vermelho e azul || vhope || L...

Autorstwa ykseokcchi

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FINALIZADA. ── Pode conter gatilhos. Seja responsável. Kim Taehyung é a morte. E para a morte, não ver cor... Więcej

warnings.
prólogo.
primeiro.
segundo.
terceiro.
quarto.
sexto.
spinn off + outras obras
como assim livro 01?

quinto.

142 32 12
Autorstwa ykseokcchi

5:30 PM ── Seul.

Estava em seu escritório. Um homem estava em sua frente, mesmo não vendo o rosto do mesmo, coberto por uma mancha preta que havia nenhum significado, sabia que ele era dono de uma beleza inenarrável. A voz era rouca e grossa. Bonita. Apesar do corpo masculino, usava roupas ditadas como femininas. Uma saia rosa e justa acentuava sua cintura fina.

── O silêncio não existe, sabia? ── disse com um sorriso sugestivo nos lábios. Jung sorriu de volta e apoiou o rosto na palma da mão, esperando que o menino continuasse. A sala tinha um calor estranhamente bom. ── Quando estamos em silêncio, escutamos nossa respiração, as vezes escutamos nossos corações. E escutamos nossas cabeças, nossos pensamentos atrapalhando outros pensamentos. O silêncio é irreal e torturante, Jung.

── Quem é você? ── perguntou o médico, sorrindo largo com a teoria inteligente do menino. O ultimo ajustou novamente a saia em seu corpo, retribuindo o sorriso.

── Eu sou Kim Tae... ── foi interrompido por um barulho estridente que vinha do celular do Dr. Jung. O último apertou os dentes e olhou para a tela do aparelho, vendo o nome de um dos amigos. Decidiu não atender. ── Acorde Hoseok. ── o garoto disse.

── O que? ── questionou.

── Acorde.

O garoto levantou-se rapidamente e bateu as duas mãos fortemente na mesa e em um susto, Jung Hoseok acordou. Apenas um sonho. O som estridente ainda tocava. Enquanto coçava os olhos atendeu o celular sem nem verificar quem era.

── Alô?

"Boa tarde flor do dia. Acordou agora?" ── a voz de Seokjin soou do outro lado, junto com som de carros e motos. Estava na rua e parecia lotada.

── Seokjin. ── respondem com desdém. ── Ah, oi. O que você quer?

"Ah! Obrigado por me perguntar se estou bem. Eu estou sim, bonito como sempre. Ocupado com a clinica, mas estou indo..." ── ele riu falsamente e Hoseok revirou seus olhos. Estava tão cansado de tudo.

── Então...?

"Namjoon me disse que você está irritado. O que houve?"

── Estou morrendo, Seokjin. É isso, e vocês nem prestam para vir me ver.

"Estamos trabalhando duro, você sabe, Hoseok. E também sabe que amamos você e que se pudéssemos, iríamos até a sua casa todos os dias"

── Eu não sei de mais nada. ── foi sincero.

Houve um grande suspiro vindo de Seokjin e em seguida, um silêncio desconfortável. "Porque você quer tanto ouvir seu discurso fúnebre?" ── perguntou o mais velho, assim quebrando o silêncio.

Foi a vez de Hoseok suspirar.

── Porque eu não sei para onde vou e se de onde eu estiver poderei escutar vocês falando sobre mim.

"Isso é besteira"

── Sabe o que é besteira? ── aumentou o tom de voz. ── Você me ligar para dizer que meus últimos desejos são besteiras.

"Você assistiu muito A culpa é das estrelas, Hoseok. Nem sabe se vai morrer. ── Seokjin gritou de volta, fazendo uma raiva tomar conta do peito do mais novo.

── Eu sei sim! ── gritou, e pensou em Kim. ── Porque há uma semana, a morte apareceu para mim, seu idiota babaca, seu boboca dos infernos. Você se acha bonito? Você é feio, seu horroroso de merda. Eu te odeio, quando eu morrer, vocês vão sentir minha falta. E A CULPA É DAS ESTRELAS É UM FILME BOM.

E a ligação foi encerrada.

Um som agudo escapou da boca de Hoseok, fazendo lagrimas ficarem presas em seus olhos. Não ia chorar por quem não merecia, mas... Se chorasse um pouco por si mesmo não fizesse mal. Seu peito subia e descia rapidamente com a falta de ar ao agir infantilmente com seu falso amigo. Tudo estava desmoronando. Aos poucos.

Depois de respirar fundo e conseguir fechar a torneira dentro dos seus olhos, levantou-se indo em direção ao banheiro. Na tela desbloqueada do celular marcava 5:48 da tarde, não podia acreditar que havia dormido tanto assim, estava tão acostumado a acordar cedo para o trabalho. Agora sua rotina consistia em dormir, acordar, comer e retornar a dormir.

