O mundo não prometido

By Davidvalentim

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Thomas, um jovem estudante no prestigioso internato Black School, nunca imaginou que sua transgressão de uma... More

Bem-vindo a um novo mundo
1 - Nova escola
2 - Algo que não podia ver
3 - Temos que fugir
4 - Pela noite iremos
5 - Marco
6 - O teste da diretora
7 - Brincando de um jeito sério
8 - Que comece o pega-pega
9 - Ajudar e ser ajudado
10 - O esperado fim do jogo
11 - Pizza
12 - Rastreadores
13 - Sala secreta
14 - Traidor
15 - Múltiplos espiões
16 - Conflitos internos
17 - Um por todos
18 - Um pouco do mundo
19 - Um jogo de xadrez diferente
20 - Estratégia
21. Até uma outra vida
22 - Mamãe
23 - O que há além dos muros?
24 - O próximo
25 - Um dia nada normal
26 - Muralha
27 - Diretora
28 - Sorriso
29 - Despedida
30 - Os reservas
32 - Parece que o baile acabou
33 - O verdadeiro pega-pega
34 - A fuga
35 - O mundo não prometido
Até além dos muros

31 - Chuck Arguelles

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By Davidvalentim

Voltaremos um pouco no tempo para ver o que aconteceu com Chuck, o irmão mais novo de Thomas, que foi levado para a Midlle School, outra das seis escolas dominadas pelos ignus.

> Sexta-feira, 13 de abril de 2085

Chuck, uma sonhadora criança de 12 anos, teve uma primeira impressão que o deixou em delírio ao ver a nova escola. Por alguns segundos, ele pensou que a escola havia mudado de forma, sua estrutura sombria pareceu mais alegre mas não por muito tempo.

- Posso ver pelos seus olhos brilhantes que você amou a escola! - Uma mulher alta, de cabelos curtos e pele escura, se aproximou de Chuck com um belo sorriso. - Meu nome é Raissa Evelyn, e sou a diretora dessa bela escola!

- É muito grande! - exclamou Chuck, impressionado.

- Eu vou te levar pessoalmente para o seu dormitório! - A diretora pegou a pequena mala de Chuck e tomou a frente rumo aos corredores. - A viagem deve ter sido longa, acredito que você está cansado!

- Um pouco! - Chuck bocejou, acompanhando a diretora.

Após caminharem pelos corredores da Midlle School, Chuck acabou adormecendo em seu dormitório, já que seus colegas de quarto estavam nas aulas. Ele tinha bastante tempo sozinho, mas um sonho sinistro veio à tona.

Chuck viu uma bela garota, aparentando ter a mesma idade que ele, chorando em um canto escuro do corredor.

- Está tudo bem? - perguntou Chuck, se aproximando aos poucos.

A garota parou de chorar e começou a sussurrar algo de cabeça baixa:

"Não há como evitar, eles ficam mais fortes a cada dia, o fogo só cresce com a lenha."

Ao levantar a cabeça de uma só vez, a garota assustou Chuck, fazendo-o cair no chão. Ela não tinha olhos, um líquido preto escorria dos buracos vagos em sua face e suas veias saltavam para fora de sua pele imunda.

- O fogo só cresce! - gritou a garota, correndo na direção de Chuck.

O assustado garoto acordou com aquilo e percebeu que dois de seus colegas de quarto já estavam ali.

- Você dorme muito! - disse um de seus colegas, se preparando para tomar um banho. - Já são sete da noite. Se quiser, eu te mostro a escola amanhã bem cedo!

- Obrigado! - Chuck coçou os olhos, ainda assustado.

O outro colega de quarto olhava fixamente para a porta do banheiro, o que chamou a atenção dos outros dois presentes.

- O que você está fazendo, Charlie? - perguntou o garoto amigável que havia falado com Chuck anteriormente.

- A porta sumiu! - Charlie respondeu, assustado.

- Mas a porta está bem aqui! - o garoto abriu a porta do banheiro.

- Do que está falando? - Charlie voltou a perguntar. - Não tem porta nenhuma aqui, Nelson!

- Você anda usando drogas escondido?

- Você consegue ver a porta, novato? - Charlie olhou para Chuck.

- Sim! - respondeu Chuck, confuso.

Quando Charlie voltou a olhar para a porta, pôde vê-la em seu devido lugar.

- Está aqui... - Charlie baixou o tom de voz. - Acho que preciso dormir!

Chuck e Nelson se entreolharam, mas logo ignoraram a situação, achando que aquilo poderia ser uma brincadeira.

> Sábado, 14 de abril de 2085

No dia seguinte, Chuck conheceu todas as dependências da Midlle School com a ajuda de Charlie e Nelson, os imensos corredores guardavam salas que pareciam não ter fim, além das salas de aula, haviam salas de música, robótica e muito mais, um verdadeiro paraíso para qualquer pessoa que goste de se sentir confortável ao estudar. Ao chegarem ao refeitório, uma garota familiar chamou a atenção do jovem Arguelles.

- Quem é aquela? - perguntou Chuck.

- O nome dela é Láiza, é da nossa turma, mas ela não é de falar muito! - respondeu Nelson.

Vendo que Chuck a observava muito, Láiza saiu do refeitório. Não restava dúvidas, ela era a garota do pesadelo que o garoto havia tido na noite passada, e só havia um jeito de obter respostas.

Seguindo Láiza pelos corredores, deixando os garotos para trás, Chuck a perdeu de vista na biblioteca...

- Me seguindo que nem um idiota! - Láiza estava atrás de Chuck. - O que você quer comigo?

