a cacheada pontua, me fazendo sorrir. — De onde veio?

Droga! Essa eu realmente não posso responder. O que eu diria? Algo parecido com "veja bem, Any, eu vim do Céu. Mas não é como o Céu que vocês, humanos, imaginam. Não é para onde as boas almas vão depois da passagem. É um lugar chamado Caelum, onde apenas os anjos habitam."? Ela vai pensar que sou maluco, sem sombra de dúvida. Mas sei que preciso dizer algo para não parecer estranho. Todos vêm de algum lugar, afinal. Dessa vez não tenho saída. Preciso mentir. Que o Senhor me perdoe!

— Canadá. — solto o primeiro país que vem a minha mente.

— Sério? — ela demonstra certo interesse. Concordo com um aceno de cabeça. — E como é lá?

— É um ótimo lugar para se viver. — respondo após pensar um pouco para não falar besteira.

Não cheguei a visitar esse lugar no meu rápido tour pelo planeta. Agora terei que fazer um breve passeio por lá quando sobrar algum tempo livre. Por que eu não disse que era brasileiro ou indiano? Ah, claro, Josh... Você poderia facilmente se passar por um indiano. — penso, revirando os olhos internamente. — Any é uma garota esperta. Ficaria intrigada com meus traços fenotípicos. Olhando por esse lado, até que fui inteligente ao escolher me passar por um canadense. Se bem que eu também poderia me passar por norueguês, ou alemão... Talvez até russo.

— Só isso? — Any me chama de volta a realidade.

Rápido, Joshua! Diga algo que preste!

— Lá tem pessoas e... tem... tem neve, no inverno, sabe?

— Uau! Pessoas e neve? — ela tenta conter o riso. É, pelo visto, falei besteira. Ela vai me achar um idiota. — Que interessante.

— Pois é. — levo algumas batatas a boca. Decido mudar de assunto antes que a situação piore. — Lembra quando me perguntou sobre a escola, lá no bosque?

— Claro. O que tem?

— Bem, eu decidi me matricular. Estudei em casa a vida toda. — o que não chega a ser uma mentira. Anjos adquirem muitos conhecimentos, quase sempre mediante a estudos na biblioteca celestial. Todos temos um portal para ela em casa. — Talvez seja a hora de frequentar uma instituição de ensino de verdade.

— Ah, meu Deus! Isso é ótimo. Vai ser legal ver você por lá. — Any diz, parecendo realmente animada. Ela toma um pouco do milkshake. — Começa na segunda?

— Provavelmente na terça. Ainda preciso fornecer alguns documentos. — dou de ombros. — Meus amigos também vão.

— Legal. Eu gostaria de conhecê-los.

— Você vai. — me ajeito em minha cadeira. — Muito em breve.

Depois de pagar a conta na lanchonete, Any e eu decidimos que é hora de ir embora. A noite já paira sobre a cidade, fazendo com que eu me dê conta de que passamos um bom tempo juntos, exatamente como pretendia. O mais importante de tudo é sentir a energia positiva emanando da garota ao meu lado. Ela está feliz, sinal que minha missão está indo muito bem.

Ao invés de me despedir dela na bifurcação que separa nossas ruas, me disponho a acompanhá-la até a frente de casa. Mais cedo Noah me disse que viu em algum filme que as garotas gostam quando os garotos tomam atitudes como essa. Estranhei não saber dessa informação, mas mesmo assim decido tentar — nenhum cara, além do pai, chegou a acompanhar Any até em casa antes — e, bem, ela parece gostar, pois continua sorridente. O filme de Noah deve estar certo, afinal.

— Obrigada pelo passeio, Josh. — ela diz quando paramos em frente a casa verde. — Eu me diverti bastante. Fazia tempo que eu queria voltar ao Aquário, então, bem... parece que você adivinhou.

Ela nem imagina...

— Não foi nada, eu é que agradeço por ter ido comigo. Como eu disse, ainda não conheço quase nada daqui. — sorrio pra ela. — Estaria interessada em mais passeios, Any? Andei pesquisando e sei que Los Angeles tem muitos lugares legais. Eu gostaria de conhecê-los e, sabe, gostaria de um guia local... Mais especificamente uma guia. Se ela se chamar Any Gabrielly então, é melhor ainda.

Any sorri abertamente com minha fala, as bochechas se tornam coradas e os olhos brilham, ainda que discretamente. Essa reação me deixa em alerta. Parece que a garota não viu o que fizemos hoje como um simples passeio de amigos. Ah, não... Ela pensa que estamos flertando?! Diante da suspeita, me sinto nervoso. Isso não pode acontecer em hipótese alguma. Ignorando o suor em minhas mãos e a sensação estranha em meu estômago, faço o que evitei durante o dia todo. Preciso ter certeza do que está em sua mente.

— Sim, Josh, eu adoraria ser sua guia local. — ela diz, ainda sorrindo. — Já tem nosso próximo destino em mente?

— Ainda não, mas vou pensar em algo. Eu te mando uma mensagem e combinamos. — dou um passo para trás, incomodado com a situação.

"Ah, não! O que ele está fazendo?" — ouço seu pensamento. — "Não, não se afaste!"

— Você está bem? — sua voz adentra meus ouvidos dessa vez. — Ficou estranho de repente.

— Não, eu só me lembrei de uma coisa. Fiquei de encontrar meus amigos. Acho que estou atrasado. Acabei de me dar conta. — e de mentir outra vez! Droga! Que tipo de anjo estou me tornando?

— Ah... — ela soa desanimada. — Então você já vai? Pensei que podíamos, sei lá... conversar mais um pouco.

"E que você fosse me beijar. Merda! Como eu sou ridícula!" — Any completa em sua mente. Ok, definitivamente, eu não esperava por isso.

— N-não vai dar. — acabo gaguejando. Dou mais alguns passos na direção oposta a ela. — E-eu tenho mesmo que ir. Desculpa!

Sem esperar por uma resposta, lhe dou as costas e me ponho a caminhar apressadamente pelas ruas do bairro, com a cabeça a mil. Mas que porra acabou de acontecer?

Ah, meu Deus!

Além de mentir, eu acabei de usar uma palavra feia! Anjos não usam palavras feias.

— Que caralh... — coloco as mãos sobre a boca, assustado, o coração palpitando.

Tudo bem, humanos fazem isso. Deve ser normal. Preciso me convencer disso, pelo menos. Por mais que eu não queira enxergar, sou um deles agora, ainda que temporariamente. Talvez, no momento, eu seja mais humano do que anjo. Caramba, isso é bem complexo!

Será que foi a isso que Gabriel se referiu quando, antes de nos enviar para a Terra, pediu a mim e aos outros que tivéssemos cuidado para não nos corromper?

Certo, acho que precisamos de uma reunião angelical imediatamente.

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