Saudade,
Estava tão bonita hoje quando venho visitar-me. Espero que tenha gostado do café e que o pão de queijo tenha ficado gostoso. Adorei os presentes embrulhados em papel cor de recordação que trouxe: fizeram-me lembrar de momentos felizes e tristes. Mesmo assim, de um modo estranho, gosto das sensações que me causa.
Quando o porteiro te anunciou pelo interfone, desprevenida, suei frio e meu coração acelerou levemente... O que você queria de mim? Não sabia, mas sabia que não iria descobrir se te impedisse de entrar. E bom, você entrou para – sem quere ofender– deixar um buraquinho no meu peito logo que partiu. Ambas somos pessoas complicadas. A senhorita me faz questionar coisas como: "E se eu tentasse contato?" "E se fosse diferente?" Inclusive a Nostalgia fala com você sobre as nossas conversas? Eu espero que não, pois há coisas que merecem ser deixadas na gaveta do esquecimento. Não quero ficar tentando voltar no tempo e sentir falta de como fomos um dia; quero prosseguir, porém sei que não posso te impedir de visitar-me ou bloquear você, mas posso te pedir que deixe-me por mais um tempo até que eu possa me recuperar da sua última visita, combinado?
E mande lembranças para... Opa! Esqueci que você não manda lembranças, só as traz para mim.
Carinhosamente,
Perdida nas memórias que carrego.