- Eu sonhei com você! - Chuck foi direto ao ponto. - Você me falava algo sobre o fogo, e coisas estranhas acontecem quando estou perto!

- E quem você acha que eu sou? Uma caça-fantasmas?

- Não sei. O que você quis dizer com "o fogo só cresce com a lenha?"

- Acho que a resposta é bem óbvia. Se você colocar lenha em uma fogueira, o que acontece com o fogo? - Láiza revirou os olhos e, ao dar as costas para Chuck, uma imensa muralha surgiu na biblioteca, impedindo sua saída.

Láiza percebeu que as outras pessoas na biblioteca não conseguiam ver a muralha e voltou sua atenção para Chuck.

- Você disse que coisas estranhas acontecem... Quem é você?

- Meu nome é Chuck... Chuck Arguelles...

- Você está criando uma ilusão! - Láiza tentava tocar na muralha, mas sem sucesso. Sua mão a atravessava. - Você é um híbrido!!!

Sem entender nada, Láiza puxou Chuck para um local específico da biblioteca e retirou um assoalho falso no chão que escondia vários livros escritos à mão.

- Você quem escreveu todas essas histórias? - perguntou Chuck.

- Sim, fui eu quem escreveu, mas não são "histórias". São fatos... Vivemos em uma escola dominada por criaturas chamadas ignus. Elas se alimentam de carne humana, principalmente do cérebro. As pessoas que chegam no terceiro ano do ensino médio e se formam são levadas para a base deles, que fica depois dos portões. Recentemente, estão levando também pessoas do ensino médio a cada três dias... Olha! - Láiza mostrou um desenho que fez de um ignus que viu no portão.

Com seus misteriosos poderes, Chuck criou exatamente um ignus baseado no desenho, deixando Láiza fascinada com aquilo.

- Você é filho de um ignus com uma humana. Isso te dá uma habilidade incrível: você é capaz de criar ilusões!

- Eu sabia que não estava ficando maluco! - Charlie pulou de alegria de seu esconderijo. - Você me fez ver uma parede no lugar da porta do banheiro!

- Quem diria! - Nelson também saiu de seu esconderijo. - Bem que suspeitei de sua esquisitice, Láiza!

- Ah, gente, para! - exclamou Láiza nervosa. - Eu só estava brincando com o novato. Não existe essa coisa de monstros!

- Eu vi a ilusão que o Chuck criou no quarto! - exclamou Charlie. - Se ele tem poderes, qualquer coisa pode ser possível, inclusive esses ícarus aí!

- É ignus, seu imbecil! - corrigiu Nelson. - E já que somos comida dessas criaturas e temos o senhor das ilusões com a gente, não vamos ficar de braços cruzados!

- Certo! - exclamou Láiza. - Mas vocês vão me prometer que não vão me acompanhar até os portões à noite!

- Você vai ao portão toda noite?

- Sim, ué! Como vocês acham que eu descobri tudo isso? - Láiza revirou os olhos. - "Ignus" significa "fogo" em latim, o que tem tudo a ver com o seu pesadelo!

- Certo! - exclamou Chuck, percebendo que aquilo estava se desenvolvendo muito rápido. - Somos um pequeno time formado para derrotar esses ignus. Vamos sair daqui... Só espero que meu irmão Thomas esteja bem na Black School.

- Espero que ele esteja seguro também. - disse Láiza, olhando pensativa para Chuck. - Mas agora precisamos nos concentrar em nossa escola e nos livrar dos ignus aqui. Temos que proteger os estudantes que conseguirmos.

- Mas como vamos fazer isso? - perguntou Charlie, preocupado. - Esses monstros parecem ser muito fortes.

- Precisamos descobrir seus pontos fracos e encontrar uma maneira de neutralizá-los. - sugeriu Nelson. - Talvez haja informações nos livros daqui.

Os quatro se reuniram e começaram a pesquisar os livros escritos à mão, em busca de qualquer informação que pudesse ajudá-los a combater os ignus. Eles encontraram antigos livros da escola ao longo dos anos, mas nada que fornecesse pistas concretas sobre como derrotá-los.

- Parece que teremos que descobrir isso por conta própria. - disse Chuck, fechando um dos livros com frustração. - Mas pelo menos agora, acho que não estamos sozinhos nessa luta.

Enquanto continuavam sua pesquisa, os quatro amigos formaram um plano para investigar os arredores da escola, procurando sinais da presença dos ignus e possíveis pontos de fraqueza. Eles combinaram de se encontrar à noite, quando a maioria dos estudantes estaria dormindo, e explorar os arredores com cuidado.

- Precisamos ser discretos e ficar atentos a qualquer sinal de perigo. - alertou Láiza. - Os ignus são astutos e podem estar observando nossos movimentos assim como a diretora.

...

Naquela noite, o pequeno grupo de amigos se aventurou pelos corredores silenciosos e pelos arredores da Midlle School. Eles se moviam com cautela, evitando os olhares curiosos dos estudantes que ainda estavam acordados.

Enquanto exploravam um jardim abandonado nos fundos da escola, eles encontraram um rastro estranho, composto por uma substância viscosa e escura. Seguindo o rastro, eles chegaram a uma porta enferrujada que levava a uma parte da escola anteriormente desconhecida para eles.

- Acho que estamos prestes a descobrir um segredo sombrio. - sussurrou Chuck, com os olhos brilhando de empolgação e apreensão.

Com os corações acelerados, o grupo abriu a porta devagar e adentrou um corredor escuro e sombrio. O cheiro de mofo e decadência preenchia o ar. Eles continuaram avançando até...

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