Fez sua higiene matinal e adentrou na banheira de água quente. Fechou os olhos e gradualmente foi se lembrando do sonho que havia tido. Nos últimos meses esses sonhos haviam sido comuns.

── Kim Tae... ── fechou os olhos, tentando ao menos se lembrar de algo. Tinha tantas perguntas para si mesmo. ── Seja quem for você, me desculpe por esquecê-lo. ── falou com a voz tremida.

Seu maior medo era ser esquecido. Talvez se não tivesse assistido tanto ao mesmo filme não compartilharia esse medo com o protagonista. Não era um grande super-herói, mas havia estudado tanto para ajudar outras pessoas, e havia conseguido... Agora ia morrer. Sozinho, sem um legado para deixar para trás. Sendo uma mera pessoa como todas as outras. Sem filhos. Sem marido. Sem esposa. Depois de um ou dois anos, ninguém mais se lembraria do psicólogo que tomava muito café para se manter acordado, que andava pelos corredores com um imenso sorriso no rosto. Hoseok seria esquecido.

Como, provavelmente, havia se esquecido de alguém de sua vida. Sentia que havia alguém, talvez do outro lado do mundo, que se importasse com ele tão grandemente que jamais se esqueceria de si. Talvez houvesse alguém preso em uma vida não pertencente a si que havia o amado tanto que apesar do medo de compromissos havia aceitado a segunda chave da casa, aquela que ficava sempre embaixo da planta falsa na varanda.

Com os olhos fechados, ele quase que podia ouvir a voz chamando por seu nome, quase que podia sentir sua pele sendo tocada com calma e amor.

── Kim Tae... ── tentou continuar, mas nada vinha a sua cabeça. Um muro se levantava em sua frente e ele não conseguia ultrapassar para alcançar o seu amor. Talvez nem houvesse outra pessoa do outro lado.

Uma gota da torneira caiu no restante da água ao mesmo tempo em que uma lágrima escorreu pelas bochechas ruborizadas do menino solitário.

── O silêncio não existe. ── repetiu fechando os olhos e apoiando a cabeça para trás, tentou buscar algo, alguma pista, alguma dica sobre aquele garoto esquecido, mas tudo que se lembrava daquele sonho era metade de um nome, a teoria do silêncio e das luzes fortes que pertenciam ao seu consultório.

Isso, que pertenciam ao seu consultório.

── Ele era algum paciente meu? ── perguntou para si. Era engraçado, porque Jung Hoseok sabia que era errado se apaixonar por um paciente.

De repente a porta do banheiro foi aberta, e um Kim Taehyung entrou, ele ficou poucos segundos, notou o corpo repousado na água e logo sentiu as bochechas queimarem em vergonha.

── Desculpe. ── ele disse prestes a sair.

── Kim! ── chamou o outro. Taehyung lhe olhou ainda envergonhado. ── Por favor, fique comigo...

Era algo estranho para pedir para a morte, mas Jung já não ligava tanto para coisas estranhas, afinal apenas o fato da morte estar em seu banheiro era algo peculiar. Taehyung assentiu com a cabeça.

── Você estava chorando? Seus olhos estão inchadinho. ── ele disse enquanto se aproximava mais.

── Eu estou triste, Kim.

── O que houve? ── perguntou.

Jung respirou fundo e desviou seu olhar para toda a espuma da água. Taehyung tomou a liberdade para sentar-se no chão, ao lado da banheira, pendeu a cabeça para o lado, na tentativa de fazer a atenção do outro para si.

── Eu só... Estou um pouco cansado, sabe? ── sua voz tremeu. ── Eu só queria... Atenção, porque é tudo que eu preciso agora. Eu não quero morrer sozinho, Kim. Eu quero... ── Hoseok levou suas mãos molhadas ao o rosto, escondendo o mesmo.

Taehyung sentiu toda aquela tristeza e solidão do novo amigo. ── Eu sinto muito, Hoseok. ── sussurrou levando suas mãos ainda cobertas pelas luvas até os cabelos molhados.

── Eu me sinto tão sozinho. ── falou abafado.

── Eu estou aqui com você... Sei que minha companhia não é das melhores, afinal, eu trago coisas ruins. Mas... Estou aqui.

Jung sorriu minimamente e balançou sua cabeça da mesma forma.

── Obrigado, Kim... ── sussurrou o nome. Kim. ── Porque você não se lembra do seu nome?

── Eu não tenho idéia. ── deu de ombros ── Talvez eu tenha batido a cabeça.

── É, talvez eu também tenha.

E não disseram mais nada por um tempo. Hoseok afundou um pouco mais de seu corpo, deixando a água tampar sua boca. Deu continuidade ao choro enquanto as mãos da morte ainda trabalhavam em uma leve carícia em seus fios vermelhos.

