Arte & Guerra

By Sumshinellen

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Elizabeth é uma aspirante a artista e pretende ingressar na faculdade de artes junto com sua melhor amiga. Jo... More

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Agradecimentos

Capítulo XXVII

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By Sumshinellen

Já era o fim da tarde e nada de Natally reclamar. Estávamos na praça de alimentação de novo, dessa vez para tomar sorvete. Max nos acompanhava, uma vez que seu turno na loja tinha acabado.

- Ela deve estar esperando para ir até a minha casa amanhã, como sempre fazia quando a gente namorava e ela queria discutir. – Max comentou, convencido. – Julie e Seth estão ferrados.

- Você não deveria cantar vitória tão cedo... – avisei.

Como se fosse cronometrado, os celulares deles apitaram, aviando que tinham recebido mensagem. Pela risada de Julie e a expressão de Max, minha melhor amiga tinha ganhado de novo. Nunca se deve apostar nada com ela.

- Natally veio até mim reclamar. – Julie leu em voz alta o que Seth tinha enviado. – O cabelo dela está horrível. Sinto muito, Max, mas você terá que usar vestido.

Ele negou com a cabeça várias vezes, sem acreditar. Olhei para ele e senti pena. Julie e Seth não pegariam nem um pouco leve e ele provavelmente precisaria usar até mesmo salto alto.

- Isso... – o pobrezinho não parecia nem um pouco animado com a ideia. – Foi armação.

- Aposta é aposta. – ela cruzou os braços. – Você perdeu e agora precisa pagar.

Ela lançou um olhar que eu conhecia muito bem para Max. Eu chamava aquela encarada de "eu vou te matar se você discordar de mim". O garoto me encarou, receoso.

- Ela realmente está levando isso a sério, né?

- Infelizmente, sim. – coloquei a mão no ombro de Max, de maneira acolhedora. – Da última vez que perdi uma aposta para Julie, tive que andar por aí com uma fantasia de banana durante uma semana inteira.

- Como ela é cruel. – ele constatou. Minha melhor amiga sorriu ao ouvir aquilo.

- Eu sei disso muito bem. – suspirei. – Aliás, por quanto tempo você vai usar as roupas dela?

Max pensou sobre isso por um momento.

- Ela não disse. – respondeu. – Eu deveria ter especificado? Achei que seria durante algumas horas e pronto.

Tentei não rir. Ele realmente achava que Julie deixaria isso para lá tão rápido assim?

- Você mexeu com a "Senhora das Apostas" e achou que sairia ileso? – ela debochou.

- O que isso quer dizer? – Max encolheu os ombros.

- Que você está ferrado. – respondi.

- Querido Maxwell, não se preocupe. – ela sorriu para ele. – Você vai adorar se vestir como a bela, sempre na moda e muito modesta Juliette Mills.

Julie nos levou de carro até a casa dela e ligou para Seth, exigindo que ele aparecesse imediatamente lá. De fato, não demorou até chegar e ainda trouxe consigo um estojo de maquiagem.

- De onde você tirou isso? – soltei uma risada.

- Se eu te contasse, teria que te matar. – ele brincou.

- Sente-se aqui. – ela apontou para a penteadeira no quarto dela.

Max fingiu estar em uma marcha fúnebre, caminhando até lá lentamente e cabisbaixo.

Ele me lançava olhares inquietos enquanto Julie se empenhava em maquiá-lo, e Seth escolhia um vestido e uma sapatilha. Sentei na cama e aguardei. Não contive as gargalhadas quando eles terminaram o trabalho.

- Você está um arraso. – comentei.

Maxwell estava com um dos vestidos floridos favoritos de Julie, maquiagem perfeitamente aplicada e cabelo escuro em um topete elegante. Não conseguimos obrigá-lo a usar uma peruca, então Seth cuidou do penteado.

- Agora... – Julie pegou um par de sapatilhas no armário. – O último toque.

- Vocês usam o mesmo número? – Seth perguntou, arqueando as sobrancelhas.

- Não. Eu as comprei para a aposta. – ela deu de ombros.

Isso é tão típico da Julie que sequer me surpreendi.

Max tentava desajeitadamente calçar as sapatilhas e resmungava ao mesmo tempo sobre como estava repensando se queria mesmo esse tipo de amizade na vida dele. Caminhou até o espelho e se olhou por um instante.

- Cruzes, estou tão...

- Deslumbrante. – Seth lançou uma piscadinha para o amigo.

Max balançou o vestido e fez um biquinho para nós. Parecia mais confortável com a ideia, então Julie começou a tirar fotos. Eu sabia que ela nunca permitiria que ele se esquecesse desse dia.

Dormi (novamente) na casa da minha melhor amiga e acordei com ela resmungando.

- Liz, olha aqui! – ela balançava o celular praticamente no meu rosto.

Bocejei, espreguicei-me e esfreguei os olhos, com toda a calma do mundo só porque eu sabia que isso a irritava.

- Garota, é uma emergência. – pelo tom de voz dela, eu sabia que não era algo grave de verdade.

Olhei para o celular.

- Você acredita que ela teve a audácia de lançar moda com isso? – Julie parecia furiosa.

O motivo da raiva era a foto que Natally postou em uma rede social. Exibia um corte de cabelo totalmente diferente do estrago que tínhamos deixado, além de ter incorporado os tons de verde e azul em um penteado cheio de estilo. Várias pessoas estavam deixando comentários, elogiando.

- Que legal. – abri um sorriso.

- Não! – Julie rosnou. – Isso é péssimo! Ela deveria ter ficado triste e envergonhada, não era para essa megera jogar na nossa cara o quão maravilhosa ela é!

- Talvez seja um sinal de que a vingança não é a resposta. – tentei argumentar.

Minha melhor amiga me encarou, como se não acreditasse no que eu estava dizendo.

- Você já esqueceu da camiseta que ela destruiu?

Depois do incidente, acabei guardando os restos do presente de Jonathan no meu quarto, com todo o carinho do mundo. Ela realmente tinha jogado baixo. Nós também. Agora estávamos quites e era bom vê-la seguindo em frente, mas não falei nada para não gerar discussões com Julie.

Mudei de assunto e começamos a discutir sobre os projetos da escola. Diferente do nosso que já tinha acabado, Seth, Benny, Tommy e os outros ainda estavam trabalhando em novas jogadas com os novatos do time de hóquei.

- Podemos visitá-los algum dia para ver como estão as coisas. – sugeri.

Julie concordou e começou a planejar com que roupa iria. Eu teria adorado continuar ali e ouvi-la divagar sobre qual era o vestido ideal para a ocasião, mas Anna Marie me enviou uma mensagem, perguntando se eu podia ir até a casa da família Ross.

Fui até lá com um aperto no coração, esperando alguma notícia ruim. Durante todo o percurso, o rosto de Jonathan coberto de ataduras não saiu da minha mente. Ao chegar lá e descobrir que não tinha nada a ver com alguma tragédia, senti o alívio me dominar. Lembrei a mim mesma que ele estava ferido, não morto.

Ela me ofereceu algo para beber e sentamos juntas na sala de estar.

- Quando eu estava limpando a casa, encontrei uma carta no quarto dele. – Anna Marie começou a contar. – Te chamei aqui na esperança de que você soubesse o motivo de ele não ter comentado nada comigo.

Li o conteúdo e não pude conter a surpresa: ele tinha sido aceito na mesma faculdade que os outros meninos do time de hóquei. A data da carta indicava que ele a tinha recebido antes de ir para o exército, na mesma época em que descobri que iria para a faculdade de artes. Lembro-me perfeitamente dele afirmando que não tinha recebido resposta nenhuma.

- Ele também não me contou. – expliquei toda a história para a mãe de Jonathan.

Reli a carta.

- É uma bolsa integral. – constatei, o orgulho tomando conta de mim. – Provavelmente, mérito dos talentos dele como jogador de hóquei.

- Por que ele mentiria e esconderia algo tão importante? – ela questionou.

Encolhi os ombros, indicando que não possuía uma resposta para a pergunta.

- Talvez ele estivesse esperando o exército chamá-lo. – deduzi. – Por isso, pensou que não valeria a pena se animar com a faculdade.

- O pai dele acha que não é uma boa ideia perguntar sobre isso enquanto ele ainda estiver longe. – ela disse.

- Considerando que temos tão pouco tempo para falar com ele, e nos últimos dias sequer conseguimos contato... – soltei um suspiro triste.

- Ferido, não morto. – Anna Marie tocou meu ombro e trocamos um sorriso.

Ela tinha razão. Jonathan viria para casa, as coisas voltariam ao normal e nós teríamos a chance de questionar o porquê de ele não ter nos contado sobre a faculdade.

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