Taehyung queria arrancar aquele dor daquele corpo sensível, queria poder beijar todas as feridas da alma. Mas com certeza não podia. Para o Kim, o ser humano é bonito. Todos têm um tipo de beleza, seja física ou não.

Mas Jung Hoseok era mais que isso, era único. Kim aproveitou aquele momento para observar o garoto e seus mínimos detalhes, só conseguiu concluir que no mundo não poderia existir alguém tão bonito quanto aquele homem presente.

Não era bonito só fisicamente, mas havia algo mais. Não tinha palavras o suficiente para expressar seus sentimentos.

9:50 PM ── Seul.

Seokjin gay ♡¹
8:43|| oi, como assim a
morte apareceu para você?
8:43|| eu to preocupados com
você
8:44|| por favor me responda
quando puder

Jung Hoseok
ah, nada não||9:50
nao se preocupe seokjin, no fim
acho que vou ficar bem||9:50

Ele bloqueou o celular e voltou a prestar atenção na tela da televisão, onde passava um filme de romance clichê. Kim estava tão interessado no filme que quase nem piscava.

Hoseok sorriu ao pensar que jamais imaginaria que a morte iria gostar de romance. Mas todas as suas teorias sobre a morte estavam erradas, achou que receberia uma caveira feiosa e no fim ganhou um garoto bonito e doce.

── Ei Kim... ── chamou. O menino lhe olhou com certa relutância pois não queria perder nada do filme. ── Você já se apaixonou?

Taehyung ficou alguns minutos sem palavras pela pergunta tão direta e pessoal. ── Eu... Não. ── balançou a cabeça. ── Para falar a verdade, não sei nada sobre mim, então... Eu não sei, mas acho que sim, sabia?

── Não sabe de nada? ── perguntou.

Taehyung arrumou sua postura, se colocando sentado na cama. Cruzou as pernas. ── Acordei aqui e tenho vivido assim desde que cheguei nesse mundo. ── deu de ombros. ── A única pessoa que sabe algo sobre mim é a ansiedade ── revirou os olhos. ── Mas ele não me diz nada.

── Espera aí... A ansiedade também é uma pessoa? ── Kim balançou a cabeça em resposta. ── O mundo é uma loucura...

── Sim... Sabe, acho me apaixonei quando estava vivo. Tem dias que sonho com minha vida passada, com as pessoas que estavam nela. Me lembro pouco. Queria saber... Se me amaram algum dia.

Hoseok balançou a cabeça. ── Nunca pensei que fosse entender tanto os sentimentos da morte... Sinto que tem outra parte minha vagando pelo mundo. Talvez de outra vida minha. Não sei se acredito nisso de vida passada. Mas também gostaria de saber se me amaram algum dia. Sinto que sim... Mas não consigo chegar até ela.

── Talvez no paraíso você consiga. ── confortou o menino. ── Talvez encontremos nossas outras partes.

Hoseok balançou a cabeça com um sorriso tristonho delineado em seu lábio.

── Você é bom com palavras... Por que você não faz meu discurso fúnebre já que meus amigos são uns merdas?

── O que é isso?

── É um discurso que normalmente fazem nós funerais, mas eu queria escutar o meu antes de morrer.

── Porque não pede pra Jimin ou Jeongguk?

── Ah... Eles têm tanta coisa em mente, principalmente o Jimin... Não quero incomodá-los. Quero que se preocupem consigo mesmos. Você pode fazer pra mim?

── Não sei... Não tão bom quando pareço ser...

── Por favor ── pediu novamente, dessa vez juntando suas mãos e formando um bico nos lábios.

Taehyung bufou. ── Tá bom ── disse se rendendo.

── Você quer começar agora? ── perguntou animado.

── Posso tentar... ── coçou a nuca.

── Certo! ── levantou-se da cama animado e se dirigiu até a sua mesa de trabalho, onde pegou um lápis e um pequeno caderno onde anotava algumas coisas importantes. Entregou ambos na mão do Kim.

── Certo... ── Taehyung disse, abrindo o caderno e posicionando o lápis em uma das folhas brancas. Hoseok estava em cima, apenas esperando por qualquer movimento. ── Você não pode olhar, senão não vou conseguir. É muita pressão.

── Tá bom ── levantou as mãos em sinal de rendição ao mesmo tempo em que voltava a sentar em sua cama.

Ele estava feliz, poderia morrer naquele exato momento. Na verdade, não. Afinal ele realmente queria aquele discurso, mais do que nunca.

Um discurso fúnebre escrito pela morte. Nada irônico.

1. essa é a forma de como o nome do seokjin esta salva no celular do hoseok, enquanto no do seokjin está só como "jung hoseok" 🤡

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